Ministério do Turismo e Instituto Cultural Vale apresentam www.fima.art.br PROGRAMAÇÃO DEZEMBRO 2021 GRANDES OBRAS PARA VER E OUVIR @festival.fima/festival.fima
SEJAM BEM-VINDOS AO FIMA, Festival Interativo de Música e Arquitetura.
Nesta primeira edição, convidamos vocês a vivenciarem conosco uma ex periência imersiva na qual veremos e ouviremos algumas das construções mais emblemáticas para a história da arquitetura das cidades do Rio de Janeiro, Mangaratiba e Itaguaí.
Historiadores da arte e arquitetos abrirão o caminho para que consa grados músicos brasileiros apresentem obras musicais que dialoguem com a arquitetura, a arte decorativa e a história destes importantes patrimônios materiais.
Nossa missão é trazer novos paradigmas para a apreciação, a valorização e a construção de um sentimento de pertencimento aos patrimônios culturais de nossa sociedade.
Com o FIMA queremos criar novos caminhos, através da música e da ar quitetura, para concebermos um futuro onde todos possam compreender a importância de suas identidades culturais, valorizando e construindo uma relação afetiva com o patrimônio histórico material e imaterial de sua cidade, estado, país e do mundo. Faremos isso gerando novas opor tunidades para que tomem conhecimento da importância dos elementos que formam sua cultura identitária, reconhecendo as singularidades de seu agrupamento cultural bem como as origens desta identidade.
Além disso, queremos gerar sinergias multi-sensoriais. Pela visão, desfru tar dos espaços tombados e, pela audição, viajar no tempo ouvindo obras que dialogam com cada local visitado. Também oferecemos no FIMA novos caminhos para apreciação da música de concerto, criando um espaço para celebrarmos de forma cativante a música através de sua interação com a arquitetura, sempre buscando uma constante revitalização do público para com este gênero musical.
Queremos ser também acessíveis aos hábitos e desejos das novas gerações, estimuladas por novas tecnologias e experiências mais imersivas.
O acesso a tudo isso será ampliado através de um material digital que será disponibilizado em nossas redes sociais, democratizando ainda mais o acesso aos patrimônios culturais visitados pelo FIMA.
Finalmente, além de traçar este paralelo estilístico e histórico entre a música e a arquitetura, estimulamos todos vocês para que, em cada local visitado, percebam essa correlação.
Reparem os ritmos que se encontram tanto nas repetições de formas e ele mentos estruturais da arquitetura como nas batidas de uma música.
Notem as texturas que em uma construção arquitetônica resultam da combinação e interação de distintos materiais e que em uma obra musical derivam de diferentes camadas de sons e ritmos ofertadas por instrumentos heterogêneos.
Percebam as harmonias, sejam aquelas que podemos ver no equilíbrio do uso de materiais e desenhos que dão união a um espaço ou as que ouvimos na agradável combinação de sons simultâneos em uma composição musical.
Sintam as dinâmicas, manifestações de expressividade que contemplamos ao olhar a qualidade dos materiais e padrões empregados em uma constru ção ou ao escutar as diferentes intensidades em que sons são emitidos em uma obra de música.
Nas páginas a seguir, você poderá conhecer todos os detalhes das atrações presenciais do FIMA no mês de dezembro. Para aqueles que desejam acom panhar toda a programação desta primeira edição do festival convidamos a acessarem as nossas redes através do site fima.art.br.
Finalmente, gostaríamos de agradecer ao Instituto Cultural Vale e a cada um de nossos músicos, palestrantes, parceiros e espectadores por embar carem conosco nesta fascinante jornada.
PABLO CASTELLAR Diretor Artístico
PROGRAMAÇÃO DEZEMBRO 2021
SERVIÇO
Foto: Divulgação
REAL GABINETE PORTUGUÊS DE LEITURA
Rua Luís de Camões, nº 30 Centro | Rio de Janeiro, RJ.
Entrada gratuita por ordem de chegada. Preferencialmente até 30 minutos antes do início da apresentação.
Espaço sujeito à lotação de 90 pessoas
SÍTIO ROBERTO BURLE MARX
Estrada Roberto Burle Marx, nº 2.019 Barra de Guaratiba | Rio de Janeiro, RJ.
Entrada gratuita mediante agendamento prévio por e-mail a ser definido bastando informar “nome completo” e “telefone para contato”.
Foto: Oscar H. Liberal
Espaço sujeito à lotação de 80 pessoas. Em caso de lotação será aberta uma lista de espera e a equipe do Sítio Roberto Burle Marx entrará em contato mediante desistências.
Foto: Raffaella Bompiani
IGREJA DE NOSSA SENHORA DA GLÓRIA DO OUTEIRO
Praça Nossa Senhora da Glória, nº 26 Glória | Rio de Janeiro, RJ.
Entrada gratuita por ordem de chegada. Preferencialmente até 30 minutos antes do início da apresentação.
Espaço sujeito à lotação de 120 pessoas.
