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UMA ODE A ROSANA PAULINO
Esse texto contém trechos retirados do site Géledes (Rosana Paulino: a mulher negra na arte por Jonas Pimentel); e do site Cenpec (Rosana Paulino: a arte da representatividade étnico-racial por Tamara Castro)
As obras que revestem a capa, as páginas iniciais e as finais deste presente trabalho, e o nome que batiza esse folheto de "Atlântico Vermelho" são de autoria da artista plástica Rosana Paulino, paulistana nascida no bairro da Freguesia do Ó no ano de 1967. Bacharel e doutora em Artes Plásticas pela ECA / USP, além de ter especialização em gravura pelo London Print Studio, de Londres, a trajetória pessoal de Paulino aparece por várias vezes em suas obras por meio de retratos de família, memórias do bairro em que nasceu, patuás, escapulários, bordados, cerâmicas, estandartes religiosos, entre outras referências.
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“Trazer o bordado, a cerâmica, minhas experiências com a cultura popular, o terreiro, as matrizes africanas foi uma escolha intencional. Não vou deixar minha gênese para trás”, Rosana Paulino.
Entrelaçar biografia e história parece ser o foco das obras que apresentam não apenas a vida privada da artista através de suas referências, mas principalmente o plano social e político mais amplo. Em suas obras, a artista discute o racismo estrutural do Brasil, os resquícios da escravidão que ainda se fazem presentes, os padrões de beleza feminino e, sobretudo, a condição da mulher negra na sociedade brasileira. A combinação das questões de gênero e de etnia aparece de maneira explicita e coloca em xeque o machismo/racismo estrutural que oprime, silencia e apaga milhões de mulheres negras no Brasil. A proposta da arte e do trabalho de Rosana Paulino têm tudo a ver com este trabalho. Em exposições como “Rosana Paulino: a costura da memória", el ela usa a arte para invocar sua memória ancestral e dar voz as mulheres que foram e são silenciadas pela história oficial deste país.
“Ao se ver representadas na arte, essas mulheres podem enxergar-se como pessoas no mundo, sujeitos de direitos, reconhecer seu papel na sociedade e lutar por mudanças”, Rosana Paulino.
Em 2017, Paulino recebeu os Prêmio Bravo e ABCA - Associação Brasileira dos Críticos de Arte, na modalidade Arte contemporânea. Além disso, Rosana Paulino foi a primeira mulher negra a ter uma exposição exclusiva na Pinacoteca do Estado de São Paulo, no ano de 2018. Possui obras em importantes museus tais como:
MAM - Museu de Arte Moderna de São Paulo (São Paulo), UNM - University of New Mexico Art Museum (New Mexico, USA) e Museu Afro-Brasil (São Paulo).
Viva Rosana Paulino!