Programa FIMA Itaguaí

Page 1

apresentam
PROGRAMA IGREJA MATRIZ DE SÃO FRANCISCO XAVIER (PRAÇA DOM LUIZ GUANELLA)
Ministério do Turismo e Instituto Cultural Vale
GRANDES OBRAS PARA VER E OUVIR

Igreja Matriz de São Francisco Xavier (Praça

UMA CONSTRUÇÃO TÍPICA DAS EDIFICAÇÕES RELIGIOSAS CONSTRUÍDAS PELOS JESUÍTAS ATÉ A PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XVIII NO BRASIL.

PALESTRANTES NOEMIA BARRADAS ARQUITETA MIRIAN BONDIM HISTORIADORA

Dom Luiz Guanella) DANIEL GUEDES VIOLINO

Reconhecido como um dos principais músicos de sua geração, o carioca Daniel Guedes vem atuando como violinista, violista, camerista, regente e professor. Desde 2017 é Regente Associado da Orquestra Sinfônica de Barra Mansa.

Iniciou seus estudos musicais aos 6 anos com seu pai, e posteriormente estudou na Guildhall School of Music de Londres com Detlef Hahn e na Manhattan School of Music de Nova York. Foi aluno de Patinka Kopec e Pinchas Zukerman, com quem posteriormente estudou regência. Foi vencedor dos concursos Bergen Philharmonic Competition e Waldo Mayo Memorial Award, prêmio este que lhe valeu um concerto no Carnegie Hall de Nova York.

Desde os 10 anos vem atuando como recitalista, camerista e solista das principais orquestras brasileiras e também nos EUA, Canadá, Inglaterra, Alemanha, Suíça, Noruega, Itália e América do Sul. Daniel é membro do Quarteto da Guanabara e atua em duo com o violonista Mario Ulloa desde 2009, tendo explorado um repertório inédito para esta formação, gravando dois CDs pelo Selo Rob Digital. Gravou também o CD “Impressões Brasileiras” e “Beethoven Sonatas” com Ilan Rechtman para o selo Well-Tempered da Califórnia.

Como regente atuou frente à Orquestra Sinfônica Brasileira, Hotchkiss Philharmonic, Sinfônica de Campinas, Sinfônica Nacional da UFF, Orquestra Sinfônica da Bahia, Orquestra Sinfônica da Paraíba, Sinfônica da USP/SP, Sinfônica da UFRJ, entre outras. É regente da Academia Jovem Concertante, projeto criado em 2012 pela pianista Simone Leitão.

Daniel é professor de violino da Escola de Música da UFRJ, e Diretor Artístico do Festival Internacional de Música de Barra Mansa.

28 MAI SÁBADO 18h

FABIO PRESGRAVE

O violoncelista carioca Fabio Presgrave recebeu seus títulos de Bacharel e Mestre em Performance pela renomada Juilliard School of Music em Nova Iorque, onde estudou com Harvey Shapiro e Joel Krosnick. Apresentou-se como solista junto a orquestras como Qatar Philharmonic, Orquestra Filarmônica de Rosário (Argentina), Orquestra Sinfônica Brasileira dentre outras. Colaborou com a Orquestra da ULBRA na gravação do Noturno de Tchaikovsky para Violoncelo e Cordas que consta na trilha sonora do filme Sal de Prata do diretor Carlos Gerbase.

Apresentações recentes incluem recitais com Daniel Guedes e Erika Leroux no Orchestrazentrum de Dortmund e na Série Kamper Konzert; recitais de violoncelo solo na Espanha nas cidades de Oviedo e Gijon, no Musikhuset de Aarhus na Dinamarca e no “Villa Musica” em Mainz na Alemanha. Recebeu o Prêmio Carlos Gomes em 2006 como membro do Quarteto Camargo Guarnieri. Ministrou Masterclasses e atuou como professor convidado em grandes centros de ensino musical, como Sibelius Academy (Finlandia), Royal Academy of Music (Dinamarca), Muenster MusikHochSchule, Interlochen Music Academy, European String Teachers Association (ESTA), Folkwang Universitat der Kuenste (EssenAlemanha) e Festival Internacional de Campos do Jordão. Tem participado de bancas de Concursos Internacionais de Violoncelo como o David Popper Competition na Hungria e Suzhou na China.

É Professor Titular e Diretor Adjunto Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Professor Colaborador do PPGMUS da USP e da UFRJ. Fabio Presgrave é Doutor pela UNICAMP e recentemente, com bolsa da CAPES, realizou em colaboração com o Prof. Matias de Oliveira Pinto sua pesquisa Pós-Doutoral na Westfaelisch Wilhems-Univesitaet, onde atuou como professor convidado em 2018, 2019 e 2022.

