Pinheiro: Braskem abre prazos para reanalisar propostas de indenização

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Câmara questiona BB sobre extinçao de agências > A-6 Lula venceria no 1º turno É o que revela pesquisa do IPEC: se a eleição presidencial fosse hoje, o petista Luiz Inácio Lula da Silva teria 56% dos votos válidos, enquanto o presidente Jair Bolsonaro ficaria com 23%. Os números têm produzido mudança no humor do capitão. > A-4

edição PRIMEIRA

Oito ganham Quina do São João A Quina do São João saiu neste sábado (26) para 8 apostas que vão dividir o prêmio de R$ 204,8 milhões (R$ 26,6 milhões para cada), o maior da história do sorteio. As dezenas: 25 28 - 36 - 60 - 61. A Quadra vai pagar R$ 9.276,34 a cada acertador.

Ano 13 | Edição 932 | Maceió, Alagoas, 28 de junho a 4 de julho, 2021 | R$ 2,00

Governo espera até esta 3ª para fim dos 14% Extinção de cobrança aos aposentados - até o teto do INSS - só depende da Assembleia; governo roda 2 folhas e fixa prazo > A-3

Pinheiro: Braskem abre prazos para reanalisar propostas de indenização Buscando aperfeiçoar o Programa de Compensação Financeira para melhor

atender moradores e comerciantes das áreas de risco na região do Pinheiro,

a Braskem está definindo novos prazos reanálise de propostas de indenização.

Com essa abertura, a empresa terá 20 dias para responder a pedidos de reaná-

Alagoas flexibiliza economia, mas ocupação hospitalar é que decide Primeira Edição

Comércio volta a funcionar sem restrições, mas ocupação hospitalar é que ‘regula’ abertura da economia

Com novo decreto em vigor, comércio volta ao normal (lojas do Centro, galerias, Shoppings, academias), mas o governo adverte que o cenário poderá mudar (com novo fechamento) se a pandemia se agravar. Taxa de ocupação hospitalar em Maceió caiu para 70% graças às medidas de restrição e ao avanço da vacinação para conter a escalada da Covid. >A-5

Na Câmara, lei protege os ‘fichas sujas’ > A-2

lise apresentados por comerciantes e moradores que deixaram seus imóveis

situados nas áreas de instabilidade geológica. > A-5

Exemplo de magistrado, Pedro Mendonça encerra carreira após 4 décadas fotos: Divulgação

Pedro Mendonça se aposenta após 45 anos atuando no Judiciário

O desembargador Pedro Augusto Mendonça, do Tribunal de Justiça de Alagoas, se aposenta nesta 2ª feira (28) aos 75 anos, mas já se despediu. O PE reproduz entrevista que ele concedeu ao jornalista Romero Vieira Belo e publicada no ‘TJ Notícia’ em 2016. > A-2

Classificado, Brasil ‘treina’ com Equador

Max Verstappen desafia Lewis Hamilton: uma ‘briga’ entre os melhores

Verstappen supera de novo Lewis Hamilton Sem sofrer ameaça do campeão Lewis Hamilton nas 71 voltas, Max Verstappen venceu o GP da Estíria (Áustria) disputado neste domingo (27) e segue líder. > B

Já classificada às Quartas de Final da Copa América, a Seleção Brasileira cumpriu tabela neste domingo (27) empatando com o Equador em 1x1, em jogo no Olímpico de Goiânia. Na quarta-feira (23) a Seleção de Tite venceu a Colômbia por 2x1, em duelo contestado pelos colombianos. Brasil é o favorito do torneio. > ESPORTES

Seleção de Tite vai às quartas de final como franca favorita à conquista de mais um título da Copa América

CRB compete na Série B, mas foco é o duelo com Fortaleza válido pela Copa do Brasil > B

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A2 | Política

O D N XA RIO I E D CIÁ I JUD

Pedro Mendonça se despede do TJ: opiniões de um grande magistrado Em entrevista a Romero Belo, em 2016, defendeu prisão em 2ª instância e condenou liberação de drogas Divulgação

Em maio de 2016, o desembargador Pedro Augusto Montenegro, do Tribunal de Justiça de Alagoas, concedeu longa entrevista ao jornalista Romero Vieira Belo, então editor do TJ-Notícias, informativo do TJ, na qual abordou temas polêmicos da conjuntura brasileira. Nesta segunda-feira (28), Pedro Montenegro se aposenta aos 75 anos, com mais de 45 dedicados à magistratura. A matéria a seguir - uma homenagem ao juiz que atuou sempre de forma exemplar - é uma síntese da antológica entrevista de 2016, publicada sob o título: 'Prisão de condenados em 2ª instância deve ser imediata - diz desembargador' Como o senhor avalia a decisão do Supremo Tribunal Federal, de autorizar a prisão de réus condenados em segunda instância, sem o trânsito julgado? Avalio o posicionamento do Ministro Teori Zavascki (morto em acidente aéreo) como positivo e institucionalmente adequado. O Supremo Tribunal Federal ponderou adequadamente os valores envolvidos e o risco de impunidade diante da prescrição da pretensão punitiva decorrente do manejo excessivo de recursos e deu valor maior ao que posso chamar de dignidade da vítima. Os recursos aos tribunais superiores, nesse sentido, por serem desprovidos de eficácia suspensiva e por possuírem o espectro de analisar o direito posto, não se prestam a revolver o substrato fático. Assim, dá-se primazia dentro do cenário nacional ao trabalho despendido por quem está mais próximo dos fatos. Em meu entender, foi uma reafirmação da materialidade do direito em superação de uma perspectiva avalorativa formal. Referindo-se à decisão do STF, o ministro Celso de Mello, decano da Corte Suprema, falou em 'inversão totalitária' e em 'inflexão conservadora'. O senhor concorda? Em termos mais precisos, o

Ministro Celso de Mello falou em seu voto: "essa preocupante inflexão hermenêutica, de perfil nitidamente conservador e regressista, revelada em julgamento que perigosamente parece desconsiderar que a majestade da Constituição jamais poderá subordinar-se à potestade do Estado". Vislumbrando a assertiva em seus termos, destaco que concordo com a afirmação de inflexão hermenêutica, pois houve uma mudança significativa no conteúdo do preceito constitucional apresentado pelo STF que, entendo eu, é condizente com a evolução da sociedade. Na verdade, houve um retorno ao posicionamento anterior. A mutação constitucional, esse é o termo que melhor se amolda ao caso, decorreu de uma adequada interpretação dos fatos, valores e normas então vigentes, ou seja, da tridimensionalidade do Direito tão bem defendida pelo saudoso Miguel Reale. Em resumo, qual o grande avanço do novo Código de Processo Civil (CPC) em vigor a partir deste mês de março (de 2016)? O grande avanço do Novo Código de Processo Civil, para mim, está atrelado ao aspecto valorativo e contributivo das partes envolvidas na relação processual, uma relação que

Após 45 anos de magistratura, Pedro Mendonça deixa Tribunal de Justiça

prioriza a celeridade. Por meio dele se publicizou ainda mais o processo como instrumento de pacificação social e foi reafirmada a importância da participação, da responsabilidade e da colaboração das partes na solução das questões postas em litígio. Tanto é assim, que foi priorizado e fortalecido ainda mais o uso da arbitragem, da conciliação, da mediação e de outros métodos de solução consensual de conflitos, com vistas a tornar a solução das contendas mais efetiva e participativa. Essa é uma de suas grandes contribuições, a efetividade na solução das controvérsias. O sistema penal brasileiro, marcado por punições que nunca são cumpridas integralmente, estaria funcionando como um incentivo à criminalidade? Não concordo plenamente com a ideia de que as punições não são cumpridas integral-

mente. Boa parte das medidas, inclusive das medidas alternativas são cumpridas. As de maior repercussão encontram ambiente institucional propício ao descumprimento. Isso passa pelo desaparelhamento das instituições relacionadas ao cumprimento das determinações judiciais, o que recai em muito na função estatal executiva. Muitos são os mandados de prisão não cumpridos por defeitos e falhas estruturais, mas isso deve ser superado com inteligência pelos órgãos públicos e pela polícia judiciária. Talvez a questão passe por uma reformulação dos postulados clássicos e por se verificar que estamos numa sociedade de informação, onde todos estão conectados. Diante disso, fica mais fácil, se se observar por esta óptica, o cumprimento das determinações judiciais. Uma colocação recorrente

nas entrevistas ao TJ Notícia: o que, na sua ótica, poderia ser feito para melhorar a prestação jurisdicional em Alagoas? Em meu entender, a melhoria da prestação jurisdicional passa por uma análise profunda do seu funcionamento diante das novas exigências da modernidade. Os vários procedimentos de fixação de entendimento devem ser mais aprofundados. Os tribunais devem se focar na elaboração de enunciados e súmulas de entendimentos predominantes. Para além, deve haver forte investimento na primeira instância, melhorando suas condições de trabalho com mais servidores, em meu entender, voltados ao desenvolvimento e auxílio das atividades do magistrado. Precisamos ainda de mais servidores e assessores para magistrados, medida dificultosa, mas necessária na atual conjuntura nacional de escassez de recursos. Nesse sentido, enquanto não ocorrerem dias melhores, deve-se investir estrategicamente em padronização e automação.

USO DE DROGAS

Na entrevista, o desembargador Pedro Mendonça também analisou pontos críticos e polêmicos, condenando a liberação das drogas e afirmando que a redução da maioridade penal não minimiza a criminalidade. Confira: O senhor concorda com a liberação das drogas ilícitas, uma tendência já assumida por alguns ministros do STF? Concordo, tão somente, para fins medicinais. Fixo este entendimento, pois vejo nos discursos apresentados uma forte ideia de obtenção de recursos (tributos) por parte do Estado, ou de diminuir o tráfico. Não se preconiza a ideia principal de recuperar as pessoas e de pre-

servar a célula mater de qualquer nação, a família. A controvérsia continua: reduzir ou não a maioridade penal? A seu sentir, a redução concorreria para minimizar a participação de menores de 16 e 17 anos na prática de crimes? A redução da maioridade penal é um arremedo perigoso que não leva em conta a profundidade do problema. Precisamos, isto sim, de maior acompanhamento e oportunidades para os jovens. Eles estão em formação. Resta dificultoso em lugares onde não existe escolarização adequada, prática de esportes e praças, como acontece em boa parte do país, direcionar a culpa pela falha das instituições em quem não tem plenas condições de desenvolvimento. Como o senhor analisa um regime democrático em que analfabetos e menores inimputáveis podem escolher os governantes, incluindo o presidente da República? Penso que os analfabetos e os menores inimputáveis têm na modernidade uma estrutura muito diferente de épocas passadas. A tecnologia e a informação têm paulatinamente superado esses problemas e traçado mudanças substanciais no discernimento das pessoas. É claro que ainda estamos muito longe de uma situação ideal. Acho importante, isto sim, é o estabelecimento de políticas públicas de formação e conscientização política. Desse modo, não se tolherão os justos anseios de participação desses grupos em nossa sociedade. Se as pessoas conseguirem entender em linguagem adequada ao seu nível de discernimento as mazelas de uma escolha errada, elas poderão se posicionar com um pouco mais de racionalidade.

