












































































UMA JOIA DO BARROCO BRASILEIRO QUE NOS ENCANTA POR SUA ORNAMENTAÇÃO DESLUMBRANTE.
Rosana Lanzelotte destaca-se pela originalidade de suas iniciativas. Dedicou álbuns a obras raras de Bach e Haydn e às sonatas inéditas do português Avondano, bem como peças brasileiras para cravo. Resgatou as obras de Sigismund Neukomm que inauguram o repertório de música de câmara no país, por ela registradas – ao lado de Ricardo Kanji (flauta) – no álbum Neukomm no Brasil (Biscoito Fino). Um dos cinco nominados para o Latin Grammy em 2009, o álbum recebeu o V Prêmio Bravo.
Concebeu o portal Musica Brasilis para o resgate e difusão de repertórios brasileiros de todos os tempos. Com cerca de 60.000 acessos mensais e 1700 partituras de 300 compositores, o portal tornou-se uma referência.
Em 2022, está à frente de diversas iniciativas voltadas às comemorações do bi-centenário da Independência, tendo promovido o resgate de 13 obras de D. Pedro I, bem como participado do comitê proponente da candidatura dos documentos músicas relacionadas a Dom Pedro ao programa Memória do Mundo da UNESCO.
Por suas realizações recebeu o prêmio Golfinho de Ouro, concedido em 2002 pelo Conselho Estadual de Cultura do Rio, e a comenda CHEVALIER DES ARTS ET DES LETTRES, outorgada em 2006 pelo Governo francês.
Tomaz Soares é violinista. Estudou violino com Shmuel Ashkenasi (EUA), Almita Vamos (EUA), Paulo Bosisio (RJ), Ricardo Amado (RJ), Luciano Ramos e Klemes Pires (MG), dentre outros. Recentemente, apresentou-se com o Quarteto de Cordas da Universidade Federal Fluminense (UFF) em turnê pela Inglaterra e Alemanha. Em 2018, com o Quarteto Kalimera foi premiado no Festival de Música Rádio MEC, dentre outras premiações no Brasil. Estreou inúmeras obras contemporâneas dos compositores Alexandre Schubert, Calimerio Soares, Eli Eri Moura, Ernst Mahle, Jocy de Oliveira, dentre outros. Participou como intérprete das Bienais de Música Contemporânea Brasileira (FUNARTE-MINC) e do Panorama da Música Contemporânea Brasileira (UFRJ). Em 2009, recebeu o primeiro prêmio do 13º Concurso Nacional de Cordas Paulo Bosisio. Como spalla, atuou em diversas orquestras nos Estados Unidos e no Brasil, mais recentemente da Sinfonietta Carioca. Tomaz é Mestre em Música pela Northwestern University Bienen School of Music (EUA) e Bacharel em Música pela Unirio. Integra o Quarteto de Cordas da UFF, o Quarteto Kalimera, a Orquestra Petrobras Sinfônica e a Orquestra Johann Sebastian Rio. Atuando como regente orquestral, Tomaz é um dos maestros da Academia Juvenil da Orquestra Petrobras Sinfônica.
O violoncelista carioca iniciou seus estudos com o professor Eugen Ranevsky na Escola de Música da UFRJ, prosseguindo com o professor Alceu Reis na UNIRIO, onde diplomou-se em 1995. A convite de Antonio Meneses, frequentou durante três anos, a seleta classe do renomado artista na Musikakademie Basel, na Suíça, onde obteve o título de Master Degree em 1999. Aperfeiçoouse em Música de Câmara com os professores Hatto Beyerle, Walter Levin, Jost Meier, Gérard Wyss e Chiara Banchini na Suíça e com o professor Herman Voss, na Alemanha. Laureado em vários concursos, Marcus Ribeiro, participou, com destaque de “Master Classes” ministrados por Arturo Bonucci, Dimos Goudaroulis, Raphael Wallfish, Márcio Carneiro, Maria Alice Brandão, Marcio Malard, entre outros, bem como de importantes Festivais Internacionais de Música, tais como os de Brasília e Curitiba (Brasil), o de Siena (Itália), Graz (Áustria) e Zilina (Eslováquia).
Em 1995, foi convidado a fazer parte do Corpo Docente da Escola de Música Villa-Lobos. Suas atividades pedagógicas englobam Cursos e Master Classes, ministrados em várias cidades brasileiras, entre elas Universidade Federal de Vitória, Universidade Federal de Santa Catarina, Universidade Federal de Brasília e Universidade da Bahia. Atuou também como professor no Festival de Música em Campos dos Goitacázes no Rio de Janeiro e Oficina de Música em Curitiba.
