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O CANTO QUE VEM DAS ÁGUAS: LIA DE ITAMARACÁ E DONA ONETE

No QrCode ao lado você terá acesso a uma playlist com músicas selecionadas de Dona Onete e Lia de Itamaracá:

Nascida no interior do Pará, Ionete da Silveira Gama, conhecida pelo nome artístico de Dona Onete, é a figura mais representativa do carimbó no cenário brasileiro atual. Enquanto isso, nascida na Ilha de Itamaracá (Pernambuco), Lia de Itamaracá, nome artístico de Maria Madalena Correia do Nascimento, fica a cargo de ser a maior referência da música de ciranda nos dias de hoje. Uma nortista, a outra nordestina, cada uma em uma extremidade do Brasil. Entretanto, as histórias de vida de Lia de Itamaracá e Dona Onete entrelaçam-se. São duas mulheres negras com uma relação muito simbólica com as águas, sendo as principais representantes de importantes movimentos culturais de suas regiões de origem e que foram descobertas tardiamente. Lia só lançou seu primeiro álbum aos 33 anos de idade, “intitulado 'A Rainha da Ciranda', pelo qual recebeu apenas 20 exemplares para distribuir e nenhum centavo. Mais de duas décadas depois, foi redescoberta, quando o produtor musical Beto Hees a levou para participar do festival Abril Pro Rock, realizado no Recife e em Olinda, em 1998, onde fez grande sucesso e tornou-se conhecida em todo o Brasil” (NOVABRASIL, 2023). No caso de Dona Onete, seu primeiro álbum, batizado por Feitiço Caboclo, só foi lançado em 2012 quando tinha 73 anos. Antes mesmo de despontarem no cenário musical brasileiro, as duas já eram consideradas estrelas em suas respectivas regiões. E elas extrapolaram as fronteiras desse estrelato, conquistando reconhecimento a nível nacional e reivindicando um espaço que até então lhes era negado, sendo figuras centrais na luta pelo reconhecimento de artistas negras. Desde então, os ritmos do Norte e Nordeste tem ocupado os cinco cantos deste país através das vozes de Dona Onete e Lia de

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