2Voltadoparaoteusantotemploeumeprostrareierenderei graçasaoteunome,porcausadoteuamoredatuafidelidade; pois exaltaste acima de todas as coisas o teu nome e a tua palavra.
Celebrar 100 anos de vida é mais do que festejar uma data; é reconhecer uma trajetória marcada por experiências, desafios superados e contribuições que deixam um legado. Hoje, rendemos homenagem a Ademar de Azevedo Mancebo, cuja jornada centenária é um testemunho de resiliência, sabedoria e amor pela vida.
Ao longo de um século, meu pai testemunhou e participou das transformações do mundo, acumulando histórias que inspiram gerações. Sua presença sempre foi mais do que marcante para aqueles que tiveram o privilégio de conhecê-lo; foi e continua sendo um exemplo de integridade, dedicação e generosidade.
Que esta revista não seja apenas uma celebração de sua longevidade, mas um tributo ao impacto que uma vida bem vivida pode ter sobre familiares, amigos e a comunidade. Que seu legado continue a ecoar, nos lembrando do valor das relações humanas, do aprendizado contínuo e da importância de viver com propósito.
Ademar de Azevedo Mancebo não apenas completa 100 anos – ele nos ensina, com sua própria história, o verdadeiro significado de uma vida plena.
Adinilza dos Santos Mancebo Heizer (Filha de Ademar)
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NASCIMENTO DE ADEMAR
Ademar de Azevedo Mancebo
O jovem Ademar de Azevedo Mancebo, o segundo de 12 filhos, nasceu no dia 15 de Fevereiro de 1925, em Carapebus, então distrito da cidade de Macaé. A sua mãe, Cecília de Azevedo Mancebo, era filha de brasileiros, e seu pai, Salvador Mancebo Azanhas, era filho de espanhóis que mudaram para o Brasil por causa do café e para substituir os escravos no Brasil, que segundo relato, o porto de Macaé, naquela época, era o maior lugar de contrabandos.
Passados alguns anos, em 1938, já na cidade de Santa Maria Madalena, o seu pai arrendou uma chácara que tinha um cafezal, entre outras coisas. Foi um período muito difícil porque o dinheiro era escasso, não havendo quem comprasse os seus produtos, seu pai, como comerciante nato, comprava produtos em outras cidades e vendia em Madalena.
Ademar e seu irmão mais velho, Joaquim (Quincas), não tinham muito tempo para brincar porque depois da escola tinham as obrigações da chácara para fazer… os dois aprenderam a fazer espingarda e aos domingos levantavam de madrugada para fazerem as obrigações de casa, para então terem bastante tempo para caçarem.
O Falecimento da Mãe
Aos 15 anos de idade, em julho de 1940, a sua mãe faleceu e seu pai resolveu retornar para Macaé. O pai sempre cismou com o colégio, tanto é que em Carapebúz tinha um colégio com o nome dele. O pai era doido para serem “ pessoas estudadas". Opai colocou as três filhas no internado na cidade de Campos… “Hoje eu fico pensando, como é que ele conseguiu pagar internato para as trêslá em Campos?”
O Primeiro Emprego
O seu primeiro emprego foi em uma mercearia, onde rapidamente aprendeu a atender as pessoas, a pesar os produtos e a fazer contas. “O papai arranjou um emprego para mim no comércio, naquele tempo a gente pesava 50 gramas de manteiga, 100 gramas de manteiga, 200 gramas de banha, meio quilo de açúcar; foi bom para a minha cabeça, fui bom de matemática naquela época”. Ele passava muito tempo sozinho, mas seguiu o conselho do pai de nunca colocar um gole de bebida alcoólica na boca, pois dizia que era o princípio para se tornar um ébrio.
E-D: Ademar (Sentado), Luciana (Ninita), Luciana (Mãe), Iraci (Colo), Joaquim (Quincas) e Salvador (Pai)
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VOLUNTARIOU-SE PARA GUERRA
A Segunda Guerra Mundial começou em 1939 (19391945), onde envolveu a maioria dos países do mundo, ficando de um lado a Alemanha, o Japão e a Itália, e do outro lado, liderado pela União Soviética, a Inglaterra e mais tarde os Estados Unidos, que só entrou em dezembro de 1941.
