COMPLEXO HABITACIONAL SOCIAL - PARTE 01/03

com plexo habi tacional social

UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO UNAERP ARQUITETURA E URBANISMO

com plexo habi tacional social Através de um complexo habitacional social abordar a importância da integração social e espacial para indivíduos de baixa renda.

Trabalho de conclusão de graduação apresentado à universidade de ribeirão preto unaerp, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em arquitetura e urbanismo.

Orientador(a): Prof. Flávio César M. Marchesoni Coorientador: Ruth Cristina M. Paolino

JÉSSICA PERES

RIBEIRÃO PRETO 2019

Ficha catalográfica preparada pelo Centro de Processamento Técnico da Biblioteca Central da UNAERP - Universidade de Ribeirão Preto -

P4237c

Peres, Jéssica,1996Complexo Habitacional Social. / Jéssica Peres. – Ribeirão Preto, 2018.

193 f.: il. color.

Orientador: Prof. Dr. Flávio César M. Marchesoni.

Monografia (graduação) - Universidade de Ribeirão Preto, UNAERP, Arquitetura e Urbanismo. Ribeirão Preto, 2018.

1. Complexo habitacional. 2. Indivíduos de baixa renda.

3. Integração social. 4. função do arquiteto e incentivo. I. Título.

CDD 720

Comissão Examinadora

Prof. Flávio César M. Marchesoni Universidade de Ribeirão Preto UNAERP Orientador

Universidade de Ribeirão Preto UNAERP Avaliador

Avaliador

Aprovado em _____ de dezembro de 2019

AGRADECIMENTOS

Ao final dessa jornada de cinco anos do curso de arquitetura e urbanismo, agradeço primeiramente aos meus pais, Altair Roberto Peres e Janete de Cássia Garcia Peres pela educação que me proporcionaram, pela oportunidade de escolha da minha formação e pelo incentivo, possibilitando mais uma vitória na minha vida. A minha irmã Pamella Peres, agradeço pela paciência devido aos meus dias de raiva, e ao meu namorado Renan Pezzutto por fazer parte desse percurso e ter me acompanhando no levantamento de dados desse projeto e pela compreensão em todos os finais de semana dedicado aos estudos.

Agradeço também ao meu chefe de estágio Carlos Gomes, Pedro Gomes e Gerson da construtora Gomes Aguiar por acreditar no meu potencial e por contribuir no meu aprendizado, além de serem ótimas pessoas, com simplicidade, dignidade e caráter!

Ao meu chefe consecutivo Luciano Baldo agradeço por disseminar seu conhecimento em Archicad e em projetos arquitetônicos, sendo de opinião que “conhecimento não é para ser guardado e sim compartilhado”, além disso possui um ótimo gosto musical e é um ótimo saxofonista da banda faixa adicional. Ainda sobre o escritório do Luciano Baldo, não poderia esquecer das melhores companhias de estágio Deborah Sigolo (e seu namorado Daniel Castelli), Débora Oliveira e Lívia Melo que me ajudavam com dúvidas do escritório e também com o TCC, me emprestando livros, computador, referências, além de serem ótimas amigas!

Aos meus amigos da faculdade, Mônica Masso, Larissa Niebas, Júlia Fernanda, Victor Kennedy, Ana Júlia, Divaldo, Giovanna Trivelato, Marcus Sukadolnik, Leonardo Lanfredi e João Eudes agradeço pelo altruísmo e companheirismo, aos funcionários da universidade, Jorge, Matheus, Wesley e Luiz pela simpatia de todos os dias e também a todos os professores que participaram da minha jornada desde o início em 2015 a 2020, Valéria Garcia, Edson Salerno, Dante Velloni, Callil João, Anderson Jacob, Roberto Ferreira, Aldo Arouca, Laurenn Borges, Helena Rizzati, Flávia Olaia, Sandra Molina, Erica Cristina, Marcelo Carluc ci, Marcela Cury, Fabiana Mori, Jadiel Tiago e em especial, aos professores que participaram mais afundo da trajetória do meu TCC, Carlos Stechhahn, Ruth Critstina Montanheiro Paolina minha Coorientadora e Flávio Cesar Mirabelli Marchesoni o mais extrovertido Orientador, responsável por toda essa caminhada.

RESUMO

O presente trabalho de conclusão de curso aborda a importância da integração social de indivíduos de baixa renda através do papel do arquiteto no projeto de um complexo habitacional social.

O complexo abrange unidades habitacionais para famílias de dois e quatro integrantes, uma praça pública, creche, lojas comerciais, salão de festas e churrasco, espaço fitness, lavanderia e horta coletiva, ecotelhados acessíveis, estacionamento e restaurante popular.

O objetivo é fornecer propriedades para incentivo ao convívio entre os moradores e a vizinhança onde são inseridos, além de aplicar conceitos de conforto térmico, lumínico e ações sustentáveis de projeto.

Palavras-chave: Complexo habitacional, indivíduos de baixa renda, integração social, função do arquiteto e incentivo.

ABSTRACT

The TFC project shows the importance of social integration of low-income individuals through the role of the architect in the design of a social housing complex.

The complex includes housing for families of two and four members, a public square, nursery, shopping stores, party room and barbecue, fitness space, laundry and collective garden, accessible ecotel, parking and popular restaurant.

The goal is to provide properties to encourage living between residents and the neighborhood where they are inserted, and apply concepts of thermal comfort, lighting and sustainable design actions.

Key-words: Housing complex, low income individuals, social integration, role of architect and incentive.

SUMÁRIO

1

2

3

INTRODUÇÃO

REFERENCIAL TEÓRICO

REFERENCIAS PROJETUAIS

2.1 INTEGRAÇÃO SOCIAL 2.2 AÇÕES SUSTENTÁVEIS DE PROJETO 2.3 CONFORTO AMBIENTAL

3.1 UNIDADE HABITACIONAL DE MARSELHA 3.2 HABITAÇÃO SOCIAL – ATELIER DU PONT 3.3 EIGHTH HOUSE 3.4 SUPERKILEN

(12)

1.1 OBJETIVO 1.1.1 OBJETIVO GERAL 1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 1.2 JUSTIFICATIVA 1.3 METODOLOGIA

(18)

8

(26)

4

5

6

LEVANTAMENTO DE DADOS

ESTUDO DO PROJETO

PROJETO

4.1 ESCOLHA DA ÁREA 4.2 LEITURA DO TERRENO E ENTORNO 4.2.1 RECURSOS NATURAIS 4.2 MAPAS 4.2.1 USO DO SOLO 4.2.2 GABARITO 4.2.3 SISTEMA VIÁRIO 4.2.4 FIGURA E FUNDO 4.2.5 MAPA DE RUÍDOS SONOROS

5.1 RESTRIÇÕES 5.2 PREMISSAS DE PROJETO 5.3 CONCEITO 5.4 PARTIDO 5.5 PROGRAMA DE NECESSIDADES 5.6 ORGANOGRAMA 5.7 FLUXOGRAMA 5.8 PLANO DE MASSAS 5.9 VOLUMETRIA

(44)

(82)

9

(102)

6.1 SOLUÇÃO TOPOGRÁFICA 6.2 ESTUDOS DE FACHADA 6.2.1 ELEMENTOS DE PROTEÇÃO 6.3 PLANTA DE SITUAÇÃO 6.4 IMPLANTAÇÃO 6.5 PLANTAS 6.6 CORTES 6.7 ELEVAÇÕES 6.8 DETALHAMENTOS 6.9 VEGETAÇÃO 6.9.1 ECOTELHADO 6.10 MATERIALIDADE 6.11 MAQUETE ELETRÔNICA

O conforto, segundo Aloísio (2005) é considerado um dos principais valores ao pensar em uma edificação, pois nem sempre a elegância das formas se correspondem as suas soluções adotadas.

Desta forma, uma edificação precisa atender um conjunto de necessidades de acordo com as orientações no tempo e espaço, “como se oferecesse consolo interminável ao ser humano” (Aloísio, 2005, p. 13), assim, considera-se uma dessas necessidades o repouso e a privacidade, onde permite-se que o indivíduo se sinta aconchegado sem parecer um simulacro da sua rotina agitada. Esse repouso surge quando se pensa em resgatar a edificação como forma de abrigo, restrito à temperatura, umidade, som e tudo aquilo que possa ser mensurado dentro da satisfação humana.

causado devido à ausência de saneamento básico e superlotação nas moradias.

Bonduki (2013) também destaca outros inúmeros problemas relacionados a deterioração, enquanto a segregação social do espaço garantia a elite áreas de uso exclusivo. No mesmo quadro, os cortiços eram habitações coletivas, produzidas em série e de baixo custo, era considerado apenas um teto para dormir com dimensões mínimas (como 3 metros de frente e 5 a 6 metros de fundo, capacitando no máximo 4 pessoas). Esses alojamentos, se caracterizavam por inúmeros fatores negativos como:

Desta forma, é possível distinguir o conforto do luxo. Não é necessário um poder aquisitivo alto para conseguir um projeto bem elaborado nas questões de conforto, pois esses aspectos não-visuais de conforto se expressam nas sensações agradáveis dos seres humanos. No mesmo contexto, pode-se observar o conforto dentro do tema sociocultural, ao observar o nível de liberdade obtido em casa após um longo dia de trabalho e o conforto corporal atingido sob convívios e o psico-espiritual associado ao alivio de estar em casa. Assim, a moradia deveria ser o local onde os moradores devem se sentir “acolhidos, protegidos, estáveis, aptos a repousar, sonhar, sentir-se especial” (Aloísio, 2005, p. 39 e 49), e essa evidencia do conforto corporal, sociocultural e psico-espiritual faz com que os sentidos humanos se comuniquem com o espaço construído, seja ele pelos cinco sentidos, olfato, tato, sentido do calor, audição e visão.

• Falta de capacidade e má distribuição do layout interno; • Ausência de luz e ventilação necessária; •

Carência de saneamento do terreno

Na mesma ordem cronológica, no ano de 1940, como solução para essa insalubridade, foram desenvolvidos programas do governo para habitações coletivas. Assim, se inicia uma sequência de incentivos governamentais para a conquista da casa própria, destacando a Fundação da Casa Popular (FCP), como primeiro órgão federal no Brasil e o Banco Nacional de Habitação (BHN) para restruturação das cidades brasileiras para o combate ao déficit habitacional, porém, em sequência o BNH foi extinto e no ano de 1986 e foi incorporado ao banco da Caixa Econômica Federal.

No mesmo sentido, é possível analisar problemáticas notórias nas habitações sociais desde o século XIX até a contemporaneidade. É importante mencionar uma breve revisão histórica para compreensão da trajetória da habitação social, desta maneira, um quadro cronológico afirmado no livro “Origens da habitação social no Brasil: Arquitetura moderna, Lei do Inquilinato e difusão da casa própria” de Nabil Bonduki (2013) evidencia o desinteresse político em aplicação de habitações sociais que priorizam conceitos de habitabilidade, entre elas as questões de conforto ambiental.

A crise habitacional não havia sido solucionada, e sob comando do presidente Fernando Henrique Cardoso, foi adotado o programa Pró-Moradia, Programa de Arrendamento Residencial (PAR) e também uma nova postura com base nos recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), o mesmo desenvolvido para beneficiar indivíduos com renda de até três salários mínimos.

Deste modo, Bonduki (2013) afirma que no século XIX quando existiam os cortiços como habitação para indivíduos de baixa renda, era evidente as questões da má qualidade de projeto e segregação espacial. As habitações eram desenvolvidas para um grupo mínimo de pessoas, pensado na moradia como apenas um pequeno espaço para dormir, priorizando o trabalho como principal atividade. Desta maneira, “um véu negro encobre os alojamentos dos trabalhadores: ninguém os via, ninguém os descrevia”.

(Bonduki, 2013, p. 21), não se planejava habitações pensando no conforto e bem-estar desses usuários. No mesmo sentido, essa população apenas ganhou destaque pelo poder público devido as questões de surtos epidêmicos que acentuavam riscos à saúde pública e interferiam na vida de indivíduos de alta renda, o mesmo 1 INTRODUÇÃO

• Má qualidade das construções;

Ainda segundo Bonduki (2013), em 2003 Luís Inácio Lula da Silva priorizou a inclusão de setores excluídos do direito à cidadania criando o Ministério das Cidades. E em 2009, desenvolveu o programa ‘‘Minha Casa, Minha Vida’’ com o objetivo de fornecer moradia para um número significativo de indivíduos, mas foi criticado devido ao não cumprimento deste objetivo.

Diante disso, tal situação se repete na contemporaneidade, tornando-se notório um quadro de escassez de edificações que priorizam a relação entre usuário-edificação e edificação-meio, protagonizando apenas os conceitos/interesses de reprodução em massa, e especulação imobiliária, de forma a evidenciar a ausência 12

1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

de habitação de qualidade com problemas de conforto, sustentabilidade e integração social. Assim, devido a demanda por habitação social, toma-se um olhar de “habitação como mercadoria” e como consequência ocorre a segregação das populações de baixa renda e a carência em espaços coletivos de infraestrutura.

•

Propor moradia inclusiva para população de baixa renda se apropriando de um vazio urbano com infraestrutura.

•

Desta maneira, após o entendimento da relação do homem com o espaço construído, conceitos sobre conforto, integração social e ações sustentáveis foram aplicados no trabalho em questão. Através disso, realizando levantamentos de entorno no bairro Campos Elíseos, na zona norte 1 em Ribeirão Preto prevendo o projeto de um complexo habitacional de interesse social.

Considerar o bem-estar dos usuários como fator dominante no desenvolvimento do projeto a fim de fornecer propriedades arquitetônicas de relação de pertencimento ao lugar.