> JOGO SUJO

Com Lira no comando, Câmara aprova projeto que livra pele dos 'fichas sujas' Congresso em Foco

Sob o comando do alagoano Artur Lira, a Câmara dos Deputados aprovou na última quinta-feira (24) o Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 9/2021, que flexibiliza a Lei da Inelegibilidade e Ficha Limpa para que não sejam declarados inelegíveis os gestores e políticos que tiverem suas contas rejeitadas, em casos cuja punição seja apenas de multa. Hoje, a punição para esse tipo de caso é de inelegibilidade por oito anos. Porém, para o advogado e ex-juiz Márlon Reis, um dos idealizadores da Lei da Ficha Limpa, as mudanças aprovadas são "desnecessárias" e têm "vistas em 2022". A proposta foi aprovada por 345 votos a 98, e 4 abstenções. O texto precisa passar pelo Senado e pela sanção presidencial até outubro para valer para as próximas eleições. "Esse projeto representa um grande retrocesso para a Justiça Eleitoral, além de ser des-

necessário e facilitar a corrupção por não exigir a prestação de contas da forma correta e legal", disse Márlon Reis ao Congresso em Foco. "Em nenhuma jurisprudência eleitoral existe algo assim". O advogado ainda disse que não há nada no projeto que "realmente acrescente à Lei [da Ficha Limpa]", e que tudo se trataria de uma "desculpa" dos parlamentares "com vistas à eleições de 2022". Márlon Reis criticou também o fato de a discussão sobre o texto ter acontecido de forma "apressada" e "sem participação suficiente da sociedade e juristas". "[Se aprovado, o projeto] vai servir só para trazer ainda mais impunidade e afrouxar punições, como também é o caso do PL que altera a Lei de Improbidade [aprovado em 15 de junho]", afirmou o exjuiz, que também é co-fundador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral. Originalmente, a Lei da Ficha Limpa determina que são

Com Artur Lira no comando, projeto que protege fichas sujas andou rápido

Ex-juiz Márlon Reis critica proposta que flexibiliza a lei da Ficha Limpa

inelegíveis os políticos que "tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa". O projeto aprovado na quinta-feira não busca alterar diretamente esse trecho, mas determina que a inelegibilidade prevista pela lei "não se

Com a prestação, é possível verificar a regularidade na arrecadação e aplicação dos recursos de campanha feitas ao longo do período eleitoral. A partir disso, a Justiça Eleitoral pode decidir pela aprovação, pela aprovação com ressalvas, pela desaprovação ou pela não prestação das contas. O relator do projeto na Câmara foi Enrico Misasi (PV-

aplica aos responsáveis que tenham tido suas contas julgadas irregulares, sem imputação de débito, e sancionados exclusivamente com o pagamento de multa". Atualmente, a prestação de contas de campanha é exigida de todos os candidatos que participarem de eleições e deve ser apresentada até um mês depois dos peitos.

SP). Em seu relatório, o parlamentar escreveu que "em matéria de inelegibilidade, a lei deve, necessariamente, levar em conta a gravidade dos atos praticados". O texto ainda defende que as mudanças previstas acrescentam "segurança jurídica face ao critério objetivo a ser aplicado no exame dos pedidos de registro de candidatura".


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Política |A3

> EFEITO POLÍTICO Romero Vieira Belo

Enfoque Político Jornalismo é, antes de tudo, a busca da verdade

A verdade sobre o novo 'sistema previdenciário' Nada mais simples do que, no âmbito político e na mídia, escolher um alvo e disparar: 'Está ali o culpado'. É o que acontece com as mudanças que se operam, a cada governo, na estrutura da Previdência Social. Hoje, ninguém lembra que foi Lula, então presidente, que taxou os inativos. Ninguém lembra que Dilma, então presidente, também avançou com alterações no sistema previdenciário. Mas recente, e mesmo assim ninguém lembra que a reforma previdenciária do Regime Único só não passou com Michel Temer porque, mergulhado em denúncias, o vice que se tornou presidente foi abandonado pelo Congresso. Veio Bolsonaro e, sem perda de tempo, aproveitando o 'capital político da eleição', fez o Congresso empurrar 'goela dentro' uma reforma federal previdenciária draconiana que, em seus reflexos sobre os Estados, acabou por impor a criação da alíquota de 14% aplicável a todo os servidores, inclusive os já inativados. Como foi quase ontem, todos devem lembrar que o ministro Paulo Guedes, da Economia, disse que a reforma da Previdência economizaria oito bilhões de reais e sanearia as finanças da União. Só que, agora, ele quer outra reforma - a administrativa - prevendo economizar mais seis bilhões de reais... Ninguém, porém, explica a questão central: a origem do desequilíbrio financeiro do sistema previdenciário. Veio, por um lado, com o envelhecimento da população, que multiplicou o contingente de aposentados, e, por outro, com o desemprego que reduziu a base de contribuição. Com o desajuste - mais aposentadorias e menos contribuintes - o governo foi obrigado a financiar parte do sistema, a União primeiro, estados e municípios em seguida. Claro que a reforma poderia ter sido mais branda, mas com Paulo Guedes (o Paulo Maldade) dando as cartas, o que deveria ser uma reformulação gradual, progressiva, veio de uma só vez, com a força de um furacão devastador. E o pior, não resolveu a questão do desequilíbrio, tanto que agora o governo - à frente Paulo Maldade - quer ferrar os servidores da ativa, com a desculpa de que 'os atuais não serão prejudicados'. RENATO FILHO VAI PARA O 'TUDO OU NADA' Reeleito em 2020 com mais de 80% dos votos, o prefeito Renan Filho, do Pilar, parece disposto a um desafio pouco comum a políticos do interior: concorrer ao governo do Estado. Filiado ao PSC, ele já anunciou a candidatura em caráter definitivo. Vai, assim, para um 'tudo ou nada': tudo, a vitória nas urnas; nada, a perda dos últimos dois anos do mandato de prefeito.

Prefeito Renato Filho em audiência com o governador Renan Filho

A JUSTIÇA MANDA E O GOVERNO CUMPRE Mesmo se Renan Filho quisesse, o governo alagoano não poderia (através de renúncia própria) devolver o dinheiro descontado aposentados e pensionistas através do AL-Previdência. Como o numerário saiu por força de lei, seu reembolso só deve ser viabilizado através de ação judicial. Ou seja, a Justiça mandar o Estado devolver, e o governo cumpre a decisão. NÃO ATRAPALHAR JÁ SERIA UM BOM NEGÓCIO Considerando suas 'convicções' e, sobretudo, seu 'estilo' de agir, não se espera que o presidente Bolsonaro vá a público defender a vacina e estimular a imunização. Mas, a favor da saúde pública, bem que o presidente poderia parar de falar contra a vacina e - o mais importante - de induzir as pessoas a não se vacinarem. A PREFEITURA NO CAMINHO CERTO Mesmo com o início do inverno prenunciando chuva abundante, o prefeito João Henrique Caldas está recompondo a malha viária da capital com a sempre bem-vinda 'operação tapa buraco'. Deve ser um exercício contínuo - antes, durante e após a quadra invernosa - ou o investimento acabará não surtindo efeito. EMPRESA ESTADUAL, DINHEIRO NO COFRE DO ESTADO Os prefeitos dos 13 municípios que compõem a chamada Região Metropolitana de Maceió estão exercitando o direito de pleitear algum dinheiro da venda da Casal, mas enfrentam uma questão crucial: trata-se de uma empresa estadual. Portanto, uma vez leiloada, o dinheiro da venda vai para a Fazenda Estadual. MÉDICOS DA CLOROQUINA E OS TERRAPLANISTAS Na CPI da Covid, a grande tirada até agora foi a do senador Renan, que se recusou a interrogar médicos defensores da cloroquina como medicamento para os infectados: "Também não interrogaria um astrônomo sobre se a Terra é plana".

AL-Previdência: deputados temem desgaste pelos 14% Projeto partiu do Executivo, mas quem aprovou foi o plenário do Poder Legislativo fotos: Divulgação

Primeira Edição

Preocupados com o desgaste causado pele recolhimento que aposentados e pensionistas foram obrigados a fazer, desde o início de 2020, por força da reforma do AL Previdência, alguns deputados tentam de alguma forma eximir os integrantes do Legislativo, mas se chocam com uma evidência insuperável: os projetos são do Executivo, mas quem aprova as leis? Na quarta-feira (23) véspera do São João, a deputada Jó Pereira defendeu emendas ao novo projeto que o governo enviou à Assembleia propondo o fim à cobrança dos 14% aos inativos e pensionistas, no sentido de que o Governo devolva o que foi recolhido até agora, mas um assistente legislativo lembrou que a mudança poderia simplesmente inviabilizar o essencial, que é o fim do recolhimento dos 14%. - O governo enviou ao Legislativo dois projetos de lei e uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) com efeitos conexos, de modo que, se você mexer em um, pode alterar o efeito de outro. Por exemplo: o governo propõe mudar o sistema previdenciário para possibilitar o fim dos 14%, mas, se a ALE insistir na devolução do que já foi descontado, pode desequilibrar o formato proposto e, assim, tornar impraticável qualquer mudança.

Deputada Jó Pereira defende restituição do que foi cobrado com base em lei que ALE aprovou

Em seu pronunciamento, Jó Pereira argumenta que "a reforma previdenciária é de competência exclusiva do Executivo, o que é um fato inquestionável, mas acontece que quem vota, para aprovar ou não as propostas, são os de deputados, daí porque existe uma espécie de 'responsabilidade solidária' no caso.

