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Dólar cai para R$ 5,22, mas sobe 1,49% na semana
from 12 e 13.02.2023
Num dia de ajustes no mercado, o dólar teve forte queda, mas fechou a semana em alta. A bolsa de valores ficou praticamente estável e apresentou leve queda na semana.
O dólar comercial encerrou esta sexta-feira (10) vendido a R$ 5,222, com queda de R$ 0,057 (-1,08%). A cotação iniciou o dia em alta, aproximando-se dos R$ 5,30 nos primeiros minutos de negociação, mas desacelerou e passou a cair ainda antes da abertura do mercado norte-americano. Na mínima do dia, por volta das 16h15, chegou a R$ 5,21.
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Apesar da queda de hoje, a moeda norte-americana fechou a semana com alta de 1,49%. Em 2023, a divisa acumula recuo de 1,1%.
O mercado de ações teve um dia mais turbulento.
O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 108.078 pontos, com alta de apenas 0,07%.
O indicador oscilou bastante ao longo do dia, com as ações da Petrobras, as mais negociadas, compensando a queda de ações de bancos. Após dias de instabilidade em meio a trocas de declarações tensas entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o mercado teve um dia de realização de lucros. Investidores, principalmente exportadores, aproveitaram o dólar alto para venderem a moeda norte-americana. Com a viagem de Lula aos Estados Unidos e sem fatos econômicos novos, o mercado teve um dia mais tranquilo.
Outro fator que contribuiu para o otimismo dos investidores foi a divulgação do crescimento de 8,3% no setor de serviços em 2022, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Reflexo da recuperação da atividade após a pior fase da pandemia de covid-19, a expansão dos serviços ajuda a melhorar as perspectivas para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2023.
O secretário de Política
Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, afirmou que o Ministério da Fazenda ainda não pautou a discussão sobre a mudança da meta de inflação. A declaração foi dada em um evento promovido pela Bradesco Asset Management nesta sexta-feira (10).
Mello afirmou também que existe um debate global sobre a meta de inflação e que os técnicos do ministério estão acompanhando essas discussões. “A secretaria de Política Econômica assessora o ministro em vários assuntos e esse é um deles.
O Ministério da Fazenda não pautou esse debate, que está acontecendo não só no Brasil, ele é um debate global, no sentido em que os choques inflacionários, desde o momento da Covid, passando pela guerra da Ucrânia e que, até o momento atual, tem se mostrado persistente”, disse o secretário.
A declaração ocorreu em meio a críticas do governo sobre a taxa de juros, que se encontra em 13,75% ao ano, maior nível desde 2017. Mello afirmou ser a maior taxa de juros real do mundo.
“Somos o que mais aumentamos a taxa de juros, mesmo assim não cumprimos a meta em 2021, 2022 e tudo indica que 2023 vai ser um ano que a inflação vai superar a meta”, comple- mentou o secretário Mello também disse que há uma previsão de crescimento de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) e acredita que é possível desinflacionar a economia mantendo um nível de crescimento sustentável que permita melhorias das políticas públicas.
Sobre a reforma tributária, Mello afirmou que ela deve começar com a tributação indireta, que é o imposto embutido no valor final de um produto, que é repassado ao consumidor. “Não é apenas a simplificação é o ganho de competitividade e de produtividade que vai ser gerado a partir da aprovação de um imposto sobre valor agregado”.
Sobre a tributação direta, que é a taxação aplicada diretamente sobre a renda, patrimônio ou consumo, Mello disse que pretende pautar o tema após a possível aprovação da reforma tributária sobre os impostos indiretos.
Por fim, o secretário afirmou que a pasta está elaborando um novo arcabouço fiscal que devolva a credibilidade na gestão do orçamento, na gestão pública e que construa previsibilidade da política fiscal no futuro. “Criamos um instrumento dentro da PEC de transição que prevê a possibilidade de aprovar um novo arcabouço fiscal a partir de uma lei complementar”, finalizou Mello.