•

Utilizar a integração social como fator dominante na proposta do complexo habitacional social.

Ainda no mesmo raciocínio, para melhor entendimento sobre o tema abordado foi desenvolvido na primeira instância um mapa mental evidenciando palavras chaves que se remetem a uma habitação de interesse social. Através dessa ideia, foram extraídas várias diretrizes de projeto fundamentais para o desenvolvimento da proposta, como: integração social, conforto ambiental e ações sustentáveis.

1.2 JUSTIFICATIVA Tal pesquisa se justifica devido à falta de projetos personalizados para determinados tipos de situação e segregação de populações de baixa renda. O olhar da habitação social como mercadoria, toma como premissa o conceito de reprodução em massa e especulação imobiliária oferecidas pelo mercado, desfavorecendo o papel do arquiteto e fornecendo um projeto com carência em inúmeras questões, principalmente nas questões de conforto ambiental.

No mesmo sentido, o foco desta pesquisa objetiva integração social, porém, conforto e sustentabilidade serão fatores dominantes desde a escolha do local de implantação até o desenvolvimento do projeto, uma vez que habitações populares são implantadas em extremidades urbanas, sem muita infraestrutura e acesso a equipamentos públicos. Desse modo, é possível justificar o descaso populacional de indivíduos de baixa renda com a seguinte afirmação de Raquel Rolnik (2015): “Para lá foram removidos os “invasores” das zonas centrais, em fronteiras recém-abertas ou precariamente consolidadas de “não-cidades”” (Rolnik, 2015, p. 367)

Ao remeter a população de baixa renda como “invasores”, interpreta-se o caso como uma grande massa populacional irrelevante. Essa massa, desprovidas de qualidade de vida e moradia digna, designadas para locais que não comportam suas necessidades de “ir” e “vir” sendo necessário percorrer grandes distancias para ter acesso a lazer, transporte público, hospitais, escolas, creches etc, desse modo, justificando a colocação de Rolnik (2015) de “não-cidades”.

Figura 01: Mapa mental. Fonte: Autora, 2019.

1.1 OBJETIVO 1.1.1 OBJETIVO GERAL

Portanto, há relevância na aplicação de conceitos de conforto, sustentabilidade ambiental e integração social. Além de projetar uma habitação de interesse social designada a população de baixa renda priorizando as questões de conforto ambiental, também,

Desenvolver um complexo habitacional em Ribeirão Preto, adotando como diretriz principal integração social e espacial de indivíduos de baixa renda, além da aplicação de conceitos de conforto e sustentabilidade ambiental.

13

localizá-las em áreas com melhor infraestrutura proporcionando integração social, fornecendo propriedades para uma melhor condição de vida.

ticas do projeto. Também foi especificado a materialidade usada em fachadas, pisos externos e internos da edificação, sistema construtivo e a justificativa da inserção desses materiais e métodos no projeto. Outro ponto é o detalhamento das espécies de vegetação, como gramas, árvores, de modo que, sejam viáveis para determinada situação como calçadas e espécies para sombra.

1.3 METODOLOGIA

Seguindo os conceitos de: Aplicação de conceitos de conforto, sustentabilidade ambiental e integração social. A primeira etapa do trabalho, foi desenvolvida através de leituras de artigos e livros para compreender situações de indivíduos de baixa renda e as habitações de interesse social. Em seguida, foram realizados levantamentos de dados de áreas urbanas, visando a escolha de um local com infraestrutura capaz de atender as necessidades de indivíduos de baixa renda e com potencial para receber o conjunto habitacional de interesse social e equipamento urbano em Ribeirão Preto, de forma a não reforçar a segregação. Foi feito uma pesquisa histórica dos bairros de Ribeirão Preto e devido a necessidade de locar os moradores em um local com infraestrutura foi aderido o bairro Campos Elíseos por ser um dos primeiros bairros a se urbanizar, sendo apto a suprir as necessidades dos moradores da habitação. A área é localizada em um vazio urbano no bairro Campos Elíseos e é composta de dois acessos, um na rua Rua Goiás de encontro com a rua Cap. Lino Engrácia de Oliveira e o outro acesso pela Avenida Eduardo Andréia Matarazzo.

Para finalizar foi elaborado um caderno de apresentação final, sendo que uma parte foi separada para justificar a solução encontrada na parte de aplicação de conforto e sustentabilidade e a outra para apresentação da proposta do projeto.

Após a escolha do local de intervenção, foi iniciado o levantamento em campo do entorno do terreno em um raio acessível aos pedestres, utilizado o aparelho celular para registros fotográficos e o uso de um drone para captações fotográficas aéreas. Esse levantamento abrangeu levantamento das legislações do bairro e o cálculo da densidade populacional capaz de habitar o terreno, avaliações do entorno do terreno considerando ventilação, insolação e outros agentes capazes de interferir no projeto e também foi indicado as edificações relevantes próximas ao terreno destacando sua importância. No levantamento de recursos naturais fora destacados pontos de ônibus acessíveis e sua trajetória, levantamento topográfico, de temperatura, umidade relativa do ar, ventilação, energia solar, vegetação existente e o estado de situação do córrego Ribeirão Preto situado a frente do terreno. Também foi levantado e analisado os mapas de uso do solo, sistema viário, figura e fundo, e mapa de ruídos sonoros.

Após a definição do conceito e partido, foi proposto um programa de necessidades dentro das normas da Habitação de Interesse Social de Ribeirão Preto aderindo as dimensões adequadas, além de inserir no complexo habitacional equipamentos públicos para lazer, convívio e comércios. Após a criação dos fluxogramas, foi iniciado o estudo do plano de massas pensando nas questões de topografia, ventilação e acessos.

No mesmo quadro foi iniciado o projeto arquitetônico, auxiliado por um software 3D capaz de dinamizar e verificar problemá1 INTRODUÇÃO

14

15

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 INTEGRAÇÃO SOCIAL

considerando que espaços de convívios em maior movimentação de pessoas gera segurança.

O primeiro ponto a ser discutido é a integração social, pensando na questão de onde inserir os indivíduos de baixa renda.

Terrenos distantes de infraestrutura costumam ser mais baratos de forma que as empresas obtenham um lucro maior. Assim, em parcela significativa dos casos esses indivíduos são segregados nesses locais distantes, dificultando a locomoção. Tal olhar é enfatizado no livro “Origens da habitação social no Brasil: Arquitetura moderna, Lei do Inquilinato e difusão da casa própria” de Nabil Bonduki (2013), em uma carta de um membro do comitê popular da vila Mazzeni:

“Logo, percebo que a casa já está toda ela acessível à memória, aberta diante mim. O quarto do casal com seus armários escuros, uma pesada colcha sobre a cama, livros sobre os criados mudos e uma gravura a carvão do desenho do Cristo no Jardim das Oliveiras à parede” (Aloísio, 2005, p.170).

Tal afirmação mostra que é importante considerar a relação de pertencimento dos usuários com o local onde habitam. Desta maneira, cabe ao arquiteto desenvolver um programa de necessidades que atendam as reais necessidades dos moradores, fornecendo propriedades para ela relação acontecer.

“Nós, moradores da zona norte somos uma imensa massa de sofredores que lutam diariamente contra todas as adversidades da vida, suportando os mais duros golpes de indiferença da administração pública – Carta do sr. Julio de oliveira, do comitê popular da Vila mazzei,in hoje, 21/10/1945)”.

(Bonduki, 2013, p. 294).

2.2 AÇÕES SUSTENTÁVEIS DE PROJETO

Esse ponto de vista se interliga com as afirmações de Raquel Rolnik (2015), onde ocupações irregulares são retiradas da centralidade e inseridas em programas de habitação social, de modo que, se questiona a questão de pertencer e não pertencer a um determinado local. Assim, é possível observar um interesse privado nesses modelos de habitação social, destacando a opressão e exclusão social. De forma que, o mercado apenas lança modelos inferiores da “geografia da desigualdade”.

O segundo ponto a ser discutido é a questão das ações sustentáveis no desenvolvimento do projeto de habitação de interesse social. Este tópico aparenta ser um tema amplo, porém, é possível esclarecer essa ideia ao adotar estratégias desde a escolha do terreno até a definição final do projeto, visando diminuir o impacto na natureza.

Desta forma, a ótica da autora Jourda (1955), é cabível ao tema. A mesma afirma que é necessário escolher estrategicamente o lugar de implantação de uma edificação, pois desta forma conseguimos reduzir em até 30% o cálculo mensurado dos impactos ambientais voltados para atividades de produção, construção, extração de matéria-prima do edifício. A expansão urbana interfere diretamente na emissão de gases de efeito estufa que interfere diretamente no aquecimento climático, por isso, uma das alternativas para amenizar esses impactos na construção de vazios urbanos, preservado o espaço natural ou cultivado.

Outro ponto relacionado ao descaso populacional de indivíduos de baixa renda foram as inúmeras necessidades urbanas.

A necessidade de estruturar equipamentos coletivos e serviços públicos apontados por Bonduki (2013) diante de habitações sociais que não valorizavam o espaço público. Sobre esse aspecto, Françoise-Hélène Jourda (1955) faz uma colocação que completa o raciocínio de Nabil, dizendo que o acesso a equipamentos escolares, creches, serviços públicos e administrativos, comércios, equipamentos esportivos e culturais valorizam a edificação, pois fornecem oportunidades para esses usuários melhorarem sua qualidade de vida. Além de implantar habitações de diferentes grupos sociais em um determinado local incentiva o convívio de diferentes grupos e culturas evitando a segregação espacial sem prejudicar a identidade cultural.

Sobre escolher estrategicamente o lugar de implantação de uma edificação, KWOK (2013) faz uma colocação que completa o raciocínio de Jourda, dizendo que a análise do terreno é uma etapa fundamental para desenvolver ações sustentáveis de projeto. Dessa forma, é possível entender quais as características de um terreno podem ser benéficas para o processo da construção de um projeto ao invés de ser considerada uma barreira que precisa ser rompida antes de iniciar a fase de criação.

Ao pensar no desenvolvimento preliminar, o fator que pode agregar quando pretende-se promover integração social, é abrir os espaços compartilhados da edificação para o público. É importante pensar na abertura dos espaços residuais de um conjunto edificado como pátios internos e quadras como uma forma de suprir a carência de espaços verdes de lazer e descanso para população, pois essa área tornando um espaço compartilhado público pode favorecer um número maior de pessoas do que seus próprios usuários, 2 REFERENCIAL TEÓRICO

Ainda dentro deste tema, deve-se destacar que o entorno de uma edificação com infraestrutura é necessário para vida dos usuários de um edifício, pois é necessário o abastecimento de 18

água, ligação a uma rede de fornecimento de energia elétrica ou de coleta de esgoto. A edificação também deve ser atendida por meios de transportes públicos que sejam acessíveis aos pedestres e usuários, pois permitindo um fácil acesso a menos de 400 metros, desta forma é possível diminuir o uso da utilização de automóveis individuais para chegar em seus determinados objetivos e previne a redução dos gases do efeito estufa, além de promover o uso mais frequente dos espaços públicos, gerando consequentemente maior segurança para os habitantes devido a esse movimento.

que sejam planejados fluxos com caminhos para pedestres e automóveis priorizando a segurança, principalmente para usuários com dificuldade de locomoção. Esses usuários, como pessoas com mobilidade reduzida, cadeirantes, carrinhos de bebes, malas, deficientes visuais, crianças pequenas etc. se diferem, pois, necessitam de mais espaço para sua locomoção, os mesmos devem ter acesso fácil a qualquer parte da edificação, desta forma, o edifício deve ser claramente sinalizado em todos os seus acessos. No interior do edifício as circulações devem ser facilitadas e contar com zonas de descanso bem iluminadas, com sinalização e adaptadas, além de utilizar as circulações verticais como rampas e/ou elevadores (Jourda, 1955).

É interessante que a proposta da habitação de interesse social se inicie da escolha de um vazio urbano, pois é necessário avaliar a necessidade de demolição de uma edificação, uma vez que nem todos os materiais poderão ser reutilizados e gerará desconforto para os indivíduos locais devido a ruídos e poeiras. Também é importante estudar a localidade da edificação em duas formas, uma no sentido de depósitos de detritos que contaminam o solo e o projeto fará essa redução de poluente e a outra no sentido de o local ser rico em fauna e flora para favorecer a edificação, uma vez que a vegetação tem uma grande capacidade de absorver gás carbônico e produzir oxigênio melhorando a qualidade e umidade do ambiente.

Considerando a implantação de garagens coletivas, é preferível projetá-las no nível térreo para que ela possa receber intempéries naturais como ventilação e iluminação natural e de forma que futuramente ela possa atender a um novo uso. Objetos que são concebíveis para resistir a intempéries é preferível que não se mobilize de recursos energéticos para protegê-los, assim o solo também pode continuar permeável e ter um potencial para cultivo.

(Jourda, 1955).

No mesmo sentido, é importante selecionar materiais na proposta da habitação social que não contribuam para redução dos recursos disponíveis no planeta e que forneça um canteiro de obra de baixo impacto ambiental, como materiais reutilizáveis por natureza ou pela sua forma de execução, como pré-fabricados, pré-moldados e pedras. Desta forma, os materiais renováveis devem ser considerados no quesito da reutilização e reciclagem, pois o material empregado em uma determinada obra pode ser reutilizado em uma outra construção ou para outro uso prevendo uma instalação que permita a desmontagem e uma fácil triagem desse material. E quando não reutilizados diretamente, devem ter características que permitam a reciclagem. Nesse sentido, também deve ser pensado nas necessidades de transporte desses materiais, pois materiais que não são produzidos no local e precisam ser transportados de longas distancias aumenta consideravelmente a emissão de CO2 e outros gases poluentes. Outra questão fundamental é observar as condições sociais que não respeitam os direitos dos trabalhadores, como trabalho infantil, segurança, remuneração etc.

