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20.NOV.2017
REPORTAGEM
Centro Social e Paroquial de Argoncilhe
Texto Daniela Castro Soares Fotos Pedro Almeida
TRÊS DÉCADAS A SERVIR A COMUNIDADE O Centro Social e Paroquial de Argoncilhe celebrou, ontem, 30 anos de vida e o CF foi conhecer melhor “o maior centro de emprego da freguesia”, casa de 56 funcionários e cerca de 200 utentes, divididos em dois pólos e seis valências.
Rogério Henriques é um dos rostos do grupo de 20 pessoas que lutou por um terreno para construir o Centro Social e Paroquial de Argoncilhe (CSPA) de raiz. “Na zona da Igreja, os proprietários dos terrenos não tinham disponibilidade para vender. Alguém disse que havia um terreno não muito longe que seria interessante. A negociação com os proprietários correu bem e ficámos com o caminho aberto. Faltava apenas arranjar o dinheiro”, lembra Rogério Henriques, contando que os 800 contos necessários foram emprestados por alguns elementos do grupo que mais tarde – à excepção de dois ou três – os converteram em donativos. Antes de iniciarem as obras, os jovens de Argoncilhe pediram a cedência do terreno para parque de jogos. “Cedemos, pensando que era provisório, mas eles entusiasmaram-se e algum tempo depois constituíram a Associação Desportiva de Argoncilhe. Ficámos comprometidos porque o terreno já tinha balizas”. As obras do Centro Social arrancaram, ainda assim, mas logo surgiu outro ‘inquilino’. “Havia na freguesia uma grande necessidade de um Centro de Saúde, porque estávamos dependentes de Lourosa e Sandim. A Administração Regional de Saúde de Aveiro procurava instalações, mas as que apareciam não reuniam as condições necessárias; então acaba por se agarrar ao Centro Social e nós cedemos-lhe parte das instalações que estavam previstas para um Ginásio”. Durante mais de 30 anos, ali, no pólo 1, funcionou a unidade de saúde de Argoncilhe.
Várias valências para responder a necessidades
As obras do Centro Social ficaram concluídas em 1987 com a valência de Centro de Dia e Jardim Infantil. “Constata-se que nível de JI havia necessidade de apoio
maciço à população, porque as mulheres começavam a ter emprego e precisavam de deixar os filhos ao cuidado de alguém de confiança. Por isso, o Centro Social avança com Creche, Pré-Escolar e ATL”. Entretanto, outras necessidades se impõem e, em 1999, inicia-se o Serviço de Apoio Domiciliário (SAD). “Não tínhamos nada que apoiasse a 3.ª idade. Arrancámos com capacidade para 15 utentes, mas passado pouco tempo já estávamos com 40”. Mais tarde, em 2002, acrescentariam ao leque uma Loja Social, de vestuário e o Serviço de Atendimento/Acompanhamento Social (SAAS). Ao longo do tempo, a instituição ofereceu diversos apoios a nível de cedência de instalações, nomeadamente para Catequese, Conferência de S.Vicente de Paulo, Grupo de Ginástica, Academia de Música de Argoncilhe, Jornal Dragunceli, Grupo de Jovens Elos; e, com a colaboração da Divisão Social da Câmara através do Movimento e Bem-Estar, um conjunto de actividades físicas para a população idosa. População essa que precisava, cada vez mais, de uma resposta permanente e, daí, ter-se desencadeado o processo para a
construção de um lar.“Como não tínhamos capacidade financeira para realizar obra sem apoios, candidatámo-nos a fundos comunitários mas, só à terceira vez, em 1998, com o programa PARES, é que conseguimos financiamento”. Celebraram contrato com a Segurança Social, ao abrigo da candidatura, e em Setembro de 2009 arrancaram com as obras naquele que foi um processo de mais de uma década “Nestas coisas, tem de haver logo à partida disponibilidade para saber esperar. Qualquer projecto deste género, tendo em conta a sua dimensão, demora algum tempo a concretizar-se”. O Lar, já com equipamentos, ficou por 2,400ME, comparticipado em 900 mil euros por fundos comunitários e apoiado em 120 mil euros pela Câmara Municipal. “Conseguimos planear a parte financeira atempadamente porque, se tivéssemos deixado o tempo passar, chegada a altura teríamos dificuldade, porque foi quando o país entrou em crise. Mas negociámos com tempo o que precisávamos e conseguimos realizar toda a obra sem grandes problemas”, diz Rogério Henriques. Ainda assim, com algum atraso, consequência das “dificuldades” do