O Brasil na época era governado por Getúlio Vargas e se manteve neutro até que em 1942 o Brasil entrou em guerra porque os alemães afundaram muitos navios brasileiros, só num mês afundaram quatro, matou muita gente… aí os estudantes pressionaram o Presidente Getúlio e Getúlio foi e declarou guerra. Após o Brasil ter tido 33 navios atacados por alemães no Oceano Atlântico e no Mar Mediterrâneo, entre outros lugares, e com mais de mil vítimas, o Brasil entrou na guerra dando grande suporte de apoio naval e foi o único país independente da América do Sul que enviou
tropas terrestre.
O serviço militar no Brasil era mandatório aos 21 anos, mas por causa da guerra, em outubro de 1943, eles abriram inscrições para os voluntários com 18 anos. Por isso, seu pai teve de assinar uma autorização. “Eu escolhi ir para o exército, fui voluntário, o que o Exército quisesse que eu fizesse, eu fiz o que quiz”.
Ademar foi o primeiro voluntário de Macaé e foi aceito com altura e peso mínimo exigidos pelo exército. No dia 27 de Janeiro de 1944, saiu a sua incorporação no Boletim do Exército, nesta ocasião, fez o curso para cabo e foi um dos três classificados, o que o deixou muito feliz, pois só tinha o primário.
Nesse período, ainda não podia usar fardas por não saber dos regulamentos militares. Em seguida, fez o curso para sargento e tirou em segundo lugar, mas não foi promovido… por causa disso, pediu transferência para Niterói, o que aconteceu em outubro de 1944. E o comandante, o capitão Luiz Selman, fez constar no Boletim o seguinte dizeres: ao desligar dessa unidade o cabo Ademar de Azevedo Mancebo, louvou-o nominalmente pela disciplina, dedicação e amor que sempre
demonstrou ao trabalho. No mesmo mês, foi transferido para o primeiro regimento de infantaria na Vila Militar no Rio de Janeiro para incorporar a FEB (Força Expedicionária Brasileira). Lá tudo era segredo, não tinha idéia de quando iriam embarcar para a guerra… foi quando saiu sem permissão, em um final de semana, para ver a família, e ao se apresentar na segunda-feira, foi chamado para justificar a sua ausência, não tendo nenhuma punição porque falou a verdade.
No dia 22 de novembro de 1944, ficaram embarcados o dia todo. E à tarde, receberam a visita do presidente Getúlio Vargas, onde se despediu dos 6 mil homens. No dia seguinte, 23 de novembro de 1944, o navio zarpou da cidade do Rio de Janeiro com destino à Itália, sendo escoltado por 4 navios e um Zepelim dirigível até o estreito de Gibraltar, seguindo dali, escoltado pela marinha inglesa, chegando na Itália no dia 7 de dezembro de 1944. “Fomos para a Itália porque lá era onde estava o combate, já tinham ido outros países… ali foi o final, a guerra começou na Itália também. Quando entrou na Itália, o americano foi entrando, entrando, entrando, e já estava no meio do país quando nós chegamos”. Os
Presidente Getúlio Vargas
soldados brasileiros ficaram acampados perto de Pisa, sofreram muito por causa do inverno rigoroso que não conheciam e não tinham roupas apropriadas.
Em janeiro de 1945, Ademar, por não aceitar trabalhar na sargentação, foi o primeiro da tropa a ser escalado para o fronte. “Quando foi o dia primeiro, eu fui escalado para o fronte; o único da minha companhia por causa do tal meu sargento, ele não gostava de mim, eu não quis trabalhar com ele. Aí, você vê como é que Deus muda os planos da gente… porque eu primeiro queria ir lá, eu fui lá para isso, mas me apareceu um tenente que eu nunca tinha visto,também, um
camarada, depois ficou meu amigão, chegou lá, falou para o sargento, esse aqui não pode ir não, aí ele falou, não, eletem que ir, é o único que tem um curso que eles estão precisando lá. Não, não vai poder ir não, ele não vai não, pode ir lá. Aí, saí”. Então Ademar fez um curso para conhecer e manejar qualquer arma, sendo depois escolhido para fazer um curso no exército americano. Aí ele foi e disse assim, eu preciso de você. Você vai fazer o curso de bazuca, mortejo e granada no exército americano. Aí ele me mandou para lá. Eu fui, fiz, quando terminei ele disse assim, você pode juntar dinheiro, pois você não vai para o fronte de jeito nenhum”.