Outro fator dominante da escolha do local, se baseia em fatores que não oferecem conforto para os usuários provocados pela acústica, olfato (instalação industrial próxima), eletromagnéticos (linhas de alta tensão, antenas etc) e com um nível de poluição aérea elevado. Porém, estas questões devem ser levantadas junto com o plano diretor.

Para o desenvolvimento preliminar, começando pelo programa de necessidades deve-se pensar qual será a sua destinação de uso da edificação, se será pensado nas reduções de desconfortos ambientais, conforto, superfície, instalações, promoção da vida coletiva e etc. Desta maneira, Françoise-Hélène Jourda (1955) afirma que uma habitação individual isolada para aplicação do desenvolvimento sustentável não possui um grau aceitável de eficiência, pois loteamento de casas unifamiliares utilizam grande parte do solo para um pequeno número de habitantes por metro quadrado.

No mesmo cenário, as exigências programáticas devem ser adaptadas para receber outros tipos de necessidades das gerações futuras que possam habitar o mesmo local. Outro ponto positivo quando se pensa em programa, é promover a interação e a comunicação entre diferentes habitantes ou usuários, como por exemplo o uso de lavanderias coletivas, área para recepção e áreas para atividades coletivas possibilitando uma maior qualidade de vida.

Complementando o raciocínio da autora, KWOK (2013) afirma que superfícies permeáveis são fundamentais para um projeto ecológico, aderindo os pisos permeáveis que são considerados secos ou possuem uma cobertura vegetal que permite que a água da chuva se infiltre e flua pelas camadas subsuperficiais do solo. Os pisos permeáveis são muitos indicados em edificações ecológicas, pois evitam o escoamento da água pluvial urbana e diminuem o fluxo de poluentes no terreno. Essas superfícies podem ser utilizadas em diversas escalas e são efetivas em seu uso; os tipos de materiais utilizados podem variar entre sistema de grelha plástica que comportam pedestres e tráfegos leves, pavimento asfáltico poro-

Circulação de pedestres, automóveis e a inclusão de deficientes também é um ponto a ser planejado no desenvolvimento preliminar. A organização de setorização da circulação é fundamental para evitar riscos de acidentes, portanto, é necessário 19

so que contém partículas pequenas de agregados, pavimentos de blocos porosos e concreto poroso de cimento Portland que utiliza areai e agregados.

dióxido de carbono melhore as condições de umidade do ar (Jourda, 1955).

No mesmo sentido, outra ideia preliminar se baseia na movimentação de terra do terreno quando se estuda a topografia a ser adotada. É importante pensar na topografia de um determinado local e como o mesmo será solucionado. Deve-se pensar no projeto de platôs e subsolos pois demanda grande movimento de terra fazendo com que essas grandes quantidades de entulhos sejam transportadas gerando custo energético e poluição devido a emissão de C02 dos automóveis, ruídos e poeira. Assim, é necessário que caso haja movimentação no projeto, o mesmo seja resultante de uma triagem e/ou reutilizado no próprio terreno (Jourda, 1955).

Outro ponto, é a existência de materiais que podem ser fontes de emissão de partículas nocivas e poluentes, como “compostos orgânicos voláteis (VOCs)” e o formaldeído. As emissões de enxofre e de dióxido de azoto também são prejudiciais para saúde dos usuários de uma edificação. Assim, para redução do custo energético relacionado a manutenção desses materiais, é fundamental proporcionar fácil acesso a todas as áreas construídas como interior do edifício, cobertura, fachada etc., de forma que, seja possível a limpeza regular a partir de acesso as varandas, terraços, plataformas técnicas, dispensando o uso de dispositivos mecânicos (Jourda, 1955).

Ainda no tema de ações sustentáveis de projeto, é importante considerar ações sustentáveis no método de utilização dos materiais para vedação de uma edificação. O isolamento de uma edificação é fundamental para o olhar ecológico do sistema. É importante pensar na redução do consumo de energia obtendo-se valores adequados no isolamento ecológico, desse modo, aderindo o uso mais eficiente dos materiais diminui o desperdício e ajuda a reduzir os custos da construção. No mesmo cenário, considerando o uso de materiais alternativos, a cobertura verde oferece muitos benefícios pois reduz o efeito de ilha térmica podendo gerar altos valores de isolamento, além de criar um possível habitat para fauna e flora local. Nesse sentido, as matérias que duram mais no tempo reduzem a demanda de recursos e resultam em menos energia incorporada (KWOK, 2013).

As operações de construção para métodos previstos gerarão menos danos ambientais. Prever a forma de acesso ao canteiro de obras e os meios de transportes de matérias (estradas, vias férreas, canais) é importante para garantir a sustentabilidade, as reduções do tempo do canteiro podem ser reduzidas através de pré-fabricados e evitando desconfortos ambientais. Outro ponto é a questão de segurança do canteiro de obras em condições de trabalho, como ruídos, poeira, emissão de gases tóxicos, inalação de partículas de fibras.

Ainda sobre estudo preliminar de projeto, é importante pensar na captação de aguas pluviais em telhados, chamadas de “água gratuita”, fachadas e pisos, de forma que, sejam armazenadas em cisternas ou tanques a céu aberto favorecendo a instalação de biótipos específicos para zonas úmidas, assim, é possível evitar a sobrecarga da rede de esgoto reduzindo o risco de inundação e possibilitando a utilização do uso dessa agua coletada como descarga de bacias sanitárias, limpeza de áreas externa e para regar jardins. As águas cinzas, provenientes de higiene pessoal, também podem ser tratadas de forma natural por filtragem ou fito depuração e podem ser utilizadas da mesma forma que as aguas captadas da chuva. Esses dispositivos precisam de cisternas e tanques externos ao edifício. Outro ponto, é a utilização de equipamentos hidráulicos ecológicos, como torneiras e válvulas de descarga visando a redução da utilização da agua, outro ponto é o cultivo de vegetações que necessitem de pouca rega (Jourda, 1955).

Outro elemento é a utilização de “Fachadas duplas”, que são sistemas de paredes externas com várias camadas utilizando na parte transparente como fachada da edificação. Ela varia como tradicional janela protetora, utilizando uma fachada externa, um espaço intermediário e outra fachada interna capaz de vedar e servir como proteção climática e acústica. Também é possível por meio de frestas utilizar elementos de abrir para ventilar esse espaço intermediário nos dias quentes (KWOK, 2013).

No mesmo assunto, as coberturas verdes podem ser usadas para absorção de água de chuva e elevar a resistência térmica e a capacitância da cobertura em diminuir o efeito de ilha térmica.

As coberturas verdes extensivas possuem uma base de solo relativamente fina, tornando mais leve, barato e fácil de mante. Elas podem ser acessadas pelos usuários da edificação e podem ter um caimento de até 35°. São necessários 5 a 15 cm de solo leve com a mistura de base mineral de areia, pedregulho e matéria orgânica, além do solo deve haver um sistema de drenagem na água e uma barreira protetora para a membrana do telhado. Como as raízes das plantas se fixam nos tecidos geotêxtis da base para criar um todo unificado (KWOK, 2013).

Outro ponto da utilização da cobertura a favor da sustentabilidade, é a instalação de painéis solares em coberturas. As coberturas planas ou inclinadas podem ser projetadas para contribuir para a redução do consumo de recursos, desta forma, é necessário pensar na orientação solar adequada, acesso a esses equipamentos facilmente para sua manutenção e também pensar na vantagem de coberturas verde para aumentar a capacidade de isolamento e inercia térmica do conjunto edificado, pois devido a existência de uma camada de substrato a vegetação permite que a absorção de 2 REFERENCIAL TEÓRICO

20

2.3 CONFORTO AMBIENTAL

e da poluição, pois muitos solos são impermeabilizados causando aridez. (Jourda, 1955).

Apontado no livro de Aloísio (2005), a filosofia chinesa mostra o termo “Yin e Yang” como polos opostos reconhecidos na natureza e na vida social. Yin se associa a Terra, Lua, Noite, Inverno, Umidade, intuitivo e sintético. Porém, o Yang representa o Céu, Sol, Dia, Verão, Calor, Agressivo, competitivo e analítico. São aspectos diferentes, mas encontramos em um complemento das edificações.

Explicando melhor, em um projeto não se pode priorizar apenas a beleza da edificação, deve-se combinar esses polos de forma harmônica (Aloísio, 2005, p. 15 e 16).

Outro ponto que deve ser levado em consideração, é o destino das águas pluviais e residuais em um projeto. Nas edificações, os telhados e pavimentações são superfícies impermeáveis que podem ser coletadas para outros fins, assim, deve-se pensar em um espaço para essa atividade.

Na continuação do pensamento de Françoise-Hélène Jourda (Jourda, 1955), ao planejar uma edificação deve-se pensar em um entorno que não provoque sombreamento em função da irradiação solar, uma vez que a insolação é fundamental para um planejamento de energia solar passiva. Se aprofundando mais nas questões de conforto nas edificações, deve-se pensar em uma iluminação natural de qualidade e quantidade para espaços de permanência prolongada, reduzindo a necessidade de energia elétrica como fonte de consumo. Tomando como referência a orientação solar da fachada, deve-se dimensionar as janelas favorecendo essa posição, assim todas as janelas podem ocupar a mesma função, mas evitando de serem idênticas, pois favorecem a monotonia do local e o “copiar” e “colar”.

No mesmo assunto, Jourda (1955) afirma que para iniciar os pensamentos em um projeto de edificação, é importante considerar orientação solar, volumetria da edificação do entorno, implantação do terreno e etc., pensando no futuro balanço energético do edifício, que contabiliza o aquecimento, climatização, ventilação e iluminação. Também deve-se considerar a volumetria, pois altura e largura de edificações influenciam no clima. Determinados projetos podem gerar impactos positivos como microclimas urbanos, valorizando a entrada e saída de ventos, áreas ensolaradas. Fachadas e pavimentações podem formar massas térmicas importantes absorvendo a energia solar, como a energia solar ativa, utilizando painéis voltaicos e também a energia solar passiva, beneficiando o edifício pela irradiação usando fachadas duplas, orientação, superfícies envidraçadas e restituindo no período noturno, desse modo, é possível projetar espaços externos confortáveis para um possível local de convivência dos usuários.

No mesmo sentido, é necessário interligar o projeto arquitetônico com as questões de conforto, pensando na ventilação e iluminação natural. Uma dessas questões é o excesso de insolação sobre superfícies envidraçadas que podem causar superaquecimento interno dos ambientes durante o verão, porém, é importante considera-las em fachadas ensolaradas devido os possíveis ganhos solares passivos durante o inverno e as meias estações. Desta forma, todas as fachadas devem ser estudas de maneira singular.

Outro ponto quando se pensa no entorno, deve-se pensar em desconfortos sonoros, quando possui áreas de brincadeiras, jogos barulhentos, estacionamento, carga e descarga, desconfortos olfativos, como cozinhas, dejetos e lumínico, quando possuem placas luminosas, iluminação externas, sinalizações, portanto, é importante que os espaços sejam implantados de forma intencional, amenizando esses impactos negativos na vizinhança. Outro fator decorrente ao entorno é a altura do edifício em relação a orientação solar fazendo com que projete sombras nas áreas vizinhas.

Mesmo que o código de obras aborde essas questões de recuo, deve-se estudar cada caso em particular desenvolvendo um estudo de insolação das sombras projetadas sobre o entorno imediato e também pensando em futuras construções nos entornos que possam interferir negativamente no projeto.

Desta forma, as fachadas devem ser definidas e orientadas com base na insolação de acordo com as estações do ano e a movimentação solar durando o dia. No hemisfério sul, a fachada norte sempre recebe incidência solar e a sul nunca é ensolarada. Esse estudo permite projetar proteções solares adaptadas e eficazes para cada momento do dia, podem ser jardins verticais, toldos, persianas, proteção com laminas fixas ou orientáveis, esses elementos devem ser dispostos de forma frontal a fachada a uma certa distância das aberturas para permitir boa ventilação (Jourda, 1955).

Ainda nas afirmações de Jourda (1955), é interessante inserir métodos ditos “passivos” que resfriem naturalmente os ambientes, aumentando a sensação de frescor. Um método passivo de resfriamento é a movimentação do ar de forma natural sob diferença de pressão entre duas fachadas, uma exposta ao sol e a outra sombreada. Outro método, é a adoção de ventilação cruzada aproveitando o resfriamento noturno. Assim, permitindo uma boa ventilação, evita-se o uso de ventilação mecânica economizando consideravelmente o consumo de energia elétrica, além de, não agredir o meio ambiente e reduzir custos para os usuários dessas moradias, como é afirmado abaixo:

No mesmo quadro, elementos externos para um bom convívio e preservação dos biótipos podem ser considerados através de paredes acústicas, muros quebra-vento, insolação, proteção solar, qualidade dos revestimentos. Preservar os biótipos como fauna e flore, levam muito tempo para atingir a maturidade, em terrenos degradados as espécies nativas como a bétula ajuda a reconstruir os húmus necessário para uma vegetação mais rica. É necessário fertilizar nossa cidade, protegendo-a de desconfortos ambientais 21

Dessa forma, para uma iluminação diurna de sucesso é necessário o acesso imediato as partes da abobada celeste com a finalidade de provocar uma iluminação adequada. Dessa forma, o método de “zoneamento da iluminação natural”, permite agrupar vários espaços internos de uma edificação com a exigência de luminosidade adequada. Assim, podem ser criados esquemas de iluminação natural conforme as aberturas, criando zonas de iluminação em cada cômodo. Esse método exige que o projetista considere a localização e orientação do sol mais os horários de uso, visualizando a melhor eficiência possível de casa ambiente.