A parlamentar lembrou, inclusive, que na apreciação e votação da reforma, em dezembro de 2019, foram apresentadas emendas ao projeto, entre elas, uma que retirava a cobrança dos descontos aos aposentados e pensionistas, mas que foram rejeitadas, mas não mencionou que quem rejeitou as emendas foram os deputados.

"Reforma veio de cima para baixo" Pedindo para ficar no anonimato, "por motivos óbvios", o mesmo assistente legislativo disse que, neste momento em que se "busca fazer justiça aos inativos, os deputados alagoanos também deveriam lembrar que a mudança no

sistema previdenciário dos Estados se deu, não por iniciativa própria dos governadores, mas por imposição do governo federal através de dispositivos relacionados com a reforma da Previdência aprovada pelo Congresso Na-

cional. Assim como Jó Pereira, o deputado Antônio Albuquerque (PTB) também abordou o assunto lembrando que na época da votação se posicionou contrário à aprovação e, agora, apresentou duas

emendas para que o dano causado aos servidores inativos e pensionistas seja reparado. "Eu não vejo outra forma de reparar esse dano, a não ser com a devolução dos recursos subtraídos por injustiça".

Secretário e técnico esclarecem novas mudanças na Previdência O secretário da Fazenda, George Santoro, esteve na Assembleia Legislativa para dirimir eventuais dúvidas sobre o projeto de lei complementar nº 85/2021, de autoria do Poder Executivo, que extingue a contribuição de 14% dos servidores públicos aposentados e pensionistas que recebem proventos abaixo do teto Regime Geral de Previdência Social (R$ 6.433,57). A reunião, ocorrida na quarta-feira (23) também serviu para que o atuário Túlio Pinheiro Carvalho apresentasse as análises e os estudos atuariais feitos na Previdência Complementar dos Servidores Públicos do Estado de Alagoas. George Santoro informou que o material foi encaminhado aos deputados e que o projeto possui duas partes. "Uma trata da mudança da linha de corte dos aposentados e pensionistas em relação ao que eles vão contribuir para a previdência. Estamos migrando de um salário mínimo para o teto do Regime Previdenciário Geral. Na outra parte, estamos aprovando uma migração de servidores do Fundo Financeiro para a Previdência Complementar e, para isso, oferecemos um bônus para os servidores que migrarem de um plano para outro", explicou. O Projeto de Lei Complementar objetiva ainda propor uma política de incentivo aos membros e titulares de cargo efetivo no

George Santoro foi ‘meio campo’ com Assembleia: governo espera por aprovação até esta 3ª feira

Estado de Alagoas, para estimular a mudança do regime de cálculo de seu benefício previdenciário, com característica compensatória e não previdenciária, e para fortalecer o equilíbrio atuarial, o que colaborará com a solidez fiscal do Estado. Assim, será assegurado aos servidores o direito a um Benefício Especial, de cará-

ter estatutário e compensatório, calculado com base nas contribuições previdenciárias estritamente da parte do servidor, que foram descontadas sobre o que excede o teto do Regime Geral de Previdência Social, devidamente atualizadas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo IPCA.

Governo manda rodar duas folhas O secretário George Santoro informou aos deputados que o governo mandou preparar duas folhas para pagamento aos aposentados e

pensionistas - uma com a exclusão dos 14% e outra com os valores que vinham sendo cobrados: - De forma preventiva o

governador mandou rodar as duas folhas. Mas do ponto de vista técnico, o Estado só vai poder esperar até o dia 29. Se não for aprovado o projeto

até esta data, o pagamento terá de ser feito com a folha normal - disse Santoro. A decisão é dos deputados.


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A4 | Nacional

> SEGUNDO O IPEC Geraldo Câmara

Ouvidor Geral geraldocamara@gmail.com

REDESCOBRINDO BANANEIRAS Bananeiras é uma cidade paraibana que fica em região montanhosa a 138 km de João Pessoa e a 75 km de Campina Grande. Absolutamente privilegiada pelo seu clima, aquele friozinho gostoso que só faz bem, Bananeiras me surpreendeu, após mais de 25 anos sem por lá estar. Além da cidade em si, gostosa e boa de se ver, os passeios pelas estradas e ruas da cidade vão descortinando paisagens encantadoras e a descoberta de condomínios como só se vê nos Estados Unidos e em alguns do sul do país. Um deles, imenso, abriga campo de golfe, casas muito bonitas e bem construídas, alamedas perfeitas e uma imensidão de contornos geográficos que expulsa a monotonia e nos aproxima do paraíso. Bananeiras, ah, tem bananeiras sim e você as encontra logo na entrada nos acostamentos da estrada pitoresca já se aproximando da cidade. E tem mais, muito mais para se descobrir como os engenhos com as melhores cachaças do estado, uma de suas vocações, incluindo algumas famosas que de há muito entraram no mercado nacional e até internacional. A volta a Bananeiras pela mão de meu filho Dinho proporcionou-me uma volta ao passado quando vivi na Paraíba, por ela me apaixonei e jamais a esqueci.

DESTACÔMETRO

O destaque vai para a garra e o profissionalismo do nosso secretário de segurança, Alfredo Gaspar que com competência vai colocando os criminosos bem afastados da sociedade alagoana.

PÍLULAS DO OUVIDOR Não dá para entender essa coisa toda que está acontecendo em redor deste Lázaro, fugindo há quase quinze dias sem que todo o aparato de polícias estaduais e até federal consiga colocar a mão no bandido. O que já se gastou nessa operação é algo assustador, mas como diziam os antigos "neca de pitibiriba" do louco e desvairado Lázaro. Daqui a pouco começam a prender e até já começaram os que o viram rondando as madrugadas. E nada dele. Mais um São João, mais um mês de junho sem as famosas festas, sem as quadrilhas, sem as meninas de fitinha em inocentes bailes de interior e nem mesmo as grandes farras dos que sempre puderam exercitá-las. Claro que não somos inocentes e sabemos que algumas aglomerações escaparam por esse mundo de meu Deus com as festas clandestinas em muitos pontos do Brasil. O que é uma pena porque é melhor perder uma festa do que a vida. Saiu uma primeira pesquisa do tipo "se as eleições fossem hoje". Cheguei a pensar que fosse "fake" até que o Jornal Nacional a divulgou dando conta de que Lula estaria com 49% dos votos e Bolsonaro com 23%. Em sendo real, a guerra já começou. Aliás, com esse prognóstico ou com qualquer outro já se sabe que o que vem daqui para frente será uma guerra de radicais com enorme perigo para a independência do eleitor comum. Não se pode admitir uma eleição com excesso de ânimos. Enquanto as eleições eram um acontecimento cívico e patriótico para o nosso país tudo corria bem e quem perdesse respeitaria o direito do ganhador. Hoje não sabemos realmente o que poderá acontecer e com qualquer resultado. Enquanto isso a pandemia cresce, as vacinas chegam lentamente e não na proporção do que necessitamos fazendo com que os casos aumentem, os hospitais lotem e o vírus fique ganhando as batalhas no dia a dia. A juíza Fátima Pirauá (foto), sempre presente e de olho aberto para os problemas mais sérios da sociedade, principalmente os que envolvem a criança e o adolescente. Este é só um dos trabalhos dignificantes de Fátima.

Pesquisa mostra que Lula venceria hoje no 1º turno Líder petista teria 56% dos votos válidos contra 23% do presidente Bolsonaro fotos: Divulgação

Congresso em Foco

Caso as eleições presidenciais fossem realizadas hoje, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria 49% dos votos totais, segundo pesquisa do Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), ex-Ibope. Se considerados os votos válidos, o petista teria 56% das intenções e venceria já no primeiro turno. Já o atual presidente, Jair Bolsonaro (sem partido), ficaria em segundo lugar, com 23% dos votos totais e 26% dos válidos. A pesquisa avaliou também a viabilidade dos ex-ministros Ciro Gomes (PDT) e Luiz Henrique Mandetta (DEM), bem como do governador de São Paulo João Doria (PSDB). O pedetista tem 7% dos votos totais, o tucano Doria, 5% e o demista, 3%. Votos brancos e nulos somam 10% e não souberam ou não responderam, 3%. O Ipec ouviu presencialmente 2.002 eleitores brasileiros em 141 cidades do País entre 17 e 21 de junho. A margem de erro de dois pontos percentuais.

Lula abre ampla vantagem e, segundo nova pesquisa, venceria eleição presidencial no 1º turno

A pesquisa também perguntou se os eleitores votariam com certeza ou poderiam votar ou se não votariam de forma alguma em determinado candidato. Em Lula, 61% dos entrevistados disse-

ram que votariam com certeza ou poderiam votar nele (11 pontos percentuais a mais que em fevereiro), 36% que não votariam de jeito nenhum e 3% que não conhecem o suficiente ou não responderam.

> CASO COVAXIN

Relatos dos irmãos Miranda agravam posição do Planalto Correio Braziliense

Depois de mais de seis horas de depoimento na CPI da Covid e muito bate-boca, o deputado Luís Miranda (DEM-DF) deu a declaração mais bombástica contra o Executivo: afirmou que o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), foi citado pelo presidente Bolsonaro como culpado pelo "rolo" da compra suspeita da Covaxin. Miranda reiterou na oitiva que não se lembrava do nome do parlamentar mencionado pelo chefe do Planalto, mas, após muita insistência dos senadores, acabou revelando o nome de Barros. Miranda é irmão do servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, que relatou "pressões anormais" por parte dos seus superiores para agilizar a importação da Covaxin, vacina contra covid-19 do laboratório indiano Bharat Biotech. O laboratório é representado no Brasil pela empresa Precisa Medicamentos, alvo da CPI. O ministério assinou o contrato com a Precisa em 25 de fevereiro para aquisição de 20 milhões de doses a R$ 1,6 bilhão. O

Irmãos Luís Miranda e Luiz Ricardo fazem revelações bombásticas sobre compra da vacina Covaxin

deputado informou que ele e o irmão relataram a Bolsonaro as suspeitas de irregularidades em relação à Covaxin e as pressões que o servidor vinha sofrendo. Bolsonaro, então, teria feito um comentário dizendo que "é mais um rolo" de um

parlamentar. O presidente ainda teria afirmado que encaminharia a questão à Polícia Federal, porém, conforme senadores da CPI, não foi encontrado nenhum inquérito na PF sobre Covaxin aberto a pedido do chefe do Executivo.

