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LITTERA - CINCO PERGUNTAS PARA O ESCRITOR MENALTOM BRAFF
from LITTERA 1
CINCO PERGUNTAS ESCRITOR MENALTOM BRAFF
01 O que podemos fazer para que mais pessoas tenham acesso à literatura?
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Essa é uma questão social problemática em um país que há pouco mais de cem anos ainda praticava o escravismo. Nossa população letrada ainda é diminuta, mas estamos avançando. Não adianta ter pressa: a eliminação do analfabetismo, inclusive o funcional é um processo que demanda mais de algumas gerações. Podemos fazer o que temos feito, pouco mais que isso.
03 Que autores tiveram influência em sua formação como escritor? Todos. Na verdade tudo que se lê é introjetado, para o bem ou para o mal. Claro que alguns influem mais e outros menos, mas todos influem. Os temas, os estilos, as técnicas narrativas, o humor ou sua ausência, tudo isso é influência. Quando termino de ler um livro que abomino, significa que ele me influenciou negativamente. Posso dar uma pequena relação daqueles que mais amo: Machado de Assis, José de Alencar, Graciliano Ramos, Clarice Lispector, Dostoievski, James Joyce, Virgínia Woolf, William Faulkner, bom acho que é suficiente para mostrar como são escritores sem relação nenhuma aparente entre si, mas que da mesma maneira são amados.
02 O significa literatura nestes tempos?
Como em qualquer tempo, a literatura é a expressão do nível de civilização de um povo. Não é seu retrato, como querem alguns, mas informa o que lê, o que pensa, qual sua visão de mundo.
04 E qual livro mudou sua forma de pensar?
Impossível dizer, mas acho que todos de alguma maneira influíram na minha forma de pensar. Mas o livro que me influiu fortemente na formação moral, coisa que não esqueço, foi Olhai os lírios do campo, do Érico Veríssimo. A escolha por uma posição social mais elevada em detrimento de outros valores como verdadeiro desastre.
05 Fora a literatura, qual sua outra paixão?
Minha mulher, claro. Casados há quarenta anos, continuamos namorados. Nós dois comungamos da mesma paixão por política.
Perguntas formuladas por Vera Lúcia Figueiredo e Pedro Renato Paiva.