“Graças a essa concepção dita passiva, os ambientes bem protegidos do sol e ventilados generosamente costumam dispensar os sistemas elétricos de condicionamento de ar” (Jourda, 1955, p. 36).

No mesmo seguimento, dentro do contexto do estudo preliminar, um ponto interessante a se considerar é promover uma boa iluminação nos espaços de convívio e de circulação, assim fornecendo um bom funcionamento de certas atividades externas, os espaços de convívio devem possuir conforto para sua utilização, desta forma, um bom planejamento permite que os usuários usufruam desse espaço economizando espaço nas áreas internas de cada moradia.

O primeiro elemento capaz de permitir a entrada de luz na edificação é a “vidraça”, um termo aplicado a partes do sistema de vedações de uma edificação que são transparentes ou translúcidos.

As vidraças são utilizadas por sua aparência, por permitir a entrada de luz, radiação solar direta, trocas de ar e por proporcionar vistas, assim, é necessário administrar e compreender esse uso com sabedoria para garantir o sucesso da implementação (KWOK 2013).

Outro ponto, é que a iluminação natural também deve ser utilizada em espaços de circulação para reduzir o consumo de eletricidade gerado pela iluminação artificial, assim, os espaços de distribuição, corredores, vestíbulos, escadas ou rampas devem ser estudados, embora tais espaços não sejam prioritários em termos de iluminação natural por serem utilizados de maneira intermitente, porém, um lugar com boa iluminação natural incentiva os habitantes a utiliza-las em vez dos elevadores (Jourda, 1955).

No mesmo sentido é importante citar a existência de células voltaicas integradas a vidraça, capaz de gerar um pico de 129W/m² para parte voltaica do sistema, uma tecnologia bem aproveitada para utilização da energia (KWOK 2013).

Interligando o pensamento sobre qualidade de ambientes, Aloísio (2005) afirma que é preocupante as questões de qualidade do ar em habitações com cômodos reduzidos, com menor volume de ar e maior densidade de pessoas, pois é necessária uma ventilação mais intensa. Desta forma, a combustão dos fogões, uso de produtos químicos de uso doméstico, persianas, carpetes, forros etc podem ser prejudiciais a longo prazo devido a irritabilidade das vias respiratórias e pode vir a ser cancerígeno caso não houver uma boa ventilação (Aloísio, 2005).

Outro elemento é a utilização da iluminação lateral, zenital e a estantes de luz. Essas estantes de luz são empregadas com a finalidade de proporcionar iluminação natural mais homogênea na edificação através da forma, material e da posição da estante de luz. É possível colocar a estante de luz no interior ou no exterior da edificação, ou em ambos, porém, o essencial é que haja uma vidraça diretamente acima do plano desse elemento para redirecionar essa luz diurna que incide. Esse sistema é capaz de diminuir as despesas com iluminação elétrica e são soluções apropriadas para o problema de incidência de luz unilateral (KWOK 2013).

Já a escolha de matérias construtivos envolve a questão do comportamento térmico do edifício. A inercia térmica, proveniente de determinados materiais permitem assegurar um certo conforto e reduzir as necessidades de energia durante o verão e o inverno, no inverno a massa conserva o calor e o difunde lentamente, e no verão o frescor acumulado durante a noite por uma boa ventilação é estocado na massa dos materiais, retrocedendo durante o dia. Os materiais que asseguram essa massa térmica podem ser o concreto, pedra, terra, tijolo maciço e etc. Deve-se pensar na junção entre dois materiais de condutividade térmica diferente no envoltório, pois essa chamada “ponte térmica” são prejudiciais para o conforto térmico durante o verão e o inverno (Jourda, 1955).

Outro ponto são os “elementos de proteção solar”, que conseguem reduzir significativamente os ganhos térmicos de uma edificação e ao mesmo tempo proporciona ventilação natural. Proteger da radiação direta os elementos da vedação de uma edificação pode diminuir radicalmente os ganhos térmicos durante a estação de resfriamento (KWOK 2013).

No mesmo raciocínio, um método eficiente para reduzir o consumo de energia na refrigeração mecânica é eliminar sua necessidade por meio de um projeto adaptado ao clima, assim é necessário identificar estratégias apropriadas com base nos dados climáticos mensais registrados em uma carta climática. No mesmo cenário, na refrigeração passiva, uma das opções é utilizar a “ventilação cruzada”, pois proporciona um fluxo de ar externo mais frio através de um espaço, e esse fluxo remove o calor da edificação.

Essa alternativa de resfriamento direto do usuário em função da maior velocidade e da menor temperatura ar proporciona conforto. A capacidade de refrigeração depende da diferença de tempe-

No mesmo seguimento KWOK (2013) complementa as afirmações de Aloísio e Jourda, indicando os pontos chaves para um projeto de arquitetura sustentável, incluindo: iluminação natural, resfriamento passivo e acústica .

2 REFERENCIAL TEÓRICO

22

ratura entre o ar do interior e o ar do exterior e essa diferença de temperatura resulta em um efeito de refrigeração irrisório (KWOK 2013).

Outro tipo de resfriamento para Kwok (2013) é a opção de “ventilação por efeito chaminé”, uma estratégia que aproveita a estratificação da temperatura, se baseando na medida que esquenta o ar se torna menos denso e sobe e o ar externo que substitui o ar que subiu. Esse sistema de convecção natural cria a sua própria corrente de ar, no qual o ar mais quente é evacuado em um ponto alto, enquanto o ar externo mais frio entra em um nível inferior.

No mesmo cenário, edificações subterrâneas ou contra taludes são importantes também para tirar partido levando em consideração o controle climático capaz de adquirir do subsolo. Desse modo, inserindo a edificação em uma profundidade do solo a 1,8 metros ou mais em relação ao solo permite a alteração da temperatura melhorando o desempenho dos sistemas de vedação do edifício ao reduzir a magnitude de perda e ganho térmico por condução e convecção, além disso o projeto permite reduzir 50% ou mais das cargas e os custos de refrigeração (KWOK 2013).

23

3 REFERÊNCIAS PROJETUAIS

3.1 UNIDADE HABITACIONAL DE MARSELHA Arquiteto: Le Corbusier Localização: Boulevard Michelet, 13008 Marseille, França Ano: 1952

A Unidade Habitacional de Marselha é uma obra brutalista construída entre 1947 e 1952 pós-guerra, e a principal ideia extraída foi o programa de necessidades que se comporta como uma cidade vertical, incluindo comércio, serviço e lazer na própria habitação. Essa proposta se repete até a contemporaneidade como a edificação 8 house do arquiteto BIG – Bjarke Ingels Group, e é fundamental para integração de indivíduos.

O estilo da edificação se classifica como modernista, o mesmo possui 140 metros de comprimento, 24m de largura e 56m de altura, com 18 pavimentos e 58 aparamentos duplex. O clima do local é mediterrâneo e o edifício é voltado para o eixo norte-sul.

Apartamentos interconectados em pares e um corredor ao redor de acesso central. O projeto visa atender 1 a 8 pessoas por apartamentos com 98m², porém existem variações nos tipos de unidades.

Figura 02: Fachada unidade de habitação de Marselha, comparando com um transatlântico. Disponível em:<http://www.cronologiadourbanismo.ufba.br>.

Acesso em: 08 abril 2019.

Conceito: O conceito se baseia em garantir autonomia operacional e relação ao exterior de forma que responda as necessidades dos moradores.

Partido: Proporção de escala e teorias modulares baseando-se em uma integração inovadora de sistemas de distribuição de bens e serviços e variedades de tamanhos de apartamentos, tomando como forma um transatlântico.

Tecnologia: O diferencial da edificação é o sistema em módulos baseado nas medidas do corpo humano, essas medidas foram inspiradas na representação do Homem Vitruviano que representava equilíbrio, beleza, harmonia e perfeição das proporções do corpo humano. Outro ponto é o uso do telhado como função de centro, abrangendo uma pista de atletismo de 300 metros, ginásio coberto, clube, enfermaria, berçário e tornando um espaço social.

Estrutura: O edifico é composto por dois sistemas construtivos diferentes, a macro da estrutura formado por vigas e pilares moldado em loco e uma grelha estrutural conectada ao solo sob pilotis. O encaixe desse sistema é formado por componentes pré-fabricados.

Figura 03: O modulor. Disponível em: <https://pt.wikiarquitectura.com>. Acesso em: 08 abril 2019.

Planta: Na planta de pé direito duplo, a entrada da unidade fica onde é a cozinha e a sala de jantar e a sala de estar fica no pavimento inferior onde estão os quartos e banheiros.

3 REFERÊNCIAS PROJETUAIS

26

Legenda: 1. Rua interior 2. Entrada 4. Dormitório com banheiro 6. Dormitórios

Material: O material da edificação é composto por concreto aparente e acabamento em vidro.

3. Sala comum com cozinha 5. Armários 7. Vazio da sala comum

7

6 6

5 4

2

1

3

Fig. 04: Planta. Fonte: http://tede.mackenzie.br alterado pela autora, 2019.

Figura 06: Fachada unidade de habitação de Marselha.Disponível em: <https://www.archdaily.com. br >. Acesso em: 08 abril 2019.

Corte: O corte mostra duas unidades que se encaixam e forma corredor de distribuição dos apartamentos, neste caso o pé direito duplo ajuda na entrada da iluminação em todos os cômodos.

6

5 12

4

7 3

Figura 05: Corte. Disponível em: <http://tede.mackenzie.br >. Acesso em: 08 abril 2019.

27

Figura 07: Detalhe da fachada. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br >. Acesso em: 08 abril 2019.

Através do detalhe da fachada, hachurado em amarelo é possível observar as dimensões das aberturas da janelas, os brises soleil desenvolvidos e a materialidade.

Figura 08: Detalhe da fachada 02. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br >. Acesso em: 08 abril 2019.

Implantação: A implantação segue a orientação solar, Le Corbusier proporciona insolação direta em todos os apartamentos controlados por brises soleil de manhã e à tarde.

Figura 11: Esquema para entendimento da divisão de dois apartamentos por um acesso único em vermelho. Disponível em: <http://tede.mackenziebr>. Acesso em: 08 abril 2019.

Equipamentos de uso coletivo: No 3° e 4° pavimento possui restaurantes, livrarias e escritórios. No 7° e 8° pavimento um pé direito duplo com área comercial e pontos de encontro já na cobertura tem creche, espaço para lazer, playground, piscina infantil, ginásio poli esportivo, pista de corrida e vista maravilhosa.

Espaço coletivo dos moradores Circulação Espaço público em pilotis Figura 09: Implantação. Disponível em: <http://www.cronologiadourbanismo. ufba.br >. Acesso em: 08 abril 2019.

Figura 12: Elevação 01 para entendimento dos espaços. Disponível em:<http:// tede.mackenzie.br>. Acesso em: 08 abril 2019.

Figura 10: Esquema para entendimento da planta. Disponível em: <http://tede. mackenzie.br>. Acesso em: 08 abril 2019.

3 REFERÊNCIAS PROJETUAIS

28

A: Área ao ar livre para entretenimento dos usuários da edificação.

A

B

C

Figura 15: Espaço coletivo. Disponível em: <http://tede.mackenzie.br>. Acesso em: 08 abril 2019.

Figura 13: Elevação 02 para entendimento dos espaços Disponível em: <http:// tede.mackenzie.br>. Acesso em: 08 abril 2019.

B: Corredor livre para circulação.

Estrutura em alvenaria demarcada na hachura.

Figura 16: Espaço comum. Disponível em: <http://tede.mackenzie.br>. Acesso em: 08 abril 2019.

Figura 14: Elevação 02 para entendimento dos espaços.Disponível em: <http:// tede.mackenzie.br>. Acesso em: 08 abril 2019.

29

3.2 HABITAÇÃO SOCIAL – ATELIER DU PONT

C: Pilotis - função de sustentar o edifício e deixar o pavimento térreo livre

Arquiteto: Atelier du Pont Localização: 94200 Ivry-sur-Seine, França Ano: 2016 - 2017 O estilo da edificação se classifica como contemporâneo, o mesmo possui 4100 m², teve um intervenção artística da YokYok. O projeto busca questões de sustentabilidade devido se instalar em área de risco.

O projeto é localizado em uma área de risco de inundação, portanto o arquiteto optou por elevar a edificação, denominado como caixa elevada, assim ele é composto por uma série de edifícios escalonados de dois a sete andares, essa tipologia remete as formas urbanas e modos de vida da cidade.

Os prédios são habitações coletivas e tem visão abrangente do bairro devido sua altura. São elevados acima do nível do solo, possui caminhos suspensos que passam pelas copas das árvores de um parque ao nível do solo oferecendo espaços privados, coletivos e públicos.

Conceito: Edificar em uma área de risco Partido: Uso de vegetação nativa como parte do projeto, elevando a edificação.

Figura 17: Espaço público. Disponível em: <http://tede.mackenzie.br>. Acesso em: 08 abril 2019.

CONCEITOS ADOTADOS NO PROJETO: Para desenvolvimento da proposta da habitação de interesse social serão adotados alguns conceitos baseados nas referências selecionadas. Dessa forma, na Unidade Habitacional de Marselha os principais conceitos adotados foram ideia de projeto, noção de espaço, e espaços coletivos no programa de necessidades, circulação e espaços públicos. Na questão da ideia de projeto, Le Corbusier se baseou no ‘’Modulor’’, em que as plantas e o layout foi pensado exatamente nas medidas do corpo humano proporcionando um conforto com os usurários daquela edificação. Outro ponto foi a orientação solar, em que o arquiteto com base em estudos de melhor aproveitamento e planejamento de espaço, rotaciona a edificação de forma que o vento e o sol incidam sobre o edifício.