> EM CHAPECÓ

Bolsonaro ataca o Supremo e cita 'elegibilidade' de Lula Estadão Conteúdo

ABRAÇOS IMPRESSOS Meus abraços, completando o que disse no artigo principal vão para a cidade de Bananeiras, seus habitantes e até para os homens e mulheres que conduzem a Paraíba, a maioria com suas casas naquele paraíso. Na foto um destaque de um dos condomínios de lá.

O presidente Jair Bolsonaro voltou a reforçar na sexta-feira, 25, ataques a instituições democráticas, em especial, ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à imprensa. Durante discurso a empresários de Chapecó (SC), Bolsonaro citou a decisão do STF de garantir que governadores não sejam inquiridos pela CPI da Covid no Senado e disse ser "inacreditável" o que acontece na Corte. As falas do presidente foram repercutidas pela plateia com as palavras de ordem: "Fecha! Fecha!". Sem citar o nome de Luiz Inácio Lula da Silva, Bolsonaro afirmou que "tiraram da cadeia" o petista para que ele seja presidente do Brasil. No lugar de se referir pelo nome, Bolsonaro gesticulou com a palma da mão aberta, com exceção do dedo mindinho dobrado. "Tiraram ele da cadeia, tornaram ele elegível, com toda certeza, para ser presidente na fraude. Com esse critério eletrônico que está aí, ele pode chegar", afirmou

Em Chapecó, Bolsonaro ataca o Supremo Tribunal e cita liberação de Lula para disputar eleições

Bolsonaro que voltou a defender o voto impresso. "Tapetão por tapetão, sou mais o meu", completou, dizendo que só Deus tiraria ele do cargo. Segundo pesquisa Ipec,

divulgada nesta sexta-feira, se as eleições presidenciais fossem realizadas hoje, Lula ganharia em primeiro turno, com 56% dos votos válidos contra 26% de Bolsonaro.


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IA C N Ê T S I RA I S E S A ANC FIN Assessoria Mais uma vez, o Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação está sendo aperfeiçoado para atender às demandas de moradores e comerciantes da área de desocupação. Com isso, os pedidos de reanálise de propostas de indenização passam a ter prazos de referência definidos para garantir a agilidade do processo, assim como acontece em outras etapas da jornada. A resolução é um ajuste ao Termo de Acordo assinado entre a Braskem e as autoridades públicas (*), no último dia 17 de junho. Assim que o morador ou comerciante solicitar a reanálise da proposta de compensação financeira, o Programa tem 20 dias para apresentar uma res-

Geral | A5

Pinheiro: Braskem abre prazos para reanalisar propostas de indenização Empresa busca aperfeiçoar programa que atende moradores e comerciantes das áreas de risco posta. Novos documentos, como despesas com aluguel e deslocamento ou relacionados à comprovação de exercício de atividade econômica no imóvel, serão analisados nesse prazo. Caso seja necessária uma nova avaliação presencial no imóvel, são acrescentados 15 dias ao prazo. Mas, se o pedido de reanálise vier acompanhado de documentação complementar, o morador ou comerciante, além do advogado ou defensor público que o acompanha, serão informados sobre o prazo necessário. Vale ressaltar que todos os novos documentos apresentados após a proposta também são avaliados de forma detalhada. Quanto antes eles forem entregues, mais rápida será a devolutiva. A reanálise só po-

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Braskem concede direito de reanálise de indenizações aos moradores e comerciantes das áreas de risco

derá ser solicitada para propostas de indenização que ainda estejam em aberto.

Os critérios utilizados para compor a proposta são apresentados ao morador ou comer-

ciante e seu advogado ou defensor público. Ao final da jornada de compensação, os acor-

dos são homologados pela Justiça. O Programa procura assegurar às pessoas os mesmos direitos que teriam se buscassem a discussão em vias judiciais. Até o momento, o Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação apresentou mais de 7 mil propostas de compensação para moradores e mais de 1,2 mil para comerciantes e empresários da área de desocupação. Também foram pagos mais de R$ 985 milhões em indenizações, auxílios financeiros e honorários de advogados. (*) Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE), Defensoria Pública da União (DPU) e Defensoria Pública do Estado de Alagoas (DPE).

> CONTROLE TOTAL

Com novos hospitais, Saúde ‘segura’ pandemia e taxa de óbitos estabiliza Quinze meses após o início da pandemia (contando a partir de março de 2020), Alagoas contabiliza menos de 5.300 mortes causadas pela Covid-19 e ocupa posição privilegiada, quando comparada com os registros de óbitos nos demais estados. Segundo levantamento publicado na sexta-feira (25) pela Gazeta do Povo, Alagoas é o 23º estado no ranking de mortalidade decorrente do novo coronavírus, ficando à frente apenas de quatro estados do Norte: Tocantins, Amapá, Acre e Roraima - valendo lembrar que se tratam de territórios menos populosos.

No final da semana, a despeito do alto número de casos de Covid registrados com a evolução da 'terceira onda', a taxa de ocupação de UTIs em Maceió era de 70%, e a explicação para isso está no número de unidades disponíveis graças ao funcionamento do Hospital da Mulher e do Hospital Metropolitano, construídos pelo atual governo estadual. A campanha de vacinação contra Covid-19 também responde pelo controle da letalidade no Estado, mas antes, quando não havia imunização, Alagoas se manteve em situação controlada, exatamente em razão dos novos hospitais inau-

gurados em Maceió (dois), em Porto Calvo (Regional do Norte), em União dos Palmares (Regional da Mata) e, agora, em Delmiro Gouveia (Regional do Alto Sertão).

ABERTURA

Nova estrutura hospitalar ‘segura’ taxa de mortes por Covid em Alagoas

Graças ao controle de epidemia refletido em números consistentes, o governo pôde editar novo decreto (publicado na quarta-feira, 23 de junho), ampliando a abertura da economia com as seguintes medidas: * Lojas localizadas no bairro do Centro funcionarão das 9h às 17h. * Lojas de rua e galerias fun-

cionarão das 10h às 18h. * Shopping centers funcionarão das 11h às 20h. * Bares, restaurantes e estabelecimentos congêneres das 5h às 22h, de segunda a sexta, e das 5h às 20h no fim de semana e feriados, podendo funcionar após as 22h, durante a semana, e após as 20h, durante o fim de semana e feriados, apenas por serviços de entrega, inclusive por aplicativo, e na modalidade "Pegue e Leve", sendo expressamente proibido o consumo local, tanto de bebidas quanto de comidas. * Academias, clubes e centros de ginásticas, funcionam das 5h às 22h.

> CENÁRIO POSITIVO

Alagoas é o Estado do Nordeste que mais abriu empresas no quadrimestre Agência Tatu Apesar da pandemia do novo coronavírus, Alagoas foi o estado do Nordeste com a maior taxa de abertura de empresas nos primeiros quatro meses deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado. Na comparação nacional, Alagoas é o quinto estado do país com a maior proporção de empresas abertas. É o que apontam os dados do último boletim do Mapa de Empresas do Brasil, analisados pela Agência Tatu. Com os dados coletados do Painel Mapa de Empresas, é possível observar uma série histórica com o número de empreendimentos abertos e fechados a cada mês. No comparativo dos primeiros quadrimestres de 2021 e 2020, apesar de também haver aumento no número de empresas fechando as portas, o percentual de novas empresas criadas supera o das empresas que fecharam. No panorama geral do

Nordeste, a região registrou a criação de mais de 230 mil empresas de janeiro a abril deste ano, o que representa um aumento de 39% em comparação ao mesmo período de 2020. Para o número de empresas extintas, o aumento foi de 26%, com mais de 75 mil empresas encerrando suas atividades. Em Alagoas, foram abertas mais de 14 mil empresas no primeiro quadrimestre de 2021, 51,2% a mais do que no mesmo período do ano anterior. Foi registrado ainda um aumento de 32% na taxa de extinções, com 4209 empresas deixando de existir no estado. Na região, o Maranhão foi o estado que apresentou tanto a menor taxa de extinção (16%), como a menor taxa de crescimento (27%).

MAIS MICROS

Em relação às empresas registradas como MEI, quando comparado com o primeiro quadrimestre de 2020, Alagoas registra em 2021 o

Empresas como a Mineradora Vale Verde turbina economia estadual e amplia a oferta de empregos no Estado

maior crescimento no número de Microempreendedores Individuais registrados do Brasil, com um aumento de 52,5%. Ainda segundo o boletim, o MEI é responsável por 56,5% dos negócios ativos do Brasil, além de representar 80,1% das empresas abertas

no primeiro quadrimestre desde ano. ENERGIA ELÉTRICA Secretário da Agricultura, Maykon Beltrão, juntamente com a Equatorial Alagoas, assinaram um termo de cooperação que tem como objetivo

a identificação e inclusão de novos beneficiários do Plano de Tarifa Rural de energia elétrica. O programa visa beneficiar quem mora na zona rural do Estado, concedendo um abatimento na conta de energia elétrica de quem possui instalação classificada como

Rural. Mais de 100 mil alagoanos podem ser auxiliados com o desconto de até 24% na fatura da conta de energia mensalmente. Porém, por não conhecerem o decréscimo da tarifa, apenas 30 mil consumidores são beneficiados. "Uma parceria importante que vai ajudar milhares de famílias de agricultores em Alagoas. A redução ou desconto, na conta de energia, é menos um custo para os pequenos produtores. Se hoje mais de 30 mil residências rurais já possuem o subsídio, o Governo de Alagoas, por meio da Seagri, vai trabalhar ao lado da Equatorial para ampliar esse número e beneficiar mais famílias nos 102 municípios. Assim que for feito o compartilhamento de dados entre o estado e a Equatorial, automaticamente os beneficiários terão o desconto na sua tarifa de energia", destacou Maykon Beltrão.


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A6 | Economia

> FECHAMENTO DE AGÊNCIAS

Câmara quer explicação do Banco do Brasil Presidente da Comissão de Fiscalização Financeira vem a Alagoas nesta segunda-feira para discutir extinção de unidades Assessoria

Após ampla divulgação sobre os prejuízos que o fechamento de várias agências do Banco do Brasil vão provocar, o presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, deputado federal Hildo Rocha virá pessoalmente a Alagoas nesta segunda-feira - 28 de junho. Acompanhado do presidente da AMA (Associação dos Municípios Alagoanos), Hugo Wanderley, prefeitos e representantes da bancada federal alagoana, CNM , entidades de classe e sindicato dos bancários, o parlamentar fará visita técnica às agências do Banco do Brasil que foram fechadas em Alagoas.