Muitos duvidaram que o Brasil ganharia uma batalha, mas não só ganhou uma, como ganhou algmas. O brasileiro não sabe porque nós temos esse slogan da cobra fumando. Cobra fumando foi justamente por isso, porque os comunistas logo antes de a gente sair daqui diziam: ah, se o Brasil vencer uma batalha, a cobra vai fumar. Então começou a vencer batalhas e começamos à dizer… a cobra está fumando… e aí ficou “ a cobra fumando”. Eles se desmoralizaram.
Em 21 de fevereiro de 1945, o Brasil tomou Monte Castelo, um local forte dos alemães, e a FEB, com 25 mil homens, fez 20.500 prisioneiros, inclusive a divisão alemã, juntamente com dois generais, sendo um alemão e um italiano. “Monte Castelo foi importante porque era o lugar principal, o mais difícil, e por causa disso, justamente por isso, porque era um morro, os inimigos estavam na parte de cima, só tinha um mato ralo, como é que eles iriam se esconder e como iriam subir? Quando começaram subir… já estava descendo bala... morreu muita gente lá”.
Em 8 de maio de 1945, houve a rendição total das forças alemãs, declarando assim o término da Segunda Guerra Mundial.”Eu acho que a guerra
foi muito boa para o Brasil, primeiro que o Brasil não era conhecido lá fora. Outra coisa que o Brasil ajudou, a mim parece que ajudou muito, para eu entender, é quanto aos pretos, o único exército preto e branco era nosso ” .
No dia 20 de setembro de 1945, os brasileiros embarcaram em Navos em um navio americano, James Parker, com destino ao Rio de Janeiro, mas eles só acreditaram que estavam voltando para o Brasil quando viram o Cristo Redentor . Desembarcaram no Rio de Janeiro no dia 3 de outubro de 1945. Desfilaram pelas avenidas Rio Branco e Getúlio Vargas, seguindo para a Vila Militar.
No dia 20 de outubro de 1945, foi entregue o certificado de reservista. “Na época foi bem, nós tínhamos o apoio do Getúlio, tínhamos o Mascarenhas, né? Eles ainda futucaram um bocado a questão da guerra… hoje ninguém sabe
nem que teve guerra nem nada. Os veteranos brasileiros da Segunda Guerra Mundial até hoje não são devidamente reconhecidos nem pelo governo e nem pelo povo, o grande feito que fizeram para a sociedade brasileira. A guerra não teve nenhum valor.… esses nossos políticos nem sabem, a maior parte não sabe que existimos… esses vereadores, então, essa turma toda, não sabe de nada. Em Macaé fizeram, com muita luta, fizeram um negócio alto lá, dizendo que era homenagem aos ex-combatentes…. quando você vai lá, está o povo urinando, fazendo tudo essa porcaria lá e ninguém respeita nada”.
Navio Americano - James Parker
Presidente Getúlio Vargas
Seu Legado
O legado de Ademar de Azevedo Mancebo é maior do que só ter lutado pelo país, ele tem:
● 13 Filhos
● 23 Netos
● 22 Bisnetos + 2 (à caminho)
O SEU ESFORÇO E A SUA CORAGEM SERÃO SEMPRE DEMONSTRADOS EM CADA UM DE NÓS.
Este texto foi extraído do documentário “Ademar, Um Soldado Brasileiro”15/02/2015
CASAMENTO COM LENI
Ademar de Azevedo Mancebo e Leni Telles dos Santos , casaram no dia
11/ 03/ 1948 na cidade de Macaé, RJ.
Leni passou a ter o nome: Leni dos Santos Mancebo, e tiveram 12 filhos. Leni: ✦ 22/ 04/ 1931 – ✝ 25/10/1982
Leni & Ademar
Leni aos 2 anos de Idade
Ademar & Leni | Bodas de Prata | Março/ 1973
E-D Frente: Adinilza, Adilton, Adinilce, Adierson e Adinilson
No dia 21/09/1950 nasceu o segundo filho de Ademar & Leni. Em 14/04/1984 casou-se com Sueli de Sá na cidade de Niterói, RJ.