Foto: Divulgação
PARQUE LAGE
Rua Jardim Botânico, nº 414 Jardim Botânico | Rio de Janeiro, RJ.
Entrada gratuita por ordem de chegada. Preferencialmente até 30 minutos antes do início da apresentação.
Espaço sujeito à lotação de 50 pessoas.
Foto: Vitor Souza Lima
IGREJA DE NOSSA SENHORA DO CARMO DA ANTIGA SÉ
Rua Sete de Setembro, nº 14 Centro | Rio de Janeiro, RJ.
Entrada gratuita por ordem de chegada. Preferencialmente até 30 minutos antes do início da apresentação.
Espaço sujeito à lotação de 70 pessoas.
REAL GABINETE PORTUGUÊS DE LEITURA
UM TEMPLO DO CONHECIMENTO. UM LOCAL MÁGICO QUE REVERBERA EM SUA ARQUITETURA OS TEMPOS DA EXPANSÃO ULTRAMARINA DO REI MANUEL I.
PROGRAMA
El Maestro | Villancicos Falai miña amor Poys dizeis que me quereys
ANÔNIMO
Cancioneiro d`Elvas | Villancicos Porque me não vês Joâna Cuydados meus tão cuydados Toda noite e todo dia (Cantiga)
Cancioneiro de Paris | Villancicos com acréscimo de voltas de Luís Vaz de Camões Minina dos olhos verdes Na fonte está Lianor Do vosso bem querer senhora
ANÔNIMO
Puestos están, frente a frente
10 DEZ SEXTA 19h
PALESTRANTE NOEMIA BARRADAS ARQUITETA E URBANISTA
Foto: Cristina Rijskamp
GUILHERME DE CAMARGO
CORDAS DEDILHADAS E ARRANJOS
Renomado instrumentista de cordas dedilhadas antigas do Brasil, Guilherme de Camargo vem levando às salas de concerto de todo o Brasil e do exterior a música para alaúde, teorba, guitarra barroca, viola de arame e guitarra romântica. Já realizou trabalhos junto à São Paulo e ao Coral Paulistano, entre outros. Suas apresentações já o levaram às salas de concerto da China, França, Espanha, Portugal, Finlândia, Bolívia, Argentina, Paraguai e Equador, além de todo o Brasil. Dono de uma discografia que inclui mais de uma dezena de títulos, dedica-se também ao ensino, em cursos regulares (junto ao Núcleo de Música Antiga da EMESP) e em oficinas e palestras por todo o Brasil.
MARCOS PORTUGAL
Marília de Dirceu (obra poética de Tomás Antônio Gonzaga)
Os mares, minha bela, não se movem Ah, Marília, que tormento Se o vasto mar se encalpela
JOSÉ CID
As armas e os barões assinalados (1º e 2º canto de Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões)
CHIQUINHA GONZAGA
Lua branca
HEITOR
VILLA-LOBOS
Bachianas nº5
Cantilena (arranjo para violão do compositor)
Foto: Divulgação
Foto: Cristina Rijskamp
CONCERTO 1 • 10.12.2021
NOTA DE PROGRAMA
Um templo do conhecimento. Um local mágico que reverbera em sua arquitetura os tempos da expansão ultramarina do Rei Manuel I. Traços que evocam a epopeia camoniana cujas glórias e histórias são representadas neste incrível espaço construído no fim do século XIX. Este é o REAL GABINETE PORTUGUÊS DE LEITURA, que ecoará na voz da soprano MARÍLIA VARGAS e nas cordas dedilhadas de GUILHERME DE CAMARGO, em um programa recheado com comentários da arquiteta e urbanista NOEMIA BARRADAS
Começamos o nosso concerto com três villancicos em português retirados do livro de música El Maestro, de Luis Milán. Publicado em 1536, o livro apresenta, em seu prólogo, uma dedicatória ao Rei João II de Portugal, filho do Rei Manuel I, o Afortunado, cuja produção artística, que tem início em seu reinado, inspira no século XIX a criação de uma corrente revitalista na arquitetura intitulada estilo neomanuelino, encontrada neste edifício.
Seguimos com três obras anônimas do Cancioneiro d’Elvas, um dos mais importantes manuscritos de músicas e poemas portugueses do século XVI, seguido por outro do mesmo período, o Cancioneiro de Paris. Neste último, foram acrescidas, em cada uma das três canções apresentadas, voltas encontradas na poética de Luís de Camões. Para isso, é utilizado um procedimento comum na época, o de incluir voltas a um mote anônimo. Considerado uma das maiores figuras da literatura lusófona, Camões é o autor da epopeia Os Lusíadas, tema explorado na arquitetura neomanuelina que observamos na construção e na arte decorativa deste real gabinete, que abriga em sua biblioteca a primeira edição deste livro.
Também para celebrar este clássico da literatura portuguesa, cantaremos o primeiro e o segundo canto de Os Lusíadas com a música As armas e os barões assinalados, uma canção escrita pelo compositor José Cid.
