Pandemia volta a perder força | SUS: Alagoas tem 2ª menor taxa de mortes

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Primeira Edição | 5 a 11 de julho, 2021

A2 | Política

E D O A G I ART S FARI E L A T Em análise política destacada, o jornalista Tales Faria, chefe da Sucursal do Portal UOL de Brasília, levanta a suspeita de que o Palácio do Planalto desconfia de que o deputado alagoano Artur Lira, presidente da Câmara, incitou o deputado Luís Miranda a detonar a bomba do caso Covaxin, que levou Jair Bolsonaro a viver seu momento mais delicado na presidência. A seguir, leia o texto de Tales Faria: "Nunca antes na história deste governo o presidente Jair Bolsonaro e seus principais auxiliares estiveram tão irritados e tão preocupados com uma denúncia quanto esta dos irmãos Miranda contra o líder do governo, Ricardo Barros (PPPR). A irritação aumenta com a versão que corre solta no Planalto, de que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), teria incentivado o deputado Luís Miranda (DEM-DF) a divulgar que Bolsonaro apontou Ricardo Barros como envolvido nas falcatruas no Ministério da

'Planalto suspeita que Lira incitou deputado a detonar Caso Covaxin' Compra de vacina indiana envolve líder do governo na Câmara e ameaça estabilidade de Bolsonaro Saúde. Por conta dessa afirmação, senadores deram entrada em ação no STF contra o presidente da República por prevaricação, já que ele nada teria feito, após ser avisado pelo deputado e o irmão, Luís Ricardo Miranda, das pressões para apressar o contrato de compra da vacina Covaxin. Segundo Luís Miranda contou na CPI, Bolsonaro acusou Ricardo Barros na conversa que tiveram no Palácio da Alvorada. Para assessores do presidente no Planalto, Bolsonaro tem chances razoáveis de se livrar do problema na Justiça. Primeiro, porque Luís Miranda teria que provar o teor da conversa com Bolsonaro. Caso prove, teria que ser provado que nada foi feito para apurar irregularidades. O problema é político. As acusações contra Bolsonaro só avançarão se houver condições políticas para se decidir pelo afastamento de um presidente da República. Para isso, a crise econômica teria que perdurar por muito tempo e a pande-

fotos: Divulgação

Artur Lira mantém relação de interesses mútuos com governo Bolsonaro

mia, também. Os assessores do presidente avaliam que a economia já está dando sinais de melhora e a vacinação tende a aumentar seu ritmo, estancando o avanço da pandemia no médio prazo. A crise política só se instalaria, então, nessa avaliação, se houvesse um rompimento com o centrão, maior grupo de partidos do

Congresso e que dá sustentação ao governo. O PP, de Arthur Lira e Ricardo Barros, é a maior legenda do centrão. E ainda um eventual pedido de impeachment teria que passar pelo crivo de Lira. Daí porque assusta tanto ao Planalto a versão de que o presidente da Câmara está por trás da afirmação de Luís Miranda

envolvendo Ricardo Barros. O sinal vermelho acendeu quando, durante seu depoimento na CPI, Luís Miranda admitiu ter procurado Arthur Lira para falar de Ricardo Barros. Segundo o deputado, o presidente da Câmara teria respondido: "Mas por que você está me procurando?" O Planalto entendeu esse novo relato do deputado como um recado. Há muito tempo Arthur Lira e o líder do governo não se bicam. Ricardo Barros assumiu o cargo contra a vontade do presidente da Câmara, que já defendeu no Planalto seu afastamento e não conseguiu. Também o líder do governo tem peso próprio dentro do PP e, por isso, o partido até agora não apoiou seu afastamento do cargo. Um fortalecimento demasiado de Arthur Lira ameaça o comando que o presidente nacional da sigla, o senador Ciro Nogueira (PI), tem sobre seus filiados. Foi o que aconteceu no DEM com o fortalecimento do deputado Rodrigo Maia (RJ),

então um cacique do partido, quando comandava a Câmara. Assim que foi possível, o presidente da sigla, ACM Neto, articulou a derrubada de Maia. O mesmo ocorreu com ex-presidente da República Michel Temer, que também presidiu o MDB. Acabou se indispondo com um seu antigo aliado no partido, Eduardo Cunha (RJ), quando este presidia a Câmara e tentou sobrepor seu poder ao de Michel. É quase que uma questão histórica: praticamente todos os presidentes da Câmara pósredemocratização tentaram sobrepor seu poder ao do chefe do Executivo. No caso de Luís Eduardo Magalhães (DEMBA), foi seu pai, o presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães (DEM-BA), quem assumiu essa disputa. Agora Bolsonaro sabe que terá que pisar em ovos com Arthur Lira: amigos, negócios à parte. Se o presidente da Câmara achar necessário, sempre poderá criar problemas de difícil solução".