Nasceram 2 filhas:
- Diana de Sá Mancebo - 18/06/1986
- Daniele de Sá Mancebo - 26/10/1989
Famílias Sá e Mancebo
Sueli, Gabriel, Diana e Adilson
Adilson, Sueli, Daniele, Saulo e Diana
Daniele de Sá Mancebo, Bruno Mancebo Mesquita Silva, Saulo
José da Silva Filho, Ágatha Mancebo Mesquita Silva, Adilson dos Santos Mancebo, Sueli Soares de Sá Mancebo, Diana de Sá Mancebo, Felipe Mancebo Leal e Gabriel Martins Leal
FILHO #3 | ADILENE
No dia 19/09/1952 nasceu a terceira filha de Ademar & Leni.
Em 05/07/1975 casou-se com Paulo César Lima na cidade de Niterói, RJ.
Nasceram 3 filhos:
- Rodrigo Mancebo Lima - 12/05/1978
- Melissa Mancebo Lima - 19/06/1980
- Tatiana Mancebo Lima - 19/04/1982
Melissa, Adielene, Katharina, Tatiana e Rodrigo
Paulo, Adilene, Ademar, Tatiana e Melissa | 2015
Leah Kipp Mancebo | 2024
Leah, Melissa, Katharina, Adilene e Rodrigo | 2024
FILHO #4 | ADILBERTO
No dia 15/07/1954 nasceu o quarto filho de Ademar & Leni.
In Memoriam: † 20/01/2019
Em 25/07/1981 casou-se com Débora Nascimento na cidade de Niterói, RJ.
No dia 12/ 12/ 1958 nasceu o sétimo filho de Ademar & Leni.
In Memoriam: † 27/05/1985.
Em 26/02/1983 casou-se Ana Diomar de Azevedo na cidade de Niterói, RJ.
Nasceu 1 filha: - Leniana de Azevedo Mancebo - 08/12/1984
Ana Diomar, Leniana e Adimir
E-D: Ana Diomar, João Paulo, Ademar (Frente), Lene, Isadora, Leniana e Marcos Paulo Leniana
E-D: Adimar, Adimir, Adilson e Adilberto
FILHO #8 | ADINILSON
No dia 15/05/1960 nasceu o oitavo filho de Ademar & Leni. Em 15/02/1992 casou-se com Lilian Raquel na cidade de Niterói, RJ. Nasceu 1 filho: - Igor Gabriel Prado Mancebo - 30/05/1993
Ademar e Adinilson
Ademar Filho (Colo), Ademar, Adinilson e Igor e Adinilson Igor, Adinilson e Hivis
FILHO #9 | ADIERSON
No dia 15/ 07/ 1961 nasceu o nono filho de Ademar & Leni.
Casou-se com na cidade de Niterói, RJ.
Nasceu 1 filho:
- Lauro Carvalho Mancebo - 27/ 05/ 1991
Adierson
Adir, Adilsa, Adimar, Adilene e Adierson
Frente: Adimir, Adilson
D-E: Adinilson, Adilton, Melissa, Adierson e Adir
Lauro e Pedro
Adierson Adierson
FILHO #10 | ADINILZA
No dia 17/10/1962 nasceu a décima filha de Ademar & Leni.
Em 02/ 08/1985 casou-se com Douglas Heizer na cidade de Niterói, RJ.
E-D (Atrás): Adnir, Dilma, Adinilza, Douglas e Adilsa
E-D: André, Gabriela e Pedro | 2024
No dia 29/07/1963 nasceu o décimo primeiro filho de Ademar & Leni.
Em 18/05/ 2002 casou-se com Lucianana cidade de Juiz de Fora, MG.
E-D: Adir, Valéria, Adimar, Elizabete, Luciane e Adilton
E-D: Luciana, Adilton, Adilene, Ademar, Adilsa, Adinilson, Leniana e Adierson
FILHO #12 | ADINILCE
No dia 10/01/1967 nasceu a décima segunda filha de Ademar & Leni. Em 16/01/1993 casou-se com Orlando Pereira na cidade de Niterói, RJ.
Nasceram 2 filhos:
- Lucas Mancebo Pereira - 25/05/1998
- Gabriel Mancebo Pereira - 02/12/1999
CASAMENTO DE ADEMAR & EDILENE FERREIRA (LENE)
O casamento se deu no dia 10 de Outubro de 1998 na cidade de Macaé, RJ.
