Os extraterrestres da américa do sul

ESCREVER, BEM OU MAL, NÃO IMPORTA, MAS PERSISTIR E MELHORAR!!!

O MEU SONHO, A MINHA SANDRA Sandra, pôr muito tempo sei que esteve comigo, mas agora, mais do que nunca, demonstrou sua presença. Eu a senti como jamais pensei sentir.

Colocou em meus pensamentos a vicissitude e o altruísmo que jamais tive.

Num leve toque, como que se um Siroco, pôr mais brando que fosse, tocasse-me a ponto de sentir-me o mais lívido dos homens.

Contei com a alvides de seus legados em vida, qual com que faço meus méritos pela viabilidade de reger de forma prudente, para que essa estória chegue encarecidamente às mãos de pessoas que respeitosamente, bem proveitosa, atinja suas condições.

PAULO

OS EXTRATERRESTRES DA AMÉRICA DO SUL

Há seis mil anos, antes do fim da era glacial.

Terra, um planeta primitivo, templo dos grandes animais. “Dinossauros, como são conhecidos pôr nós nos dias de hoje”.

E hoje nós, o povo terrestre, nos achamos muito inteligentes, acredita-se muito na conquista do espaço, enviamos vários equipamentos à procura de vida extra terrena e nossos homens já pisaram na lua.

Acredita-se que nosso planeta, em nossa galáxia é o único conhecido e habitado com seres inteligentes e de riquezas muitas e ainda pôr se descobrir.

Porém há muitas afirmações de objetos não identificados, que aqui passaram e que alguns pousaram em nosso planeta, nada confirmado e provado ao nosso povo, talvez as autoridades maiores e os responsáveis pela segurança, nos tenham omitido a verdade.

E pôr parecer-mos o bastante inteligentes, ainda gatinhamos em nossa ignorância. A vida ou não nas estrelas, nos faz medrosos e suspeitamos não saber o que fazer ou como agir, em caso de visita de um ser de outro planeta.

Talvez nós seremos capazes de saber a distância da terra ao sol e em quanto tempo poderemos alcança-lo, se isso fosse possível e o que não imaginamos é uma viagem ao redor do sol, mantendo a distância contida entre esses...quero dizer esse planeta e o sol, sem saber o que aconteceu na época dos Dinossauros, nem mesmo porque o seu fim.

Nossa terra? Sim nosso querido planeta já foi um dia sondado. Ficou conhecido como um planeta fértil, próspero e com habitantes, os quais não pode-se dizer racionais.

Considerados um povo evoluído e hoje pôr nós alienígenas, sua sonda, após grande estudo e considerando que nosso planeta serviria ao propósito de sua gente, retornou...

Mesmo que poucos consigam chegar até nossa terra, valeriam os riscos, sabendo que seu planeta já fora do eixo, logo seria sugado pelo sol, que para nós poderia parecer só mais uma estrela a morrer.

Dado às circunstâncias e a longitude, mais de dez mil anos, o fato poderia virar realidade à esse povo.

Tudo preparado, como a nossa lua, só uma muito pequena, a qual já era uma base no espaço, foi transformada em uma grande e poderosa nave, com grandes poderes de locomoção: navegaria como nave, mas levando muitos habitantes, “pessoas, como poderemos dizer “.

Era praticamente um pequeno planeta, com uma rota destinada a encontrar-se com nossa terra.

Em sua missão não souberam das mudanças em nosso Planeta, nem o fim dos grandes animais, bem como da nossa evolução.

Seus problemas eram muitos e as mudanças também aconteceriam, não só com sua nave, que estava sempre se evoluindo, mas também com seus corpos.

E a cada século, tornava-se mais e mais fácil navegar, pois seus aprimoramentos eram mesmo incríveis.

Podíamos dizer que seu povo, sim parecia-se com o nosso e que se os conhecesse-mos na época, seriam considerados iguais a terrestres como nós hoje.

Mas, as dificuldades: seu ar, o nosso oxigênio, quase sempre em falta e muitos tendo que permanecer dormindo anos a fio.

Fora mesmo uma batalha e sem que eles percebessem, estavam bem fora de encontrar-nos.

Quase dez mil anos e esse povo acostumou-se ao espaço. Traçariam uma outra rota para virem ao nosso encontro.

Estavam para alcançar-nos no ano de nosso entendimento, que chamava-mos de dois mil ou pouco mais.

Em verdade a realidade para eles era mais complicada. Sua viagem atrasaria em mais de cinco séculos, pois já faltavam ainda outros cinco.

Trezentos anos depois de seu novo alinhamento para o encontro da terra. Isso pôr volta dos nossos um mil e novecentos e trinta ou quarenta.

As dificuldades pôr eles encontradas, tornavam-se muitas e muitas, não só em manter a rota, mas também a sobrevivência.

Seus recursos naturais iam aos poucos extinguindo-se.

Já era um outro povo, embora sua inteligência ser incontestável, já não poderiam dar-se ao luxo de atrasos e teriam que enviar pequenas naves em missões de resgates de matérias-primas, como o aço e uma outra fonte de alimentos, água, como também o valioso oxigênio.

Após muitas saídas e retornos das explores, como eram chamadas e nada encontrado.

A nave mãe ia de mal a pior. Enfrentava o medo entre os tripulantes. Sua estrutura já não era como na partida, tal como o seu pessoal.

Havia entre eles, fetos totalmente sem estrutura óssea. A falta de cálcio em seus corpos havia mudado muito e a aparência mudara demais.

Pôr nascer e viver, no que se podia dizer uma estufa, seus tamanhos ficavam cada vez menores. Suas pequenas naves, com até quatro tripulantes, fantasticamente desenvolveu uma super velocidade, como a da luz. Viajar com elas na saída era como sair atras do nada. Uma aventura e tanto.

Quando dava-se o retorno, a desolação. Meses e meses perdidos. Mas, a busca sempre teria que acontecer.

Nós aqui estava-mos pôr volta de Um Mil Novecentos e Cinqüenta, pela nossa contagem.

Ouvimos vários comentários de objetos não identificados. Nada que fosse real, somente comentários. Éramos um povo medroso. Seriamos capazes de destruir tudo que viesse do espaço, que chamamos de céu?

Mesmo assim, os anos se passavam. Também desenvolvemos algo para alcançar o espaço.

Enviava-mos sondas e mensagens de boas vindas a outros seres. Anos se passaram e nada foi retornado. Estamos já na era dois mil. De fato real só conhecemos um lado, onde encontram-se vários planetas não habitados, pelo menos é o que sabemos.

(Voltamos aos anos cinqüenta, onde davam-se grandes acontecimentos com a nave mãe) Sua trajetória teria que mudar novamente, ou teriam que enfrentar grande chuva de meteoros, meteoros esses que dirigiam-se rumo ao nosso sol, os quais deixariam ondas magnéticas, capazes de varrer quaisquer pequenos planetas em seu caminho. Temiam que a nave não pudesse também suportar essa força da natureza.

O que para nós tratar-se-ia de uma explosão estrelar, seria considerado pôr eles, o fim de um planeta: seus restos seriam sugados pelo sol. E era aí que estavam suas forças para navegar rumo à terra, aproveitar as riquezas minerais e desenvolver uma outra super nave, que aos poucos estava sendo projetada durante essa longa viagem. Não havia mais comunicação com o seu planeta natal e esse era um dos motivos, pelo qual a viagem tornou-se como uma passagem só de ida.

Mas, para eles, assim como para nós, a esperança é a última que morre, o destino é sempre em frente, vencer e vencer os obstáculos pôr mais difíceis que sejam, para não serem vencidos.

Observando o quanto teriam que alterar sua rota e o tamanho do atraso, já não bastassem os seus problemas, temiam ter que entrar em um tempo mais difícil ainda. Afastar-se do sol poderia ser a solução. Mal sabiam que a falta de calor solar poderia congelar quase tudo e caso ficassem sem o domínio da nave, correriam o risco de vagarem como um meteoro o resto da existência, sendo o fim de um sonho e de sua raça.

Com quase setenta pôr cento de tempo percorrido em nossa direção, nossa terra não era ainda nem ao menos monitorada em seus poderosos radares.

Imaginem então para nós! Talvez, se olhasse-mos de perto, nos assustaria o tamanho da nave que mais parecia uma pequena lua em movimento.

Sabia-se do valor de poder alcançar nossa querida terra. Muitos haviam sabido da existência de seu planeta e a finalidade da missão somente pôr estudos e só sabiam como éramos, através de História. Mesmo assim, todos se empenhavam com rigor à concluir ao que foram destinados.

Através de muito estudo, chegou-se à conclusão que suas pequenas naves, poderiam com sua super velocidade, atravessar a linha dessa fatalidade que impediria a nave mãe, fazendo-a mudar seu curso. Tinha-se certeza, quase absoluta, que muitas alcançariam seu objetivo. Seriam mesmo missões consideradas suicidas...