Seguimos com outra obra anônima, Puestos están, frente a frente. Um romance musicado que descreve os eventos da batalha de Alcácer-Quibir de 4 de agosto de 1578. Uma batalha travada no norte do Marrocos, onde portugueses, liderados pelo Rei D. Sebastião, combateram um grande exército saadiano liderado pelo sultão Mulei Moluco, que gozava do apoio otomano. Apesar de o autor ser desconhecido, alguns atribuem a peça a Miguel Leitão de Andrada, pois foi ele quem escreveu, em 1629, a Miscelânea, única fonte conhecida desta obra. Além disso, ele mesmo teria participado desta batalha.
O mar das aventuras também foi o mar da saudade e do exílio. Alguns dos portugueses que criaram este incrível lugar foram perseguidos em seu país pelo absolutismo e vieram para o Brasil. Esse mar da saudade, do amor e do exílio será representado na música do compositor da corte portuguesa Marcos Portugal sobre o texto Marília de Dirceu, do luso-brasileiro Tomás Antônio Gonzaga. Uma obra que fala de um amor que não pôde ser consumado entre dois pastores de ovelhas e de sua ambição por uma vida simples e bucólica onde a natureza é descrita em diversos momentos.
Muitos dos portugueses que migraram para o Brasil trouxeram consigo modinhas que rapidamente caíram no gosto popular. Composta em 1912 por Chiquinha Gonzaga para sua peça Forrobodó, Lua branca é um belo exemplo de como a cultura portuguesa foi responsável pelo lirismo romântico de nossas canções e pela docilidade, suavidade e amorosidade que encontramos em nossa música. Uma canção “sonhadora e bela”, em que grita toda a natureza, como ouvimos na ária da Cantilena da Bachianas nº 5
Foto: Divulgação
SÍTIO ROBERTO BURLE MARX
UM LUGAR ÚNICO, ONDE A CULTURA E A NATUREZA SE ENTRELAÇAM.
LUIS LEITE VIOLÃO
Luis Leite é um dos principais violonistas brasileiros em atividade, com mais de 20 anos de carreira e turnês em mais de 30 países. Sua música representa a união do clássico e popular – escola conhecida como “Third Stream” –, sendo hoje um dos principais representantes deste estilo no mundo do violão. Ao longo de sua carreira, lançou diversos álbuns com composições originais e seu álbum Vento sul foi eleito um dos melhores lançamentos de música instrumental do ano de 2018. Apontado como “um verdadeiro virtuose do violão” (Revista Concerto, Viena), Luis foi vencedor de vários concursos internacionais, como o John Duarte Competition, na Áustria e o Ivor Mairants Guitar Prize, em Londres. Formado pela Universität für Musik (Viena) e Accademia Musicale Chigiana (Itália), Luis é PhD em linguagens de improvisação para violão. Retornou ao Brasil em 2009, assumindo a cátedra de violão da UFJF, onde criou o primeiro bacharelado híbrido em violão clássico e popular do país. Também é professor convidado na JML University (Viena).
11
DEZ SÁBADO 11h
Foto: Oscar H. Liberal
Foto: Vitor Jorge
PALESTRANTE CLAUDIA STORINO ARQUITETA E DESIGNER
JOHANN SEBASTIAN BACH Adagio Arioso da Cantata BWV 156 HEITOR VILLA-LOBOS Bachiana nº 4 Prelúdio Bachiana nº 2 Tocata (O trenzinho caipira) FRANZ SCHUBERT Ständchen (Serenata) WALTER BURLE MARX Violeiros de Guaratiba II. Santo Antônio da Bica LUIS LEITE Flor da Noite ANÍBAL AUGUSTO SARDINHA
Jorge do Fusa JOÃO PERNAMBUCO Sons de Carrilhões HEITOR VILLA-LOBOS Choros 1 (Dedicada a Ernesto Nazareth) PROGRAMA Foto: Oscar H. Liberal
(GAROTO)
CONCERTO 2 • 11.12.2021
NOTA DE PROGRAMA
Um lugar único, onde a cultura e a natureza se entrelaçam. Onde encontramos construções que vão do século XVII, como a capela dedicada a Santo Antônio da Bica, até o ateliê modernista de um dos maiores paisagistas do século XX. Um espaço onde desfrutamos de um jardim alinhado ao movimento moderno na arquitetura e nas artes e que recentemente ganhou o título de Patrimônio Mundial da Unesco. Este é o SÍTIO DE ROBERTO BURLE MARX, um artista singular que soube como ninguém explorar um vasto repertório vegetal, como paleta, para criação de suas obras de arte vivas. Realizaremos junto com o violonista LUIS LEITE e a arquiteta CLAUDIA STORINO um passeio musical pelos principais pontos de visitação deste sítio, trazendo músicas que dialogam com sua arquitetura e seu jardim tropical.