> EM MACEIÓ

Câmara derruba veto, aumenta gastos e reconduz Mesa 6 meses após eleição Primeira Edição

Faltando exatamente um ano e meio para o término do mandato, portanto em pleno início da legislatura, a Mesa da Câmara Municipal de Maceió decidiu se garantir por mais dois anos, antecipando a realização dos membros que a compõe, a exceção do vereador Luciano Marinho (MDB) que foi substituído, na 1ª vice-presidência, pela vereadora Silvania Barbosa. Na prática, criou-se a legislatura de quatro anos, com eleição e reeleição efetivadas em apenas seis meses, um esquema que, evidentemente, não começou no Legislativo maceioense, mas aí foi aperfeiçoado, sobretudo, em matéria de 'velocidade'. Com a reeleição antecipada, a Mesa da Câmara fica com a seguinte composição:

presidente, Galba Neto; 1ª vice-presidente, Silvânia Barbosa (PRTB); e 2ª vice-presidente, Gaby Ronalsa (PSDB); 1° secretário, Marcelo Palmeira (PSC); 2º secretário, Siderlane Mendonça (PSB); 3° secretário, João Catunda (PSD); 1° suplente, Aldo Loureiro (Progressistas) e 2° suplente, Cláudio Moreira (PSC). O presidente Galba Neto salientou o fato de ter conseguido "aglutinar a casa com todas as suas representações partidárias para o fortalecimento do poder", lembrando que "o mais importante é que a sociedade reconheça no legislativo o local para propor e cobrar ações para a cidade de forma democrática". Galba Neto disse ainda: "Essa eleição foi construída de forma democrática. Todas as conversas foram no sentido de trazer uma harmonia para

lho, o deputado Galba Novaes (MDB)".

DUODÉCIMO MAIOR

Quando criaram mais 4 vagas na Câmara, vereadores garantiram que ‘não precisariam’ aumentar o duodécimo

a casa para trazermos a confiança de todos os vereadores e da população. Sei que posso

continuar contando com a parceria e confiança de todos. Agradeço ao vereador Fran-

cisco Sales e ao prefeito JHC (João Henrique Caldas), além de meu pai, meu grande espe-

Mas os vereadores não se limitaram, na última sessão antes do recesso de junho, ao exercício da própria reeleição: eles também derrubaram o veto do prefeito João Henrique Caldas (JHC) ao aumento do duodécimo de 2022 (verba anual destinada ao funcionamento da Câmara Municipal). Com a queda do veto, a Câmara terá um acréscimo de R$ 3.233.284,00, o que elevará o duodécimo da Casa de Mário Guimarães de RF$ 69 milhões para R$ 72, 233 milhões (em, números arredondados). Antes, o plenário da Câmara já havia reduzido ao mínimo possível a capacidade de o prefeito JHC remanejar verbas sem ter que pedir autorização do Legislativo municipal.

> NOVA TARIFA

Reajuste eleva de R$ 1.00 para R$ 2,50 o valor da passagem no VLT de Maceió Redação com Assessoria

A passagem no VLT de Maceió está mais cara: no sábado, 3 de Julho, entrou em vigor o reajuste de 150% com a tarifa pulando de R$ 1.00 para R$ 2,50, valendo lembrar que a recomposição tarifária vale também para Joao Pessoal e Natal. Segundo a assessoria da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) esse reajuste "estava previsto para março deste ano, no entanto foi adiado para o mês de julho, tendo em vista a maior

vulnerabilidade das populações atendidas diante do impacto da Pandemia e a paralisação de atividades econômicas". Em nota à imprensa, a Empresa afirma que "fez e faz o possível para minorar o impacto para seus usuários, porém, como Empresa Pública Federal subvencionada pelo Tesouro Nacional, não seria possível deixar de ajustar suas tarifas após 2 anos da aprovação de seu último aumento, de forma a não repetir políticas passadas de congelamento tarifário, e que tanto oneraram

Passagem no VLT de Maceió está 150% mais cara desde sábado; houve alta também em João Pessoa e Natal

os contribuintes e prejudicaram a qualidade dos serviços oferecidos, por terem sufocado financeiramente a Companhia e restringido sua capacidade de investimentos". A CBTU diz ainda que "reforça seu compromisso com as populações por ela atendidas, para garantir transporte onde é socialmente vital, mas buscando também um maior equilíbrio financeiro, com redução da subvenção recebida dos impostos federais, ao mesmo tempo em que procura viabilizar melhorias nos serviços prestados".


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