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A Comissão, com subscrição dos Deputados Jorge Solla, Elias Vaz e Leo de Brito, também aprovou a realização de Audiência Pública para debater o fechamento de agências do Banco, que acontecerá logo após a visita à cidade de Maribondo, dia 28, às 12 horas, na cidade de Dois Riachos, Sertão. Esse debate importante começou após reivindicação do presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) à Confederação Nacional a ao Congresso, através da bancada federal do Estado, levando em consideração o prejuízo para as comunidades afetadas. Além da AMA, o presidente da comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, deputado federal Hildo Rocha convidou a Supe-

Deputado Hildo Rocha vem a Alagoas nesta segunda-feira para avaliar fechamento de agências do Banco do Brasil

rintendência do Banco do Brasil em Alagoas, Associação Comercial, Federação do Comércio, Câmara de Lojistas locais, Sistema S e sindicato dos Bancários O presidente da AMA, Hugo Wanderley afirma que o fechamento é um retrocesso. "O banco deve cumprir o seu papel social. O fechamento das agências e postos é ruim para economia local e durante a pandemia estimula ainda mais a aglomeração e a circulação de pessoas entre os municípios, quando no momento o isolamento social é peça fundamental para evitar o contágio", diz o gestor que também se preocupa com a segurança do cidadão. Segundo mapeamento preliminar feito pela

Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), serão pelo menos 160 unidades em todo país, sendo o Nordeste a região mais afetada.

SERVIÇO

Evento: Visita da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, presidida pelo Deputado Federal Hildo Rocha Data: Dia 28 de junho, segunda-feira Hora/local 9 horas - Visita à agência do Banco do Brasil em Maribondo 12 horas - Visita e audiência pública em Dois Riachos

> OPORTUNIDADE

BB anuncia concurso com vagas para Alagoas O Banco do Brasil abriu concurso para um total de 4.480 vagas, sendo 2.240 imediatas e 2.240 para formação de cadastro de reserva, para todos os estados e o Distrito Federal. Em Alagoas, a instituição está sendo contemplada com 33 vagas (18 imediatas e 15 para cadastro). A seleção é para o cargo de escriturário, com os nomes de relacionamento de agente comercial e agente de tecnologia. A divisão das vagas é a seguinte: * 2 mil vagas para Escriturário - Agente Comercial, mais 2 mil de cadastro reserva, para atuação nas unidades de negócios em todos os estados e no Distrito Federal; * 240 vagas de Escriturário - Agente de Tecnologia, e outras 240 para cadastro de reserva, com foco em Conhecimentos de TI, para vagas somente no Distrito Federal. * O cargo de escriturário possui nomenclaturas específicas para uso no relacionamento com o mercado, que variam de acordo com a unidade em que o funcionário está lotado. Para participar da seleção, é preciso ter certificado de conclusão ou diploma de curso de nível médio, e idade mínima de 18 anos completos, até a data da contratação.

* Há possibilidade de ascensão e desenvolvimento profissional; participação nos lucros ou resultados; vale-transporte; auxílio-creche; auxílio a filho com deficiência e previdência complementar. Os funcionários do BB possuem ainda acesso à Universidade Corporativa Banco do Brasil (UniBB). * Do total, 5% das vagas são reservados para pessoas com deficiência e 20% para candidatos que se autodeclararem pretos ou pardos. * As inscrições devem ser feitas pelo site da Cesgranrio de 24 de junho a 28 de julho e têm valor de R$ 38,00. * O concurso terá provas objetivas e redação, previstas para o dia 26 de setembro, e seguirá os protocolos de prevenção à Covid-19. * As provas objetivas terão questões de Conhecimentos Básicos (25 questões): Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Matemática e Atualidades do Mercado Financeiro; e Conhecimentos Específicos (45 questões), de acordo com a vaga pretendida. A remuneração inicial é de R$ 3.022,37, para jornada de 30 horas semanais. O banco oferece ainda ajuda alimentação/refeição de R$ 831,16 por mês e, cumulativamente, concede cesta alimentação no valor mensal de R$ 654,87. Primeira Edição

Em Alagoas, Banco do Brasil vai disponibilizar 33 vagas (18 imediatas) depois de ter desativado agências


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Política | B1

> JÁ NO CONGRESSO

Reforma dobrará isentos do Imposto de Renda Contribuinte com renda até R$ 2,5 mil ficará isento, mas Bolsonaro havia prometido isentar quem ganha até R$ 5 mil Correio Braziliense O número de isentos do Imposto de Renda deve dobrar, de acordo com o projeto apresentado pelo governo à Câmara dos Deputados, no que será a segunda fase da reforma tributária no Congresso. O ministro da Economia, Paulo Guedes, apresentou ao presidente da Câmara, Artur Lira, um texto que prevê a alteração da faixa de isenção do IR para englobar quem ganha até R$ 2,5 mil por mês. Atualmente, são isentos

aqueles com salário mensal de até R$ 1,9 mil. "Hoje, são 30 milhões de declarantes e 8 milhões estão isentos. Nós vamos baixar essa faixa de isenção de R$ 1,9 mil para R$ 2,5 mil. Então, outros 8 milhões de brasileiros estarão isentos. No fim, 16 milhões de brasileiros estarão isentos do imposto de renda. Porque nós tributamos pessoas e o país tem média muito baixa de salário", disse. Ele destacou que a alteração na faixa de isenção era uma promessa do presidente Jair Bolsonaro quando ainda era

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Paulo Guedes entrega a Artur Lira projeto que vai ampliar isenção do IR

candidato, nas eleições de 2018. "Quando nós passamos à faixa de isenção do IR, que é uma promessa do presidente durante a campanha, ele dizia 'vou baixar', ele queria que fosse até R$ 3 mil. Nós estamos com dificuldade de recursos. Estamos em anos difíceis. Mas aumentando a arrecadação, não com arrecadação cíclica, como se está dizendo, não há o menor risco de desequilibrarmos as finanças. O que nós estamos transformando em aumentos de isenções é o componente estrutural. A gente sabe que es-

truturalmente o Brasil vai crescer a uma taxa um pouco maior", afirmou. O ministro omitiu, no entanto, que a promessa de Bolsonaro era aumentar a faixa de isenção para quem ganha até cinco salários mínimos - R$ 5,5 mil em valores atuais. Ele justificou que a alteração na isenção será possível graças à economia feita pelo Estado com a Previdência e em juros da dívida. "Toda essa economia será repassada à população", afirmou o ministro da Economia.

INSS concluirá pagamento do 13º no dia 7 O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) iniciou na quinta-feira (24) o pagamento da segunda parcela do 13º salário de aposentados e pensionistas. Até 7 de julho, o instituto conclui o pagamento para cerca de 31 milhões de segurados. A data do depósito é de acordo com o número final do benefício (começa pelo 1), sem levar em conta o dígito verificador. O pagamento é feito em duas parcelas. A primeira, correspondente a 50% do benefício devido no mês de maio de

2021, foi paga com os benefícios dessa competência - de 25 de maio a 8 de junho. A segunda parcela está sendo paga junto com os benefícios da competência do mês de junho de 2021 de 24 de junho a 7 de julho. Normalmente, o pagamento ocorre nas competências de agosto e novembro. Quem passou a receber o benefício depois de janeiro, terá o valor será calculado proporcionalmente.

IMPOSTO DE RENDA

Pagamento antecipado do 13º do INSS começou dia 24 e vai até 7 de julho

A segunda parcela do 13º salário pode ter um valor diferente da primeira devido ao desconto do Imposto de Renda (IR). Essa tributação varia conforme a idade: para aposentados a partir de 65 anos, há isenção extra do Imposto de Renda e só é cobrado se o benefício superar R$ 3.807,96. Já o segurado com idade até 64 anos paga IR caso receba acima de R$ 1.903,98. Tem direito ao 13º salário quem, durante o ano, recebeu benefício previdenciário de

aposentadoria, pensão por morte, auxílio-doença, auxílioacidente ou auxílio-reclusão. Não têm direito ao abono anual os que recebem benefícios assistenciais, como Benefício de Prestação Continuada da Lei Orgânica da Assistência Social (BPC/Loas) e Renda Mensal Vitalícia (RMV). A expectativa da Secretaria da Previdência do Ministério da Economia é injetar cerca de R$ 52,7 bilhões na economia, com o pagamento do 13º salário de forma antecipada.


Esportes

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Primeira Edição | 28 de junho a 4 de julho, 2021 Opinião - Social

> MARATONA EM VISTA

CRB: técnico explica ausência de titulares Na sequência da Série B, o Galo enfrenta Náutico (29/06, às 21h30), CSA (03/07, às 18h30) e Botafogo (06/07, às 21h30 Redação com web O CRB não contou com três titulares na derrota para o Avaí na última sexta-feira. Para o jogo na Ressacada, o técnico Allan Aal foi obrigado a poupar o zagueiro Gum, o volante Jean Patrick e o meia Diego Torres. Após a partida em Florianópolis, o treinador do Galo justificou as baixas. - A gente tem um departamento de fisiologia muito ativo, com profissionais muito competentes, e eu não uso a palavra poupar, mas sim recuperar atletas que não têm condições físicas de jogar numa sequência tão apertada como a gente tem, incluindo as viagens - frisou. Aal comemorou a série de jogos que o CRB vai disputar no Rei Pelé e sinalizou como pretende montar o time para os próximos compromissos no Brasileiro. - Nós vamos ter três jogos aí, praticamente, em casa, aí já é uma outra situação, a recuperação física vai ser de uma maneira mais rápida e aqueles que estiverem 100% e estiverem à disposição a gente vai escolher da melhor maneira possível.

E NO AZULÃO?

Na sequência da Série B, o Galo enfrenta Náutico (29/06, às 21h30), CSA (03/07, às 18h30) e Botafogo (06/07, às 21h30). Com 10 pontos, o time ocupa a sexta colocação na tabela do Brasileiro.

