A broca do café: prevenção e controle
junho de 2009
A praga
Originária da África, onde foi referida como praga em 1901 no Congo, a broca do café atingiu o estado de São Paulo,. No Brasil, a praga foi introduzida, através do Estado de São Paulo, por volta de 1913, em sementes importadas da África e de Java. Nessa época o governo, face a persistente instabilidade dos mercados, instituía uma política de defesa permanente do café, principal item da pauta de exportação brasileira. Somente a partir de 1924 foram sentidos os prejuízos causados pe-
la praga, constando-se então a sua gravidade. A situação crítica da praga que atingiu os cafezais paulistas na década de 20 levou o Secretário de Agricultura a solicitar a colaboração do Ministério da Agricultura, que prontamente enviou a Campinas Arthur Neiva e Ângelo da Costa Lima para realizarem a identificação da praga, objetivo atingido ao classificar o inseto como o Stephanoderes hampei. De São Paulo, a broca do café espalhouse por todas as regiões cafeeiras do pais.
O resultado da infestação é uma sensível perda de peso do grão, além do mau aspecto e do sabor prejudicado. Em casos de grande infestação, a perda de peso pode ser superior a 20%, ou seja, mais de 12 quilos por saca de 60 quilos. O grão brocado também é inferiorizado na classificação do tipo do café, que é determinado pelo número de defeitos existentes em amostras. A cada cinco grãos perfurados pela broca, é atribuído um defeito. Outro problema, que provoca a redução de produtividade é a queda dos frutos infestados.
Conhecendo um pouco a broca
A broca do café, que ataca o fruto, tem origem através de um besouro escuro brilhante, cuja fêmea mede cerca de 1,65 milímetro. O macho é um pouco menor, tem as asas rudimentares, não voando, vivendo no fruto
onde se origina. Ao ser fecundada, a fêmea perfura o fruto na região da cicatriz floral ou coroa e faz uma galeria de aproximadamente 1 milímetro, até atingir a semente. A larga, então, a galeria, transformandoa em uma pequena câma-
ra onde realiza a postura, que resultará no aparecimento de larvas. Essas serão responsáveis pela destruição total ou parcial da semente. O ataque do pequeno besouro pode ocorrer em qualquer estágio de desenvolvimento do fruto: verde, maduro ou seco.
broca-do-café são: uso de armadilhas modelo IAPAR para a captura das brocas, uso do fungo B. bassiana em formulação granulada produzida artesanalmente, colheita no pano e repasse dos frutos remanescentes na planta e o uso do endoparasitoide Phymastichus coffea que parasita as brocas adultas. Esta última tática proposta pode ser considerada como de difícil implementação pelos agricultores por ser muito onerosa.
1. Controlo biológico Quanto aos inimigos naturais da broca-do-café, os mais importantes são os parasitóides de origem africana, Prorops nasuta (Waterston) (Hymenoptera: Bethilidae), introduzido nas principais áreas produtoras do continente americano, além de Indonésia e Índia; Cephalonomia stephanoderis (Betrem) (Hymenoptera: Bethilidae), de grande eficiência na regulação desta praga; Heterospilus coffeicola (Schneiderknecht)
Combate e prevenção
O controle da praga baseia-se no uso de inseticidas, principalmente o endosulfam, mas a sua utilização intensiva e repetida leva ao desenvolvimento de resistência do inseto ao produto além de causar problemas ambientais, contaminação dos alimentos e agricultores. Desse modo, é necessário desenvolver alternativas de controle, dentre as quais, destaca-se o controle biológico através da utilização de inimigos naturais. As táticas ecológicas propostas para o manejo da