Por último, as questões dos espaços são desenvolvidas em espaços coletivos no terraço com pista de corrida, restaurante, escritórios, livrarias etc. Enquanto o espaço comum é destinado aos corredores e áreas de circulação para os usuários da edificação. E o espaço público é o térreo, onde qualquer pessoa pode ter acesso devido ao uso de pilotis que faz abrir um grande espaço livre de convívio.

3 REFERÊNCIAS PROJETUAIS

Figura 18: Intervenção da artista YokYok relacionando com a escola próxima..

Disponível em: <https://www.archdaily.com/883652/social-housing-atelier-d-pont>. Acesso em: 08 abril 2019.

30

Elevação da edificação Passarelas e estacionamento embaixo

Figura 19: Elevação da Fachada. Disponível em: <https://www.archdaily.com/883652/social-housing-atelier-du-pont>. Acesso em: 08 abril 2019.

Implantação: A implantação mostra a escola próxima da habitação social criando uma ligação com as cores. Outro ponto visível é o destaque da vegetação existente com a posição alternada de cada caixa da edificação.

Figura 20: Implantação. Disponível em: <https://www.archdaily.com/883652/social-housing-atelier-du-pont>. Acesso em: 08 abril 2019.

31

Planta: É possível observar apartamentos (Aptos) em cinco disposições diferentes, de forma que o mesmo seja abraçado pela vegetação. Também se destaca a circulação em uma plataforma elevada.

Legenda: Apto tipo 01

Apto tipo 03

Apto tipo 05

Apto tipo 02

Apto tipo 04

Escada

Circulação

Figura 21: Planta R + 1. Disponível em: <https://www.archdaily.com/883652/social-housing-atelier-du-pont>. Acesso em: 08 abril 2019.

Figura 23: Corte. Disponível em: <https://www. archdaily.com/883652/social-housing-atelier-du-pont>. Acesso em: 08 abril 2019.

Na última planta existem mais três apartamentos com formatos diferentes, deixando o volume da edificação em diferentes níveis quando observado a fachada.

No detalhe é possível observar a estrutura de alvenaria e a posição dos tijolos na estrutura

Figura 22: Planta R + 6. Disponível em: <https://www.archdaily.com/883652/social-housing-atelier-du-pont>. Acesso em: 08 abril 2019.

3 REFERÊNCIAS PROJETUAIS

32

Figura 24: Detalhe do Corte. Disponível em: <https://www.archdaily.com/883652/social-housing-atelier-du-pont>. Acesso em: 08 abril 2019.

Figura 25: Fachada 01. Disponível em: <https://www.archdaily.com/883652/socia-housing-atelier-du-pont>. Acesso em: 08 abril 2019.

Figura 28: Vista aérea. Disponível em: <https://www.archdaily.com/883652/social-housing-atelier-du-pont>. Acesso em: 08 abril 2019.

Figura 26: Fachada 02. Disponível em: <https://www.archdaily.com/883652/social-hosing-atelier-du-pont>. Acesso em: 08 abril 2019.

Material: O material da edificação é composto por tijolos a vista na fachada 01 voltado para rua e concreto nas passarelas de circulação, já as coberturas algumas são cobertas por vegetação e outras com telhas.

Figura 29: Vista aérea da circulação elevada. Disponível em: <https://www.archdaily.com/883652/social-housing-atelier-du-pont>. Acesso em: 08 abril 2019.

É importante observar o contraste que o arquiteto faz com os tijolos, no pavimento térreo os tijolos são alternados, deixando vazios para passar corrente de ar, gerando uma espécie de cobogós, enquanto as paredes dos apartamentos já são tijolos intervalados com outros tijolos.

Figura 27: Detalhe fachada. Disponível em: <https:/www.archdaily.com/883652/ social-housing-atelier-du-pont>. Acesso em: 08 abril 2019.

Figura 30: Vista frontal da circulação elevada. Disponível em: <https://www.archdaily.com/883652/social-housing-atelier-du-pont>. Acesso em: 08 abril 2019.

33

CONCEITOS ADOTADOS NO PROJETO:

Legenda:

No mesmo sentido, a leitura da habitação social do Atelier Du Pont mostra que a habitação tem uma ligação com uma escola infantil muito próxima do local, essa ligação é feita através do uso de cores em comum criando um laço de integração com um equipamento que já era existente no local e com a habitação nova.

Apartamentos

Comércio

Acesso

Habitação

Casas geminadas

Este ponto pode entrar como fator de integração social na proposta do projeto, outro ponto é que também podemos incluir a ajuda da mão de obra dos usuários da edificação fornecendo propriedades para sensação de pertencimento.

Por fim, os dois últimos destaques do projeto de referência se baseiam no uso da vegetação existente como parte do projeto, criando uma plataforma elevada para contemplação das árvores em outra escala de vista, proporcionando o contato direto com as copas das árvores como se os corredores fossem abraçados pelas mesmas. No mesmo quadro, o uso do material utilizado na edificação é composto por tijolos simples na fachada, porém o arquiteto faz uma proposta cheios e vazios colocando um tijolo acima do outro e deixando espaços sem tijolos para entrada de iluminação e ventilação em determinadas áreas.

Figura 31: Processo criativo. Disponível em: <https://www.archdaily.com/83307/ 8-housebig/section3-3>. Acesso em: 08 abril 2019.

3.3 8 HOUSE

Após a locação das camadas, foi pensado nos acessos, era necessário abrir um caminho para acesso a praça, dessa forma o edifício foi torcido ficando em um formato de um 8 criando outros dois novos jardins e uma passagem de 9 metros de largura.

Arquiteto: BIG – Bjarke Ingels Group Localização: Copenhagen, Denmark.

Ano: 2010

A 8 house é um projeto habitacional multifamiliar e de uso misto que se localiza na na periferia da cidade de Copenhagen e possui 61 mil m² e 476 residências populares.

Projeto: O ponto de partida do projeto se baseou em estudos de acessos, solar e edificações de entorno. Com a simplicidade, variedade de usos e coerência, foi desenvolvido um bolo de camadas. Na base, marcada pela cor azul foi inserido os comércios devido a facilidade de contato com os clientes e por incidir menos insolação, em seguida a habitação popular marcada pela cor vermelho que localizada em um ponto mais alto permite uma maior incidência solar e vista para o rio. A parte verde é determinada por caminhos que criam jardins particulares para cada casa e permite que os moradores acesses as casas de seus vizinhos em um mesmo patamar; a cor amarela para as camadas dos apartamentos e roxo para as casas geminadas fechadas.

3 REFERÊNCIAS PROJETUAIS

Figura 32: Ilustração do sol na maquete. Disponível em: <https://www.archdaily. com/83307/8-housebig/section3-3>. Acesso em: 08 abril 2019.

34

A 8 house cria uma conectividade horizontal e interação dos moradores através de rampas acessíveis formando ruas internas para o pedestre e também permite circular desde o nível térreo até a cobertura de bicicleta ou a pé.

Figura 33: Rampa de acesso e jardins particulares. Disponível em:<https://www. archdaily.com/83307/8-hosebig/section3-3>. Acesso em: 08 abril 2019.

Programa de necessidades: lojas, restaurantes, galeria de arte, escritórios, creches, instalações educacionais, habitação com jardim particular, prédios, um telhado verde e passarela que conecta o edifício. No centro da edificação é localizado lavanderias coletivas e portaria. Também é dividido em dois pátios, o voltado para o oeste privado e o leste público que conecta o canal.

Figura 34: Implantação. Disponível em: <https://www.archdaily.com/83307/ 8-house-big/section3-3>. Acesso em: 08 abril 2019.

Figura 35: Vista aérea. Disponível em: < https://www.archdaily.com/83307/ 8-housebig/section3-3>. Acesso em: 08 abril 2019.

35

Figura 36: Planta residencial. Disponível em: <https://www.archdaily.com/83307/ 8-housebig/section3-3>. Acesso em: 08 abril 2019.

3 REFERÊNCIAS PROJETUAIS

Figura 37: Planta comercial. Disponível em: <https://www.archdaily.com/83307/ 8-housebig/section3-3>.Acesso em: 08 abril 2019.

36

Elevador Telhado verde

Figura 38: Corte. Disponível em: < https://www.archdaily.com/83307/8-housebig/section3-3>. Acesso em: 08 abril 2019.

Figura 41: Vista interna do edifício. Disponível em:<https://www.archdaily.com/83307/8-housebig/section3-3>. Acesso em: 08 abril 2019.

Figura 39: Vista da fachada. Disponível em: <https://www.archdaily.com/83307/8-housebig/section3-3>.

Acesso em: 08 abril 2019.

Figura 40: Janelas voltadas para direção do sol. Disponível em: <https://www.archdaily.com/83307/8-house-bigsection3-3>. Acesso em: 08 abril 2019.

37

CONCEITOS PROJETO:

ADOTADOS

NO

A 8 House será determinante na definição do plano de massas, através da priorização dos acessos, estudos do sol e ventilação será desenvolvido um plano onde os comércios e o estacionamento ficarão na base do edifício, enquanto a habitação ficará na parte acima para criar uma conectividade entre os vizinhos através do elemento horizontal que forma uma rua interna, chamado de passarela. O programa de necessidades também será extraído devido aos ambientes coletivos propostos, como lojas, restaurantes, creches etc.

3.4 SUPERKILEN Arquiteto: BIG – Bjarke Ingels Group Localização: Norrebro, Copenhague, Dinamarca.

Ano: 2011

O objetivo da proposta foi unir 60 culturas diferentes no projeto de um espaço urbano para os moradores de Norrebro. Essa diversidade no parque funciona como uma exposição mundial das culturas do mundo.

Projeto: O parque é dividido em três áreas, a praça vermelha, o mercado negro e o parque verde.

Figura 43: Implantação. Disponível em: <https://www.dezeen.com/2012/10/24/ superkilen-park-by-big-topotek1-and-superflex/>. Acesso em: 08 abril 2019.

Praça vermelha: é concebido como uma extensão das atividades esportivas, uma vida moderna urbana com café, músicas e esporte; O chão é de borracha cor de rosa e foram plantados arvores com flores vermelhas para combinar.

Mercado negro: é uma praça clássica com fonte marroquina, o banco turco, sob as cerejeiras japonesas como a extensão do pátio da área, onde os moradores se encontram.

Parque verde: área para piquenique, esportes e passear com o cachorro.

Figura 44: Parte vermelha, vista 01. Disponível em: <https://www.dezeen. com/2012/10/24/superkilen-park-by-big-topotek1-and-superflex/.> Acesso em: 08 abril 2019.

Figura 45: Parte vermelha, vista 02. Disponível em: <https://www.dezeen. com/2012/10/24/superkilen-park-by-big-topotek1-and-superflex/. >Acesso em: 08 abril 2019.

Figura 42: Vista aérea. Disponível em: <https://www.dezeen.com/2012/10/24/ superkilen-park-by-big-topotek1-and-superflex/>. Acesso em: 08 abril 2019.

3 REFERÊNCIAS PROJETUAIS

38

O mobiliário é personalizado de acordo com as culturas, como faixas neon da Russia, bancos de piquenique da Armenia, mesas de pingue-pongue da Espanha, bancos do Brasil, lixeiras de ferro funido do Reino Unido, Ringue de box da Tailandia, escorregador de Chermobyl, escalada da India, balanços do Iraque etc

Figura 46: Parte vermelha, mobiliário personalizado. Disponível em: <https:// www.dezeen.com/2012/10/24/superkilen-park-by-big-topotek1-and-superflex/>. Acesso em: 08 abril 2019.

Figura 48: Parte vermelha, mobiliário 01.

Disponível em: <https://www.dezeen. com/2012/10/24/superkilen-park-by-big/-topotek1-and-superflex/>. Acesso em: 08 abril 2019.

Figura 47: Parte vermelha, mobiliário 02. Disponível em: <https://www.dezeen. com/2012/10/24/superkilen-park-by-big-topotek1-and-superflex/>.

Acesso em:08 abril 2019.

Figura 49: Parte vermelha, mobiliário 03. Disponível em: <https://www.dezeen.com/2012/10/24/superkilen-park-by-big-topotek1-and-superflex/>. Acesso em: 08 abril 2019.

39

Figura 50: Mercado negro, vista 01. Disponível em: <https://www.dezeen. com/2012/10/24/superkilen-park-by-big-topotek1-and-superflex/>.

Acesso em: 08 abril 2019.

Figura 53: Mercado negro, bancos. Disponível em: <https://www.dezeen. com/2012/10/24/superkilen-park-by-big-topotek1-and-superflex/>. Acesso em: 08 abril 2019.

Figura 51: Mercado negro, vista 02. Disponível em: <https://www.dezeen. com/2012/10/24/superkilen-park-by-big-topotek1-and-superflex/.> Acesso em: 08 abril 2019.

Linhas pintadas no concreto que demarcam a circulação

Figura 52: Mercado negro, detalhe. Disponível em: <https://www.dezeen. com/2012/10/24/superkilen-park-by-big-topotek1-and-superflex/>.

Acesso em: 08 abril 2019.

3 REFERÊNCIAS PROJETUAIS

Figura 54: Mercado negro, mobiliários. Disponível em: <https://www.dezeen. com/2012/10/24/superkilen-park-by-big-topotek1-and-superflex/>.

Acesso em: 08 abril 2019.

40

Figura 55: Paque verde. Disponível em: <https://www.dezeen.com/2012/10/24/superkilen-park-by-big-topotek1-and-superflex/>. Acesso em: 08 abril 2019.