CONTRA O NÁUTICO

O meio-campista Jean Patrick, de 29 anos, sentiu o desgaste pela sequência de jogos e foi vetado pela fisiologia do CRB na última sexta, contra o Avaí, em Florianópolis. No último domingo, ele avisou que está tudo bem. Terça, vai jogar contra o Náutico no Rei Pelé, às 21h30. Mesmo de longe, Jean disse que a derrota contra o Avaí foi injusta. O CRB jogou com um homem a menos desde os 18 minutos do primeiro tempo, quando Renan Bressan foi expulso. Mesmo assim, perdeu por 1 a 0, com um gol irregular, e criou chances para empatar no fim. - A gente vem de uma derrota na competição que poderíamos ter saído com um grande resultado, pois a equipe teve um bom desempenho durante os noventa minutos. A gente tem feito bons jogos, evoluído. Queremos fazer uma boa se-

O técnico Allan Aal teve que mexer na escalação do Galo contra o Avaí, o Galo terá sequência de jogos difíceis

quência novamente na temporada. O grupo sabe da importância disso neste momento. Estamos motivados. Jean vem compondo o meio-campo titular do CRB ao lado de Marthã e Diego Torres. Ganhou de vez a posição após o Campeonato Alagoano. Contra o Cruzeiro, marcou até um golaço de fora da área. - Estou feliz com o que te-

nho vivido aqui no CRB. Tem sido muito especial. Espero que neste segundo semestre eu possa melhorar ainda mais meus números com a camisa do clube para ajudar a equipe a conquistar seus objetivos em 2021. O meio-campista comentou ainda sobre o jogo contra o líder do CRB. É mais um teste de força para a equipe, que ocupa a sétima colocação na Série

B, com dez pontos. - O Náutico vem fazendo um grande campeonato até aqui. Eles não estão no topo da tabela de classificação à toa. Vai ser um jogo complicado, equilibrado. Precisamos ter eficiência máxima durante os noventa minutos para sairmos com uma vitória em casa. Não podemos pensar em outro resultado, a não ser, vencer.

Depois de uma semana de muita turbulência, o Azulão volta as atenções para seguir na Série B com resultados favoráveis, pra isto continua reforçamdo a equipe, o meia Renato Cajá salientou sobre o assumto. Apresentado na tarde da última sexta à imprensa alagoana. A princípio, a coletiva do reforço do CSA seria na última quinta, mas a queda da diretoria de futebol atrapalhou os planos. Na entrevista, Cajá até falou sobre esse momento de turbulência. Ele disse que o grupo vai saber absorver essa dificuldade e se fechar ainda mais para buscar os resultados em campo. - Eu já vivi momentos piores do que a gente viveu, né? É algo que sempre acontece, mas aqui foi bem explícito. Às vezes acontece, mas fica um pouco mais abafado,tudo já passou! A gente sabe que sempre acontecem situações políticas, mas o grupo tem que estar sempre blindado. A gente sabe disso, tem no grupo jogadores experientes, vamos voltar as atenções para conquistarmos resultados positivos.

> ÚNICO

Náutico conta com erro da arbitragem e empata com o Remo:1x1 GE Náutico e Remo realizaram uma partida emocionante no empate por 1 a 1, na noite do último sábado, nos Aflitos. Jogando fora de casa, a equipe paraense vencia até os 42 minutos do segundo tempo, com gol de Gedoz, quando Paiva se aproveitou de uma saída errada do goleiro Vinícius para deixar tudo igual. Esse seria um relato de uma partida eletrizante, se não fosse por um detalhe. O gol do Timbu só foi possível por conta de uma falha clamorosa da arbitragem, que não assinalou impedimento do atacante alvirrubro.

PRIMEIRO TEMPO

Náutico e Remo começaram a partida a mil por hora. Dispostos a sair de campo com os três pontos, os alvirrubros tentaram tomar as ações do duelo e quase abriram o placar com Erick, e com Jean Carlos, que chegou a ver a bola passar pelo goleiro Vinícius, mas ser afastada pela zaga. Só que o Remo estava longe de ser presa fácil. Aproveitando um vacilo de Djavan, Gedoz invadiu a área alvirrubra e abriu o placar para a equipe paraense. Lance que fez com que o Timbu se lançasse ao ataque, mas sem êxito. O primeiro tempo acabou mesmo 1 a 0.

SEGUNDO TEMPO

Com a vantagem no placar, o Remo subiu para o segundo tempo sem muitas pretensões

A equipe paraense vencia com gol de Gedoz até os 42 do segundo tempo, quando Paiva, irregular, empatou

ofensivas. Empurrado pelo Náutico, o Leão paraense quase não passou do meio de campo nos 10 primeiros minutos. Decidido a empatar o jogo, o Timbu tentava chutes de fora da área, lançamentos longos, mas esbarrava na falta de calma e nas mãos de Vinícius. A pressão demorou a dar resultado, mas deu. Aos 42 minutos, Paiva balançou as redes para empatar pelo Náutico. Vinicius falhou no lance, e o atleta alvirrubro estava impedido, mas o árbitro deu o gol. O Timbu saiu dos Aflitos com o empate por 1 a 1, ao menos sustentando a invencibilidade no campeonato.

COMO FICA?

O resultado não muda muito a vida do Náutico, que segue

na liderança isolada da Série B do Brasileiro, com 17 pontos. Enquanto isso, o Remo cai uma posição e ficou na 15ª, com sete antes de fechar a roddada.

MÁ FASE

Camisa 10 do Remo, Gedoz iniciou bem a temporada, mas perdeu espaço e acabou indo parar no banco de reservas. Na noite deste sábado, no entanto, ele resolveu mostrar que é uma das principais peças da equipe. Com uma atuação sólida, foi o responsável por abrir o placar para os visitantes e conduziu o time durante toda a partida.

UNIFORME IMPROVISADO

O goleiro Alex Alves foi

surpreendido pelo árbitro da partida, que julgou o uniforme semelhante ao do Remo. O resultado foi que a partida acabou sendo atrasada, para que o atleta do Náutico pudesse trocar a peça. Sem um uniforme preparado, Alex Alves jogou o primeiro tempo todo com uma camisa improvisada. O detalhe é que o clube teve que mandar o roupeiro até o Centro de Treinamento do clube para buscar uma peça nova.

O QUE VEM PELA FRENTE?

Na próxima rodada, o Náutico encara o CRB, em Maceió no Estádio Rei Pelé. O Remo recebe o Sampaio Corrêa. Ambos os jogos estão marcados para as 21h30 desta terça-feira.


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Esportes | B3

> COM FRIO E CHUVA

Juventude bate o Flamengo no Jaconi: 1x0 O time de Caxias do Sul se dá melhor em campo encharcado pela chuva, conta com "ajuda" de poça d'água e soma pontos GE Frio, chuva e gramado alagado. Em um cenário adverso, o Flamengo sofreu sua segunda derrota no Campeonato Brasileiro ao perder por 1 a 0 para o Juventude na manhã do último domingo, no Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul, no jogo de abertura da 7ª rodada. O time gaúcho se adaptou melhor às condições do campo e do jogo e contou com a ajuda de uma poça d'água para marcar o gol da vitória, com Matheus Peixoto, ainda no primeiro tempo.

PRIMEIRO TEMPO

O Juventude se adaptou melhor ao gramado encharcado e tirou proveito disso para sair em vantagem no primeiro tempo. O técnico Marquinhos Santos fez uma alteração na equipe, com Guilherme Castilho no lugar de Marcos Vinicios. A intenção era povoar o meio-campo e tentar segurar o ataque do Flamengo. Nem foi preciso. O time rubro-negro não conseguiu impor seu tradicional estilo de toque de bola nestas condições e teve que abusar dos lançamentos longos, a pedido do próprio Rogério Ceni. E ainda foi traído pelas poças d'água. Logo aos cinco minutos,

Divulgação

Gustavo Henrique dominou em frente à área, Castilho roubou a bola e arriscou de longe, mas Diego Alves espalmou. O time gaúcho chegou ao seu gol aos 24, em outro erro da defesa do Flamengo. Matheuzinho tentou um recuo para Gustavo Henrique na defesa, mas o passe rasteiro parou no meio do caminho, em uma poça d'água. Matheus Peixoto ficou com a bola e chutou de primeira no canto esquerdo, sem chances para Diego Alves. Ceni colocou Rodrigo Muniz no lugar de Michael aos 35 e passou a ter dois centroavantes na área à espera da ligação direta, mas o Flamengo não conseguiu criar uma chance clara na primeira etapa.

TABU E INVENCIBILIDADE

SEGUNDO TEMPO

O Flamengo voltou com tudo no segundo tempo e criou três finalizações em menos de cinco minutos. Primeiro em chute de Bruno Henrique, que desviou em Castilho e explodiu na trave de Marcelo Carné. Depois em outro chute de Felipe Luís e em cabeçada de Rodrigo Muniz, por cima do gol. A equipe de Rogério Ceni teve mais presença de área na segunda etapa e conseguiu levar vantagem sobre os defensores do Juventude em alguns mo-

gol da vitória, em um erro da defesa do Flamengo. Matheuzinho tentou um recuo para Gustavo Henrique, mas a bola ficou "presa" na água no meio do caminho. Matheus Peixoto estava ligado no lance, roubou a bola e acertou um belo chute para garantir a vitória.

O Juventude venceu o Flamengo por 1 a 0 com 'ajuda' do campo encharcado, agora é aguardar novos capítulos

mentos. Aos 16, Bruno Henrique teve outra boa chance após cobrança de escanteio, mas parou em Carné. Mas a melhor oportunidade foi criada por Pedro, aos 22. O centroavante fez bem o pivô na entrada da área, girou e chutou com perigo, rente à trave. O time carioca seguiu pressionando em busca do empate, principalmente em jogadas de bola aérea, enquanto o

Juventude se segurava como podia. Mas os donos da casa ainda tiveram uma chance para matar o jogo aos 48, que Fernando Pacheco desperdiçou.

POÇA D'ÁGUA DEFINE

Elogiado pelas equipes que visitam o Juventude, o gramado do Alfredo Jaconi mais uma vez foi um dos personagens da partida. Mas agora não de uma forma positiva. A drenagem do

campo não deu conta de escoar o grande volume de chuva registrado em Caxias do Sul nos últimos dias. Muitas poças d'água se formaram no gramado, principalmente em um dos lados do campo, e prejudicaram o espetáculo. Melhor para o Juventude, que entendeu melhor as condições do campo desde o início e teve uma pequena ajudinha de uma poça d'água para marcar o

De volta à Série A depois de 13 anos, o Juventude voltou a enfrentar o Flamengo no Alfredo Jaconi e manteve um tabu contra o time carioca. O Papo não perde para o Rubro-Negro como mandante há 23 anos. Com o jogo deste domingo, foram 15 confrontos, com seis vitórias, seis empates e apenas três derrotas. A última vez que o Flamengo venceu na serra gaúcha foi em 1997, por 1 a 0, com o gol de Rodrigo. Já o Flamengo conhece sua segunda derrota no Campeonato Brasileiro e vê cair sua série invicta fora de casa. A equipe de Rogério Ceni não perdia há 11 partidas como visitante. A última vez que isso havia ocorrido foi na derrota por 2 a 1 para o São Paulo, em 25 de fevereiro, pela última rodada do Brasileirão de 2020. Agora é aguardar os novos capítulos do Brasileirão.