Como solista, já atuou à frente de várias orquestras sob a batuta de David Machado, Ernani Aguiar, Cléo Goulart, Guillermo Scarabino, Carlos Moreno, Carlos Prazeres e José Galindo. Na Europa, excursionou com várias formações camerísticas e com orquestras tais como a Zürcher Kammer Orchester, Neues Orchester Basel, Basel Festival Orchester e Camerata Stuttgart. Com integrantes desta última, gravou um CD, como solista do Octeto de Mendelssohn.
Desenvolve intensa carreira como camerísta se apresentando com o trio DI PRIMA, Quarteto Rio de Janeiro, além de atuar como violoncelista da Orquestra Sinfônica Nacional da UFF, e primeiro violoncelo convidado nas orquestras Sinfônica da Bahia e Filarmônica de Belo Horizonte.
JOHANN SEBASTIAN BACH
Trio Sonata BWV 525 (1720) I. Allegro II. Adagio III. Allegro Concerto para Cravo BWV 1053 (1738) II. Siciliano
SIGISMUND VON NEUKOMM
Noturno para piano, violino e violoncelo (Rio de Janeiro, 1817) - Obra dedicada à Princesa Maria Teresa I. Andante, quasi Adagio III. Presto
Sonata para pianoforte e violino (Rio de Janeiro, 1819) - Obra dedicada à Condessa Maria Teresa I. Allegro ma non tropo III. Allegro alla turca
PEDRO I DO BRASIL Hino da Independência (1822)
CONCERTO • 25.03.2022 NOTA DE PROGRAMA
Uma joia do barroco brasileiro que nos encanta pela profusão de sua talha folheada a ouro, por sua ornamentação deslumbrante e pelo ilusionismo singular que encontramos em suas pinturas. Essa é a exuberante Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência. Em sua capela dourada reverberaremos os talentos da renomada cravista brasileira ROSANA LANZELOTTE, do violinista TOMAZ SOARES e do violoncelista MARCUS RIBEIRO acompanhados dos comentários da historiadora da arte JANAÍNA AYRES
Começamos com Johann Sebastian Bach, um ícone da música barroca que no mês de março é sempre celebrado por seu aniversário. Seu Trio Sonata, datado de 1720, harmoniza perfeitamente com o esplendor dos entalhes desta igreja inteiramente recobertos de ouro que se evidenciam com a luz, que penetra pelo óculo da igreja. Uma luz que também pro duz a atmosfera cambiante de claro-escuro típica do barroco, iluminando também a pintura ilusionista de sua abóbada. No centro de seu forro pre senciamos uma cena celestial que nos conecta com o infinito e que aqui dialogará com mais uma música de J.S. Bach, Siciliano, do seu Concerto para cravo BWV 1053. As harmonias cambiantes, deste movimento lento, exuberante e misterioso fazem um belo contraponto com este teto em “trompe l’oeil” da igreja, uma técnica artística que, por meio da perspectiva, cria uma ilusão ótica que faz com que formas de duas dimensões aparentem possuir três.
O Siciliano foi uma forma musical popular na época e é baseada em uma dança e uma coreografia pouco conhecida, que era descrita por evocar sentimentos pastorais e melancólicos.
A segunda parte deste concerto será dedicada a um capítulo importante de nossa história, ao qual este complexo religioso não pode deixar de ser lembrado, os 200 anos da Independência do Brasil. Lembraremos dos personagens que por aqui passaram e foram sepultados. Começamos com o Infante Pedro Carlos de Bourbon dos reinos de Espanha e Portugal, sepultado na capela primitiva que se localiza ao lado de sua capela dourada. Também recordaremos que neste complexo franciscano foram enterrados Grandjean de Montigny, grande arquiteto da Missão Artística Francesa, três dos filhos de D. Pedro I e a própria Imperatriz Maria Leopoldina. Grande arquiteta da Independência do Brasil, Dona Leopoldina havia sido inicialmente sepultada no Convento da Ajuda mas, em 1911, foi transladada para o Convento de Santo Antônio antes de ser encaminhada para a Capela Imperial sob o Monumento do Ipiranga, em São Paulo, em 1954.
Neste espaço nos transportaremos ao tempo da Independência, trazendo duas obras de um aluno predileto de Joseph Haydn, Sigismund Von Neukomm. O compositor austriaco que desembarcou no Rio em 1816, na trilha da Missão Artística Francesa. Primeiro ouviremos o Noturno para piano, violino e violoncelo, composta um ano depois de sua chegada ao Brasil, seguido da Sonata para pianoforte e violino, de 1819. Mestre de música de Dona Leopoldina e D. Pedro I, sua influência fez do imperador do Brasil um compositor. Será dele a peça que encerra este concerto, o Hino da Independência, de 1822.
Confira a nova programação do FIMA, com concertos presenciais e virtuais, podcasts e muito mais. Para ver a agenda completa, acesse: ou aponte a câmera do seu celular para o QR Code abaixo:
www.fima.art.br