Os desenhos e pinturas de Meyer Filho agarram o nosso olho. Eles nos desfilam seres ao mesmo tempo estranhos e maravilhosos, todos eles com rostos, ou seja, com uma curiosa expressão de gente. São, sem dúvida, seres diferentes daqueles que costumamos ver no mundo, pelo menos
enquanto estamos acordados. E no entanto não são mais estranhos do que aquelas criaturas que reconhecemos como reais, logo, como normais.
Essa é uma de suas delícias: diante desses desenhos e pinturas, lembramos que o maravilhoso está potencialmente em toda parte. Nós é que
nos mal acostumamos a não enxergar tal óbvio. Quem conhece o trabalho de Meyer logo se lembra dos galos, com aqueles olhos quase humanos. São mesmo centenas de galos, em pé ou voando, garbosos ou em briga.