SOBRE O DUO

DANIEL GUEDES E FABIO PRESGRAVE

Daniel Guedes e Fabio Presgrave realizaram suas primeiras apresentações juntos no Morse Hall e no Hubbard Hall no ano 2000 em Nova Iorque em concertos que incluíram a estreia do Duo de Pablo Castellar. Em 2003 o crítico musical Clóvis Marques destacou na Revista Viva Música a apresentação dos dois artistas da seguinte forma: “E foi por sinal dialogando brilhante e musicalmente numa “Passacaglia” de Händel que os dois, em número extra do programa, mostraram…a que níveis de excelência pode chegar a nova geração de instrumentistas brasileiros”. Nesses 22 anos de parceria realizaram concertos em diversos estados brasileiros com Orquestras como Orquestra Sinfônica da Bahia, Orquestra Sinfônica de Campinas e Orquestra Sinfônica de Barra Mansa. O Duo se apresentou em séries como Kamper Konzerte e no OrchestraZentrum de Dortmund em parceria com a pianista Erika Leroux, merecendo destaque na crítica especializada alemã. No “Villa-Musica” o Duo orientou alunos de pós-graduação de instituições alemãs e apresentou no Landesmuseum os “Choros-Bis” de Villa-Lobos.

VIOLONCELO
Baseado em anotações de Jean de Léry (1536–1613) Canidé-iouue DOMENICO ZIPOLI All’Elevazione nº 2 JOHANN SEBASTIAN BACH Partita No. 2 em ré menor para violino solo (BWV 1004) III. Sarabanda V. Chacona HEITOR VILLA-LOBOS Choros-bis nº1 Floresta do Amazonas XX. Melodia Sentimental D. PEDRO I Hino Imperial e Constitucional (para a Independência do Brasil, 1822) *ANÔNIMO Ya Mariamu (Canto tradicional libanês com arranjo colaborativo dos participantes do concerto) *JOHANN SEBASTIAN BACH / BADEN POWELL E VINÍCIUS DE MORAES Suite
em Ré menor
Preludio) Samba em Prelúdio
Presgrave) *Participação
PROGRAMA
ANONIMO
nº2
(I.
(Arranjo Fábio
especial Orquestra Jovem de Itaguaí Maestro: Adriano Araujo de Souza

CONCERTO • 28.05.2022

NOTA DE PROGRAMA

Uma construção típica das edificações religiosas construídas pelos jesuítas até a primeira metade do século XVIII no Brasil. Uma obra de pedra, cal e grossas paredes, característica do estilo arquitetônico colonial brasileiro herdado de Portugal. Essa é a IGREJA MATRIZ DE SÃO FRANCISCO XAVIER, um marco da fundação de Itaguaí erguida sob o “Morro Cabeça Seca”, por onde abaixo passava o rio argiloso chamado Tagoahy, que na língua tupi significa rio de águas amarelas. Abrimos nosso programa lembrando dos povos originários que habitavam essa região antes da chegada dos portugueses: os tupinambás. Nosso duo formado pelo violinista DANIEL GUEDES e pelo violoncelista FÁBIO PRESGRAVE, sempre acompanhado dos comentários da historiadora MIRIAN BONFIM e da arquiteta NOEMIA BARRADAS, apresentará duas melodias de cantos tupinambás, anotadas por Jean de Léry, no século XVI. Missionário calvinista que veio ao Brasil como integrante da missão da França Antártica liderada por Nicolas de Villegagnon, Léry registrou seis cantos tupinambás, em 1557. Aqui apresentaremos Canidé-ioune, uma invocação à uma ave amarela que celebra toda a sua beleza, seguido da música cerimonial o heüra, oueh

Os jesuítas construíram o conjunto arquitetônico religioso, do qual a Igreja Matriz de São Francisco Xavier é remanescente, entre 1718 a 1729. Foram eles também os responsáveis por transferir os indígenas (catequizados) Guaranis da Fazenda de Santa Cruz para este local, dando início ao povoado que mais tarde seria fundado em 1818 como Vila de São Francisco Xavier de Itaguaí.

Foto: Vitor Souza Lima

Para lembrar dessas ocupações jesuítas, realizaremos a obra All. Elevation nº 2, do jesuíta Domenico Zipoli, padre compositor e organista, que, apesar de pouco conhecido do público geral, deixou sua marca nas missões. Esta obra foi composta pouco antes de Zipoli embarcar em sua primeira expedição missionária para a América do Sul.

Em seguida será a vez de dialogarmos musicalmente com a própria Igreja Matriz de São Francisco Xavier. Para isso, traremos dois movimentos de uma obra composta entre 1717 e 1720, mesmo período em que foi iniciada a construção deste edifício, a Partita No. 2 em ré menor para violino solo (BWV 1004), de Johann Sebastian Bach. Ouviremos dois movimentos dessa peça: Sarabanda, uma dança em compasso ternário, que se origina de um antigo bailado popular da Espanha e das suas colônias, mas que se tornou uma dança processional lenta quando chegou à corte francesa, no século XVII; e a Chacona, que utiliza uma frase de quatro compassos num caleidoscópio contínuo de expressões musicais nos tons maior e menor.