CONCEITOS ADOTADOS NO PROJETO: Os principais conceitos adotados do projeto foram o mobiliário personalizado, no caso da proposta será baseado no conceito de coral. Outro ponto são as linha pintadas no concreto que marcam o caminho, no projeto será adotado para o desenvolvimento da praça dentro do complexo habitacional.

Figura 56: Paque verde, passeio. Disponível em: <https://www.dezeen.com/2012/10/24/superkilen-park-by-big-topotek1-and-superflex/>. Acesso em: 08 abril 2019.

41

4 LEVANTAMENTO DE DADOS

4.1 ESCOLHA DA ÁREA

nado barracão de baixo a Terceira Seção que vem a ser o bairro Campos Elíseos e o Barracão de Cima correspondente a Sede que vem a ser o Ipiranga na década de 1960.

DA CIDADE AO BAIRRO

Foram levantados e analisados dados sobre a cidade de Ribeirão Preto e o bairro Campos Elíseos com a finalidade de implantar habitação de interesse social multifamiliar.

Ribeirão Preto, localiza-se na região nordeste do Estado de São Paulo e está a 313 km da capital do estado (PLHIS, 2010), possui uma população estimada no último censo de 2010 de 604.682 pessoas e ocupa uma área de 9.348km² e corresponde a 3,7% do território paulista (IBGE, 2010) e as coordenadas geográficas de Ribeirão Preto são: latitude -21,177°, longitude -47,810° e 563 m de altitude (https://pt.weatherspark.com).

O município apresenta terras roxas com relevos e amplos vales fluviais. No mesmo tema, Ribeirão caracteriza-se como umas das principais regiões econômicas do país, pois segundo dados do IBGE (2004), o PIB foi de R$ 5,5 bilhões e o PIB per capita de R$ 10.229,00 com o crescimento de 36,9% comparado ao ano de 2001. Esse fator foi determinante para o crescente dinamismo econômico, gerando vagas de empregos no município de 7,5% a mais em relação as demais regiões (PHLIS, 2010), apresentando uma forte capacidade de ofertar vagas de empregos.

Figura 58: Núcleo Colonial Antônio Prado.Fonte: Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto, 2010.

Ainda sobre a rápida urbanização, concentrou-se um tipo de população diferente da vinculada anteriormente, considerados imigrantes que foram instalados e exerciam diversas funções urbanas. Devido ao aumento dessa classe proletária formada no Núcleo Antônio Prado, surgiram novas indústrias intensificando mais a atividade urbana e o crescimento da cidade. Dentre nove industrias que se instalaram, uma das maiores indústrias denominada por Francisco Matarazzo foi instalada nos Campos Elíseos em 1935 aumentando mais a população urbana de Ribeirão Preto. A instalação dessas industrias demandou mais serviços no município, criando condições para mão-de-obra abundante e mercado consumidor.

Figura 57: Esquema hierárquico de localização. Na ordem, Estado de São Paulo,Ribeirão Preto e bairro Campos Elíseos. Fonte: Autora e base cartográfica do IBGE, 2019.

A história do bairro Campos Elíseos se origina do Núcleo Colonial Antônio Prado, foi construído em 1887 composto para abastecer a cidade de subsistência incluindo o café. Se encontravam na várzea do córrego Ribeirão Preto e Retiro, utilizando a estrada de ferro Mojiana como importante condicional físico. Com base nos córregos os núcleos foram divididos ao meio resultando em denominações como: Sede, Primeira Seção, Segunda Seção, Terceira Seção e Quarta Seção. Essas divisões comportavam diferentes tamanhos de terras para exercer atividades econômicas, um fator que já se mostrava importante para a urbanização do município.

Concluindo, o bairro Campos Elíseos foi fundado em 1887 e fazia parte da Terceira Seção do Núcleo, que foi uma das primeiras regiões a se urbanizar. O córrego Ribeirão contribuiu para a expansão do bairro devido as instalações de lotes que funcionavam como chácaras abastecidos pelo córrego. O bairro foi consolidado como um lugar onde as pessoas moravam, tinham lazer, entretenimento, e buscavam uma formação profissional devido a industrialização progressiva exigir uma necessidade de especialização de mão-de-obra.

Dessa forma, a Sede e a Terceira Seção foram se urbanizando rapidamente e abrigando mais atividades econômicas, construindo ao longo dos primeiros anos o bairro Barracão onde era denomi4 LEVANTAMENTO DE DADOS

Além disso, o bairro compunha de equipamentos importantes historicamente como ilustra a imagem abaixo destacadas 44

por setas. Os equipamentos delimitados no bairro Campos Elíseos eram Cemitério, Santa Casa, Asilo de Mendigos, Cervejaria e a Indústria Matarazzo.

mesmo sentido, o bairro é considerado predominantemente residencial e possui avenidas importantes de ligação, como Av. Eduardo Andréia Matarazzo, Av. Saudade e Av. Capitão Salomão que liga com a Av. Dom Pedro I. Ainda no mesmo quadro, o perfil socioeconômico é considerado de classe baixa e média conforte analisado, e possui poucos vazios urbanos conforme o mapa da prefeitura.

N7 N11

N3

N6

N12

N4 N2

O12

N9 N5

O6 N1

O5

L4

O2 CENTRAL

L2

O1

L L5

L1 S1

Figura 60: Esquema de localização do Subsetor Norte 1 (N1) e proximidades Fonte: Arquivo dwg disponibilizado pela prefeitura de Ribeirão Preto alterado pela autora, 2019.

Figura 59: Divisão social da cidade e destaque aos equipamentos. Fonte: SILVA, 2007.

Dessa maneira, o bairro Campos Elíseos se mostra viável para implantar a Habitação de Interesse Social, uma vez que o bairro foi um dos primeiros a se urbanizar em Ribeirão Preto, composto por um planejamento de infraestrutura devido as antigas instalações industriais e habitações.

Campos Elíseos N1

Sobre os dados técnicos, o bairro Campos Elíseos se localiza no subsetor norte 1 (N1) próximo ao centro (Central), além de margear zonas de fácil acesso, como N2, N3, N4, N5, L1,L2, L4, 02 e 06. O bairro apresenta um número significativo de equipamentos urbanos dentro de um raio acessível para pedestres, fornecendo uma diversidade de infraestrutura para os moradores da região. No

Figura 61: Vista aérea destacando o bairro Campos Elíseos. Fonte: Google Maps, 2019.

45

RENDA PER CAPITA

Após o isolamento das manchas de indivíduos de baixa renda nas cores vermelho, laranja e amarelo, fica evidente a localização periférica. Essas regiões periféricas são consideradas ainda em crescimento, portando, muitas vezes não possuem a infraestrutura necessária para atender toda essa população de baixa renda, como empregos, hospitais, lazer, desse modo acarretando um deslocamento para o centro ou centralidades de bairros próximos.

No mesmo cenário, através de uma leitura visual do mapa de Renda Per Capita de 2010 da cidade de Ribeirão Preto, é possível identificar uma parcela significativa de indivíduos de baixa renda entre salários de (152 – 562) e (563 – 719) em áreas distantes periféricas. Em contrapartida, é notório a concentração de indivíduos de rendas considerada alta nas zonas central e sul, dessa forma, evidenciando a segregação espacial entre indivíduos de diferentes condições salariais.

Legenda Demais áreas

Áreas de Renda Per Capita entre 563 - 719

Áreas de Renda Per Capita entre 720 - 990

Áreas de Renda Per Capita entre 152 - 562

N

Figura 62: Mapa de Renda Per Capita nos setores censitários de 2010. Fonte: IBGE, 2010. Autor: André Celarino

Figura 63: Mapa de Renda Per Capita de Ribeirão Preto. Fonte: Mapa IBGE adaptado pela autora, 2019.

Para uma melhor leitura visual, o mesmo mapa de Renda Per Capita de 2010 foi separado apenas por áreas de baixa renda, com a finalidade de leitura espacial em detrimento das condições salariais.

No mesmo sentido, foi delimitado a bairro dos Campos Elíseos para leitura de Renda Per Capita dentro desta área. Foram encontrados quatro rendas, predominando rendas baixas de 152 a 990 e uma menor parcela de renda de 991 e 1869.

4 LEVANTAMENTO DE DADOS

46

zonas central e sul tem um maior custo de vida enquanto nas zonas periféricas os indivíduos se juntam no mesmo domicilio para poder residir.

Legenda Área de intervenção Áreas de Renda Per Capita entre 152 - 562 Áreas de Renda Per Capita entre 563 - 719

Sinopse do Censo 2010 - Média de Moradores por Domicílio Oc upado

Áreas de Renda Per Capita entre 720 - 990 Áreas de Renda Per Capita entre 991 - 1869

0 a 2.33 2.34 a 2.8 2.81 a 3.25 3.26 a 3.7 3.71 a 289.67 Fonte: IBGE, Sinopse por Setores, Censo 2010;

Área de intervenção

CAMPOS ELÍSEOS

Figura 64: Mapa de Renda Per Capita delimitado dentro do bairro Campos Elíseos de Ribeirão Preto. Fonte: Mapa de Renda Per Capita de Ribeirão Preto adaptado pela autora, 2019.

DENSIDADE POPULACIONAL

De acordo com o mapa de Média de Moradores por Domicilio Ocupado, é possível observar um maior adensamento nas áreas periféricas, observando uma maior quantidade de pessoas na mesma edificação ocupada. Assim, comparando com o mapa de Renda Per Capita, em que os indivíduos de baixa renda residem na periferia, dessa forma, fazendo uma leitura de que moradias nas

Figura 65: IBGE: Cartograma em SVG: Sinopse do Censo 2010 - Média de Moradores por Domicílio Ocupado. Fonte: https://censo2010.ibge.gov.br/sinopseporsetores/export/svg.htm

47

LEGISLAÇÃO

Fonte: Prefeitura de Ribeirão Preto, acessado em 04.04.2019 no site https://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/J321/pesquisa.xhtml?lei=21377.

Os mapas a seguir foram desenvolvidos com base nos mapas disponibilizados pelo site da prefeitura de Ribeirão Preto, indicando abaixo de cada imagem o nome de origem de extração das informações.

AV .

E DUA

RDO

M ATA RA

ZZO AV ENI DA

SALOMAO

Legenda

VI A

EX PR E

SS A

2 10 34 42

NO RT E

01

4 02

1 50

1 7 4

1 42

26

118

13 4

RUA

23 3

2 41

249

26 8

2 63

2 57

281

288

4 41 3 42 3

4 23 4 13 2

2 0 2

226

233

23 9

251

263

199

MADALENA

190

169

GOIÁS

3 5 9

36 5

3 01

670

6 95

68 0

740

725

71 0

74 5

755

7 50

76 0

21 6

2 81

286

29 1

299

?

3 10

351

3 98

3 36

3 24

305

314

310

319

296

28 8

260

279

251

27 0

156

186

146

135

126

1 68

369

113

10 7

49

58

6 7

3 9

INÊS

93

TRAVESSA

1 15 34 42

194

2 04

2 19

18 4

119

117

253

449

444

10

4 90

277

2 69

118

44 9

44 4

490

MARECHAL

33 2

11 3

107

67

93

269

2 77

118

332

10

257

4

INÊS

253

AVENIDA

640

3 74

23 2 191

9

16 8

58

49

119

94

117

90

3 9

1 15 34 42

1 94

2 04

184

0 14 34 42

T RAVESSA

219

90

319

336

3 24

314

305

310

279

29 6

2 88

251

260

27 0

186

156

146

126

135

113

1 04

69

77

89

83

36 9 374

232

63 0

GA MA

0 14 34 42

GAMA

191

1 04

670

695

7 10

6 80

7 25

74 0

750

745

7 55

2 16

760

281

2 86

2 91

?

299

398

310

35 1

408

413

418

5 8

26

113

301

6 4 0

LUIZ

RUA

4 08

6 30

29

4 13

MADALENA

GOIÁS

365

359

0 12 34 42

620

38

37

2 7

0 12 34 42

1 99

190

44

242

128

151

6 5

56 50

28

1 57

147

159

46

24 5

287

281

74

141

153 56

2 69

2 75

69

1 35

3 14 34 42

22 0

226

233

257

263

251

2 39

1 69

1 51

15 7

91

85

75

109

SALOMÃO

119

6 6

215

MANFREDO

13 3

114

2 45

287

281

2 69

2 75

293

309

298

320

64

37

4 2 34 1 32

1 56

TRAVESSA

RUA

118

21 41 23 4

76

11 3

10 4

152

143

117

13 3

1 26

10 2

111

93

75

84

129

184

83

RUA

233

241

26 3

249

268

25 7

273

288

281

296

17 6

194

16

62 0

38

2 9

LUIZ 89

150

1 74

1 26

1 42

11 8

1 34

1 4 11 3 42

CAPITÃO

VECCH.

LEO

RUA 66

28

2 25

22

77

02

10 2

94

11 0

86

262

1 92

200

10

4 4

37

2 7

4 18

1 34 42

AVENIDA

OLIVEIRA 18 4

10 9

75

91

85

SALOMA O

NORT E

40 2

DE

46 2 42

Outras normas da ZUP tiradas do site da prefeitura de Ribeirão Preto são: I - Na Zona de Urbanização Preferencial - ZUP: a) área de 125 m² (cento e vinte e cinco metros quadrados); b) frente de 6 (seis) metros lineares; c) para os lotes de esquina a área mínima será de 180 m² (cento e oitenta metros quadrados) e frente mínima de 9 (nove) metros.