Foi colocado a todos, os riscos aos quais iriam correr, inclusive o de não poderem retornar.

Mas, tinham certeza que oito entre dez alcançariam o então sempre almejado planeta próspero, entendido pôr eles e que uma vez alcançado, pôr uma ou mais naves, que estes sempre estudassem melhor o que fora encontrado, assim preparando seus descendentes à chegada da nave mãe.

Durante três anos, foram feitos lançamentos de trinta em trinta dias, de pequenas naves, mas modificadas para até oito tripulantes.

Famílias inteiras eram treinadas e mandadas, pois os jovens e crianças aqui entre nós, teriam mais chances de sobreviver. Formariam uma colônia e com muita sabedoria dos mais velhos conseguiriam em pouco tempo juntar as naves pequenas, formando outra grande, a qual levaria a um ponto calculado, ajuda à nave mãe.

Como já não se tratava de salvar a própria pele e sim a raça, sempre se lançavam naves em comboio de quatro, seis ou até mesmo oito delas. Não choravam as baixas possíveis; comemoravam seus sucessos, sem contar que cada atitude tomada era mesmo uma grande ajuda à nave mãe, aliviando-a de grandes toneladas em peso.

Mas, a distância entre eles e nossa terra, sempre aumentava ao invés de diminuir e ainda iam percorrer longos anos para que ficassem livres da onda de choque causada pela explosão do planeta.

Dadas as primeiras naves a deixar a nave mãe, poucas foram as comunicações. Formou-se uma abertura em forma de ípsilon (Y) e sempre perderiam os contatos.

Ficou para os que iam um dia nascer, saber o desfecho daquela que se poderia dizer: aventura.

Enquanto pôr aqui em nosso querido planeta, nossos Homens se consideram os únicos seres vivos dessa pequena e conhecida galáxia.

Houveram grandes batalhas, mas foi entre nós mesmos. Duas grandes guerras, atingindo somente nossos semelhantes e absorvendo os recursos naturais da nossa maravilhosa terra. Sem saber que só a nós é que nos prejudicava-mos mesmo, ainda hoje não conseguimos uma paz total e estamos sempre acabando com algo, matando o que temos de melhor: as nossas florestas e envenenando a água e o ar. Talvez, não muito longe aconteça o mesmo conosco e também vamos precisar sair em busca de outro planeta para não extinguir-mos nossa raça. Acreditamos já estar pôr acontecer; ouve-se muito dizer da conquista do espaço pôr alguns dos nossos e várias sondas inteligentes procuram planetas habitáveis.

Temos um sistema de comunicação visual chamado TV e pôr ele conhecemos os fatos, tanto do presente, quanto do passado. É um meio censurado à certas informações, principalmente que corresponda à existência de vida extraterrena. Poucas são as informações, mas muitas são de pouca credibilidade, ou os nossos superiores fazem-nos crer assim. Às vezes imaginamos como seriam outros seres, verdes ou de corpos monstruosos e pintamos nossa imaginação e acabamos nos fechando com medo. Tememos as coisas que não conhecemos.

Diz-se termos um sistema infalível de radares. Será mesmo?

Há pouco houve uma descoberta: é que temos aviões ou naves que não são detectáveis.

Tornam-se invisíveis à esse instrumento.

Paremos para pensar: em verdade, ainda somos os seres racionais conhecidos, mas talvez nademos em uma grande ignorância, porquanto, jamais poderemos acreditar em algo a esse respeito.

Suponhamos haver algumas verdades em certas apresentações dos seres de outro planeta.

Muitas delas apresentam-se com as mesmas características de outras, apesar das longas datas entre uma e outra.

Da nave mãe, nós não teremos as comunicações antes do ano dois mil e trezentos do nosso calendário. Talvez uma ou mais, tenha chegado ao nosso planeta.

Soube-se entre eles, que muitos se perderam, aconteceram colisões com meteoritos, com os quais eles não contavam em sua linha de viagem pré programada. Sem contar com os defeitos apresentados pôr seus equipamentos. Houveram comunicações entre eles de uma estática magnética em que às vezes ela não prejudicava a navegação e que em outras tirava todos os equipamentos do funcionamento e que equipes inteiras foram dizimadas e até mesmo lançadas a milhões de anos fora do curso, chegando a queimar a todos.

Entre eles não houve afirmação de alguns terem alcançado nosso planeta, mas, aqui para nós, dos anos quarenta até agora no atual dois mil, muitos foram os acontecimentos não confirmados também.

Ao nosso tempo estamos atravessando um novo milênio, passamos de dois mil e um, nossos cientistas aperfeiçoaram um super telescópio, que pode, segundo eles, observar os planetas mais distantes e conhecidos pôr nós e pôr muitos de nós, como eu pôr exemplo.

Com esse alcance todo, só não entendo não alcançar e mostrar nossa pequena lua e confirmar que um dia foi verdadeira uma história de trinta anos atrás, quando afirmou-se sua conquista. São coisas do homem, se algo tão perto não é ou não parece possível, como podemos crer no que está mais distante e na sua autenticidade.

Estamos em uma época triste e ao longo dos anos teve uma estação ou nave orbital tripulada em nosso planeta. Sempre foi usada para estudar somente nossa terra e agora ir-se-ia desfazer na atmosfera. Cairia e pouco de seus destroços chegariam ao nosso alcance, quanto ao resto, queimaria virando poeira cósmica.

Enquanto isso está para acontecer, há menos de dois anos, duas naves do nono lançamento entre seis lançadas, alcança nosso sistema.

“Espanto entre eles, ao ouvirem nossa comunicação!”

Julgavam-nos um planeta sem estrutura e algo racional. Obtinham as informações de nosso povo através de nossos satélites. Para eles era inacreditável. Chegaram ao ponto de rever se sua trajetória fora correta.

Não restam dúvidas. Sim! É esse o Planeta. Nossos cálculos estão corretos, só não contávamos com a ocupação pôr seus racionais e muito hostil. Durante dois anos, nossas imagens, tanto do passado, quanto as atuais, foram estudadas. Agora eles teriam que descer do espaço, suas rações e seus meios de vida dentro das espaçonaves esgotaram.

Como enfrentar os terráqueos? Não parece um povo amigável, pois já foram observadas as atrocidades vividas entre eles, como destruíam a si próprios. Seus corpos diferentes e mal conseguiam entender nosso idioma, porque em cada canto era diferente.

Já havia sido pôr eles descoberto, um tipo de escudo para chegar sem serem notados. Mas, em que lugar da Terra? E mais outras quatro naves os alcançam.

Bom, passadas as informações, acertado o ponto de pousar, resta esperar o dia em que nossa nave ou estação orbital, chamada MIR, cairia.

Nosso sistema estaria aberto, pois o acontecimento parecia-nos um dos mais importantes no momento. Se houvesse falha em seus equipamentos, talvez suas naves passassem desapercebidas.

Tudo pronto, poucas horas para o acontecimento e antes teriam que colocar em um local seguro, um pequeno transmissor com nossos dados, para que outros ali alcançando, não venham a

ser surpreendidos. Duas naves encarregadas estão um pouco atrasadas, mesmo assim, as outras quatro formariam um só corpo, interligando-se umas às outras.

Teriam que ser exatas, pois usando a super velocidade poderiam não só passar do ponto previsto ou queimarem-se, como a MIR, nossa estação.

Bem, estudados os meios e como deveriam prosseguir as outras, as quais teriam no máximo trinta segundos para que se desse sua entrada. Quando olham através de suas naves quase não acreditam no que vêem: tudo à sua frente queima e as suas naves também começam a se incendiar.

Durante alguns segundos o pânico foi geral; frear, impossível. A atmosfera terrestre os suga rapidamente, fazendo-os perder totalmente o controle. Nem haviam eles imaginado tamanha força de nossa gravidade. Sabem que logo atrás entraram as outras duas. Também perdem a comunicação e as atrasadas talvez pôr entrarem em uma diferente velocidade, assistem tudo; uma em chamas e as outras totalmente desgovernadas e em prazo de segundos, perdem-se de vista.

Mesmo para estas, nada é bom. Estão fora do curso e estabilizar as naves parece impossível.

Só caem! Rápido! Nossa, seria um terrível choque com a Terra!

Mas, nem tudo está perdido. Quase lado a lado, vêem que se deve sempre seguir rápido em frente, deixando-as perder altura normalmente. Não é como nos filmes em que as naves pairam no ar. Muito, mas muito diferente.

Teriam que pousar logo, navegar aqui parecia quase impossível.

Somente água. Nosso mar parecia-lhes interminável.

De repente, Terra! Dá-se a realidade da altura em que voam. Nenhuma acusação pôr qualquer dos radares da terra. Sabiam que sua entrada fora, até agora, um sucesso! Ainda teriam problemas: baixar e nivelar para pouso. Como seria?