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B4 | Esportes

> PESSIMISTA

"Não vou falar de campo ruim", disse Tite Técnico da seleção é questionado sobre possível troca de sede para as quartas de final e grande punição aplicada por críticas GE Multado em 5 mil dólares pela Conmebol por criticar a preparação "atabalhoada" da Copa América, o técnico Tite, da seleção brasileira, evitou se manifestar sobre a punição que recebeu da Conmebol. Em entrevista neste sábado, ele escapou de uma, mas não de duas, três perguntas sobre o gramado e a organização da competição. Na primeira questão sobre o tema, disse que não tinha "nada" a opinar a respeito da multa e da advertência que recebeu. Depois, sobre diferença que fazia atuar em estádio com campos melhores, citou diversas etapas do jogo em que o campo de qualidade contribui para o espetáculo. Por último, sobre possível troca de estádio para as quartas, desabafou: – Nada (de resposta) de novo, não vou falar nada de novo. Vou ser multado. Vou falar de campo ruim, vou ser multado. Se vou falar que foi atabalhoado (o torneio), vou ser multado. Não vou falar nada – disse, antes de fazer previsão sobre o gramado da final, marcada para 10 de julho. – E vai acontecer de novo.

Vai acontecer de novo. Vai trocar de novo. Não vai estar bom o Maracanã, é muito pouco tempo (até a final para a troca do gramado), escreve aí! Antes, Tite comentou a dificuldade de se praticar bom futebol em campos deficientes. Com entrevista coletiva virtual em que as perguntas são lidas pelo assessor da própria CBF, Tite deu exemplo de que o próprio jornalista que formulou questão experimentasse jogar "uma pelada" para sentir a diferença. – Vamos jogar uma pelada só os amigos, a gente vai num campo bom ou um ruim danado para jogar. Pronto. Quem está assistindo e quem joga uma brincadeira vai entender. Se muda totalmente, muda a velocidade, a rapidez de raciocínio e execução, muda a intensidade, porque há muito mais contato. Muda a precisão de passe, muda... vixe, quanto muda! – analisou o treinador. A CBF tenta tirar o duelo pelas quartas de final da Copa América do estádio Nilton Santos por conta das más condições do gramado. Uma possibilidade oferecida pela Conmebol é transferir a partida (contra Chile ou Uruguai) para a Arena

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do sai de cabeça erguida depois de ir pela primeira vez na história para o mata-mata.

FESTIVAL DE RECORDES

Tite, técnico da seleção brasileira, em entrevista coletiva: ele desviou do assunto, mas lamentou condições de campo

Pantanal, em Cuiabá. O Brasil encerrou a participação na fase de grupos da competição no último domingo este domingo, contra o Equador, às 18h, no Estádio Olímpico de Goiânia.

PELA EUROCOPA

Mamma mia!!! Foi com

muito mais emoção do que o esperado. A Itália venceu a Áustria por 2 a 1 no último sábado, no estádio de Wembley, com todos os gols marcados na prorrogação, e se classificou para as quartas de final da Eurocopa. Chiesa e Pessina saíram do banco de reservas no segundo tempo

da partida e viraram os heróis italianos, marcando aos quatro e 14 da etapa complementar. Kalajdzic, outro que entrou durante o jogo, diminuiu para os austríacos depois do intervalo, aos oito. Mas a luta até o fim de ambos os lados premiou só uma seleção, a Azzurra. Mas o lado derrota-

A Itália colecionou recordes na vitória do últimoo sábado em Wembley: chegou a 31 jogos de invencibilidade, superando a marca atingida pela própria Azzurra, no fim da década de 30, e também conseguiu sua 12ª vitória seguida, também um feito inédito. O gol da Áustria encerrou um período de 1.168 minutos sem gol da Itália (desde outubro do ano passado), outro recorde da seleção italiana. Quer mais? Três gols na prorrogação, outro fato marcante, repetindo o jogo França 3 x 2 Portugal na Euro de 1984.

TAL PAI, TAL FILHO

Federico Chiesa repetiu o seu pai Enrico, autor de um gol contra a República Tcheca na Euro 1996, e os dois se tornaram a primeira dupla de pai e filho a marcar em uma Eurocopa. Com 100% de aproveitamento, a Itália se prepara para ss quartas.

> MAIS UMA BATALHA

GP Estíria: Verstappen sobra e vence de ponta a ponta GE Max Verstappen saiu vencedor de mais uma batalha contra Lewis Hamilton no último domingo, ao vencer o GP da Estíria. Liderando da primeira até a última volta da prova no Circuito de Spielberg, "casa" da RBR, o holandês faturou sua quarta vitória no atual campeonato da Fórmula 1 sem grandes ameaças do heptacampeão da Mercedes, que chegou em segundo. Depois de três provas difíceis em Mônaco, Azerbaijão e França e largando em quinto após ser punido por rodar no pitlane nos treinos livres, Valtteri Bottas volta a subir ao pódio em 2021 ocupando a terceira colocação. Sergio Pérez, colega de Verstappen na RBR, perdeu tempo com um primeiro pit stop lento na metade da disputa e chegou em quarto lugar perdendo, no fim, a volta mais rápida para Hamilton após um segundo pit stop do britânico. Lando Norris, que partiu da terceira colocação, ficou em quinto. A prova contou ainda

com a batalha de recuperação da dupla da Ferrari: Carlos Sainz, que não avançou ao Q3 na classificação e largou apenas em 12º; completou a corrida em sexto; Charles Leclerc, que se envolveu em um incidente na primeira volta, caindo de sétimo para 18º, recuperou a posição inicial. Partindo de um inédito décimo lugar, George Russell, da Williams, chegou a ganhar duas posições durante a corrida mas abandonou com problemas no motor na 39ª volta. Lance Stroll, Fernando Alonso e Yuki Tsunoda completam as dez primeiras colocações. Com a vitória, Verstappen amplia sua vantagem na liderança do campeonato sobre Hamilton de 12 para 18 pontos, somando 156 ao todo. Pérez se mantém em terceiro, com 96 pontos - dez a mais que o quarto colocado, Lando Norris. Com os 15 pontos do pódio, Bottas permanece em quinto na tabela, mas diminui a desvantagem para o britânico da McLaren de 17 para 12 pontos, com 74. No Mundial de Equi-

continuar nos esforçando". Bottas: "De onde comecei acho que o terceiro lugar foi o máximo hoje. Estou feliz por poder me defender contra Perez. Seria bom podermos fazer tudo de novo na próxima semana".

DESTAQUES DIFERENCIODOS

Holandês chegou a abrir 16s5 de vantagem sobre o rival da Mercedes para faturar quarta vitória no campeonato

pes, a RBR disparou; são 252 pontos contra 212 da Mercedes, uma diferença de 40.

OS TRÊS PRIMEIROS

Verstappen: "Senti, de cara, um bom equilíbrio no carro. Te-

mos que mostrar isso novamente na próxima semana em uma nova e grande corrida. Estou ansioso. Estou confiante de que poderemos fazer um trabalho muito bom novamente".

Hamilton: "Foi uma corrida um pouco solitária! Eu estava tentando acompanhar aqueles caras, mas eles fizeram grandes melhorias nas últimas corridas.Conseguimos bons pontos como equipe hoje e temos que

1. Gasly foi o primeiro a abandonar a prova ainda no início, com uma quebra na suspensão como consequência do choque na primeira volta. Latifi também teve que voltar aos boxes para trocar um pneu furado e caiu para a última colocação, em 19º. 2. Sergio Pérez ultrapassa Lando Norris e assume o terceiro lugar. Depois, foi a vez de Bottas deixar o britânico para trás pela quarta colocação. 3. Leclerc, que chegou a perder dez posições na primeira volta, começa a fazer uma prova de recuperação; no 14º giro, toma a 16ª colocação de Nikita Mazepin, da Haas, e nove voltas depois, já surge em 14º.


Primeira Edição | 28 de junho a 4 de julho, 2021

Opinião |B5

A foto do fato

Editorial

Meio milhão de vidas...

No final da semana passada, o Brasil atingiu a trágica marca de 500 mil mortes causadas pela Covid-19, um número assombroso que coloca o País entre os que mais perderam vidas em todo o mundo. Os indiferentes, que não são poucos, dirão que o trânsito também matou, a violência também matou, desastres naturais também mataram e muitas outras doenças igualmente ceifaram vidas, muitas vidas nesses últimos 15 meses. E é verdade, mas, excluindo-se os acidentes naturais, as demais causas de óbitos estavam mais ou menos dentro do 'previsível'. A Covid, não, surgiu como um surto epidêmico e, mesmo se tratando de doença nova, ou de vírus novo, poderia ser enfrentada de várias maneiras. E o problema é que o Brasil, infelizmente, escolheu a forma menos eficaz, menos eficiente e mais perigosa para combater um inimigo invisível e até então desconhecido. A verdade - sem politicagem - é que o governo pecou, errou feio ao apostar na chamada 'imunidade de rebanho' como receita equivocada para enfrentar a pandemia com 'danos mínimos' para a economia. Errou ao retardar as negociações para compra de vacinas - e isso já ficou sobejamente provado nos debates da CPI da Covid - o que obviamente atrasou o processo de imunização coletiva da população. Como consequência, a parcela mais vulnerável do conjunto social - os idosos - foram se contaminando e morrendo, enquanto os hospitais viveram situação de completa exaustão, seja pelo 'excesso' de pacientes em situação crítica, seja pela carência de recursos humanos, já que a estrutura hospitalar do país não estava, nem poderia estar, preparada para atender e tratar tanta gente repentinamente... Meio milhão de mortos. Poderia, sim, ter sido muito menos, se o governo central tivesse apoiado as medidas de distanciamento social, quando ainda não havia vacinas, e se tivesse agido de acordo com os ensinamentos da ciência. Aliás, não é preciso ser médico, virologista, infectologista para saber que não se combate vírus com medicação. A vacina, a forma eficaz de prevenção, é a única fórmula de combater a infecções virais. E a verdade é que qualquer Ricardo Salles caiu. Um dos ministros mais próximos deJair Bolsonaro deixou o governo em meio a denúncias que poderiam desestabilizar estudante colegial bem aplicado sabe disso. mais ainda o presidente e sob rumores de que o ministro Alexandre Moraes, do Supremo Tribunal, estaria pronto para ordenar sua prisão.