E-D: Adilson, Adilberto, Adinilson, Lene, Ademar, Adimar e Adir
Ademar & Edilene ( Lene)
FILHO #13 | ADEMAR
No dia 11/10/1999 nasceu o décimo terceiro filho de Ademar & Edilene Ferreira Mancebo (Lene).
Orlando, Lucas, Adinilce, Gabriel - 2024
Ademar e Ademar (Filho) e Lene
Ademar, Lene e Ademar (Filho)
Ademar, e Ademar (Filho)
Ademar (Filho)
Ademar (Filho) e Ademar
Leonardo, Priscila e Juliana
Melissa
Melissa, Ademar, Adilene e Tatiana
Leniana, Marcos Paulo e João Paulo
1 9 8 7
Isabela, Benício, Flávio e Lorenzo
Larissa, Adilberto, Débora e Ademar
Tiago
Lauro | 2022
Mellina, Serena,Mateus e Josué
Victor
Marcel & Thainá
Gabriel e Ademar
M E N A
Adilene | Filha
NETOS Anderson | Neto 1.1
Vô Ademar,
Ou Vovô Ademar quando eu era bem pequeno. Foi sempre assim que chamei meu querido avô nesses meus quase 50 anos. Para mim ele é, e sempre será, uma referência. Um avô que sempre procurou estar presente, vindo visitar os netos quando éramos pequenos e que sempre ligava nos aniversários. Acho que meu fascínio pela história da 2ª Grande Guerra Mundial e o mundo militar veio de ouvir as histórias desde pequeno. Me recordo de um fato curioso quando em uma conversa informal com um grande amigo de infância que é Capitão do Exército e trabalha na Comunicação Estratégica (CCOMSEx), disse que meu avô havia servido na 2ª Guerra Mundial. No mesmo instante ele fez uma pausa, e me perguntou: “ ... então o Ademar Mancebo, ex-combatente é seu avô??” e eu respondi “Sim”. No mesmo momento ele me pediu o endereço do vô pois ele tinha algo para enviar para ele. Um lindo livro, que era de sua coleção pessoal. Por fim, finalizo com a clássica frase do Vô Adermar “O ano bem que tenta, mas ele não me pega!”
Feliz aniversário Vô, tenho um extremo orgulho de ser seu neto!
Obrigado, Anderson Mancebo
Bernardo
Família Mancebo
Daniele, Ademar e Saulo
Adilson, Sueli, Daniele, Saulo e Diana
Não tenho poema bonito, mas tenho uma história que me lembro bem de quando morávamos na casa do Centro em Niterói.
Eu era uma criança bem levada. Morávamos na casa no Centro de Niterói, então eu devia ter por volta de uns 4 anos. Vovô Ademar estava lá com a gente e papai estava indo trabalhar, descendo a rua, que era uma ladeira. Eu queria porque queria ir atrás dele e como a criança levada que eu era, queria sair correndo ladeira abaixo atrás dele. Minha recordação é vovô Ademar tirando o cinto, lá na frente de casa, para me dar umas boas cintadas. Na hora que vi o cinto, fiquei quietinha e obedeci. Mamãe disse que eu sempre fazia isso, mas dessa vez vovô estava lá e me pegou no flagra e eu obedeci assim que vi aquele cinto.