Só montanhas. Quando avistam uma possibilidade era um local muito habitado, com muitos terráqueos. Que fazer? A autonomia de vôo não contava com a força brutal da atmosfera desse planeta, e que sua gravidade fosse tão forte.

Avistada grande planície com águas claras, que sempre se encontra com locais secos, sendo possível ser rasos e possibilidade de um risco no pouso ser menor, separadas pôr uma boa distância, para que se evitasse um choque entre elas. Naves consideradas modernas, que no espaço eram manobradas como brinquedos, no entanto na atmosfera da terra, nada fácil.

Foi escolhido o local de pouca água e vegetação baixa, um choque, dois choques, levanta-se novamente e enfim um choque mais violento.

Com esta? Pronto!... aterrissaram e de repente, cai um enorme barranco que cobriu toda a nave. Foi maior o susto! Não foi o bastante para impedir a saída dos tripulantes...

Saíam um a um, um pouco atordoados, mas sem ferimentos graves. Todos contentes! Após longos anos, pela primeira vez de suas existências eles tocavam o solo e respiravam um ar verdadeiramente limpo.

Rapidamente tiveram de afastar mais terra. Estava começando a cair com muitas pequenas árvores, cobrindo e danificando ainda mais a pequena nave.

Depois de retirarem muitos destroços, notaram que os danos foram grandes desta vez. Não havia mais energia e seu instrumento de comunicação também quebrou e teve princípio de incêndio.

Horas se passaram. Uma não tinham como ver e nem saber da outra, que não teve a mesma sorte, pois logo no seu primeiro contato, bateu em uma grande árvore e ficou totalmente danificada.

Tomou outro rumo, pegando uma forte correnteza. Dos seis tripulantes, dois deles conseguiram sair um pouco sem rumo, não conseguindo ajudar os companheiros. Só observavam tristes, o fim deles e de sua espaçonave sendo arrastada pelas corredeiras, para águas profundas. Dois corpos estranhos, sem vestes e um pouco feridos. Parecia que seus fins seriam inevitáveis. Cansados, deitaram-se às margens do rio. Sem saberem que não estavam sós, adormeceram logo e horas se passaram, o sol mudou atingindo suas faces. Levantam-se rápidos! Parece para eles que foram teletransportados.

Não sabiam do movimento da terra. É, agora complicou-se muito mais. Sua maior orientação em caso de perderem-se era o sol.

Olharam-se!... e pela primeira vez, sentiram frio. Algo que seus corpos nunca haviam sentido.

Enquanto procuram um lugar mais alto em que possam pensar em como procurar algo para alimentar-se, um vê fumaça logo adiante. Sabem de que se trata, mas não a sua origem. Também sabem: onde tem fumaça, tem calor. Dirigem-se à sua procura e enquanto andam, sentem que algo atrás, também se movimenta e faz pequenos barulhos. Assustados param. Dividem-se e esperam.

Primeiro contato com terrestre: duas crianças dos nossos poucos índios ainda encontrados na Amazônia.

Todos se assustam, mas ambos não conseguem correr; estão paralisados. Parecem da mesma altura, embora os visitantes já sejam bem adultos. Vêem-se e ambos procuram semelhanças.

Os indiozinhos, peles bem escuras e com cabelos em abundância. E eles? Brancos como leite, lisos, magros e bocas bem pequenas.

Para as crianças índias, eles não passam de bichinhos, que poderiam ter para estimação ou uma boa refeição. E começam os risos.

Parece que o riso é universal e os alienígenas também aderem. Não vêem perigo. Só não conseguem uma comunicação verbal. Esse idioma não constava em parte alguma dos satélites estudados.

Lentamente eles aproximam-se uns dos outros, ainda com os sorrisos e com medo pôr parte de todos. Muito estudo entre os visitantes e uma discussão pôr parte das crianças.

- De estimação ou jantar? É perigoso ou não? Só haveria um jeito de saber: seria ver se eles os acompanhariam até sua tribo. Seus pais decidiriam seus futuros.

Mas, os visitantes não se continham de curiosidade...pararam pôr um instante.

Sentiram que entre eles não haveria perigo e um dos alienígenas, com os seus dedos tocou em um dos indiozinhos. Sentiu o calor de seu corpo e colocou toda a mão.

Um grito do menino assusta, não só os alienígenas como também seu irmão menor, ao sentir as mãos gélidas do estranho. Ambos correm floresta adentro.

O outro alienígena também fica em estado de choque, paralisado ao ver o que acontecia com seu companheiro. Sem saber, seu corpo absorveu um calor que parecia demais para si. Em gritos e se contorcendo era observado pelo colega, que não sabia se o pegava, já vendo as mudanças do ser.

O que aqui só acontece com lagartos, cobras e camaleões estava acontecendo com o extraterrestre.

Seu novo corpo saía de dentro da casca, quase sem cor. Via-se dentro de seu corpo, os ossos e seus mais profundos órgãos.

Com medo de ser algo perigoso, só restava ao outro esperar...

Um pouco envergonhado, tentando livrar-se dos restos e ao mesmo tempo escondendo-se.

Sim! Era visível sua mudança. Parecia este mais humano, mais com os jeitos dos meninos índios, embora sem cor.

Enquanto admiravam a façanha, perceberam uma boa maneira de misturarem-se com os humanos.

Notaram vários outros elementos, como se voassem entre as árvores. Eram nossos primatas, os macacos.

- Olhe Zarak! Outros humanos!

- Não! São macacos Zhailly - respondeu o que havia sofrido as mudanças, já no idioma do índio. Não bastasse a aparência absorvida do pequeno índio, também se obteve sua sabedoria.

Zhailly não entendeu - Vamos sair daqui. Esses animais estão em fuga. Parecem saber de perigo pôr perto!

Sem se tocarem, seguiram os macacos. Pôr serem leves e pequenos, mas com uma força grande, também usaram as árvores para rápida locomoção.

Sem notarem o rumo onde iam, logo se viram diante do rio, perto de onde saíram. Com os animais calmos e o perigo distante, quem falava alto agora era a tal fome.

- Que faremos? Que comer – perguntou Zhailly – creio que você saiba Zarak!

- Não é assim! Tenho tanto que aprender, mas sei que os animais vão se alimentar, logo: basta segui-los e encontraremos o que comer também.

Os primatas desciam em árvores bem menores. Pareciam tocar o chão.

Não era só isso: eles colhiam amoras silvestres.

Sem saber dos perigos existentes, desceram ao chão. Comer pôr ali era mais eficaz.

Mas...Amazônia e beira do rio?

Zhailly quase foi apanhado pôr um crocodilo, nosso famoso jacaré.

Escapando com sorte, descobriu pôr quê os primatas sempre mantêm-se nas árvores.

Já é bem tarde e a noite vem chegando. Os macacos começam a procurar lugares muito mais altos. Vê como montam alguns galhos quebrados para ficarem e alguns se abraçam.

Também seguem o instinto dos animais. Zarak sabe escolher seu canto.

Começa a noite e eles também se abraçam. Não houve mudança com Zhailly.

Foi uma longa noite. Dorme-se nada, a noite é assustadora, muitos barulhos estranhos a eles.

E o papo entre eles rola. Precisam que Zhailly também ache um humano ou se ela tocar um primata, fica como eles: perde sua inteligência.

Não! Isso não. Sua caçada pôr humano não custa esperar. Talvez logo reencontre a outra nave e assim juntos, estudarão e decidirão. É, na verdade, só na aparência que a outra poderia estar melhor. Nada ali corria bem, havia se camuflado pelos escombros. Já os tripulantes tiveram que permanecer sempre escondidos, devido sua estranha aparência.

Depois de horas, ouvem-se muitas naves. “Nossos aviões”, procurando pôr algo, como se soubessem do pouso feito ali.

Sempre desconfiados e temendo algum tipo de ameaça, foram obrigados a permanecer o resto do dia às escondidas. Somente à noite é que saíram para fazer o reconhecimento da área.

Tal como Zarak e Zhailly, sentiram pela primeira vez o frio.

Logo um deles conheceu e soube que não devia descuidar-se em terra estranha. Poderia dizer, com sorte, só sentou-se em um formigueiro. Sabia que a necessidade de comunicar-se com os outros era prioridade, como sabia de suas limitações, só restava ir devagar.

Muitos dos nossos aviões rondavam o local, mal sabiam que era de pequeno porte e um tipo de aquaplano e que perto dali a alguns quilômetros havia um povoado. Um povo simples que começava uma cidade. Lenhadores e garimpeiros, que derrubando as matas viviam pacíficos entre os índios ali também existentes.

Logo conheceram algumas frutas do local, assim como alguns animais. Começou uma certa segurança e puseram-se a andar mais à noite, fazendo também amizade com um cão vira lata.