A delicadeza do Adagio Arioso da Cantata BWV 156, de Johann Sebastian Bach, ecoará na capela barroca de Santo Antônio da Bica. Em seguida, iremos para a Loggia, que leva esse nome por possuir elementos arquitetônicos que lembram uma pequena galeria coberta e vazada para o exterior por arcadas. Localizado entre a casa principal e a capela, o espaço servia como um pequeno ateliê de pintura e serigrafia de Burle Marx, que a revestiu com um painel de azulejos pintados fazendo uma releitura moderna de tradições luso-brasileiras. Uma releitura que será reverberada na fusão de materiais folclóricos brasileiros às formas pré-clássicas de Bach, feitas por Villa-Lobos em suas Bachianas Brasileiras. Na Loggia, ouviremos o movimento do Prelúdio da Bachiana nº 4 seguido pela Tocata (O trenzinho caipira) da Bachiana nº 2
Na sequência, partiremos para a sala de música da casa, em estilo colonial, onde o paisagista morou. Porém, aqui o que ecoará, mais do que a arquitetura, serão as lembranças.
Ao lado do piano de Roberto Burle Marx ouviremos uma composição de seu irmão, Walter Burle Marx, que foi inspirada por este local: o movimento Santo Antônio da Bica, da peça Violeiros de Guaratiba. Antes de sair da casa, ouviremos uma versão para violão de Ständchen (Serenata), de Franz Schubert, compositor que Roberto Burle Marx cantava frequentemente neste local.
Daqui partiremos para a Cozinha de Pedra, de onde apreciaremos este incrível jardim tropical com uma música composta pelo próprio Luis Leite, Flor da noite. Ao som desta obra, admiraremos outro encontro, o do concreto com o verde e as águas do jardim. Um projeto de Rubem Breitman e Haroldo Barroso Beltrão, premiado em 1963 pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil. Foi neste salão de festas que ocorreram memoráveis almoços com cardápios organizados por Burle Marx e Cleofas César da Silva. Para lembrar estes encontros, traremos uma obra de Garoto, chamada Jorge do Fusa que, alguns acreditam, tenha sido escrita para lembrar encontros promovidos por amigos de um compositor conhecido seu. Também ouviremos a música Sons de Carrilhões de João Pernambuco.
Partiremos, então, para o ateliê, que guarda telas e uma tapeçaria, todas de grandes dimensões, feitas por Burle Marx especialmente para o local. Um prédio que emprega a fachada de um sobrado neoclássico demolido no centro do Rio de Janeiro com a construção, a clareza e a simplicidade moderna em concreto de seu interior. Simplicidade e união do tradicional e moderno que se veem refletidos novamente na obra de Villa-Lobos em seu Choros 1, dedicada a Ernesto Nazareth. Uma obra com padrões, figurações e estrutura simples, características da música improvisada de celebrados chorões do final do século XIX.
Foto: Diego Rodriguez Crescêncio
IGREJA DE NOSSA SENHORA DA GLÓRIA DO OUTEIRO
PALESTRANTE DORA DE ALCÂNTARA ARQUITETA
BRUNO PROCÓPIO CRAVO
Bruno Procópio faz parte de uma nova geração de músicos que tem atraído uma especial atenção do público e da crítica internacional. Cravista e maestro, detentor de uma sólida formação junto ao Conservatoire National Superieur de Musique et Danse de Paris, o artista também é fundador do selo discográfico Paraty e co-proprietário da imprensa especializada classiquenews.com. Diretor artístico do festival Les Nuits Musicales de Mazan, no sul da França, recentemente criou a Jovem Orquestra Rameau com apoio e cooperação de grandes instituições internacionais. Durante oito anos estudou com o cravista Pierre Hantaï e foi aluno de Christophe Rousset no Conservatórios de Paris. É frequentemente convidado pelas orquestras vinculadas ao El Sistema da Venezuela (Orquesta Sinfónica Simón Bolívar e Orquesta Barroca Simón Bolívar), Orquestra Sinfônica Brasileira, Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP), Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, Orquestra da Ópera de Manaus, Orquesta Sinfónica Nacional de Costa Rica, Orchestre National des Pays de Loire, Orchestre d’Auvergne, Orchestre Lamoureux, Chœur et Orchestre Les Siècles, Orchestre Philharmonique de Liège entre outras formações sinfônicas e vocais.
15 DEZ QUARTA 19h
UM LUGAR ONDE SE OBSERVA A SOBRIEDADE DA ARQUITETURA RELIGIOSA PORTUGUESA.
Foto: Eduardus Lee Foto:
Vitor Souza Lima
JACINTO DO SACRAMENTO Tocata em Ré Menor SOROR DA PIEDADE Discurso de 1º Tom JEAN-HENRI D’ANGLEBERT Trechos da 1ª Suíte em Sol Maior Prélude Allemande Courante Double de la Courante 2º Courante Sarabande Gigue Chaconne Rondeau FRANÇOIS COUPERIN Trechos Variados Les Sylvains Troisième Prélude Les Grâces Incomparables ou La Conti L’Hymen-Amour La Manon CARL PHILIPP EMANUEL BACH Sonata Württemberg n° 3 em Mi Menor I. Allegro II. Adagio III. Vivace PROGRAMA
CONCERTO 3 • 15.12.2021
NOTA DE PROGRAMA
Um lugar onde se observa a sobriedade da arquitetura religiosa portuguesa. Onde o Tenente-Coronel José Cardoso Ramalho, por sua formação militar, insere, em seu projeto, singularidades que tornam este um espaço especial. Onde a simplicidade externa contrasta com a riqueza de sua linda azulejaria. Esta é a IGREJA DE NOSSA SENHORA DA GLÓRIA DO OUTEIRO, que descobriremos através dos comentários da arquiteta DORA DE ALCÂNTARA e de contribuições lúdicas do cravista BRUNO PROCÓPIO.
