GRANDES OBRAS PARA VER E OUVIR PROGRAMA






























































































MAM-RJ

UMA OBRA CARIOCA HISTÓRICA, ÍCONE DA ARQUITETURA MODERNA BRASILEIRA PARA O MUNDO.
Reconhecido como um dos principais músicos de sua geração, o carioca Daniel Guedes vem atuando como violinista, violista, camerista, regente e professor. Desde 2017 é Regente Associado da Orquestra Sinfônica de Barra Mansa.
Iniciou seus estudos musicais aos 6 anos com seu pai, e posteriormente estudou na Guildhall School of Music de Londres com Detlef Hahn e na Manhattan School of Music de Nova York. Foi aluno de Patinka Kopec e Pinchas Zukerman, com quem posteriormente estudou regência. Foi vencedor dos concursos Bergen Philharmonic Competition e Waldo Mayo Memorial Award, prêmio este que lhe valeu um concerto no Carnegie Hall de Nova York.
Desde os 10 anos vem atuando como recitalista, camerista e solista das principais orquestras brasileiras e também nos EUA, Canadá, Inglaterra, Alemanha, Suíça, Noruega, Itália e América do Sul. Daniel é membro do Quarteto da Guanabara e atua em duo com o violonista Mario Ulloa desde 2009, tendo explorado um repertório inédito para esta formação, gravando dois CDs pelo Selo Rob Digital. Gravou também o CD “Impressões Brasileiras” e “Beethoven Sonatas” com Ilan Rechtman para o selo Well-Tempered da Califórnia.
Como regente atuou frente à Orquestra Sinfônica Brasileira, Hotchkiss Philharmonic, Sinfônica de Campinas, Sinfônica Nacional da UFF, Orquestra Sinfônica da Bahia, Orquestra Sinfônica da Paraíba, Sinfônica da USP/SP, Sinfônica da UFRJ, entre outras. É regente da Academia Jovem Concertante, projeto criado em 2012 pela pianista Simone Leitão.
Daniel é professor de violino da Escola de Música da UFRJ, e Diretor Artístico do Festival Internacional de Música de Barra Mansa.
Bacharel em violino pela Universidade Federal da Paraíba e mestre pelo Programa de Pós Graduação Profissional em Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PROMUS), iniciou seus estudos aos sete anos no Centro Musical Suzuki. Como seus principais professores de violino, contou com a orientação de Ademar Rocha e Daniel Guedes. Participou de vários festivais de música pelo Brasil, tais como Festival Internacional de Música de Campina Grande, Semana da Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Festival de Música de Santa Catarina, Oficina de cordas do MIMO, Festival de Inverno Campos do Jordão e Festival de Música de Barra Mansa. Participou de máster classes com renomados violinistas como Pinchas Zukerman, Leon Spierer, Bela Horvath, Asi Matathias, Elisa Fukuda, entre outros.
Já atuou como solista à frente de orquestras como Sinfônica Municipal de João Pessoa, Sinfônica da Universidade Federal da Paraíba, Sinfônica de Barra Mansa e USP Filarmônica. Como camerista, vem tocando ao lado de importantes músicos como Fabio Presgrave, Alexandre Razera, Horacio Schaefer, Heleno Feitosa, John MacGrosso, Daniel Khalikov, Marcio Malard, Yerko Tabilo, entre outros. Desde 2014 atua também como violista. Em 2019 atuou como diretor pedagógico e coordenador geral do Festival Internacional de Música de Barra Mansa. Atualmente é spalla da Orquestra Sinfônica de Barra Mansa, professor de violino e viola do Projeto Música nas Escolas e da USP - Ribeirão Preto e violinista no Quarteto da Guanabara.
Natural de São Paulo, Samuel Passos iniciou seus estudos de música aos 11 anos. Em 2004, ingressou na Escola de Música do Estado de São Paulo onde foi aluno do violista canadense Peter Pas. Foi por duas vezes vencedor do concurso de música de câmara desta mesma escola. Ao se formar, em 2009, ingressou na Academia de Música da Osesp, onde passou a receber orientação de Horácio Schaefer. Participou de inúmeros festivais e master classes, no Brasil e nos Estados Unidos, com renomados músicos como Atar Arad, Miguel da Silva, Roberto Dias, Ori Kam, Joanna Mendoza e muitos outros.