Nathalia Mancebo
Poema de Adir Mancebo Jr. para o Vovô Ademar
Feliz Centenário, Vô
Sentado ao lado de quem sempre esteve ali
100 anos se foram como um sopro
Fragmentos de tanta memória vem e vão, e ele sorri
O Espírito segue crescendo mesmo que frágil o corpo
Pequeno frasco de imensa ousadia
Exemplo de força, coragem e amor
Da grande Guerra à grande família
Construiu história firmado no Senhor
E hoje celebra
O fruto que gerou
Não os cem anos de vida
Mas as centenas de vidas que abençoou
Adir Júnior
Adir, Adir Jr. Valéria, Nathalia, Gabriel, Apollo, Gabriella e Raphaela| 2025
Dizem que damos mais valor àquilo que não temos....ou que perdemos. Cresci em São Luís-MA, e os 18 anos fisicamente distantes da família levariam alguns a considerar que vovô Ademar teve pouca influência em mim. Posso retrucar descrevendo as marcas dele na criação bem rígida que minha mãe (Adilsa) me deu, mas prefiro ressaltar o tempo de qualidade nos poucos pontos de contato direto, pois marcaram a minha memória e contribuíram para a minha identidade e visão de mundo. Compartilho 3:
Junho de 1994, durante a copa do mundo, vovô Ademar passou conosco algumas semanas junto com tia Adilene. Eu tinha apenas 7 anos, mas lembro bem, seja pela raridade das visitas, seja porque trouxeram a TV (pequena, preto e branco), onde pudemos assistir aos jogos do Tetra, seja pela presença (coincidência) no meu batismo. Mas a imagem que tenho na minha memória é ele trocando uma peça no velho (e enferrujado) Chevette marrom que meus pais tinham, estacionado na rua ao lado do prédio que morávamos. Disposição para o trabalho e serviço aos outros – marcas inquestionáveis de vovô.
Todos os anos (ainda hoje), ele sempre ligava para me desejar feliz aniversário. Não sei em que momento ele passou a anotar em uma lista, mas sempre me fez sentir especial, parte de uma família que não tinha ali perto.
Flávio | Neto 6.1
Lembro de forma quase audível, a fala rápida “Alô, Flavinho”, “Já casou?”
Fevereiro de 2007, eu morava sozinho em Belo Horizonte fazendo faculdade mas fiquei sem lugar pra morar até o reinício das aulas. Voltar para casa dos meus pais nesse período era inviável financeiramente, então vovô Ademar me convidou para ficar um tempo na casa dele. Passei 2 semanas com ele, a Lene e o Ademarzinho. Hoje, quando olho pra trás, vejo que foi um intensivo – passeamos pelos entornos de Macaé praticamente todos os dias. Me levou em Sta Maria Madalena, mostrou a casa onde ele teria nascido, a rua onde, na adolescência, uma vidente leu na sua mão que ele não passaria do 34 anos (pasmem!), me levou em várias cidades na região onde visitamos Mancebos, fomos no quartel do exército para uma cerimônia onde ele era convidado de honra, me mostrou terras em que sua família fora proprietária e hoje bairros se erguiam, e até mostrou a porteira da fazenda onde seus tios e avô teriam chegado da Espanha para trabalhar “substituindo os escravos ” . Ele também sentou, mostrou lembranças da guerra (cartas recebidas do primo Joaquim Mancebo enquanto no front, uma granada e outros), e contou estórias (pulou o muro do quartel para despedir da família pouco antes da partida para a Itália).
Aprendi muito sobre raízes da nossa família, aprendi também sobre direção agressiva e, vamos chamar de... “aversão à perda de tempo” (ultrapassagem a 80km/h em curva com placas insistindo que o limite é 40km/h), mas aprendi mais sobre como encarar a vida. Acho importante dar um contexto para ficar mais clara a magnitude da jornada de vovô, pois sua história passa e se manifesta em nós.
Vovô Ademar nasceu em 1925. A primeira emissora de rádio no Brasil surgiu em 1923, o primeiro vôo comercial ocorreu em 1927, a primeira estrada asfaltada inaugurada em 1928. Isso significa que ir de Macaé para o Rio levava dias, e ir para a Europa ou EUA levava semanas. Notícias e conhecimento chegavam de forma extremamente lenta a pouquíssimas pessoas, o mundo....e em especial a vida cotidiana, era radicalmente diferente do que vemos hoje, em 2025. Quando vovô era criança, os adultos da sua época tinham nascido no Brasil Império, época ainda com escravatura. Ele com certeza conviveu de perto com vários exescravizados, de quem ouvia estórias, e viu de perto a imigração intensa com a mistura de sotaques e caldeirão cultural do período.