Abrimos nosso programa falando da austeridade externa, com suas paredes pintadas de branco e suas pedras calcárias. Um prédio que adota a elipse das curvas barrocas, mas que guarda em sua planta o retilíneo, ao tratá-la em forma poligonal. Pilastras que com sua verticalidade acentuada evocam a espiritualidade medieval, elementos que compõem este harmonioso conjunto. Na música, ouviremos a Tocata em Ré Menor, de Jacinto do Sacramento, e o Discurso de 1º Tom, de Soror da Piedade, ambos compositores portugueses do princípio do século XVIII que apresentam uma música sem ornamentação ou variação e com uma escrita bem vertical.
O contraste entre a sua simplicidade externa e a riqueza interna poderá ser observado já ao entrarmos na igreja, pela sacristia, e percorrermos seus corredores de acesso à nave, onde encontraremos figuras fidalgas, em seus lazeres. Neste momento, ao observarmos as representações de caças de seus azulejos, lembraremos das “Véneries”, um modismo estético muito inspirado pelas caçadas da nobreza na corte de Luís XVI. Traremos essa atmosfera apresentando uma música deste compositor pessoal da câmara de Luís XVI, Jean-Henri d’Anglebert. Repararemos nos extratos da 1ª Suíte em Sol Maior como o uso da ornamentação se contrasta em relação à simplicidade do fraseado das melodias das obras anteriores.
Ao entrarmos na nave, veremos outra representação na azulejaria, a dos Cânticos dos Cânticos, um texto bíblico onde Deus é percebido através do sentimento do amor humano. Um amor que ecoará nas cordas do cravo de Bruno Procópio através da música delicada, sensual e feminina de François Couperin.
Finalmente, ao observarmos a talha em madeira que traz um rococó final, já com elementos do neoclássico, ouviremos a obra Sonata Württemberg nº 3 em Mi Menor, de C.P. Emanuel Bach, compositor que foi um grande representante de um importante movimento cultural germânico de meados do século XVIII, o Empfindsamkeit (estilo sensível). Um movimento que representou a expansão do iluminismo para o mundo da arte e que esteticamente pertence à órbita do rococó, recebendo influência de outros movimentos como o romantismo e o classicismo.
Foto: Raffaella Bompiani
PARQUE LAGE
UM EDIFÍCIO ECLÉTICO, COM REFERÊNCIAS A DIFERENTES TEMPOS.
ELIANE COELHO SOPRANO
Nascida no Rio de Janeiro, Eliane Coelho realiza há mais de 40 anos uma brilhante carreira internacional. Integrou o Ensemble Neue Musik Hannover e a Ópera de Frankfurt e, posteriormente, a Ópera de Viena, na qual recebeu o título de Kammersängerin em 1998. Neste prestigioso espaço, assim como nos principais espaços europeus, entre os quais se destacam o teatro La Scala e a ópera Bastille, atuou ao lado de Plácido Domingos, José Carreras, Leo Nucci, Renato Bruson, Ferruccio Furlanetto, Samuel Ramey, Bryn Terfel, Brigitte Fassbaender, Agnes Baltsa, Juan Pons, Neil Shicoff e Sigfried Jerusalem. Esteve sob a regência de Zubin Metha, Riccardo Chailly, Sir Colin Davis, Donald Runnicles e Seiji Ozawa em um repertório operístico que contempla 14 papéis principais verdianos, Tosca, Butterfly, Turandot, Arabella, Margherita, Lulu, além de Salomé, de Richard Strauss, uma de suas interpretações mais marcantes e elogiadas internacionalmente pela crítica. Seu extenso repertório continua se enriquecendo com novos papéis. Nos últimos anos interpretou com grande êxito Isolda, Brünhilde (As Valquírias e O Crepúsculo dos Deuses), La Gioconda, Lady Macbeth de Mtsensk, Kostelnicka (Jenufa) e Odaleia (Condor).