I - Zona de Urbanização Preferencial - ZUP, 25% (vinte e cinco por cento) do imóvel a ser parcelado, na seguinte proporção: a) Mínimo de 5% (cinco por cento) para a área institucional; b) Mínimo de 20% (vinte por cento) para sistema de áreas verdes e de lazer. § 2º - Fica estabelecida a Densidade Populacional Líquida Máxima de 2.000 hab/ha. (dois mil habitantes por hectare) permitida para lotes ou glebas localizadas na Zona de Urbanização Preferencial ZUP, desde que atendidas as demais restrições urbanísticas desta lei;

01

E.

65

56

Figura 67: Mapa de macrozoneamento, uso e ocupação do solo de Rib.Preto Fonte: Arquivo dwg disponibilizado pela prefeitura de Ribeirão Preto adaptado pela autora, 2019.

VIA

RUA CAP. LINO

14

74

14 1

15 9 5 0

28

26

GAMA

135

147 15 3

56

128

RUA

MATAR AZZO

E XP R E SS A

119

6 6

215

MANFREDO 13 3

11 4

RUA

118

1 12 34 42

93

309

320

2

2 98

SALOMÃO

E DUA R DO

3 7

113

104

15 2

14 3

11

117

133

12 6

102

9 3

8 4

7 5

129

76

5 8

AVENI DA

COSTA

Figura 66: Mapa de perímetro urbano de Ribeirão Preto. Fonte: Arquivo dwg disponibilizado pela prefeitura de Ribeirão Preto adaptado pela autora, 2019.

Fonte: Prefeitura de Ribeirão Preto, acessado em 04.04.2019 no site https://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/J321/pesquisa.xhtml?lei=21377.

A próxima analise mostra um local delimitado como ZUP, Zona de Urbanização Preferencial: composta por áreas dotadas de infra-estrutura e condições geomorfológicas propícias para urbanização, onde são permitidas densidades demográficas médias e altas; incluindo as áreas internas ao Anel Viário.

4 LEVANTAMENTO DE DADOS

27 3

29 6

CAPITÃO

1 56

AV .

1 4

17 6

1 84

194 16

64

GAMA

VECCH.

LEO

RUA 66

28

22 5

22

A primeira leitura hachurada na cor rosa mostra uma área já urbanizada, e na cor marrom mostra uma área de expansão urbana. Está área marrom significa que é possível construir novas edificações, já área rosa indica que o local já foi urbanizado, ou seja, é um local que já possui funções urbanas básicas como habitabilidade, trabalho, recreação e circulação. Também significa que é abastecido por agua, esgoto sanitário, redes de iluminação pública, escolas e leis, como o IPTU.

26 2

19 2

TRAVESSA

10

1

94

184

200

1 0

10

7 9

OLIVEIRA

1 11 34 42

79

Área de uso misto

102

ZUP

110

Área urbanizada

DE

E.

RUA CAP. LINO 8 6

Área de expansão urbana

AVENIDA

Lote de intervenção

A última leitura mostra uma área de uso misto que significa que a mesma edificações pode ter simultaneamente um uso residencial e um outro 48

AV .

E DUAR

DO

LOCALIZAÇÃO DO LOTE

MATARA ZZO AV ENI DA

SALOMAO

O lote de intervenção se localiza dentro da zona norte 01, no bairro Campos Elíseos em um vazio urbano dentro do da área do banco da Sicoob Credicoonai - Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil.

Atualmente o banco nessa região encontra-se desativado, porém a sede permanece na Av. Dr. Francisco Junqueira, 1889 - Jardim Macedo, Ribeirão Preto - SP, 14091-000.

V IA

EX PR E

SS A

0 41 3 42

NORT E

2

01

402

AVENIDA

E.

RUA CAP. LINO

DE

OLIVEIRA 150

1 74

1 42

13 4

1 26

11 8

1 11 34 42

1 84

RUA

10 2

94

6

110

8

79

262

2 33

225

VECCH.

LEO

RUA

10 4

12 9 11 8

1 12 34

184

1 56

66 220

2 26

239

23 3

263

245

2 5 1

2 57

1 99

44

GOIÁS

36 5

35 9

0 12 34 42

620

3 8

37

30 1

670

71 0

6 95

68 0

72 5

740

7 45

7 50

75 5

760

21 6

2 81

29 1

286

299

?

351

3 98

3 10

4 08

4 13

336

3 24

305

319

29 6

310

314

279

2 88

251

26 0

2 70

156

186

168

449

MARECHAL

N9

44 4

AVENIDA

490

269

27 7

11 8

3 32

O12

113

1 07

9 3

49

67

5 8

11 9

9 4

11 7

90

INÊS

25 3 10

N2

1 15 34 42

194

204

1 84

0

TRAVESSA 39

36 9 374

14 34 42 232 19 1 219

N12

N4

GAMA

146

135

12 6

104

1 13

69

89

83

77

26

N3

N6

64 0

LUIZ

RUA

N11

6 30

29

27

4 18

SALOMÃO

MADALENA

1 69

1 90

15 7

46

28

1 4

5 6 159 5 0

128

58

GA MA

65

153 56

242

13 3

11 4 1 19

7 4 141 147

21 5

MANFREDO 1 51

109

75

85

9 1

64

37

26 9

281

27 5

2 87

29 3

32 0

3 09

29 8

TRAVESSA

1 35

3 14 34 42

7 6 19 4

42 3 41 3 2

22 16

1 0

RUA

1 76

42

28

113

152

143

117

111

13 3

1 26

10 2

93

84

75

66

24 1

263

24 9

257

2 68

2 73

2 88

28 1

296

CAPITÃO

192

20 0

10

N5

COSTA

O6

Figura 68: Mapa de zoneamento industrial de Ribeirão Preto. Fonte: Arquivo dwg disponibilizado pela prefeitura de Ribeirão Preto adaptado pela autora, 2019.

N1

O5

L4

O2 CENTRAL O1

L2

L5

L1 S1

Figura 69: Esquema de localização do lote de intervenção. Na ordem, delimitação do Subsetor Norte 1 (N1) e lote de intervenção.Fonte: Arquivo dwg disponibilizado pela prefeitura de Ribeirão Preto adaptado pela autora, 2019.

CRITÉRIOS PARA ESCOLHA: BAIRRO

O bairro Campos Elíseos foi escolhido devido a sua origem do Núcleo Colonial Antonio Prado em 1887. Na época se locaram grandes industrias intensificando a atividade urbana e o crescimento da cidade, utilizando o Córrego Ribeirão para abastecimento das industrias e chácaras locais e a ferrovia do Barracão para transporte de cargas, resultando em um bairro bastante urbanizado, com planejamento de infraestruturas. Além disso foi feito uma análise dos mapas de Renda Per Capita do ano de 2010, densidade populacional e legislação do bairro.

LOTE

O lote escolhido apresenta um número significativo de equipamentos urbanos dentro de um raio acessível para pedestres, além de fazer parte de um vazio urbano próximo as principais avenidas de acesso, coma disponibilidade de pontos de ônibus, escolas públicas, praças, supermercados. O lote fica próximo à estação ferroviária do barracão e do Córrego Ribeirão, na centralidade onde foram locadas as industrias no ano de 1887, justificando a proximidade de equipamentos urbanos na escala do pedestre.

Figura 70: Vista aérea destacando o lote de intervenção em rosa e o banco desativado da Sicoob Credicoonai em amarelo .Fonte: Imagem do Google Maps alterada pela autora, 2019.

49

DIMENSÕES, SITUAÇÃO, ACESSOS E IMAGENS DO TERRENO

tempo estável, originando da mata residual e do córrego situado da Avenida.

As dimensões do terreno abaixo foram extraidas do mapa em DWG de Ribeirão Preto disponibilizado no site da prefeitura.

O terreno possui dimensões de 67,13 de fundo, 49,82m do menor lado, 73,03 o maior lado e 66,78m de frente traçando uma linha reta. O endereço do local se identifica pelo número do banco da Sicoob Credicoonai, localizado na rua Goiás, porém, na Av. Eduardo Andréia Marerazzo o terreno tem um maior destaque de vista para os pedestres ou automóveis que passam por essa avenida.

Legenda LOTE DE INTERVENÇÃO DESCARTE IRREGULAR DE ENTULHOS MATA RESIDUAL

22,84

VIA

66,78 EXP

RES S

DI RE ÇÃO DO V EN TO PREDOMINANTE DE RIBEIRÃO PRETO (LESTE) DINÂMICA DO VENTO EM TEMPO ESTÁVEL ÁRVORES DE GRANDE PORTE EXISTENTE

AN OR TE

AV. EDUARDO ANDRÉIA MATARAZZO E A RUA GOIÁS, 801 - CAMPOS ELÍSIOS RIBEIRÃO PRETO - SP

LOTE A = 4 .010,42 m²

RUA GOIÁS

49,82

50,18

73,03

VIA EX PRES SA NO RTE

67,13 N

RUA GOIÁS

A = 4.010,42 m2

Figura 71: Dimensões do lote de intervenção, escala 1:700. Fonte: Autora, 2019.

4 LEVANTAMENTO DE DADOS

N

No esquema abaixo a hachura cruzada delimita o lote de intervenção enquanto a hachura na cor bege indica entulhos descartados no local. Esses entulhos estão separados por estacas e não abrange o lote de intervenção, porém, junto com esse entulho identifica-se uma mata residual com árvores de diferentes tamanhos criando um maciço arbóreo. No mesmo sentido, o terreno possui dois tipos de atuação de ventos, o primeiro é o da região de Ribeirão Preto e o outro é uma dinâmica local que interfere no

Figura 72: Esquema do lote de intervenção sem escala. Fonte: Autora e mapa da prefeitura de Ribeirão Preto, 2019.

GSPublisherVersion 0.96.100.10 50

Neste outro esquema apresenta-se na legenda as ruas e avenidas de acesso ao lote de intervenção e setas mostrando o sentido de cada uma. A linha vermelha indica o acesso pela avenida principal Av. Eduardo Andréia Matarazzo, porém possui um fluxo intenso de circulação de automóveis e uma parada de ônibus exatamente na parte frontal do terreno dificultando um possível acesso por essa via. Já a indicação da seta azul, mostra a Rua Goiás que dá acesso ao lote por uma rua dentro do bairro e a seta laranja a saída única possível saída do terreno, seguindo apenas um sentido. O fluxo dessas ruas interna do bairro não é considerado muito intenso segundo analises perceptivas no local, pois o banco está desativado e o entorno do terreno é considerado um vazio. Já a seta marcada em verde mostra uma possível proposta de uma rua interna com acesso direto a avenida.

Para melhor entendimento visual do local, foram tiradas duas fotos nos únicos locais de acesso ao terreno, que se localizam na parte frontal e de fundo. Na parte frontal do terreno se encontra a avenida principal e na parte de fundo a rua interna do bairro. Nas laterais do terreno localiza-se o banco Sicoob Credicoonai e um maciço arbóreo.

1

Legenda Lote de intervençãoA

2

V. Eduardo Andréia Matarazzo R. Cap. Lino Engrácia de Oliveira

Rua Goiás

N

Diretriz viária

AV.

EDUAR

Figura 74: Vista panorâmica frontal do terreno. Fonte: Autora, 2019.

DO

M ATAR

AZZO AVENID

A

1 SA LOM AO

V IA

EXPR

ESSA

42 34 2 10

NO R TE

01

402

AVENIDA

Figura 75: Vista panorâmica frontal do terreno. Fonte: Autora, fotografia tirada em 29/03/2019.

E.

RUA CAP. LINO

OLIVEIRA

DE

174

150

142

134

126

118

102

110

94

86

1 11 34

184

RUA

42

79

262

200 233

241

225

2

VECCH.

LEO

RUA

129

42 34 118

1 12

28

184

66

141 147

74

43

215

41

220

MANFREDO

226

233

239

257

251

245

263

275

TRAVESSA

269

281

287

298

293

320

309

10

135

3 42

76 194

4234132

22 16

RUA

176

113

104

152

143

133

126

117

102

111

93

84

75

66

249

257

263

273

268

281

10

288

296

CAPITÃO

192

N

65

153 56

56 159

19

19

16

15

10

15

91

75

85

50

Figura 76: Vista panorâmica de fundo do terreno. Fonte: Autora, fotografia tirada em 29/03/2019.

Figura 73: Mapa de acessos ao terreno de intervenção. Fonte: Arquivo dwg disponibilizado pela prefeitura de Ribeirão Preto adaptado pela autora, 2019.

51

EDIFICAÇÕES RELEVANTES NO ENTORNO

O lote de intervenção escolhido abrange um entorno rico em equipamentos urbanos.

Foi traçado um raio de 500m do ponto do terreno com a finalidade de mostrar os equipamentos acessíveis para pedestres, porém, no sentido sudeste foi prolongado uma linha aumentando sua abrangência para 900m de forma que alcançasse a escola Thomaz Alberto, Savegnago Supermercados, Brasil Center Comunicações, Carrefour e Sodimac. Já as indicações marcadas com um raio maior que 900m dificultam o trajeto para pedestres, porém com a ajuda de veículos motorizados ou até bicicleta acesso se torna mais acessível.

10

12

18 17 11 16

01

19

02 03 13 14 04 15 05 06

Legenda

07

Lote de intervenção x

08

Nomenclatura da edificação

09

Edificações >900m

N

Figura 77: Mapa de edificações relevantes próximo ao lote de intervenção. Fonte: Arquivo dwg disponibilizado pela prefeitura de Ribeirão Preto e informações do Google Maps adaptado pela autora, 2019.

4 LEVANTAMENTO DE DADOS

52

01

Figura 78: Supermercado Grick. Fonte: Autora, fotografia tirada em 29/03/2019.

02

Figura 79: Estação Luz desativada. Fonte: Autora, fotografia tirada em 29/03/2019.