Integrante da Orquestra Sinfônica Brasileira desde 2011, Samuel Passos mantém um importante trabalho de música de câmara junto ao Quarteto Françaix e ao Quarteto Suassuna, este último sendo monitorado pelo renomado Arianna String Quartet, e realizando concertos por todo o Brasil e Estados Unidos. Atuou como solista à frente da Orquestra Jovem de Guarulhos, Orquestra do Instituto GPA, Orquestra da UFRJ e Orquestra Petrobras Sinfonica. Como docente desenvolve um sólido trabalho junto à Orquestra Sinfônica Brasileira, através do projeto Conexões Musicais, e leciona no projeto Ação Social pela Música no Brasil desde 2018.
A violoncelista Lisiane de los Santos vem se apresentando em várias formações de música de câmara. Concertino dos violoncelos da Orquestra Sinfônica Brasileira, toca regularmente nas principais salas do Brasil. Trabalhou com Pierre Boulez, Vladimir Altschuler, Lavard Skou Larsen, Gidon Kremer, Johannes Moser entre outros. ‘Obteve o 1. lugar no “XIV Concurso Jovens Instrumentistas” em Piracicaba/ SP, o 2. lugar em 2001 no “III Concurso Internacional de Instrumentos de Corda Júlio Cardona” em Covilhã/Portugal e em 2002 e o 2º lugar no “Prêmio Jovens Músicos” promovido pela Radiodifusão Portuguesa, rendendo-lhe uma bolsa de estudos pela Fundação Calouste Gulbenkian. Em 2009 foi premiada no “Freundeskreis Wettbewerb” em Karlsruhe/Alemanha, na formação “Duo Violoncelo e Piano” e residente da Fundação Villa Musica am Mainz (Alemanha). Formou-se pela Universidade de Música de Karlsruhe, na classe do Prof. Martin Ostertag e na Academia Nacional Superior de Orquestra de Lisboa, com o Prof. Paulo Gaio Lima. Lisiane de los Santos se apresenta em festivais no Brasil, México, EUA, Portugal, Finlândia, Áustria, Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Itália e Suíça.
Foi concertino da Südwestdeutsche Philharmonie Konstanz, cidade no sul da Alemanha e membro temporário da Staatstheater Darmstadt, Orquestra Sinfônica da Rádio Baden-Baden e Freiburg, Saarländisches Staatstheater e Orquestra Sinfônica da Rádio Frankfurt. Reside desde 2014 na cidade do Rio de Janeiro.
Quarteto de Cordas nº 5 Poco Andantino Vivo e Enérgico Andantino - tempo giusto e bem ritmado Allegro
Floresta do Amazonas (Arr. Mario Ulhoa) Melodia Sentimental
HANS JOACHIM KOELLREUTTER Música 1947 Muito Rítmico (Trecho inicial do Quarteto de Cordas)
Quarteto de Cordas Nº2 Cateretê
ANTONIO CARLOS JOBIM (Arr. Mario Ulloa) Derradeira primavera Samba do Avião
CONCERTO • 14.01.2022
Uma obra carioca histórica, ícone da arquitetura moderna brasileira para o mundo. Um prédio de concreto que, com sua estrutura aberta, celebra a arquitetura e a natureza. Um edifício único que persegue a transparência para se fundir à paisagem singular do Rio de Janeiro e ao jardim tropical de Roberto Burle Marx no Aterro do Flamengo. Este é o MAM-Rio, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. É neste espaço extraordiná rio que o FIMA abre sua programação de 2022, oferecendo ao público a oportunidade de ver e ouvir toda a originalidade e a força do movimento modernista brasileiro.
Observaremos este patrimônio material do modernismo nacional, em diá logo com músicas que bem representam esse movimento. Partiremos da década 1930 até chegarmos à fase desenvolvimentista que se inicia na segunda metade do século XX. Nossos guias serão os integrantes de um quarteto de cordas formado por renomados instrumentistas brasileiros: os violinistas DANIEL GUEDES e RAMON FEITOSA, o violista SAMUEL PASSOS e a violoncelista LISIANE DE LOS SANTOS. Suas contribuições musicais serão intercaladas pelos comentários do professor de História da Arte e da Arquitetura da PUC-Rio JOÃO MASAO KAMITA. Masao é um grande conhecedor da obra de Affonso Eduardo Reidy, o arquiteto moder nista da geração de Lucio Costa e Oscar Niemeyer, que concebeu o MAM e que foi um dos pioneiros na introdução da arquitetura modernista no Brasil.
Começamos nosso programa com o Quarteto de Cordas nº 5, de Heitor Villa-Lobos. A obra de 1931 marca a virada do compositor a um nacionalis mo direto, evidente e espontâneo. Utilizando bastante material folclórico, Villa denomina esta composição como o primeiro dos quartetos popula res, o que revela uma intenção do compositor de fazer uma série popular para o gênero, mas que depois foi abandonada.
