invqta

INVENTÁRIO DA PARÓQUIA DE S. JOÃO BAPTISTA DE QUINTELA DE AZURARA Mangualde, Viseu

Relatório

Por Pedro Pina Nóbrega

Agosto de 2004

Inventário da Paróquia de S. João Baptista de Quintela de Azurara Relatório

Introdução No âmbito dos trabalhos que temos desenvolvendo, juntamente com Rui Marques, para a elaboração de uma monografia local sobre Quintela de Azurara, apresentámos ao Rancho Folclórico “Os Azuraras” a ideia de se elaborar o inventário da Igreja Paroquial. Ideia logo acolhida com entusiasmo pois há muito que se sabia lá se guardavam coisas importantes, mas não se calculava quais e nem em que condições.

Foi assim que contactámos a Comissão de Inventário da Diocese de Viseu, na pessoa da Dr.ª Fátima Eusébio, para nos apoiar neste tarefa para a qual apenas possuímos boa vontade. Depois do primeiro contacto foram contactados alguns elementos da Comissão Fabriqueira e o próprio pároco, na altura o Pe. André Sahosi. Entretanto verificou-se a mudança de pároco e os últimos contactos foram já com o Pe. Gabriel da Paz Ulundo.

1. Iniciativa Rancho Folclórico “Os Azuraras” de Quintela de Azurara.

2. Duração 02 a 26 de Agosto de 2004.

3. Participantes Coordenador: Pedro Pina Nóbrega; Jovens, membros do “Rancho” inseridos em programa de ocupação dos tempos livres: Rui Miguel Pina Coelho Duarte; Simão Pedro Henriques Amaral; Marina Alexandra Domingos Cabral; Sara Filipa Coelho Saraiva; Andreia Domingos Amaral; Hugo Alexandre Matos Figueiredo.

Colaborantes: Rui Marques, Dulce Saraiva e João Saraiva (os dois últimos detêm a chave da igreja e deram informações sobre a evolução da igreja).

4. Apoios Paróquia de S. João Baptista de Quintela de Azurara; Comissão de Festas 2004 de N.ª Sr.ª da Esperança; CIDV - Comissão de Inventário da Diocese de Viseu (Dr.ª Fátima Eusébio, Pe. José Henrique Almeida Santos).

5. Objectivos Determinar o que existe na Igreja Paroquial e em que estado e condições de conservação; Obtenção de dados para a monografia local.

6. Material Foi usado material cedido pela CIDV (pano preto, craveira, fita métrica, balanças, máquina digital) e meu (canetas, fita métrica, craveira).

_____________________________________________________________________________________________________________________________________

Pedro Pina Nóbrega

2

Inventário da Paróquia de S. João Baptista de Quintela de Azurara Relatório

7.1 Metodologia Não podendo utilizar um terminal informático durante o inventário procedeu-se á elaboração de uma ficha de inventário, em papel, com os campos constante da base de dados cedida pela CIDV. Distribuíram-se tarefas pelas equipas de 2 jovens, ficando desde logo uma totalmente encarregue de fotografar as peças e de inventariar algumas peças. Instalou-se o material de fotografia e as balanças na Sacristia.

Cada equipa ao inventariar uma peça deixava a respectiva ficha junto desta. A equipa de fotografia ao recolher a peça para fotografar pesava a peça numa das balanças e dava um número sequencial à ficha para depois associar às respectivas fotografias. As peças de maior peso foram fotografadas e pesadas o mais próximo do seu local.

Começou-se pela Sacristia e pelo Presbitério devido à proximidade com o local onde se fotografava e pesava. Passou-se depois para o Corpo da Igreja, Coro e Torre Sineira. Por fim foi inventariado o material que se encontra na arrecadação.

Consoante o tipo de materiais assim foram as fotografias tiradas: às imagens tiraram-se três vistas; quando a peça era composta por mais de um elemento fotografaram-se em separado e depois em conjunto; quando as peças se repetiam, apenas se tirou a uma; aos restantes apenas uma vista.

Não foram inventariados os livros comuns, mobiliário e mecanismos recentes. Contudo, junto se anexo uma lista deste material.

Depois da semana em que decorreu o inventário, procedeu-se à oscultação junto de alguns populares sobre as obras realizadas na igreja e a sua evolução, tendo sido decisivo o depoimento do Sr. João Saraiva.

Procedeu-se, igualmente, à transposição das fichas para a base de dados e a sua associação com as fotografias. Na base de dados foi criada uma nova categoria e sub-categoria designadas “incógnito”. A cada foto foi dado um nome composto por quatro campos: Paróquia, sigla do imóvel (IP=Igreja Paroquial; CNSE=Capela de N.ª Sr.ª da Esperança), N.º de peça, N.º de foto da peça. (ver ponto 7.2) Tiraram-se de novo algumas fotografias que não tinham ficado boas, assim como medidas para a elaboração da planta.

