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Primeira Edição | 24 a 30 de março, 2014

Opinião |B5

A foto do fato

Editorial

PF desassistida Só um governo irresponsável, sem projeto e sem compromisso com o combate à criminalidade, pode permitir o 'sucateamento' de uma instituição como a Polícia Federal, conforme denúncia feita pelos próprios agentes durante a recente mobilização nacional da categoria. 'Sucateada' (transformada em ferro velho, na linguagem popular), a PF está mal equipada e não oferece condições para que seus integrantes cumpram seu papel de maneira satisfatória. Esse é o quadro nacional descrito nos protestos que começaram em Brasília e se espalharam pelos estados. Aqui em Alagoas, tratando-se de uma unidade 'peculiar', onde tudo, mas tudo mesmo, acontece, a situação é mais grave. Gravíssima. Para se ter uma dimensão da realidade, basta lembrar que, em todo o ano de 2013, a PF fechou apenas 14 indiciamentos de criminosos envolvidos com o tráfico e a comercialização de drogas ilegais. Apenas 14 inquéritos concluídos, em um estado onde a criminalidade, a onda crescente de assassinatos, tem como origem a engrenagem diabólica do narcotráfico. Não é essa a Polícia Federal de que o Brasil tanto precisa. Não a do regime militar, posta a serviço da repressão, mas não, também, a do governo petista nada afeito ao combate à violência. Será que o tratamento dado pelo Ministério da Justiça à PF seria uma punição pelos numerosos inquéritos que, ao longo dos últimos 12 anos, apuraram tanta corrupção envolvendo autoridades e políticos governistas? A sociedade, e não somente os agentes federais, precisa reagir em defesa de uma Polícia Federal moderna e operante, agindo com rigor, em nome da lei, doa em quem doer. Os protestos dos federais - os próximos - não devem mobilizar apenas a categoria. O povo pode e deve participar, porque é o povo, e não os maus políticos, a grande vítima da corrupção e das drogas.

A semana foi marcada pela inauguração de postos e bases policiais, na orla e em diversos bairros da capital, em mais uma ofensiva do governo para conter as ações da bandidagem na capital. "Segurança tem que ser para todos", disse o goverrnador Teotonio Vilela Filho

Respeito à diferença

Ib Gatto Falcão

nando multidões e gaEsta semana foi muito espe- nhou o Prêcial para o Senado com as mio Espehomenagens feitas às mu- cial do Júri lheres, as pessoas com Sín- e de Melhor drome de Down e as que so- Filme do frem discriminações raciais. 40º Festival Ao lançarmos nossas aten- de Gramações para todos os segmen- do de 2012. Ganhou tamtos estamos tornando o país bém o prêmio de Melhor Filmais justo e igualitário. me Brasileiro, Prêmio JuvenNa quarta-feira recebemos o tude e Prêmio do Público na presidente do Tribunal Supe- 36ª Mostra Internacional de rior Eleitoral, ministro Marco São Paulo 2012. Ele é a proAurélio, que lançou a cam- va de que podemos todos panha de incentivo para vencer desafios. Ter ou não uma participação mais efeti- Síndrome de Down é apenas va das mulheres na política um detalhe, que não impede e, na sequência, a homena- o brilho, o sucesso, as congem ao Dia Internacional da quistas. Síndrome de Down. Não existe ainda em nosso A incidência da Síndrome de país estatística precisa de Down é um evento genético quantos brasileiros tem a e universal, que se faz pre- Síndrome de Down. Estimasente em todas as raças e se que para cada 700 pesclasses sociais. Antes estig- soas, um nasça com a trissomatizada, felizmente hoje mia. Assim, teríamos 270 mil verificamos pessoas no que a síndroBrasil com a me pode e “Não existe ainda síndrome. Pesdeve ser enespeciais estatística precisa soas carada como como as que de quantos uma particutêm Síndrome laridade na brasileiros têm a de Down são vida das pesas que nos faSíndrome de soas, fato eszem refletir soDown” se que não as bre a nossa impedem de própria identiestudar, tradade, e sobre balhar, fazer arte, ter, enfim, a nossa capacidade de lidar uma rotina produtiva e sau- com o diferente. dável. São eles que nos dão oporE os exemplos são vários. tunidade de avaliar os nosEntre eles, o artista plástico sos preconceitos e a nossa Lúcio Piantino, que tem en- atitude ao nos defrontar cantado a todos com suas com aquele que não é o nostelas abstratas cheias de so espelho. Assim, a maneira cores, formas e texturas. Lú- como o nosso olhar pousa cio é um vencedor que ultra- sobre as pessoas especiais passou dificuldades e rom- faz toda diferença: com dispeu preconceitos. criminação, arrogância ou Durante as homenagens frieza nos tornamos menos também compareceram ao humanos. Com tolerância, Senado, os atores Ariel Gol- compreensão e estímulo, fadenberg, Rita Pook e Breno remos um mundo melhor e Viola, protagonistas do lon- mais fraterno. ga-metragem "Colegas", que tem arrebatado prêmios por (*) É senador pelo PMDB e presidente do Congresso Nacional todo o país. A produção vem emocio-

Divaldo Suruagy (*)

Renan Calheiros (*)

