Lenda das Duas Caras Esta lenda remonta à conquista de Ceuta, no reinado de D. João I. Segundo ela, depois de tomada aquela praça marroquina, o rei terá distribuído a tarefa da defesa dos diferentes troços da sua muralha pelos contingentes de cada uma das terras que contribuíram com soldados para a conquista, protegendo-a contra o previsível contra-ataque dos muçulmanos. Como os de Barcelos teriam fraquejado nesta tarefa, os de Guimarães terão assegurado a defesa de dois troços, juntando ao que lhes tinha sido destinado aquele que os de Barcelos teriam deixado desguarnecido. De acordo com esta tradição, o rei teria depois ditado o castigo a aplicar aos de Barcelos, para toda a eternidade: desde então, dois vereadores barcelenses viriam varrer as ruas de Guimarães, em vésperas de dias festivos, com um barrete vermelho na cabeça e um pé descalço e outro calçado. Mais tarde, já no século XVI, a Vila de Barcelos teria conseguido isentar-se da servidão, logrando transferi-la para os moradores das freguesias de Cunha e Ruilhe, que então teriam sido desanexadas de Barcelos e entregues a Guimarães.