Sim, um cão que logo começou a segui-los. O cãozinho parecida perdido como eles. Foi um bom começo. Alguém já não os incomoda e os assusta, pois o cão parecia conhecer os perigos da noite.

Quase uma semana após...

Zarak e Zhailly seguiam os macacos, conheciam novos frutos e truques para sua sobrevivência.

Subiam parte do rio - Zarak mudava muito, sua pele quase escura e seu corpo necessitava de vestes. Já, como um indiozinho, parecia saber mais do local.

Avistou alguns barcos, mas não arriscou-se a chegar mais perto.

Sabia que Zhailly precisava mudar também e quanto mais demorava, não parecia nada bom. Sua pele amarelava e começava a endurecer, trincando e apareciam os ferimentos.

Sem saber, começou a procura de alguém, com mais freqüência.

Teria que arriscar mais. Seguia os barcos, agora esquecendo os macacos.

Deparou-se com uma casa ou rancho à beira do rio, todo abandonado. Passou uma noite ali.

Zarak viu que era seguro, tinha certas acomodações, as quais entre as árvores não existia.

Tomaram posse! Pernoitaram durante dias.

Em uma parte da casa, um quarto! Zhailly não passa bem – o sol a ressecava e seus ferimentos eram cada vez mais graves. Bem ao pôr do sol, Zarak notou que alguém subia o rio rapidamente em uma pequena embarcação, “para nós, canoa”.

Zarak tentou esconder-se dentro do rancho. Cobriu-se e pediu que Zhailly se mantivesse em silêncio.

O pequeno barco parou perto e rapidamente alguém bateu palmas em suas acomodações.

Mesmo sem saber o que fazer, Zarak abriu a porta.

Deparou com um humano bem maior e bem mais velho, que fazia muito barulho e gestos mostrando sua canoa.

Zarak não sabia do que se tratava, mas acompanhou o humano até a canoa. Assustouse ao ver uma jovem com uma enorme barriga, quase sem fôlego.

Zarak parece sentir sua dor. Vê que ambos precisam de ajuda e com muito esforço, levam a jovem para o rancho.

Acomoda a jovem e ainda sem entender quer ajudar mais. Sabe que o humano não notou sua diferença e tomou-o como o indiozinho.

Aquele senhor viu que ambos não se ajudariam muito. Começou a catar pedaços de madeiras e acendeu um velho fogão de lenha, que para Zarak era novidade, porque para ele o fogão não passava de um tipo de assento.

Ainda curioso não sabia se seguia o humano ou ficava ao lado da jovem. Já estava bem escuro e notou que o humano tirou de sua canoa dois objetos. Prestou bem atenção àquele senhor, que pôs fogo naqueles pequenos objetos e iluminou o local.

Zarak viu que apesar de muito primitivo era bem eficaz!

Só aí que o humano olhou bem para Zarak.

Notou que, apesar de seu pequeno porte, a aparência era diferente e apresentava ser de uma boa idade.

Sorrindo, pegou a mão de Zarak em um gesto de amizade, como se agradecendo.

Zarak não entendeu bem, mas devolveu-lhes o sorriso e continuou a segurar sua mão.

Assim, selou-se além de uma amizade, uma grande confiança entre os dois.

O homem continuava a falar e fazer gestos, mostrando a Zarak a outra margem do rio e Zarak continuava a sorrir e sem entender nada. Tentava comunicar-se em guarani, “um idioma dos índios”, enquanto o homem se pronunciava em português. Pegou um dos lampiões, pôs ele aceso, voltou à sua canoa e começou a travessia.

Zarak ainda ficou fora esperando o humano atracar à outra margem e se perder dentro da floresta.

Admirando o lampião, Zarak retorna ao lado da jovem que retorcia-se em dor.

Lembrou que Zhailly também estava doente. Foi contar a ela; logo ambos viram a possibilidade da transformação de Zhailly.

Se a humana estivesse com uma doença terminal, eles teriam que correr o risco.

Sabia que Zhailly não agüentaria mais tempo naquele estado.

Trouxe Zhailly enrolada em velhos trapos, não devia mostrar-se à moça.

Zarak temia pelas duas, mas quando Zhailly viu o estado da humana, soube que trava-se de procriação e que seu estado não era nada bom.

- Zarak, esta humana não está doente e sim vai aumentar sua família.

Devo assumir o quanto mais rápido sua forma e espero poder ajudar. É um caso complicado.

- Zhailly, você não vai ficar com estes sintomas e adquirir um filho humano também?

- Não sei Zarak!!!

Como em um ato mecânico, Zhailly tocou a moça.

Zhailly começa a sentir o calor humano e a se contorcer em dor.

Zarak, afasta-a dali. Seus gritos são fortes e a humana entra em pânico.

Tenta levantar-se, mas suas forças impedem-na. Muito nervosa ao ouvir aquilo, desmaia.

Zarak está totalmente perdido. Não sabe a quem socorrer primeiro.

Zhailly muda devagar, seus gritos são fortes, seu corpo começa a aparecer e Zarak observa em silêncio.

Zhailly perdera a cor. Está quase transparente, livrando-se pouco à pouco dos restos como uma cobra deixando a casca. Ela não se esconde como Zarak. Ainda trêmula, levanta-se e sorri para Zarak.

Zhailly parece molhada e com alguns cortes, mas estes, superficiais. Vê o fogo do fogão e o do lampião. Devagar caminha, cobre com os restos de uns trapos, seu novo formato.

Embora sem cabelos, ela é quase perfeita à humana e mesmo naquele estado, ela vai ajudar.

O que parecia tão difícil para Zarak e o humano, para Zhailly não! A cria da humana teria virado e toda a dor e desespero, acabariam no ato em que a humana reproduzisse.

Zhailly tinha toda a habilidade – em verdade, era a médica de sua equipe.

Zhailly reanima a humana. Zarak cobre o rosto da jovem para que esta não veja Zhailly.

Já em português, Zhailly conversa com a futura mãe. Com jeito introduz a mão no corpo da humana, ajeita a futura cria e pede que a mãe obedeça algumas regras e conta com a ajuda de Zarak.

Parece que estão em cima da hora. Não é necessário muito esforço e em alguns minutos, nasce um belo menino.

Zhailly toma todas as providências, muito orgulhosa do jeito e entrega o filho à mãe.

Um pouco tonta e quase sem forças, a mãe não encara Zhailly. Tem olhos somente para o filho e já apronta-se para alimentá-lo.

O bebê para o choro e o instinto o faz procurar o alimento. Sua mãe o vê e exausta, adormece. Tanto Zarak quanto Zhailly permanecem ao lado dos humanos, como se a estuda-los.

Mas voltam para a realidade. Sabem que já não podem mais permanecer pôr ali.

Virão outros humanos e a semelhança de Zhailly com a humana os deixaria curiosos e Zarak não poderia correr o risco de uma explicação.

No horizonte o sol começa a aparecer. É uma vista esplendorosa!

Enquanto eles observam, escutam conversas vindo da direção do rio. É o outro humano e traz com ele mais outro barco e outros humanos.

Zhailly é mandada para longe e deve permanecer escondida.

Zarak aprendeu a palavra filho, para atrasar os humanos e dar tempo a Zhailly.

Zarak pega o bebê e vai ao encontro do humano.

Erguendo o menino acima da cabeça grita: Filho! Filho, filho bom!!!

Mais que correndo, o senhor pega a criança, como se com medo de que o pequeno índio o derrubasse e exclama: - E minha filha? Minha filha? Como está minha filha?

Sem entender Zarak afirma: - Filha? Filha bom...filha bom, filho bom...bom! Bom! Filho bom!

Eles entram correndo, dando o bebê à uma senhora, que seria a parteira e a jovem mãe que dormia, acorda assustada com o barulho.

Ela vê que está tudo bem. Sempre sorrindo, pede a presença do índio “Zarak” e sua companheira.

Todos estranham. Ao que parece ele se encontra só.

O senhor pergunta para Zarak, que só sabe rir e mostrar o bebê dizendo: - Filho bom! Bom! Todos querem saber mais.

A jovem já não tem certeza, não fala correto, não diz coisa com coisa.

Zarak anda atrás de todos. Parece mesmo um índio. Toca em tudo que para ele é novidade.

De um barco maior eles descem algumas caixas com alimentos e sacolas com roupas e cobertores.

Zarak é só risos. Fica parecendo bobo perante os humanos e... de repente, Zarak fica sério. Gosta do vestido que a parteira tira de uma das sacolas.

Ele o pega, sem saber o que ia provocar. Ele pensa em dar a Zhailly. Vê dois pregos ou ganchos na parede. Zarak coloca as alças do vestido neles – é que têm a altura de Zhailly.

Também coloca uma vassoura de mato, imaginando a cabeça e as amassa com uma toalha branca.

Zarak abaixa-se pois o vestido é grande. Ele se ajoelha e mede onde cortar.

