Foto: Richard Callis/SPP/CBF
Tem também o lado que os homens têm muito mais a perder - perder patrocínio, perder visibilidade. É difícil cobrar dos jogadores de futebol de irem contra ‘a galinha dos ovos de ouro’, principalmente quando tem uma origem mais humilde. A ênfase com que as mulheres encaram esses assuntos é louvável” - Celso Unzelte.
1.21 Homofobia no futebol Infelizmente, a homofobia é extremamente enraizada no futebol, assim como na sociedade, e é sustentada por muitos daqueles que consomem o esporte. É comum encontrarmos declarações como a do juiz Manoel Maximiano Junqueira Filho, da 9ª Vara Criminal de São Paulo, que diz que “futebol é jogo viril, varonil, não homossexual”. Um caso emblemático ocorreu em 2012, quando a organizada Mancha Alviverde promoveu, em frente ao portão da Academia de Futebol do Palmeiras, uma faixa com a seguinte frase: “A homofobia veste verde”, como ato de desaprovação à contratação do jogador Richarlyson, ex-São Paulo. A diretoria do Palmeiras desistiu da contratação. O assunto praticamente não repercutiu na mídia esportiva e a história não teve um desfecho digno.
Os atos homofóbicos são recorrentes, como o grito de “ô bixa” que as torcidas ecoavam nos estádios, até muito recentemente, quando o goleiro adversário batia os tiros de meta. Este se trata de um ato escancarado, que torna ainda mais raro os jogadores que se assumem gays justamente pela humilhação em campo e pelo medo das consequências para a carreira. Felizmente, as cantigas homofóbicas presentes nas músicas das arquibancadas e até mesmo os gritos homofóbicos começaram a ser, recentemente, questionados. Em agosto de 2019, o STJD determinou punições aos clubes com gritos homofóbicos cantados nos estádios. A orientação é para que árbitros e auxiliares relatem qualquer ofensa homofóbica, que será enquadrada como atitude indisciplinar. Em março de 2020, o São Paulo foi multado pelo Tribunal de Justiça Des-