Vovô passou por vários golpes militares , encontrou pessoalmente Getúlio Vargas durante a ditadura do estado novo, viu de perto a cara do fascismo (voluntariou para a II Guerra, lutou e capturou soldados nazistas), depois passou pela guerra fria e a guerra cultural que tivemos no país. Ele esteve ativo socialmente – sempre leu e escrevia bastante apesar da formação simples. Era
atuante na igreja, e influenciava aqueles ao seu redor. Uma vez resumiu para mim, de forma espetacular, a sutileza do confronto de valores: “A diferença entre o cristianismo e o comunismo é que ‘ para o cristão, o que é meu é seu ’ , já para o comunista, ‘ o que é seu é meu ’” . Ele experimentou a mudança da capital pra Brasília, e viu, como militar aposentado, a ditadura militar de 64, bem como a redemocratização e a explosão da criminalidade e corrupção nos anos últimos 30 anos.
No meio desse contexto de transformações radicais, vovô ficou órfão aos 15 anos, lutou na II guerra, teve 13 filhos, ficou viúvo, casou novamente, e ralou muito como taxista, caminhoneiro, estatístico, para sustentar a grande família e seguir. Que vida longa, como ele enfrentou e como vê isso?
No aniversário de 89 anos, fev de 2014, na casa do tio Adinilson em Niterói, vovô fez um discurso que me chamou a atenção – ele disse “....de maneira que...sou feliz”. Curiosamente, alguns anos depois vi um vídeo dos 65 anos de vovô, que a tia Adinilza subiu no youtube. Lá, ele já dizia algo similar, transcrevo: “ eu me considero uma pessoa feliz, apesar de todas as lutas que tenho passado, porque Deus tem me guardado, eu me digo feliz. Papai dizia que o homem feliz é aquele que se julga. E eu me julgo, apesar de ter as tristezas, muitas vezes... ” . Para maior nitidez dessa lição dele para mim, compartilho mais uma frase dele que houve diretamente, em um carro: “dos tempos antigos, só sinto falta da idade”.
Fecho minhas palavras com a parte final do que chamam ser o “Salmo do soldado”. O exército americano distribuía bandanas com esse texto inscrito. Não sei se vovô recebeu isso na guerra, mas a promessa ali se cumpriu na vida dele, e faz de vovô Ademar uma inspiração de esperança e fé para mim.
“Porque ele me ama, eu o resgatarei; eu o protegerei, pois conhece o meu nome. Ele clamará a mim, e eu lhe darei resposta, e na adversidade estarei com ele; vou livrá-lo e cobrilo de honra. Vida longa eu lhe darei, e lhe mostrarei a minha salvação.”
Salmos 91:14-16
Parabéns Vô!
Flávio
Benício (Bisneto), Ademar e Flávio (Neto) | 2024
Flávio (Neto), Lorenzo (Colo, Bisneto0), Ademar, Benício (Bisneto) e Ademar (Filho) | 2022
Benício (Bisneto), Iraci (Irmã de Ademar) e Ademar | 2022
Netos | 2007
Adilberto, Lene,
André,
Ademar de Azevedo Mancebo Ademar e Gabriela
Ademar com os netos André e Pedro Gabriela, Ademar e Pedro
Douglas e Ademar
Ademar, Adinilson,
Adinilza, Gabriela, Igor e Pedro
Ademar com alguns filhos
E-D: Adinilson, Ademar (Filho), Adilberto, Adinilza e Adinilce
E-D: Ademar, Lene, Ademar Filho
Banco: Pedro, Adinilza, André e Gabriela
Ademar com os netos Mancebo Heizer (André, Gabriela e Pedro)
Ademar com os netos Mancebo Heizer (André, Gabriela e Pedro) Ademar com o neto André
Ademar com a filha Adinilza
Gabriella Mancebo De Sa| Bisneta
Noemia Fria (Esposa Pr.Pedrinho)
C A
R V O R E G E N E A L Ó G I
FAMÍLIA MANCEBO
Esta árvore genealógica apresenta os membros da família Mancebo, incluindo pais, filhos, netos e bisnetos. O propósito é preservar a história da família e registrar as gerações para as futuras descendências.
Ademar de Azevedo Mancebo & Leni dos Santos Mancebo
1. Adimar dos Santos Mancebo & Elizabeth
1.1 Anderson Cerqueira Mancebo & Valquíria
1.1.1. Bernardo de Lemos Pinto Mancebo
1.1.2. Beatriz de Lemos Pinto Mancebo
1.2. Priscila Cerqueira Mancebo & 1.2.1. Leonardo Cerqueira Mancebo Reis
1.2.2. Juliana Cerqueira Mancebo Reis
1.