Enquanto uns riem, a jovem descreve como se fosse ela quem fez seu parto.

- Estava escuro – diz a jovem – não posso afirmar nada e o índio sentou em meu peito, cobrindo meu rosto, mas tenho certeza de que tinha uma moça aqui, branca como leite e de um sorriso tão suave.

Logo os senhores e a senhora, pensam em uma santa e dão ao fato um milagre.

Querem saber da moça. Eles tentam muitas e muitas vezes comunicar-se com Zarak, sem sucesso.

Pouco depois, têm algo pronto para comer.

Zarak, pela primeira vez, experimenta o sal.

Zarak não se acanha; come de tudo o que lhe é dado.

Recolhe um pouco, pois pensa em mais tarde levar a Zhailly.

Quando ele se coloca aos pés do vestido, os humanos não têm mais dúvidas: o indiozinho estranho está adorando uma santa.

Todos ali ajoelham-se e começam a rezar. Um tenta arrumar a comida e Zarak o impede de colocar as mãos temendo ser tirado dele.

Para eles o pequeno índio também viu a santa.

Pouco depois estão prontos para partir. Começam a arrumar as coisas e a mamãe pede o vestido a Zarak. Este entra na frente, defendendo. Ele acha ser seu.

- Deixe filha! Deixe para ele. Não acha que ele merece? Veja como nem comida tem. Vamos largar os restos, mesmo dos alimentos pôr fazer. Quem sabe ele aprende a cozinhar.

- Sim papai! Foi mesmo um milagre tê-lo encontrado. Eu poderia estar morta, pois sofri tanto.

- É, nunca pagaremos nossas dívidas com ele. Então vamos amenizar como podemos. Deixarei também um lampião.

A mãe é levada ao barco maior e todos estão de partida.

Quase meio dia e a preocupação no momento é com Zhailly.

Zarak acompanha os humanos até a beira do rio, ri muito e não sabe o que eles conversam. Eles acenam, Zarak responde, mas tenta imaginar se voltarão.

Também segura a pequena canoa, como se a quisesse. O senhor não entendeu na hora. Zarak abaixa o olhar e vê que levaria mais tempo, para que pudesse atravessar do outro lado com Zhailly. Alguns ficam na outra margem e depois as embarcações descem o rio a perder-se dos olhos de Zarak. Este então, não perdeu tempo e foi à procura de Zhailly.

A Zhailly sentia diferença em sua nova pele. Mesmo coberta com os trapos, sofria com os mosquitos. Não via a hora de voltar. Mas Zarak andava à sua frente lentamente e obstruía a passagem. Como uma criança que ganhou o brinquedo dos sonhos, contava as novidades, quase sem fôlego, mas não parava de falar.

Zarak não se continha. Dava os alimentos a Zhailly e ao mesmo tempo, queria que colocasse o vestido. Não bastasse, continuava a tagarelar.

Depois de mostrar tudo, conta com detalhes o que realmente os humanos fizeram, como preparar os alimentos e acende o fogão.

Deliciaram-se e acomodaram-se à espera da noite.

Zarak admirava o novo corpo de Zhailly, o qual já tomava certa cor.

Ele explica que os humanos são muito amigáveis e pareciam adorar o vestido arrumado pôr ele.

Zhailly para...pensa...e diz, preocupada: - É Zarak, se aconteceu isso, posso prever que este lugar não nos é mais seguro.

- Pôr quê Zhailly?

- Sim! Outros virão.

Sempre nós esperamos pôr acontecimentos bons, pôr quê não eles?

- Verdade! Arrumaremos um meio de atravessar este rio e iremos procurar os outros. Espero que tenham tido mais sorte que nós.

- Oh Zarak! Veja bem! Olhe-nos bem! Será que eles tiveram nossa sorte? Veja o resto de nossa tripulação perdida e no fundo deste imenso rio. Devemos é agradecer pôr nos encontrar-mos com vida e prontos a andarmos livres como os humanos.

Sem contar as outras naves, como você assistiu e nos pareceu que tiveram fim.

Mesmo que alguns tenham conseguido aterrizar, como se encontrarão?

- Zhailly, você tem razão! Nós é que estamos bem! Sabemos como nos virar, sem contar que aprendemos mais dois novos idiomas - parece que eles são bem diferentes – devem ser várias colônias e a diversidade desse planeta, como é grande! Talvez leve mais tempo do que podemos prever, mas os acharemos.

O tempo muda, vem a chuva e passam-se três dias. Mal dá para Zarak catar algumas madeiras ou lenhas para queimar.

O rio está mais cheio e a correnteza é bem mais forte.

Zarak e Zhailly vêem que os alimentos estão acabando. Não sabem de onde eles podem encontrar algo parecido.

Mas a chuva não passa. É preciso sair em busca de algo para comer.

Zhailly tira o vestido, arruma no lugar onde Zarak havia deixado e com os trapos eles vão cedo.

Mesmo embaixo de chuva forte, caminham sem direção. Zarak procura alguma fruta (não percebe que algum pequeno animal, como o coelho é de boa aceitação ao paladar).

Depois de colherem alguns coquinhos e bananas, fazem o caminho de volta.

Bem perto, ouvem conversa e não são poucas.

Seu abrigo está cheio de humanos.

Zarak fica contente, logo imagina muitos alimentos.

Zhailly não é amigável. Toda molhada sabe que não pode aparecer.

Meio tímido e carregando um grande cacho de bananas, Zarak aparece.

Tem bem mais humanos – pensa Zarak. Quer voltar, mas não dá mais tempo. Ele foi visto.

Enquanto uns o admiram, as crianças riem de seu jeito e sua careca.

Todos querem tocar em seu corpo.

Mal sabia que no vilarejo perto dali, ele é tido como um tipo de herói: “o indiozinho que vive em companhia de uma Santa”.

A jovem, mais corada, entra e vê o vestido na mesma forma em que o viu ao sair há poucos dias atrás.

Eles notam tudo limpo e Zarak protege as vestes novamente e alguém quer colocar algumas fitas aos pés do vestido, mas ele não deixa.

Os mais velhos tiram os terços e ajoelham-se, começando uma reza. Outros acendem velas. Zarak ri, pois não entende o que se passa.

Acaba a reza e muitos alimentos são doados a Zarak e vestes novas também são deixadas nos pés daquele vestido como cobertores novos e outros.

Um vaso com flores foi colocado ao lado, onde foram amarradas as fitas e todos tocavam as fitas e as beijavam. Outros colocavam pequenos pedaços de papel com pedidos, na esperança de alcançar um milagre.

Uma velha senhora, com a ajuda da mãe que ali tivera seu filho, foi levada até Zarak e pediu que ele a deixasse tocar o vestido, pois acreditava que isso iria curar uma velha ferida em suas costas.

Zarak permitiu, vendo aquele ferimento. Pouco depois, ele apareceu com os pedaços do vestido, do qual Zhailly cortara pôr este achar-se muito grande para ela e junto com os restos da casca de Zhailly, tratou seu ferimento.

Com a casca de Zhailly em pó, molhou o pano e passou suave sobre o ferimento da senhora, mas não deu a ela o pedaço do pano. Levou-o ao quarto e deixou-o ao lado do vaso.

Todos ali viram a atitude do pequeno índio. Com respeito e aproveitando que a chuva dera uma parada, vão agradecendo e saindo.

Novamente Zarak quer segurar uma pequena embarcação e ninguém o entende.

Vão-se todos e...Zhailly? A Zhailly não se agüenta mais de frio e super molhada.

Suas mãos geladas não seguram mais os coquinhos.

Está zangada!

- Zarak, assim não podemos ficar . Todas as vezes que os humanos aparecerem eu terei que me esconder? Imagine se a chuva não para e eles resolvem passar a noite? Como eu ia ficar aqui sem abrigo?

- Certo Zhailly! Amanhã, ao amanhecer iremos mais para cima, beirando o rio à procura de outras acomodações.

No rancho, Zarak mostra a Zhailly o que os humanos ali deixaram. Conta como procederam.

- Zarak, acredito que eles acham ser alguém que não possam ver e que ajude a eles, pôr isso os presentes. E se alguém mais dentre eles vier a Ter outro bebê aqui, como vai ser?

- Oh! Zhailly, teve uma humana, com um grande ferimento.

Quase não ia ajuda-la, mas resolvi passar seus restos, tal como você fez em si própria e seus cortes cicatrizaram.

- Ah! Zarak, fez o certo, mas se a humana melhorar, muitos e muitos virão, tomarão você como um médico ou outro nome, não sei.

- Não, não Zhailly! Não é a mim e sim às suas vestes que eles adoram. Parecem pensar ser meio mágica.

- Mas bem que teremos de partir. Enquanto não conseguirmos

Atravessar essas poderosas águas, vamos nos virar pôr aqui mesmo.