Inglaterra, 1950. A famosa emissora BBC de Londres, entrevista os membros das delegações do Congresso Internacional de Radiologia. Cada nação é representada por um dos congressistas. Um médico alagoano é designado, pelos companheiros, para falar em nome do Brasil. Reconhecimento à capacidade de expositor do Doutor Ib Gatto e destaque para o nosso Estado. Honra que se repetiria várias vezes, nas principais metrópoles do mundo, aonde ele comparece participando de conclaves científicos. Paris, Buenos Aires, Washington, Nova Iorque, são exemplos. Formado pela Faculdade de Medicina da Bahia, volta para Maceió a fim de prestar serviços à nossa comunidade, rejeitando, inclusive propostas financeiras tentadoras, para permanecer em Salvador. Entretanto, não ficou tolhido pelas limitações da província. Realizou vários cursos no sul do país e no exterior, além de participar de dezenas de congressos médicos em todo o Brasil e no estrangeiro. Destaca-se, naturalmente, onde quer que se encontre. Recém-formado, de clínica montada,

em Maceió, recebe dezenas de convites para integrar várias instituições. Participou da fundação das duas escolas de medicina e da construção de inúmeros hospitais, em Maceió e no interior do Estado. Cultura versátil. Apaixonado pela educação, em todos os aspectos, foi professor ca-

“Afastado das atividades burocráticas, doutor Ib Gatto dedicou os últimos anos de sua vida à cultura do nosso Estado” tedrático de clínica cirúrgica da Faculdade de Medicina, membro do Congresso do Colégio Internacional de Cirurgiões de São Paulo, Diretor do Instituto de Radiologia e Câncer, do Colégio Internacional de Cirurgiões, é membro do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, inte-

grante do Conselho Federal de Educação e presidente da Academia Alagoana de Letras. Secretário de Educação, secretário de saúde e secretário de planejamento, em vários governos, adquiriu uma visão global de todos os problemas que afligem Alagoas. Alto coeficiente de inteligência, capacidade de trabalho fora do comum, encontramos sua contribuição em quase todas as atividades desenvolvimentistas do Estado, principalmente, naquelas básicas do setor do bemestar social do homem: educação e saúde. Afastado das atividades burocráticas dedicou os últimos anos de sua vida à cultura de nosso Estado, havendo, inclusive, presidido, com maestria a Academia Alagoana de Letras. Festejar o centenário de seu nascimento é uma justa maneira de fazêlo, ainda mais, conhecido e respeitado pelas gerações do futuro. (*) É professor e ex-governador de Alagoas

Bancos fazem apostas para eleição presidencial Vicente Nunes (*)

Os maiores bancos do país já entraram no clima das eleições. Em conversas informais com clientes e investidores estrangeiros, Bradesco e Santander apostam que, diante dos números de hoje das pesquisas de intenção de votos, a reeleição da presidente Dilma Rousseff se dará, com folga, no primeiro turno. Já o Itaú Unibanco e o Banco do Brasil acreditam em uma disputa mais acirrada, que levará o pleito de outubro próximo para o segundo turno. O BB, contudo, aposta que Dilma será reeleita ao fim do processo. Para o Itaú, caso o adversário da presidente seja o atual governador de Pernambuco, Eduardo Campos, do PSB, há chances de derrota de Dilma, uma vez que ele conseguiria absorver a maior parte dos votos de Aécio Neves, do PSDB. Nessas conversas, os bancos fazem questão de ressaltar que tais avaliações ainda serão revistas à medida que o processo eleitoral esquentar. Um dos fatores determinantes para a disputa, no entender dos executivos encarregados de traçar o quadro eleitoral, será a inflação, que voltou a acelerar e tende a incomodar, principalmente, o eleitorado de menor renda, que vota em Dilma. Joga a favor da petista o fato de o mercado de trabalho ainda se manter forte, sustentando o consumo das famílias, mesmo que em níveis inferiores aos dos últimos anos, quando a farra do crédito permitiu que muita gente satisfizesse desejos reprimidos ao custo de parar na lista de maus pagadores do Banco Central.

Oficialmente, os quatro bancos negam que estejam desenhando cenários para a eleição presidencial. Mas tanto clientes quanto executivos das instituições ouvidos pelo Correio confirmam as apostas bancadas até o momento. "Não há como fugir do assunto. Estamos a caminho de uma eleição importantíssima, pois quem tomar posse em janeiro de 2015 terá de fazer um ajuste brutal na economia", destaca um diretor de um dos bancos privados, sob a condição de anonimato. "É preciso ressaltar ainda que o país está à beira de um racio-

“Mesmo forte, com chances concretas de reeleição, Dilma pode derrapar se a economia refluir por causa da inflação” namento de energia, que, se concretizado, será um baque para a imagem da presidente da República e um forte alento à oposição", acrescentou. Nas mesas de operações dos bancos, a ordem é acompanhar com lupa os números da economia e fazer um cruzamento com as intenções de voto dos presidenciáveis. Mesmo forte, com chances concretas de reeleição, Dilma pode derrapar se os resultados da atividade fraquejarem, por causa da inflação alta. "A presi-

dente da República tem a seu favor um mercado de trabalho ainda forte e programas sociais que têm beneficiado parcela importante do eleitorado. Mas não podemos esquecer que, do ponto de vista da gestão econômica, as falhas estão se evidenciando e sustentando o discurso dos principais adversários", destacou outro executivo. Ele lembrou que Dilma não conseguiu, até agora, imprimir uma marca forte, que possa ser explorada na campanha eleitoral. Mais: desfez-se a imagem criada por marqueteiros de que ela era uma ótima gestora, e praticamente todas as medidas anunciadas pelo governo na economia acabaram tendo de ser revertidas. As barreiras impostas à entrada de dólares no país, sob o argumento de que havia uma guerra cambial, foram derrubadas rapidamente. Os juros, que chegaram ao menor nível da história - 7,25% ao ano - estão em alta desde abril do ano passado, atingiram 10,75% e vão continuar subindo. Agora, está clara a dificuldade do governo para manter a redução na conta de luz. O aumento virá, muito provavelmente, depois das eleições. "Esses retrocessos, em algum momento, vão aparecer nas intenções de votos", frisou. (*) É colunista do Correio Braziliense

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