Adimar dos Santos Mancebo & Vitória
1.3. Marcel Mancebo & Thainá
2. Adilson dos Santos Mancebo & Sueli
2.1. Diana & Gabriel
2.1.1. Felipe Mancebo Leal
2.2. Daniele Mancebo & Saulo
2.2.1. Ágatha Mancebo Mesquita Silva
2.2.2. Bruno Mancebo Mesquita Silva
3. Adilene Mancebo Lima & Paulo César Lima
3.1. Rodrigo Mancebo Lima & Katarina
3.1.1. Leah
3.2. Melissa Mancebo Lima
3.3. Tatiana Mancebo Lima
4. Adilberto dos Santos Mancebo & Débora Nascimento
4.1. Larissa Mancebo & Kristiano Aragão
4.1.1. Kaio Nascimento Mancebo Aragão
4.1.2. Kamilla Maria Mancebo Aragao
4.2. Victor Mancebo & 4.2.1. Aaliyah Cataleya Mancebo Hill
4.2. Victor & 4.2.2. Mila Faith Mancebo
4.2.3. Victor James Mancebo Jr.
5. Adir dos Santos Mancebo & Valéria Lopes Mancebo
5.1. Nathália Mancebo & Gabriel De Sa
5.1.1. Gabriella Mancebo De Sa
5.1.2. Apollo Mancebo De Sa
5.2. Adir Júnior Mancebo & Raphaela
6. Adilsa dos Santos Mancebo Borges Machado & Júlio Machado
6.1. Flávio Mancebo Machado & Isabella
6.1.1. Benício Mazoni Mancebo Machado
6.1.2. Lorenzo Mazoni Mancebo Machado
6.2. Tiago Mancebo Machado & Margareth
6.2.1. Amelia Grace Mancebo Machado
6.3. Mateus Mancebo Machado & Melina Las Casas
6.3.1. Josué Mancebo Las Casas Machado
6.3.2. Serena Mancebo Las Casas Machado
7. Adimir dos Santos Macebo & Ana Diomar
7.1. Leniana Mancebo & Marcos Paulo
7.1.1. João Paulo Mancebo Pereira
7.1.2. Isadora Mancebo Pereira
8. Adinilson dos Santos Mancebo & Lilian
8.1. Igor Mancebo & Hivis
9. Adierson dos Santos Mancebo & Marieni
9.1. Lauro Mancebo
10. Adinilza dos Santos Mancebo Heizer & Douglas
10.1. Pedro Mancebo Heizer & Kimberly Gordon Heizer
10.2. André Mancebo Heizer & Karen Orellana Heizer
10.3. Gabriela Mancebo Heizer
11. Adilton dos Santos Mancebo & Luciana
12. Adinilce dos Santos Mancebo & Orlando
12.1. Lucas Mancebo Pereira
12.2. Gabriel Mancebo Pereira
Ademar de Azevedo Mancebo & Edilene Ferreira Mancebo
13. Ademar Ferreira Mancebo
A L E R I
E-D (Frente): Adilsa, Adilene e Ademar
E-D (Atrás): Adinilson, Adilson, Adir, Ademar (Filho), Adimar e Lene
Gabriela, Douglas, Karen, André, Adinilza e Pedro | 2019
Gabriela, Pedro, Kim, Karen e André 2020
Gabriela, Adilberto e André
Adilberto, Adinilza, Douglas e Débora
Adinilza, Adilberto e Adilene
Adinilza, Adilene e Gabriela | 2024
Adilene, Adinilza e Adilsa
Ana, Adimir, Sueli, Adilberto, Débora e Dilma
André
Elizabete & Adimar | 1974
Adimar - 1968
Anderson & Adilberto Priscila, Elizabete, Adimar & Anderson
Adimar & Vitória | 2013
Adimar, Luciana, Thainá e Marcel
E-D (Frente): Adimir, Melissa e Adilson
E-D (Atrás): Adinilson, Adilton, Adierson e Adir
Gabriela Graduation - UIC | 2022
Adilsa, Adinilza, Adilberto, Adilene e Adinilce 2013
Adinilza, Adilsa e Gabriela | 2024
Adilberto, Adinilza, Adinilce e Adir Pedro, Douglas, Adinilza, André e Pr. Fanini