Em 1755, os jesuítas são expulsos pelo Marquês de Pombal, e a aldeia, agora sem sua escola, perde também toda a estrutura organizacional que era coordenada por eles. Aqui começa também o fim da história dos indígenas de Itaguaí. Os mesmos indígenas, que desde o início da colonização eram aliados dos portugueses, passaram a ser destratados pelo novo administrador português sendo finalmente expulsos das suas terras para abrir caminho para a construção de um grande engenho. Para lembrar da partida dos índios ouviremos de Heitor Villa Lobos, Melodia sentimental, da suíte ‘A Floresta do Amazonas. Uma canção de beleza incomum que evoca o espírito da floresta e dos indígenas que um dia aqui habitaram.

A presença africana em Itaguaí será lembrada na próxima obra deste programa. Importante base para abastecimento de escravizados para Minas Gerais através da Estrada Real, a cidade movimentava um número expressivo deles. Mesmo após a legislação antitráfico, Itaguaí com seu traçado caprichoso, com bocas de rios, enseadas e pequenas baías, oferecia esconderijos naturais ideais para realizar o contrabando de escravizados. Para lembrar dos milhares de africanos que passaram pela cidade, ouviremos o Choros-bis nº1 de Heitor Villa Lobos. Choro era o nome utilizado para a música apresentada pelos chamados “chorões”, conjuntos de músicos de rua brasileiros que usavam instrumentos africanos e europeus. A palavra, que tem sua origem na “lamentação” e no “chorar”, passou a representar a música desses grupos que improvisavam, muitas vezes de forma dissonante, um contracanto com melodias que poderiam se contrapor a melodia original.

Antes de terminarmos nosso programa e convidarmos os alunos da Orquestra Jovem de Itaguaí para se juntar aos nossos solistas, lembraremos de Itaguaí na Independência do Brasil. Consta que na sua volta de São Paulo, onde proclamou a Independência do Brasil, em 1822, D. Pedro I passou em Itaguaí, já que esse era o caminho utilizado. Aqui teria sido aclamado pelo povo desta cidade como imperador do Brasil na Praça Dom Luiz Guanella, onde realizamos este concerto, que até pouco tempo era chamada de Praça da Aclamação.

Para lembrar desta importante efeméride, tocaremos o Hino da Independência do Brasil (Hino Imperial e Constitucional de 1822) composto pelo próprio Dom Pedro de Alcântara. Aqui, lembraremos também de um aspecto desconhecido do grande público: a importância da música para o imperador e também compositor, Dom Pedro I. Dom Pedro de Alcântara iniciou sua formação musical ainda em Portugal. Um de seus primeiros professores foi Marcos Portugal, famoso compositor português, cujas obras eram conhecidas em toda a Europa. A partir de 1808, ao chegar ao Brasil, com 9 anos de idade, Dom Pedro passou a ter aulas de música com o Pe. José Maurício Nunes Garcia, o mais importante compositor brasileiro do fim do século XVIII e início do século XIX. Filho de mestiços (um alfaiate e uma filha de escravizado), surpreendeu D. João VI com seu talento, a ponto de ter sido nomeado Mestre da Real Capela em 1808. As aulas com Marcos Portugal seriam retomadas em 1811, quando o compositor foi convocado a vir ao Rio de Janeiro, recebendo, entre outras tarefas, a responsabilidade pela educação musical dos príncipes. Em 1816, D. Pedro I passaria também a ter aula com Sigismund Neukomm, aluno predileto de Joseph Haydn, que desembarcou no Rio neste mesmo ano como integrante da Missão Artística Francesa, residindo no Rio de Janeiro até 1821, período em que compôs mais de 70 obras. Esse rico ambiente musical carioca também contava com estreias musicais de obras de importantes compositores europeus, como ocorreu com Requiem de W. Amadeus Mozart, onde Pe. José Maurício pode contar com a colaboração de Sigismund Neukomm na preparação e execução da obra. Toda essa formação e influência musical fez do imperador do Brasil não só um amante da música, mas um compositor dedicado que criou uma significativa produção de obras sinfônicas e camerísticas.

Foto: Vitor Souza Lima

Confira a programação do FIMA, com concertos presenciais e virtuais, podcasts e muito mais. Para ver a agenda completa, acesse: ou aponte a câmera do seu celular para o QR Code abaixo:

www.fima.art.br

CRÉDITOS PABLO CASTELLAR Direção Artística e Coordenação de Produção ELLEN GASPAR Coordenação Administrativa MARIANA BORGERTH Produção Executiva DAN PASCOALETO Design Gráfico VITOR SOUZA LIMA Videomaker DAVID FELDMAN Engenheiro de Gravação ANDREA NESTREA Fotógrafa ERICA AVELAR Assessoria de Imprensa RICARDO CABRAL Administração de Redes NINA GAUL | OESTUDIO Site REALIZAÇÃO ARTEMUNDI PRODUÇÕES CULTURAIS LTDA

PATROCÍNIO

APOIO

REALIZAÇÃO

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.