7.2. Dificuldades no preenchimento da base de dados Ao longo do Inventário, principalmente na inserção de dados na base de dados, sentimos algumas dificuldades relacionadas com a construção da própria base de dados: •

Sub-categoria: Pensamos que as sub categorias definidas não respondem às realidades encontradas nos imóveis, para além de existirem categorias sem nenhuma sub-categoria (como a epigrafia) e de se confundir Categoria com Técnica. Por exemplo a Talha, Metais não Preciosos, Cerâmica, Joalharia, Vidraria ou os Têxteis nunca deveriam ser categoria pois são termos limitadores e que se referem à matéria ou à técnica utilizada nas peças. As Categorias e as SubCategorias deveriam ser definidas em função da funcionalidade (salvo a redundância) da peça.

•

Nome: Foi para nós difícil classificar algumas vestes litúrgicas. Para as restantes peças socorremonos do “Vocabulário do Acólito” da página da Internet do SDPL da Diocese de Viseu e da página na Internet do SNPL da CEL/CEP.

•

Diâmetro: deveria ser texto em vez de número para permitir a inclusão de dois diâmetros ou de observações.

_____________________________________________________________________________________________________________________________________

Pedro Pina Nóbrega

3

Inventário da Paróquia de S. João Baptista de Quintela de Azurara Relatório

•

Estado de Conservação: Deveriam ser definidos critérios para a atribuição do grau de conservação.

Nós apenas utilizámos três: Mau, Razoável e Bom, sendo primeiro atribuídos a peças muito deterioradas, o segundo a peças com algumas deficiências que não afectavam a sua funcionalidade, e o terceiro a peças em perfeito estado de conservação.

•

Localização o imóvel: Foram definidos os seguintes locais: Sacristia, Presbitério, Corpo Principal, Corpo Lateral, Baptistério, Átrio, Coro, Torre Sineira e Arrecadação; sempre que necessário entre parênteses especifica-se o local exacto)

•

Culto: Algumas peças não sabemos se de facto estarão ao culto ou não, fomos tentando saber junto dos zeladores, mas nem sempre foi possível.

•

Propriedade: Também foi difícil definir, pois algumas peças pertencem à Irmandade das Almas e outras à Fábrica da Igreja.

•

Descrição: Foi feita uma descrição sumária das peças. A terminologia utilizada poderá não ser a adequada devido à formação académica dos participantes (nenhum deles com conhecimentos em história de arte).

•

Preenchimento: Todas as fichas foram preenchidas por uma equipa, ou um dos seus elementos, e depois corrigidas pelo coordenador.

8. Providências a tomar Face ao que encontrámos, achamos que algumas providências deveriam ser tomadas para uma melhor conservação das peças inventariadas: •

Na Igreja Paroquial e Arrecadação Restauro dos quadros/estandartes da Irmandade das Almas que se encontram na arrecadação. Ou, pelo menos, o seu acondicionamento em local não húmido e longe de material que os possa danificar (como por ex. a escada).

Isolamento da arrecadação por causa da húmidade e posterior limpeza e arrumação da mesma, de maneira que as peças que lá se encontram estejam em local seguro.

Recolocação do altar da antiga capela de N.ª Sr.ª da Esperança na actual capela, mesmo que seja preciso o seu restauro e aquele não esteja completo.

Recolocação das sanefas sobre os altares laterais depois do seu restauro, caso o mesmo seja possível.

Limpeza e arrumação da arredacação, de modo a que se acondicionem devidamente as peças aí depositadas e se conheça o que lá existe.

•

Na Capela de N.ª Sr.ª da Esperança Recolocação do altar da antiga capela de N.ª Sr.ª da Esperança na actual capela, mesmo que seja preciso o seu restauro e não esteja completo.

Sabemos que essas providências comportam os seus custos, mas de certeza que o povo

quintelense estará disposto a ajudar na preservação do seu património.

10. Diversos Durante o inventário foi encontrada uma ara romana dedicada a Júpiter cujo estudo aguarda publicação no Ficheiro Epigráfico, Coimbra. O estudo foi elaborado por mim. _____________________________________________________________________________________________________________________________________

Pedro Pina Nóbrega

4

Inventário da Paróquia de S. João Baptista de Quintela de Azurara Relatório

Apesar de não ter tido disponibilidade para estar presente durante o inventário, o Pe. Gabriel da Paz Ulundo deu o seu apoio e disponibilidade, tendo as preocupações expostas no ponto 9 e um resumo da actividade lhe sido comunicados pessoalmente numa agradável conversa.

Será publicado no jornal mangualdense Notícias da Beira um pequeno artigo sobre o inventário e a sua importância para as paróquias.

11. Anexos 1. Base dados e Álbum de fotos em CD-ROM (no caso da Paróquia também em papel); 2. Índice das Fotografias; 3. Memória descritiva da Igreja Paroquial; 4. Cópia da declaração dos participantes.

Ribeira, Real PCT, 26 de Agosto de 2004 O Coordenador do Inventário

___________________________________________ Pedro Pina Nóbrega

Nota: Relatório enviado a: •

Comissão de Inventário da Diocese de Viseu;

•

Paróquia de S. João de Quintela de Azurara;

Foi dado conhecimento do inventário e de parte deste relatório à comunidade paroquial, durante a missa dominical, e à Comissão de Festas 2005 de N.ª Sr.ª da Esperança.

O original ficará guardado no Arquivo do Rancho Folclórico “Os Azuraras” de Quintela de Azurara.

_____________________________________________________________________________________________________________________________________

Pedro Pina Nóbrega

5