Os inigualáveis cheiros do São João

Pandemia no Brasil: números e sequelas

busca de diversão. Caracteristicamente, a percepção O aroma das é um processo que influi no com- comidas típiportamento do ser humano, no cas, como que diz respeito a sua melhor canjica, quenadaptação ao ambiente. Desta tão, pé de forma, surge a importância do moleque, padesenvolvimento das áreas olfati- monha, bolo vas, que viabilizam a possibilidade de milho, de gerar emoções, após o proces- além do próprio milho, cozido ou samento de diferentes aromas. assado, são páginas de minha Em minha vida, de todas as coisas vida, escritas pelas quituteiras que que vivenciei, as que mais me fizeram história: minha avó, mivaleram a pena e das quais sinto nha mãe, minha sogra. mais falta, são aquelas que nunca O cheiro do perfume forte, usado pude tocar, apesar de permanece- pelos "matutos" integrantes das rem bem firmes em minha memó- quadrilhas juninas, os rapazes ria. São os episódios abstratos, usando roupas de tecido quadrique, mesmo estando ao alcance culado e as mocinhas em vestidos de minhas mãos, não fazem parte de chita, com maquiagem transdo mundo material: O amor, a bordante de pintinhas pretas ao saudade, a alegria... redor dos olhos, divertindo-se a Outro dia, tive oportunidade de valer, ao som das bandas de pífatrocar idéias nos, que tocacom um amigo, vam, tanto o inique, vitimado gualável alavantu “As memórias que e anarriê quanto pela COVID, teve sua capacio inesquecível incluem lemdade de sentir o "capelinha de branças de odores melão, é de São perfume das coisas reduzido, têm a tendência João. É de cravo, e nele pude é de rosa, é de de ser mais inten- manjericão. São constatar o efeito devastador sas e mais fortes” João está dorde tal ocorrênmindo, não me cia, pois o mesouve não. Acormo perdera o dai, acordai, ânimo de comer, correr e, até acordai João." mesmo, trabalhar. É junho. Novamente é São João, As memórias que incluem lem- que bom lembrar do cheiro de branças de odores, tem a tendên- terra molhada pelo o sereno que cia de ser mais intensas e emocio- teima em cair, os balões que eram nalmente mais fortes. Neste mis- as estrelas do interior, sempre ter, a época dos festejos juninos subindo, iluminados pela luz do se apresenta, para mim, como prateado luar, os sanfoneiros imbatível, incomparável. tocando, as moças sempre rezanO característico cheiro de fumaça do, querendo um marido arranjar. no ar, advindo das inúmeras fo- E aqui, na cidade grande, apurangueiras espalhadas, até pelas ruas do meu olfato, aguçando a pavimentadas, me remete a um memória, busco, lá no passado, passado inesquecível, quando, os sonhos que, materializados, ainda criança, brincava com pes- me dão a certeza de que o festejo soas queridas, muitas, que entre junino é o único momento em nós já não habitam. que as luzes, os cheiros, os odoO odor e o brilho da pólvora quei- res, as cores e os sons, se confunmada trazem à tona lembranças dem em uma coisa só! dos festejos ocorridos na Fazenda Angicos, lá em Caicó e, também, (*) Presidente da Academia no Hotel Tavares Correia, em GaAlagoana de Letras ranhuns, para onde anualmente acorria com minha família, em

O Brasil já amarga mais de 500 mil vidas perdidas. São 12,9% das mortes em todo o mundo, número totalmente desproporcional aos 2,7% da população global que representamos. Nunca é demais repetir, não são estatísticas frias, e sim pessoas e famílias duramente afetadas pela pandemia em nosso país. Mas quando parece que as polêmicas inúteis estão afastadas, novos temas afastam a opinião público do essencial. A mais recente, levantada por um estranho parecer não oficial de um auditor do Tribunal de Contas da União (TCU), introduzido furtivamente no sistema da instituição, levanta absurda tese sobre a veracidade dos números e a possível supernotificação. O pior é que a informação improcedente foi repercutida pelo presidente da República. O sistema de informações epidemiológicas sempre foi central para o correto planejamento das ações. O SUS é rico em bancos de dados. A confiabilidade dos dados é fundamental para a credibilidade, transparência e eficiência na produção das políticas públicas de saúde. Um dos indicadores mais importantes é a estatística anual do perfil das causas de mortalidade. Estudos realizados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e pela revista The Economist desmentem o misterioso e inexplicável relatório do auditor do TCU, que inclusive já foi afastado de suas funções. O estudo do Conass trabalha com as mortes naturais, excluindo as causas externas (aci-

Alberto Rostand Lanverly (*)

Marcus Pestana (*)

dentes de trânsito, crimes, suicídios, etc.), analisando os dados de mortes em 2020. Há um excesso de mortes (acima da progressão normal da série histórica) de 275.587 mil mortes para um total de 194.976 mortes atribuídas à covid. Não há nenhum fator novo, exceto a pandemia, que poderia explicar essas 80.611 mortes. É um sintoma concreto de subnotificação e não de supernotificação.

“O sistema de informações epidemiológicas semprefoi central para o correto planejamento das ações. O SUS é rico em dados” Confirmando o estudo do Conass, a The Economist trabalha com o número de mortes totais (incluindo as por causas externas) de abril de 2020 a abril de 2021. E aponta um excesso de mortes 6,2% acima das diagnosticadas como derivadas da covid-19. Qual a vantagem em desacreditar os números oficiais do sistema de saúde? Se não bastasse isso, a exótica polêmica sobre a cloroquina e o tratamento precoce permanece de pé. Leigos e sectários acredi-

tarem em fake news ainda é compreensível. Mas médicos, não. Nenhum país sério está discutindo isto. Por que o Brasil insiste? A vacinação, único caminho para a superação da pandemia, evoluí lentamente. E não é problema operacional. O Brasil foi sempre modelo mundial de imunização. Temos 51 mil equipes de saúde da família espalhadas em todo o Brasil que poderiam vacinar 3 milhões de brasileiros por dia. O problema foi o atraso na compra das vacinas. Mas, duas sequelas graves estão ficando desapercebidas. Primeiro, a deterioração na distribuição de renda. Estudo da FGV/Social comparou o Índice de Gini (que mede a concentração de renda) dos primeiros trimestres de 2020 e 2021. Em 2020, era de 0,642 (quanto mais próximo de 1, maior é a concentração). Em 2021, bateu nos 0,674, maior índice da série iniciada em 2012. A renda por habitante caiu 11,3%, de R$ 1.122,00 para R$ 995,00. A desigualdade aumentou durante a pandemia. Outro legado negativo é a interrupção do processo de aprendizado das crianças e jovens pobres que não têm internet de qualidade. Pode ser um dano irreversível e grave. (*) Ex-deputado federal

Reforma Administrativa ou tirania? Milton Coelho (*) Em setembro de 2020, Bolsonaro entregou ao Congresso Nacional a PEC 32/2020, projeto de Reforma da Administração Pública, elaborada pelo ministro Paulo Guedes e sua equipe e hoje sob a análise da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal. O discurso do governo no envio desta PEC é o de que nossa Administração Pública precisa ser modernizada, porque é ultrapassada e conta com uma grande massa de servidores cheia de privilégios. Ora, nenhum de nós, em sã consciência, quer um Estado defasado e no qual os servidores representem um grupo repleto de regalias. Porém, a proposta do governo não só deixa de lado os servidores realmente privilegiados, como também traz aspectos claros de tirania. Seu conteúdo é tirânico, pois, sob o pretexto de modernizar a máquina pública, o governo nos apresentou um projeto que dá superpoderes ao presidente e pode destruir todo o corpo profissional do Estado brasileiro. Com a PEC 32, teremos um enorme contingente de profissionais da esfera pública que nunca poderá dizer não às arbitrariedades dos governantes. Isso, entre outros, por dois motivos principais. Primeiro, a proposta cria a figura dos servidores por tempo indeterminado e sem estabilidade - podem atuar na administração pública até que alguém de cima deseje lhes demitir. Em segundo lugar, o projeto prevê a criação de cargos de confiança sem nenhum critério técnico de ocupação. Hoje, essas funções

têm cotas para servidores públicos, ou seja, uma proporção delas deve obrigatoriamente ser assumida por concursados. Isso existe para evitar a nomeação de pessoas sem nenhum entendimento da área na qual vão trabalhar e a manipulação da máquina pública por interesses privados. Imagine o nível de desmandos que o governo poderá cometer se a maioria dos profissionais do Estado possuir vínculos frágeis e for composta por apadrinhados políticos?

“Mas o despotismo não para por aí: o presidente pode decidir sozinho e sem nenhum diálogo com o Congresso Nacional” Mas o despotismo não para por aí: com esta PEC, o presidente pode decidir sozinho e sem nenhum diálogo com o Congresso Nacional a respeito da junção ou extinção dos órgãos da Administração Pública. Se esta proposta estivesse vigente, Bolsonaro poderia dar fim à Funai, ao ICM Bio ou à Fundação Palmares numa canetada, por exemplo.

E nós, parlamentares eleitos para representar o povo, nada poderíamos fazer. Além de seu conteúdo, a PEC 32 também é tirânica pelo momento em que se apresenta. Temos crise sanitária, recessão econômica e um orçamento profundamente aquém do necessário para enfrentar os desafios. É hora de discutirmos vacinação, o fortalecimento do nosso Sistema Único de Saúde, a criação de empregos e a retomada das aulas. De pautarmos uma reforma tributária progressiva, que aumente os recursos para os serviços públicos e diminua a desigualdade. Mais ainda, é o momento de valorizarmos a imensa maioria dos servidores concursados que tem batalhado para manter os serviços públicos de pé, entre eles os profissionais de saúde que, sob condições esgotantes e precárias de trabalho, seguem tentando preservar vidas. Mas, com sua tirania míope, o governo prefere pressionar o Congresso a discutir uma Reforma que fragiliza a atuação do Estado e gastar o tempo manchando a imagem dos servidores públicos para toda nossa população. (*) Deputado federal

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