03

Figura 80: Escola EMEFEM Alfeu Luiz Gasparini. Fonte: Autora, fotografia tirada em 29/03/2019.

04

Figura 81: Associação dos Aposentados e Pensionistas. Fonte: Autora, fotografia tirada em 29/03/2019.

53

05

Figura 82: Savegnago Supermercados. Fonte: Autora, fotografia tirada em 29/03/2019.

06

Figura 83: Escola EE Thomaz Alberto. Fonte: Autora, fotografia tirada em 29/03/2019.

07

Figura 84: Entrada do Carrefour Hipermercado. Fonte: Autora, fotografia tirada em 29/03/2019.

08

Figura 85: Brasil Center Comunicaçþes. Fonte: Autora, fotografia tirada em 29/03/2019.

4 LEVANTAMENTO DE DADOS

54

09

Figura 86: Sodimac. Fonte: Autora, fotografia tirada em 29/03/2019.

10

Figura 87: Faculdade Anhanguera. Fonte: http://www.jornalipanema.com. br, acessado em 03.04.2019.

11

Figura 88: Clube Palestra Italia Esporte Clube. Fonte: Autora, fotografia tirada em 29/03/2019.

12

Figura 89: Ipanema Clube. Fonte: Autora, fotografia tirada em 29/03/2019.

55

13

Figura 90: Centro Cultural Campos ElĂ­seos desativado. Fonte: Autora, fotografia tirada em 29/03/2019.

14

Figura 91: Casa do Contabilista. Fonte: Autora, fotografia tirada em 29/03/2019.

15

Figura 92: Banco Sicoob Credicoonai. Fonte: Autora, fotografia tirada em 29/03/2019.

16

Figura 93: Supermercado Tenda Atacado. Fonte: Autora, fotografia tirada em 29/03/2019.

4 LEVANTAMENTO DE DADOS

56

17

Figura 94: Centro Educacional Campos ElĂ­seos. Fonte: Autora, fotografia tirada em 29/03/2019.

19

Figura 96: Hospital Santa Casa. Fonte: Autora, fotografia tirada em 29/03/2019.

18

57

Figura 95: Centro ClĂ­nico Santa Casa desativado. Fonte: Autora, fotografia tirada em 29/03/2019.

ANÁLISE DAS EDIFICAÇÕES RELEVANTES NO ENTORNO

Sobre comércios, é possível destacar um conjunto de supermercados acessíveis para pedestres e com veículos motorizados, entre eles o Supermercado Tenda Atacado que fica no mesmo sentido do terreno acessando pela avenida, o Supermercado Grick, Supermercado Savegnago e o Carrefour Hipermercado que abrange outra funções no interior, como farmácia, padaria, açougue, praça de alimentação.

A loja da Sodimac, também é considerada um comércio dentro do raio de 900m e é destacada devido a sua grande estrutura e por ser um local de possível oferta de empregos para os usuários da habitação de interesse social.

Figura 97: Ponto de ônibus em frente ao terreo. Fonte: Autora, fotografia tirada em 29/03/2019.

No mesmo sentido, destacando os equipamentos de serviço, o Brasil Center Comunicações também tem uma grande estrutura para admitir um número de trabalhadores consideráveis.

Outras oportunidades de empregos também são destacadas para Associação dos Aposentados e Pensionistas e a Casa do Contabilista e outros pequenos serviços nas avenidas principais como borracheiros e mecânicos. O banco Sicoob Credicoona foi considerado devido ao terreno pertencer ao banco, porem a unidade dos Campos Elíseos encontra-se desativada.

AV .

DO

MATAR

AZZO AVE NID A

S ALOMAO

1

VI A

2

E X PR E S SA

N ORT

2 10 34 42

Já as instituições, se destacam a Escola Alfeu Luiz Gasparini, Escola EE Thomaz Alberto, Faculdade Anhanguera e Centro Educacional Campos Elíseos. São instituições que abrange estudantes de todas as idades, desde o berçário, até curso superior.

O local também abrange dois equipamento de lazer com grande relevância, destacando o Clube Palestra Itália Esporte Clube, Ipanema Clube e o Centro Cultural Campos Elíseos. Atualmente o Centro Cultural encontra-se desativado.

E

01

4 02

AVENIDA

3

RUA CAP. LINO

DE

E.

OLIVEIR A 1 74

15 0

1 42

13 4

1 26

11 8

102

110

94

86

18 4

RUA

1 11 34 42

79

2 00

2 41

23 3

1 12 34 42

1 29 118

18 4

1 56

22 0

2 26

239

2 33

2 51

1 99

MADALENA

1 90

1 69

1 51

15 7

50 44

GOIÁS

35 9

365

38

37

3 01

29

27

670

68 0

6 95

71 0

725

7 40

7 50

74 5

76 0

7 55

21 6

2 81

2 86

299

29 1

3 10

?

3 51

4 08

39 8

4 18

4 13

GAMA

LUIZ

3 36

32 4

31 9

3 14

3 10

1 15 34 42

16 8

1 84

INÊS 113

10 7

93

67

49

58

119

94

117

90

39

3 05

28 8

2 96

1 94

20 4

2 79

TRAVESSA

191 21 9

26 0

0 14 34 42

2 32

2 70

2 51

18 6

14 6

15 6

1 35

12 6

10 4

113

83

89

69

77

26

2 53

449

MARECHAL

444

AVENIDA

10

4 90

2 77

2 69

118

33 2

14

1 59

46

28

58

A

65

56

56

128

RUA

O mapa abaixo mostra os pontos de ônibus relevantes que dão acesso a principais pontos da cidade de Ribeirão Preto. Um ponto que potencializa a escolha do terreno é a existência de um ponto de ônibus exatamente na parte frontal do terreno. Este ponto é considerado positivo pois facilita a locomoção para os usuários da habitação de interesse social, principalmente para aqueles que possuem mobilidade de locomoção reduzida.

2 45

2 57

26 3

27 5

119

14 7

24 2

1 33

11 4

74

1 41

1 53

MANFREDO

0 12 34 42

TRANSPORTE COLETIVO

SALOMÃO

4

37

1 09

91

85

75

64

26 9

28 1

29 8

2 93

2 87

3 20

3 09

TRAVESSA

66

2 15

135

3 14 34 42

76 194

423 4132

22 16

10

RUA

1 76

113

1 04

15 2

143

1 26

13 3

11 7

111

10 2

93

84

75

28

2 25

VECCH.

LEO

RUA

24 9

2 57

2 63

26 8

27 3

2 81

2 88

10

66

Por fim foi destacado a Estação Luz por ser considerada um patrimônio histórico tombado, atualmente ela está desativada.

26 2

19 2

29 6

CAPITÃO

Para equipamentos públicos de saúde, destacam-se o Hospital Santa Casa e o Centro Clínico Santa Casa, porém o centro clinico encontra-se desativado.

4 LEVANTAMENTO DE DADOS

E DU AR

CO

Figura 98: Mapa de ponto de ônibus próximo ao lote de intervenção. Fonte: Arquivo dwg disponibilizado pela prefeitura de Ribeirão Preto e informações do Google Maps adaptado pela autora, 2019.

58

Legenda Lote de intervenção 1

AV. EDUARDO ANDRÉA MATARAZZO ATENDE 2 LINHAS B 061 - DISTRITO EMPRESARIAL R 388 - EXPRESSO VIA NORTE

2

AV. CAPITÃO SALOMÃO ATENDE 16 LINHAS A 211 - EXPRESSO SIMIONI A 311 - EXPRESSO AVELINO B 601 - DISTRITO EMPRESARIAL F/Q 337 - LAGOINHA-IPIRANGA F/Q 373 - VILA ABRANCHES - IPIRANGA P 607 - JD. EUGÊNIO LOPES Q 507 - PLANALTO VERDE R 308 - MARINCEK R 388 - EXPRESSO VIA NORTE S 408 - JOSÉ SAMPAIO S 508 - JD. PROCÓPIO T 8 - NOTURNO NOROESTE T 680 - JD. ORESTES LOPES T 780 - PQ. DOS PINUS T 788 - EXPRESSO RIGON T 808 - JD. CRISTO REDENTOR

3

AV. CAPITÃO SALOMÃO ATENDE 12 LINHAS F/Q 337 - LAGOINHA-IPIRANGA F/Q 373 - VILA ABRANCHES - IPIRANGA P 607 - JD. EUGÊNIO LOPES Q 507 - PLANALTO VERDE R 308 - MARINCEK R 388 - EXPRESSO VIA NORTE S 408 - JOSÉ SAMPAIO S 508 - JD. PROCÓPIO T 680 - JD. ORESTES LOPES T 780 - PQ. DOS PINUS T 808 - JD. CRISTO REDENTOR P 670 - JD. JAMIL CURY

4

AV. CAPITÃO SALOMÃO ATENDE 11 LINHAS F/Q 337 - LAGOINHA-IPIRANGA F/Q 373 - VILA ABRANCHES - IPIRANGA P 607 - JD. EUGÊNIO LOPES Q 507 - PLANALTO VERDE R 308 - MARINCEK R 388 - EXPRESSO VIA NORTE S 408 - JOSÉ SAMPAIO S 508 - JD. PROCÓPIO T 680 - JD. ORESTES LOPES T 780 - PQ. DOS PINUS T 808 - JD. CRISTO REDENTOR

Figura 99: Mapa de trajeto do ônibus, linha R 308 MARINCEK. Fonte: http://www. ritmoribeirao.com.br, 2019.

Figura 100: Mapa de trajeto do ônibus, linha F/Q 337 - LAGOINHA IPIRANGA. Fonte: http://www.ritmoribeirao.com.br, 2019.

59

1

Figura 102: Ponto de ônibus sem infraestrutura, ausência de cobertura e assentos . Fonte: Autora, fotografia tirada em 29/03/2019.

Figura 101: Mapa de trajeto do ônibus, linha P 607 JD. EUG. LOPES. Fonte: http:// www.ritmoribeirao.com.br, 2019.

2

Figura 103: Ponto de ônibus sem infraestrutura, ausência de cobertura e assentos . Fonte: Autora, fotografia tirada em 29/03/2019.

4 LEVANTAMENTO DE DADOS

3

Figura 104: Ponto de ônibus com cobertura, porém, poucos assentos . Fonte: Autora, fotografia tirada em 29/03/2019.

60

4

Figura 105: Ponto de ônibus com cobertura, porém, poucos assentos . Fonte: Autora, fotografia tirada em 29/03/2019.

4.2 LEITURA DO TERRENO E ENTORNO

6m

4.2.1 RECURSOS NATURAIS 1m

TOPOGRAFIA

2m

3m

4m

5m

A topografia do terreno de intervenção apresenta 6 metros de desnível. A situação do terreno encontra-se nivelada pela rua Goiás, porém na Av. Eduardo Andréa Matarazzo o terreno se inicia com um desnível de 1m em consideração a calçada.

AV. E duar do

Figura 107: Topografia natural do terreno com curvas de nível. Fonte: Autora, 2019.

And réia M atara zzo

1m

Rua Goiás

5m 2m 3m 4m

4m

3m

2m

1m

6m

5m 6m Figura 108: Topografia natural do terreno com curvas de nível. Fonte: Autora, 2019.

N

Figura 106: Mapa com curvas de nível do terreno de intervenção. As linhas seguem um desnível de 1m. Fonte: Autora e mapa da prefeitura de Ribeirão Preto, 2019.

MAQUETE ELETRÔNICA DA TOPOGRAFIA

Para um melhor entendimento visual foi elaborado uma maquete física topográfica na cor branca para evidenciar as curvas de nível e outro esquema eletrônico realista.

Figura 109: Topografia natural do terreno humanizada. Fonte: Autora, 2019.

61

IMAGEM AMPLIADA DO TERRENO PARA ANÁLISE

CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA DE RIBEIRÃO PRETO:

As fotografias abaixo foram capturadas por um Drone, possibilitando uma visualização mais nítida da situação do terreno. O terreno possui um talude na frente voltada para avenida e na parte do fundo é possível observar a existência de árvores de grande porte cercando o terreno.

TEMPERATURA No gráfico, o eixo horizontal mostra os dias dos anos e o eixo vertical a hora. É possível analisar uma temperatura maior que 35°C nos horários das 16h da tarde nos meses de janeiro a abril e agosto a dezembro. Já uma temperatura amena entre 13ºC a 18°C aparece no período da manhã nos meses de maio a setembro, porem com maior intensidade nos meses de junho e julho.

Legenda Amena - 13°C a 18°C Agradável - 18°C a 24°C Morna - 14°C a 29°C Quente - 29°C a 35°C

Figura 110: Vista aérea do terreno com Drone. Fonte: Autora, fotografia tirada em 06/04/2019.

Escaldante - >35°C

Para melhor entendimento, a situação de fundo do terreno foi ampliada para identificar o tipo de entulho descartado. Desse modo, verifica-se o descarte de agregados sólidos de diversos tamanhos, pedaços de telhas, pneus e plásticos. Portanto, será desenvolvido uma diretriz para remoção do entulhos e tratamento desta área.

Figura 113: Temperaturas médias horárias do ano inteiro de Ribeirão Preto. Fonte: https://pt.weatherspark.com modificado pela autora, 2019.

Figura 112: Vista aérea do entulho com Drone ampliada. Fonte: Autora, fotografia tirada em 06/04/2019.

PRECIPITAÇÃO Através do gráfico é possível entender que janeiro é o mês com maior porcentagem de precipitação chegando a 71% e no mês de agosto essa porcentagem cai para 6% deixando o clima seco conforme indicado na legenda do mapa.

Figura 111: Vista aérea do entulho com Drone .Fonte: Autora, fotografia tirada em 06/04/2019.

4 LEVANTAMENTO DE DADOS

62