19 DEZ DOMINGO 17h
Foto: Antonio Guerreiro
Foto: Divulgação
PALESTRANTE GUILHERME BUENO CURADOR, CRÍTICO E HISTORIADOR DA ARTE
GUSTAVO CARVALHO
PIANO
O pianista Gustavo Carvalho estudou com Oleg Maisenberg, na Universidade de Música e Artes Dramáticas de Viena, e com Elisso Virsaladze no Conservatório Tchaikovsky de Moscou. Vencedor do II Concurso Nelson Freire (Rio de Janeiro), já se apresentou em importantes salas de concerto, tais como a Tonhalle de Zurique, o Palau de la Musica de Barcelona, o Musikverein de Viena, o Auditorium du Louvre, a Philharmonie am Gasteig de Munique e a Grande Sala do Conservatório Tchaikovsky de Moscou. Em 2011, realizou a integral das 32 Sonatas de Beethoven. Solista de diversas orquestras, tocou sob a regência de Ira Levin, Howard Griffiths, Yuri Bashmet e Evgeny Bushkov, dentre outros. Como camerista, tocou com os violinistas Geza Hosszu-Legocky e Daniel Rowland, os pianistas Nelson Freire e Elisso Virsaladze e com membros das Orquestras Filarmônicas de Viena e Berlim. O seu interesse pela música do século XX e XXI proporcionou-lhe colaborações com diversos compositores contemporâneos, tais como Samir OdehTamimi, Harry Crowl, Sérgio Rodrigo e György Kurtág.
PROGRAMA
CAMILLE SAINT-SAËNS
L’attente Chanson triste JULES MASSENET Élégie Sérénade d’Automne
GEORGES BIZET
Absence Adieux de l’hôtesse arabe Après l’hiver
GIUSEPPE VERDI Non t’accostare all’urna In solitaria stanza Nell’orror di notte oscura Perduta ho la pace Il tramonto Ad una stella
Foto: Bertrand Clavauc
NOTA DE PROGRAMA
Um edifício eclético, com referências a diferentes tempos e onde a inspiração na arquitetura italiana da antiguidade romana e do renascimento florentino e veneziano é predominante. Um local para se contar histórias e cantar estórias, no qual arquitetura e a natureza, edifício e paisagem, realizam um contraponto singular e romântico que se chama PARQUE LAGE
Seu palacete, construído na década de 20 para ser a casa da mezzo-soprano Gabriella Besanzoni, tornou-se, nas últimas décadas, um epicentro da arte e da cultura contemporânea. Um centro de formação, questionamento, experimentação e diálogo. É neste espaço diverso, que receberemos a voz da soprano ELIANE COELHO, o piano de GUSTAVO CARVALHO e o historiador da arte GUILHERME BUENO.
Abriremos este programa celebrando Camille Saint-Saens, pelos 100 anos de seu falecimento em 16 de dezembro de 1921. Gabriella Besanzoni foi uma grande intérprete de sua ópera Sansão e Dalila. Por isso, para marcar esta efeméride, realizamos duas canções deste compositor. A primeira, L’attente, nos remete à atmosfera desse contraponto romântico entre natureza e construções que vemos no Parque Lage. Porém, aqui esse contraponto é afetado pela paixão selvagem de um amado valente que galopa a toda velocidade entre árvores, paisagens, animais e construções para chegar até sua donzela. O poema de Victor Hugo foi retirado de sua coleção conhecida como Les orientales. O romantismo segue na próxima peça de Saint-Saens que ouviremos, intitulada Chanson triste de Jean Lahor (pseudônimo de Henri Cazalis). Uma obra admiravelmente econômica e contundente, onde parte do texto é cantado sob acordes retidos. Algo que nos dá impressão de que a cantora quase flutua ao contar a história de que talvez seja possível escapar de uma vida ruim e de dores do passado quando ouvimos uma balada cantada por alguém que amamos.
CONCERTO 4 • 19.12.2021
Foto: Vitor Souza Lima
O salão nobre deste palacete, onde acontece este concerto, ecoa as memórias de muitos saraus realizados por Gabriella. Por isso, seguimos nessa atmosfera ouvindo duas obras de Jules Massenet, compositor francês da era romântica que ficou especialmente conhecido por suas composições de ópera, mas que também fez lindas canções para se cantar ao piano. Primeiro ouviremos Élégie, com texto do famoso libretista Louis Gallet, que conta a história de um amante que, de coração partido por sua ex-amada, está tão inconsolável que não consegue mais ver o céu azul ou ouvir o canto dos pássaros. Na segunda peça do mesmo compositor ouviremos Sérénade d’Automne, de Madame Blanchecotte, que apresenta uma linha vocal graciosa e cadenciada. Esta obra faz parte de uma série de canções onde Massenet escolheu poetisas femininas pouco conhecidas pertencentes a círculos literários masculinos e que imprimem uma linguagem mais informal em seus textos.
Continuaremos nosso programa apresentando três canções de George Bizet, talvez um dos compositores mais importantes na vida de Gabriella Besanzoni. Um dos papéis mais emblemáticos e marcantes de sua carreira foi como a protagonista principal de Carmen, tanto que foi esta a ópera escolhida para sua apresentação de despedida nas Termas de Caracala, em Roma, em 1939. Por isso, nada mais apropriado do que começar esse ciclo com a canção Absence, obra que, com sua flexibilidade e beleza da melodia (‘sempre senza rigore’), profetiza a invenção melódica de Carmen que apareceria apenas três anos depois.