Tanto Zarak, quanto Zhailly, estão super felizes. São muitas as oferendas. Eles acreditam que os alimentos dêem para dias. E as novas vestes? Lindas mesmo!

Zhailly as experimenta e agasalha-se bem. Zarak não fica atrás e não sabe nem qual usar primeiro.

Alimentam-se bem esta noite; é como um banquete; até alguns ratos se deliciam de restos.

Eles riem muito, dormem e pela manhã Zhailly pronta e com algo para comer, chama Zarak.

- Vamos Zarak, o sol está prestes a retornar. Teremos uma longa caminhada!

Procurando não afastarem-se do rio não andaram muito, devido às horas gastas – é que sem caminho, tinham que enfrentar matas fechadas e sair da margem.

Pôr volta das onze horas ou pouco mais, foi avistada outra casa pôr eles. Pouco menor, bem difícil seu acesso pela terra e não pelas águas.

Também era como casa. Na verdade velho rancho de pescadores ou moradores que a abandonaram há muito tempo.

Devagar Zarak aproxima-se, faz o reconhecimento pôr fora. Zarak nota que não deve ser habitada, pois encontra-se em péssimo estado.

- Zhailly! Zhailly! Que acha?

- Oh! Zarak... nada que não possa ser arrumado!!!

- Teremos bastante o que fazer e não poderemos procurar os outros tão cedo.

- Veja Zarak! Nossos amigos das árvores e olhe atrás, quantas frutas, isto já foi habitado pôr muito tempo.

- Vamos descansar Zhailly e mais tarde verei o que posso fazer.

Eles entram e tentam arranjar tudo pôr ali, mas parte do telhado precisa de um especialista no assunto.

Zhailly mostra como quer a vista.

- Não Zhailly, você não acha que deve parecer desabitada...ou vão nos procurar pôr aqui também.

- Tem razão Zarak!

E porque será que deixaram estes aposentos?

- É Zhailly, espero que o lugar não nos traga surpresas desagradáveis.

- Sim Zarak, até o rio aqui é mais calmo. Talvez venha a ser mais fácil de atravessa-lo.

- Bem observado Zhailly! Quem sabe consigo uma daquelas pequenas embarcações!

- É sim, vamos conseguir!

Do outro lado, quilômetros abaixo e muito longe, coisas estranhas aconteciam.

A população comenta os fatos e muitos acreditam ser serviço de demônios.

E bem mais perto deles é totalmente ao inverso.

A ferida da velha senhora cicatriza e essa passa a contar como se deu. Todos ali sabiam de seu sofrimento e quantos e quantos médicos ela procurou e após anos de vários remédios.

Sim, se dava como outro verdadeiro milagre.

O boato também se espalhava na pequena cidade que crescia rápido.

A credibilidade tomava vida e formas diferentes. De boca em boca, sempre alguém aumentava os fatos.

Enquanto Zarak e Zhailly mudavam os alimentos e agasalhos ali deixados. Muitos formavam uma caravana e iriam rezar uma missa no local e tentar descobrir qual Santa poderia estar pôr ali.

No Domingo seguinte, várias embarcações seguiam o pai da jovem mãe que também orgulhosa os dirigia para o local.

Alguns só pôr curiosidade e outros na esperança de ver a tal Santa, como também as esperanças de outros milagres.

Pôr volta das oito horas da manhã, todos em terra, bem umas cinqüenta pessoas, alguns com alimentos, outros com roupas e presentes de todos os tipos.

Ao entrarem na casa ou rancho, o vestido de Zhailly ainda estava pôr lá, como fora deixado. Brilhou acima, na altura da cabeça, como se estivesse alguém ou uma luz ali.

Era só uma pequena fresta no telhado, onde o sol passava naquele momento.

Foi o bastante para quem estava no local dizer Ter visto a imagem de uma Santa e todos comentam. Até o padre ali entra de joelhos, também seguro que vira algo.

Ninguém tem autorização para tocar o vestido, nem o velho trapo nos pés das vestes, antes de uma missa ser rezada.

Começa e o barulho da cantoria é ouvido pôr Zarak e Zhailly.

Eles sabem que alimentos vão ser deixados ali.

Zarak não se agüenta de curiosidade e rapidamente vai ao local e antes mesmo da missa acabar, lá está ele sorridente.

Zarak sabe o que sempre pode acontecer pôr ali, então coloca-se entre o padre e o vestido, como se o protegesse.

E a história torna-se ainda mais real. Tem um pequeno índio que cuida da Santa ou talvez é ela que o mantém vivo tão só na floresta.

Mesmo com tanta gente, vários ratos aparecem para se alimentar. Quando o padre tenta afugenta-los, Zarak não permite. É que para Zarak, os bichinhos não parecem mal, só querem um pouco de comida.

Zarak ajeita o vestido e impede quando alguém quer toca-lo. Pega o resto da barra, o velho trapo e deixa os fieis passarem de mão em mão, mas não se descuida do vestido, assim como não tira os olhos do trapo.

Algumas flores e muitos pedidos de vários tipos, houve pedido até de casamento com fotos da moça a ser conquistada.

Zarak se encanta com a foto e ao pega-la, suja-a com seus dedos. Olha-a bem e levaa até o vestido. Limpa-a e deixa-a a seus pés como um troféu para ele.

Mas, para os que viram, foi completamênte um pedido direto pôr parte do indiozinho feito à Santa.

As horas passam e prontos para a volta. Zarak admira o nem que viu nascer. Sua mãe dá a criança para que Zarak o carregue um pouco.

Sem que ele notasse, sobe em um barco grande com motor. Quando menos se espera, o barco está em movimento.

Zarak tenta destemperadamente pular, mas é seguro.

Depois de descerem um pouco, os barcos entram em pequenas passagens através da vegetação. Zarak já não sabe mais pôr onde anda ou está.

Talvez meia hora depois, assustado e pensando em Zhailly, Zarak vê a pequena cidade.

Como se em um pequeno porto, ele é bem recebido. Sem saber o que fazer, Zarak se agarra ao velho trapo, como se acreditasse também em um milagre que o levasse rápido de volta.

E o povo não vê o que ele está sentindo e um a um querem contar sua história.

Chegando ao ponto de dizerem que viram a própria Santa e não só a luz que brilhou naquele momento.

Uns amenizavam e outros contavam como o índio deu os alimentos para os ratos.

Mal Zarak pôs os pés em terra firme, deparou-se com uma menina em uma cadeira de rodas.

Ela havia sofrido uma queda de cavalo e este chegou a cair em cima de seu pequeno corpo.

Vários médicos e várias radiografias foram feitas. Não foi acusada quebradura em sua coluna e não sabiam o pôr quê de suas pernas perderem os movimentos há quase um ano.

Zarak olhava a cadeira de rodas, fez gestos que deram a entender para que se levantasse a menina.

Foi feito! Zarak olhou atento a cadeira e depois a menina. Passou a mão em suas costas e novamente viu que deixou uma marca de carvão ou algo parecido. Pegou o velho trapo e tratou de limpar.

Para o povo ele fez o pedido da cura. Bastava esperar e ver.

Zarak não sabia o que acontecia e o pôr quê de a menina não levantar-se. Então, como todos queriam pegar seu velho trapo...Zarak amarrou à beira do barco, onde só em pé ela poderia alcançalo. Assim, fez sinal para que a menina tentasse toca-lo ao menos.

Era algo impossível. Ela teria que ficar em pé e isso estava comprovado que nunca mais ela faria.

Via o esforço da coitada, que apoiando-se no barco, fazia para levantar-se e alcançar o pequeno trapo.

Muitas mulheres rezavam e outras choravam ao ver... Mas algo desviou a atenção de Zarak, um rádio que foi ligado em um carro ali.

Zarak logo viu uma possibilidade de comunicar-se com seu povo. Correu até o carro gritando em seu idioma natal.

Ninguém o entendia, mas achavam engraçado seu feito e ignorância ao simples rádio.

Quando todos foram surpreendidos com um pedido de socorro. Todos voltaram os olhos para a cadeira de rodas que se encontrava vazia.

Pôr um instante ficam todos paralisados.

Só se deram conta da gravidade no segundo pedido, bem mais no sufoco e mostrando desespero maior, com o tom bem mais baixo.

Foi quando viram onde poderia estar a menina.

Afogando-se! Se não está na cadeira à beira do rio...Ela caiu entre o barco e um pequeno cais. Talvez com o balanço provocado pelas águas, o barco tenha se afastado, tirando seu apoio.

E foi exatamente o que aconteceu. Pôr ela não desistir de alcançar o pedaço de pano: o velho trapo!

Rápidos, vários nadadores pularam na água à procura da menina.

Ela foi encontrada metros abaixo, desfalecida, pois bebera muita água.

Em terra foi levada à igreja, enquanto outros seguravam Zarak raivosos e revoltados. Os homens o culpavam pelo acidente.