A peça indica a primeira importante mudança de rumo provocada pelo movimento modernista que celebramos este ano devido ao centenário da semana de arte moderna de 1922. Uma mudança que mostra que a cons tante busca por renovação estética passa agora a dar lugar à procura de um caráter genuinamente nacional das expressões artísticas. Villa-Lobos é, sem dúvida, o maior representante na música desse modernismo nacio nalista brasileiro.
Seguimos nossa apresentação com um diálogo entre arquitetura, música e natureza. Aqui observaremos como Reidy molda essa incrível estrutura de concreto aberta à natureza. Apreciaremos como o paisagista Roberto Burle Marx, com sua vasta paleta vegetal, desenha este singular jardim tropical no Aterro do Flamengo. Tudo isso ao som de uma trilha sonora composta por Villa-Lobos originalmente para o filme Green Mansions (A flor que não morreu) e que depois foi transformada pelo compositor em uma suíte sinfônica. Sua rica orquestração pinta a natureza densa, miste riosa e encantadora da Floresta do Amazonas que dá nome a esta suíte. Porém, aqui desfrutaremos de uma versão reduzida por Mario Ulloa para o quarteto de cordas da canção Melodia Sentimental que integra a obra e que se tornou uma das mais conhecidas canções do compositor.
Contrastando com esse nacionalismo e essa natureza, ouviremos outro importante representante da música moderna: Hans-Joachim Koellreutter. Este musicólogo, compositor e professor brasileiro de origem alemã trouxe consigo na bagagem a experiência de sua formação europeia. Sua carreira como regente mal tinha começado na Alemanha quando Adolf Hitler foi apontado como Chanceler. Noivo de uma jovem judia, foi denunciado à Gestapo e teve que se exilar no Brasil, no Rio de Janeiro, em 1937. Em 1938 começou a lecionar no Conservatório Brasileiro de Música tendo sido professor de grandes nomes como Cláudio Santoro, Guerra- Peixe, Edino Krieger e Tom Jobim. Em 1948, ano de fundação do MAM, teve início o processo de rompimento de Santoro e Guerra-Peixe que passaram a criticá-lo. Além das técnicas tradicionais europeias, Koellreutter incorporou outras influências no seu estilo de composição tais como o microtonalismo, que conheceu em sua viagem à Índia, a música eletrônica, o serialismo e a harmonia acústica aprendida com Paul Hindemith. Dele ouviremos um trecho do início do quarteto intitulado Música 1947
Vale reparar como o silêncio joga um papel interessante nesta obra ao promover a expectativa e a espera de resoluções que são antes surpreendidas por ataques sonoros em acordes desligados de qualquer temática ou contrapontos. Vazios, que fazem parte do todo e que percebemos no diálogo do concreto armado com os espaços abertos e vazados da Arquitetura do MAM. Um vazio para ser ocupado pelas artes ligadas às técnicas dos novos tempos.
Aluno de Koellreutter, o compositor César Guerra-Peixe buscava novas linguagens no campo da música. Antes de conhecê-lo, suas obras eram escritas dentro de um modelo clássico tradicional. Porém, decidido a abraçar uma nova estética, Guerra-Peixe destruiu todas as suas obras anteriores passando a adotar a técnica dodecafônica, um sistema de organização de alturas musicais criado na década de 1920 pelo compo sitor austríaco Arnold Schoenberg, alheia aos valores e estilos musicais brasileiros. Em seu Quarteto de Cordas nº 1, acentuaram a intenção de nacionalizar os 12 sons e aos poucos Guerra foi se desprendendo no manejo desta técnica. Até que em 1949 encerra sua fase dodecafônica. Seu Quarteto de Cordas nº 2, do qual ouviremos o primeiro movimento Caterete, foi escrito com um caráter bastante nacionalista. A obra teve grande importância no processo de nacionalização do compositor. Como ele mesmo afirmou, esta peça seria a “pedra fundamental” de todo o seu direcionamento estético futuro. Um futuro alinhado com a visão de liber dade artística do MAM. Onde o erudito e o popular se misturam, onde a arte está em constante transformação. A obra foi composta em 1958, ano em foi finalizado o pavilhão de exposições do MAM. A construção havia sido iniciada em 1954.
De Guerra-Peixe seguimos para outro compositor também aluno de Koellreutter. Um arquiteto que largou sua profissão para se dedicar ao piano e à composição. Um ícone de nossa música popular brasileira que tão bem representa o período desenvolvimentista do Brasil. Anos dou rados onde a alma brasileira cantou com voz suave um Brasil que até hoje nos encanta. A Derradeira Primavera, de Antonio Carlos Jobim, será tocada seguida do seu Samba do Avião, ambos com arranjos para o quarteto de cordas de Mario Ulloa.
Confira a nova programação do FIMA, com concertos presenciais e virtuais, podcasts e muito mais. Para ver a agenda completa, acesse: ou aponte a câmera do seu celular para o QR Code abaixo:
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