Seguimos com Adieux de l’hótesse arabe, obra que mostra o ecletismo de Bizet ao introduzir técnicas exóticas em sua música. Um dos melhores exemplos pode ser encontrado nesta canção, onde o compositor não só expressa este exotismo no cenário que retrata na música, como também nos sentimentos da personagem. Uma enfraquecida e solitária mulher, que talvez pertença a um harém, apaixona-se por um belo jovem viajante europeu. Apesar de fazer de tudo para seduzi-lo, ele recusa o convite e a personagem, em desespero, pede para que ele então se lembre dela. Uma obra, assim como a de Camille Saint-Saens, baseada em um poema do livro Les orientales, de Victor Hugo. Também de Victor Hugo é a letra de Après l’hiver, que encerra esse ciclo.
Finalmente, com Giuseppe Verdi podemos criar um elo italiano à altura desta arquitetura que passeia da antiguidade romana ao renascimento florentino e veneziano. Por outro lado, será que Verdi também, ou mais precisamente sua ópera Aida, é o responsável pelos elementos de origem orientalizante que encontramos na cobertura deste palacete? Aqui vemos dois exemplares idênticos de uma esfinge alada, colocadas no aldeamento das escadas que dão acesso à parte superior do terraço. É bem provável que sim, afinal Gabriella Besanzoni ficou famosa por suas atuações como Amneris nesta ópera. Assim, para encerrar esse programa, ouviremos seis canções deste compositor, que foram feitas sobre textos de diferentes poetas e não seguem uma linha histórica específica. O que conecta estas peças é que todas foram escritas sobre um tema central que é o romance. O curioso é que em vez de escolher textos sobre o lado positivo do amor, Verdi escolheu temas sobre batalhas e perdas associadas ao romance, como quando um homem morto que fala com sua mulher que o traiu em vida em Non t’accostare all’urna; ou um poeta morto que fala de sua vida em termos metafóricos em In solitaria stanza e em Nell’orror di notte oscura. Neles, Verdi retrata justamente o horror de uma noite escura com a mesma visão da canção que abre o ciclo. Seguimos com Perduta ho la pace (Meine Ruh ist hin, mein Herz ist schwer), a famosa canção de Gretchen na roda giratória do Fausto, de Goethe, musicada por incontáveis compositores, na qual Verdi ilustra a depressão inevitável da protagonista com uma pulsação dolorosa e latejante e uma linha vocal que alterna entre a efusão lírica de suas memórias e a desesperança entorpecida de seu presente. A tradução italiana é de Luigi Balestra. Já Il tramonto tem uma regularidade quase clássica embelezada por um acompanhamento de piano de textura rica que nos embriaga com o amor ao pôr do sol, enquanto Ad una stella, que encerra a noite, nos faz lembrar uma última vez de Gabriella Besanzoni, com esse poema de Andrea Maffei feito para uma estrela que faz harmonias com os anjos e alegra os céus.
IGREJA DE NOSSA SENHORA DO CARMO DA ANTIGA SÉ
UM EDIFÍCIO ICÔNICO ONDE AUSTERIDADE QUE ENCONTRAMOS NA ARQUITETURA RELIGIOSA PORTUGUESA DÃO LUGAR À ALEGRIA DO ROCOCÓ RELIGIOSO DO BRASIL.
DANIEL GUEDES REGÊNCIA
Regente associado da Orquestra Sinfônica de Barra Mansa desde 2017, iniciou seus estudos musicais aos 6 anos com seu pai, e posteriormente estudou na Guildhall School of Music de Londres com Detlef Hahn e na Manhattan School of Music de Nova York. Foi aluno de Patinka Kopec e Pinchas Zukerman, com quem posteriormente estudou regência. Foi vencedor dos concursos Bergen Philharmonic Competition e Waldo Mayo Memorial Award, prêmio este que lhe valeu um concerto no Carnegie Hall de Nova York. Desde os 10 anos vem atuando como recitalista, camerista e solista das principais orquestras brasileiras e também nos EUA, Canadá, Inglaterra, Alemanha, Suíça, Noruega, Itália e América do Sul. Com o violonista Mario Ulloa gravou dois CDs pelo Selo Rob Digital além do CD Impressões brasileiras e Beethoven sonatas com Ilan Rechtman para o selo Well-Tempered da Califórnia. Como regente atuou frente à Orquestra Sinfônica Brasileira, Hotchkiss Philharmonic, Sinfônica de Campinas, Sinfônica Nacional da UFF, Orquestra Sinfônica da Bahia, Orquestra Sinfônica da Paraíba, entre outras. Daniel é professor de violino da Escola de Música da UFRJ e diretor artístico do Festival Internacional de Música de Barra Mansa.