Zarak ainda tenta pegar o velho trapo e é levado brutalmente até a porta da igreja. Lá dentro, foi prestado os primeiros socorros à menina que deu suas primeiras tosses e vomitou muita água, para a alegria de todos.

Encabulada de estar ali, ela retrai as pernas, tentando esconder suas coxas. Chama seus pais e chorando levanta, esquecendo completamente da cadeira.

Muitos viram o acontecido e pedem aos pais para que a coloquem em pé. E assim eles o fazem.

Um passo e...

Oh! O povo incrédulo indaga!

Outro passo e procura o pequeno índio, que ainda está seguro e vai em sua direção a vários metros e o abraça.

Chorando agradece e o beija.

Zarak gosta, não entende, mas sabe que é bom, ri e diz: bom! Bom! Olhando para os pais continua...

- ...Filha bom, bom! Filha bom!

Enquanto doso dizem milagre! Outro milagre da Santa! Sim milagre do índio! É o maior comentário.

Os homens que o seguravam, agora de joelhos pedem perdão a Zarak.

Zarak não entende. Passa a mão sobre suas cabeças e rindo repete várias vezes: - Bom! Bom! Bom! Pode ser dado mesmo como um milagre ou o susto recuperou-a do outro grande susto, que não sabiam, a impedia de andar e em sua falta de confiança após a queda do cavalo, jamais saberemos!!!

Foi dado como o grande milagre, assistido pôr muitos e reconhecido pela igreja. O povo aumentava. Muitos queriam ver a menina e conferir com os próprios olhos.

Zarak apavorado não esquecia de Zhailly. Teria que atravessar o rio, mas onde está o rio? Ao mesmo tempo, queria saber mais sobre o rádio.

Para os humanos era só um indiozinho encantado com aquele pequeno aparelho.

De repente Zarak olha o sol e sai correndo em direção aos barcos e mostra o outro lado.

Ninguém entende.

Zarak pega o velho trapo, corre à igreja novamente, procura a jovem mãe. Encontra-a rezando à Nossa Senhora.

Zarak vê a Santa e grita: - Zhailly! Zhailly..

Zarak sobe no altar onde se encontra a imagem da Santa e a apalpa de todos os lados.

Ajoelha-se, tentando olhar pôr baixo. Algo impossível!

A imagem de cerâmica é inteiriça, mas Zarak não sabe. Pega o velho trapo e medindo, compara a cor.

Ah! Agora o povo tem certeza. Trata-se de Nossa Senhora, a Santa que aparece no rancho dos pescadores.

Zarak pega na mão do jovem mãe e quer leva-la até o rio. Seu pai percebe e faz um gesto para que Zarak o acompanhe.

Aquele senhor entendeu e junto com outros pescadores se propõe a levar o indiozinho à outra margem.

Todos cantando despedem-se de Zarak e uma criança dá a Zarak um algodão doce. Ele pega, acena feliz, fica sem saber o que fazer com o algodão, até que alguém o ensina. Começa a comer e diz: Bom! O velho pescador ri e diz, apontando: - Barco, isto barco! Meu barco!

Zarak aponta o algodão: - Meu bom! Barco bom!

- Não, esse barco! Isto não, isto é algodão, algodão bom!

- Algodão...barco, Oh! Bom! Meu algodão!

- Sim, seu algodão bom!

- Barco...meu barco? Pergunta Zarak abrindo as mãos, deixando

cair seu algodão.

Os pescadores entendem que ele quer mais, antes de se pronunciarem no assunto.

Zarak avista o rancho, grita e pula como criança, olha o sol. Sabe que vai poder levar algo para Zhailly. Mas os pescadores pensam que ele agradece.

Mal o barco encosta, Zarak pula, leva o velho trapo e deixa aos pés do vestido.

Os pescadores assistem quietos.

Zarak chama pôr Zhailly, olhando o vestido. Depois pega várias velas ali deixadas e pede que os pescadores as acendam. E foi feito.

O pai da mãe que ali teve o parto realizado, mostra uma lata de querosene a Zarak.

Coloca um pouco em seu lampião e acende-o Zarak diz: - Bom! Bom! Segura a lata e pergunta: - Algodão meu?

- Sim, seu! Mas isso é querosene e não algodão!

- Mas bom! Muito bom!

Zarak ri, mas os empurra para fora. Ele sabe que não pode perder mais tempo.

Os senhores saem rindo e estão também felizes. Acham graça na ignorância do índio. E enquanto voltam para a cidade, Zarak corre para Zhailly.

Zhailly esbraveja, estava preocupada. Zarak dá a Zhailly o algodão, que mais parece suas cabeças, quando de sua chegada e a ensina a comer, enquanto enche o lampião que estava vazio há dias e o acende.

Arrasta Zhailly para ajuda-lo a ir buscar os restos dos alimentos e tenta contar tudo, sem perder um detalhe dos fatos.

Na pequena cidade é uma festa. O padre monta um palanque em frente à pequena igreja, mesmo que fosse três vezes maior, não caberia aquele povo.

O padre ciente e convicto dos milagres, os apresenta contando os feitos da Santa, que poderia ser o pequeno índio um intermediário direto, que na sua humildade vê a Nossa Senhora.

Os pescadores de volta e o padre coloca o pai da jovem mãe, para que esse fale algo.

- Senhores... tanto eu e minha filha, como também outras pessoas que fomos abençoados com a graça do milagre feito pela Santa, que ao meu ver, veio sim através do pequeno índio, do qual nós não sabemos nem o primeiro nome.

- Queremos agradece-lo também. Não recebemos pedido de ajuda da parte dele, mas pelo que vi, ele não tem nem um pequeno barco, ou uma canoa furada.

- Quero reunir quem possa ajudar e darmos a esse, pequeno no tamanho, mas de coração enorme, algo que leve e traga de margem a margem e mostrar-lhe nossa gratidão.

- Senhor! Senhor!...e aquele barco dos americanos? Os...os Homens malucos, caçadores de mosquitos, os tais de cientistas?

- Ah! Bem lembrado. Uma versátil embarcação, a qual pode comportar até quatro pessoas, fora os pesos extras, apesar de ser bem leve.

No outro dia, a chuva não dá trégua. São as águas de março, que no Brasil é normal para a época.

Enquanto o povo comenta o dito milagre, outros esperam melhorar o tempo para entregar ao índio o barco.

Já Zarak transporta os alimentos para a outra morada.

Zhailly não tem vergonha de estar sempre despida na frente de Zarak. Ela se admira e mexe com o instinto de reprodução de Zarak.

Na nave não era bem assim. O macho só servia para serviço mais pesado. Eles acabam conhecendo o sexo.

- Zarak o povo da terra deve fazer isso. Como é bom!

- Sim Zhailly! Algo inexplicável. Nossos corpos parecem se conhecer e depender desse ato. Esquecemos de tudo. Até quem somos durante o exercício.

- É Zarak, ainda temos muito o que aprender pôr aqui.

Mas agora vamos novamente?

- Vamos Zhailly. Nos ocuparemos com isso, enquanto essa água não para de cair. E depois, que será que pode acontecer Zhailly?

- Não sei. Não sei mesmo Zarak. Quem sabe a reprodução da raça?

- Oh! Zhailly, você vai sofrer como a humana...e seu filho, qual o jeito que deverá nascer?

- Não vamos nos preocupar com isso agora. Vamos para o que Realmente interessa no momento.

Zhailly e Zarak, viviam os momentos de uma lua de mel.

Mesmo com o rio cheio e a chuva que não parava, os pescadores levam o barco para Zarak.

Na cidade não se fala em outra coisa, a não ser o milagre.

A menina, assim como a velha senhora, são muito visitadas pôr pessoas que vêm de longe.

A história corre a imprensa. A pequena cidade dobra sua população. Os fiéis são os mais diferentes, mas todos respeitam o pedido do padre.

Ah! Menos um.

O senhor das boas terras. Um homem rude, acusado de várias mortes, ao defender o que acha ser seu. Um tal de coronel, como é conhecido, que ao saber dos feitos trouxe seu filho para uma cura. Ninguém sabia desse filho. Vivia com sua irmã. O menino perdeu a mãe no parto! Esta, na verdade faleceu mais pôr maus tratos e espancamento do marido, devido à sua brutalidade.

Muito ansioso e dono do próprio egoísmo, ele não pode como os demais, esperar o padre e o Domingo chegar.

Em uma Sexta-feira, ainda na quaresma, sua irmã chorava e pedia para que ele esperasse, como os demais. Ela foi esbofeteada em praça pública e largada caída perante o povo.

O Coronel pegou seus capangas, o garoto e seguiu para o rancho.

O dia estava lindo, o sol forte. Zarak na sua visita de rotina, descobriu o barco. Feliz e com toda dificuldade, remava rio acima. Queria mostrar para Zhailly.