21 DEZ TERÇA
– 18h
Foto: Vitor Souza Lima Foto: Divulgação
PALESTRANTE MYRIAM ANDRADE RIBEIRO DE OLIVEIRA HISTORIADORA DA ARTE
ORQUESTRA SINFÔNICA DE BARRA
MANSA
A Orquestra Sinfônica de Barra Mansa foi criada em 2005, pelo projeto Música nas Escolas, que vem transformando estudantes de Barra Mansa em músicos qualificados. Além de democratizar o ensino da música clássica e erudita, desenvolvendo a autoestima, a socialização e propiciando a inclusão de crianças e jovens do município, o projeto também visa a oferecer oportunidades de profissionalização através da formação musical dos alunos, ampliando o horizonte cultural e promovendo a transformação social. A orquestra é formada pelos professores e monitores do projeto, juntamente com os alunos avançados, os quais são professores de música nas escolas municipais de Barra Mansa e atendem desde a educação infantil –por meio de aulas de iniciação musical – até o ensino fundamental – com aulas práticas com instrumentos. Até hoje, mais 22 mil jovens já foram atendidos pelo projeto. A OSBM já se apresentou em importantes palcos como o Theatro Municipal do Rio de Janeiro e a Sala Cecília Meireles, ambos na capital do Estado do Rio, Theatro Municipal de São Paulo, Theatro Santa Isabel, em Recife, Teatro Arthur Rubinstein – da Hebraica, em São Paulo, entre outros.
PROGRAMA
JEAN-PHILIPPE RAMEAU
Suite Dardanus
I. Overture II. Entre pour les guerrier III. Tambourin I. & II.
CARL PHILIPP EMANUEL BACH
Sinfonia WQ 182,1 em Sol Maior I. Allegro di molto II. Poco adagio III. Presto
WOLFGANG AMADEUS MOZART Sinfonia em Sol Maior, WQ 182/1 I. Allegro con brio
JOSÉ MAURÍCIO NUNES GARCIA Missa de Santa Cecília Laudamus Te
MARCOS PORTUGAL Ouro não compra amor Abertura
WOLFGANG AMADEUS MOZART
Sinfonia Nº.35, K.385 IV. Presto
CONCERTO 5 • 21.12.2021
NOTA DE PROGRAMA
Um edifício icônico onde o pesado, o escuro e a austeridade que encontramos na arquitetura religiosa portuguesa dão lugar ao leve, ao claro e à alegria do rococó religioso do Brasil. Um espaço de ambiente palaciano que mostra toda a riqueza da ANTIGA SÉ
Essa é uma arte decorativa que teve início ainda na corte de Luís XV. Um rei que, influenciado pela amante Madame de Pompadour, transformou seu reinado em um reino do feminino. Um rococó profano, sensual e de linhas sinuosas, como o corpo de uma mulher, e que é conhecido como “estilo Luís XV”. Um rococó que só se tornará religioso depois de levado para a Europa Central.
O violinista DANIEL GUEDES e a ORQUESTRA SINFÔNICA DE BARRA MANSA irão abrir esta apresentação, junto com a historiadora da arte MYRIAM ANDRADE RIBEIRO DE OLIVEIRA . O programa inicia nos transportando para a corte de Luís XV, através da música de seu mestre de capela Jean-Philippe Rameau, considerado um dos maiores compositores do período de transição do barroco para o rococó. Em seguida, será a vez de ouvirmos a Sinfonia em Sol Maior, WQ 182/1, de C. P. Emanuel Bach, compositor que representou a chegada desse estilo na corte de Frederico II da Prússia. Um mestre do Empfindsamkeit, movimento de expansão Iluminista através da estética do rococó que faz a ponte deste estilo para o classicismo. Daqui partiremos para a Áustria, pois são as rainhas austríacas portuguesas que levam para Portugal, e trazem depois para o Brasil, esse rococó religioso. Aqui ouviremos o primeiro movimento da Sinfonia nº 25, de Mozart.
A chegada do rococó ao Brasil poderá ser sentida na influência musical do mestre de Salzburg na obra do Padre José Maurício Nunes Garcia. Mais especificamente no Laudamus te da Missa de Santa Cecília , com a parte de soprano interpretada por Guedes ao violino. Filho de mestiços, um alfaiate e uma filha de escravos, é considerado o mais importante compositor brasileiro deste período, tendo sido mestre de capela deste prédio quando ele ainda era a Catedral da Sé. Esta missa, composta em 1826, foi uma das últimas obras deste grande compositor.
Consta que o príncipe D. João VI, emocionado ao ouvir a música do padre José Maurício em sua corte, arrancou a comenda de um nobre que estava próximo a ele e a pregou na batina do músico. Com a transferência da corte para o Rio de Janeiro, em 1808, padre José Maurício foi convidado para ser mestre da capela real.
Porém, com a chegada ao Brasil do compositor lusitano Marcos Portugal, um dos mais famosos compositores portugueses de todos os tempos, a responsabilidade musical passou a ser dividida. Enquanto Portugal passou a dedicar-se à música profana, no Teatro de São João, e foi mestre de música de Suas Altezas Reais, os Infantes, padre José Maurício tornou-se responsável pela música sacra. A rivalidade entre os dois iria perdurar ao longo dos anos. Por este motivo, e também para lembrar a influência da arquitetura de teatro que vemos nesta construção, ouviremos a abertura da ópera Ouro não compra amor, uma das mais de 40 óperas compostas pelo português.
Foto: Vitor Souza Lima
PRÓXIMOS CONCERTOS 2022
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