Nas margens da cabana, encostavam o coronel e seus capangas. Descia com cuidado o garoto em uma cama especial, uma maca improvisada.

Bem esperançoso, o coronel é o primeiro a tentar entrar, mas, coisas estranhas pareciam mesmo acontecer pôr ali.

O coronel depara com uma grande cascavel. Uma enorme cobra, que vinha alimentar-se dos ratos que eram fartos, devido aos restos de alimentos derramados.

Avisou os capangas e eles a mataram.

O barulho foi ouvido pôr Zarak e Zhailly. Antes que ele mostrasse suas habilidades com o barco, já era hora de voltar.

Zarak diz a Zhailly que voltaria pôr terra. Temia perder o barco ou não ser para ele.

Dentro do rancho o coronel faz suas preces. Pede muito a cura do menino, também desculpa-se de seus erros. Promessas são as mais fortes.

As horas passam. O menino está do mesmo jeito, mal consegue mover-se.

O que ninguém sabia é que seu nascimento foi antes do tempo, devido ao espancamento sofrido pela mãe, como também seu retardamento mental foi fruto do mesmo ato criminoso, cometido pôr seu pai.

Somente mesmo um milagre salvaria e daria as condições de uma cura àquele menino. Seu estado é clinicamente irrevogável. Teria que viver para o resto da vida, como nascera.

Seu pai começa a perder a paciência. Queria o milagre no ato, como o da menina da cadeira de rodas.

Começa a ofender todos os capangas, amaldiçoar o filho e...desce o vestido da parede. É quando Zarak entra; e ao ver, Zarak tenta tirar o vestido de suas mãos.

Zarak é brutalmente chutado pôr seus capangas.

Caído, Zarak ainda pede o vestido. Novamente é chutado várias vezes. Depois é jogado ao canto, junto com os restos de roupas velhas e alguns alimentos.

As latas de querosene abertas, para encher os lampiões ali largados, derrama entre os trapos e devagar vai em direção às velas acesas.

O coronel tenta tudo, cobre o menino com o vestido, continua pedindo, mas também amaldiçoa tudo.

Dá-se ao ridículo de vestir o pobre garoto com o vestido e...nada.

Zarak sente o outro lado do ser humano.

Com uma das pernas quebrada e as costelas bem doloridas ele se arrasta para um pequeno buraco entre a parede, temendo mais hostilidade pôr parte desses humanos.

Zarak foge, tentando pegar o caminho de volta.

O que Zarak não sabe é que Zhailly também quis ver os humanos e está a caminho dali.

Zarak apoia-se entre uma raiz enorme de uma gigantesca árvore enquanto descansa e se refaz.

Outros pescadores e o padre estão chegando.

O coronel sem o sucesso esperado, amaldiçoando tudo, pega sua faca e começa a rasgar o vestido para tira-lo de seu filho.

Falando da vergonha que passa perante seus empregados, destrói pôr completo tudo à sua frente. Faz picadinho do vestido. Não nota que se fere, devido ao seu estado de rancor. Um ferimento leve mesmo, mas o sangue não para.

Seus homens levam o menino ao barco.

O coronel parece louco. Quebra o que pode e rasga ainda mais o vestido. Depois o atira em direção às velas, que pôr ele mesmo foram acesas, tombando algumas.

Bem quando saía, notou o corte, olhou para baixo e viu o velho trapo de Zarak. Envolveu sua mão, estancando o sangue.

O padre e os pescadores já encostando, ouviram suas ofensas para o lugar, como também suas ordens aos seus capangas: - Queimem tudo, toquem fogo! Não deixem cinzas sobre cinzas deste maléfico lugar...e se o indiozinho tentar sair, atirem nele. Que vire cinzas também, só assim acabaremos de vez com esta palhaçada, essa mentira em que acreditei.

- Os pescadores junto ao padre imploravam e seus capangas os apontam as armas e pegam gasolina no barco.

Mas, dentro do rancho a f fatalidade age primeiro. Como se não desse esse gosto ao coronel.

O querosene derramado, alcança as velas primeiro. O fogo alastra-se e atinge várias latas, fazendo com que essas expludam.

Nem um passo dos capangas e a casa toda em chamas. Nada para fazer.

Zhailly está chegando e assusta-se com os estrondos das latas explodindo.

Preocupada procura as grandes árvores para abrigar-se...quando vê Zarak.

O fogo junto a uma fumaça negra, consome rápido o rancho.

Zhailly não percebe os pescadores. Apesar de ser uma fêmea, sua força é o bastante para levar Zarak pôr entre os galhos das árvores.

Zarak quer ver mais um pouco.

Zhailly, em pé, vestida com roupas de uma freira, em um galho forte, com Zarak nos braços é notada pôr alguns que se preparavam para partir.

Vista muito mal, através da fumaça, Zhailly dava a impressão de estar suspensa no ar.

Voando, foi o termo usado pelo padre.

O coronel também avista-a e sente um choque, mas ordena que seu capanga atire.

A fumaça impede uma visão privilegiada, mesmo assim são feitos vários disparos. Zhailly não sabe de que se trata. Foge, levando com ela, Zarak.

A fumaça vai baixando e nada mais é visto.

Coronel, ah, o coronel! Esse não para de praguejar e dizer que sua irmã iria pagar pôr sua vergonha, quando ele chegasse à cidade.

Tanto o padre, quanto o resto do pessoal, descem dos barcos, vão verificar o que sobrou. Parecia que nada mais, a não ser o velho fogão de lenha. Mas, algo foi encontrado dentro do fogão: um pouco torta e com algumas bolhas, sim a foto com o pedido de casamento.

Visto que nada mais sobrou, começa a volta e...o comentário fazia parte de suas tristezas, que ali era unanimidade. Todos viram a Santa voando entre a fumaça, carregando o índio.

O padre também é capaz de jurar e até o maldoso coronel com seus capangas os vira.

Não foi somente avistado pela cidade o sinal de fogo através da fumaça. Foi avistado também pelos próprios índios, que bem abaixados vieram conferir o estrago, pois se grande, ofereceria uma boa caça, devido aos animais estarem assustados e fora de seus territórios.

Zhailly leva Zarak para o abriga. Ela sabe o que fazer, mas quer saber como e o porquê?

Zarak não sabe se explicar, não entende o pôr quê. Zhailly diz que vai demorar para que Zarak volte ao normal. Se ao menos eles tivessem algo como sua nave, Zarak poderia dormir pôr uns tempos e levantar bom.

Enquanto os pescadores descem rezando e lamentando o fato, o coronel e seus homens estão chegando na cidade.

Eles descem do barco, com as armas em punho. O coronel quer antes um bar. Beber, tentar esconder sua mágoa. Só depois iria procurar sua irmã, pois teria contas a acertar com ela.

Seu filho é deixado a sós no barco e mesmo segundo o coronel, um imprestável.

Dentro do bar ele se glorifica, contando e dizendo que o povo é muito burro em acreditar em milagres. E se algum duvidasse ele queimaria também a igreja...bom...não só a igreja, como também a cidade.

O povo que os ouvia estava assustado. Assim que padre chega, muitos querem saber mais e qual a verdade.

Os pescadores relatam os acontecimentos. Contam como o fogo começou.

Diz o padre: - O homem parece o demônio em pessoa.

Ele ordenou que queimassem, mas Nossa Senhora não permitiu a ação deles. Ela mesmo o fez. O fogo começou do nada e em minutos consumiu o rancho. Logo depois, ela apareceu no ar, em meio ao fogo e fumaça, com o índio morto em seus braços. Apareceu-nos pouca coisa, mas, foi o suficiente para todos nós vermos; até os pistoleiros atirarem em sua direção. E como a fumaça, se desfez diante de nosso olhos!!!

Dentro de um bar a história era contada bem diferente. Diz que o pequeno índio atacou-o, armado de faca, pôr isso o corte em sua mão e ele, só com os punhos e chutes, botou o índio a nocaute, que morreu facilmente, virando churrasco depois.

O coronel começou a reclamar de perdas de movimento, tanto no braço esquerdo, como também na perna. Todo seu corpo parecia estranho. Ia adormecendo e doendo ao mesmo

tempo. Gritava para a irmã aparecer, que teria contas a ajustar com ela e estava na hora de parar com a bebida, que não lhe fazia bem no momento.

Saiu do bar, cambaleando um pouco pelo álcool consumido, mas os sintomas já não eram de embriagues.

Seus gritos eram de ódio e dores pelo corpo. Obteve ajuda de um capanga para não cair. Chamou sua irmã, que se escondia na igreja. Blasfemando, promete entrar e tira-la na marra.

Parece mesmo um grande castigo! E...

Um grito diferente.

Aaaaiiiii! E caiu de joelhos o coronel e em segundos, deitado Morto?... bem morto, com os olhos arregalados, lábios roxos, parece que sentiu uma grande dor. ... ao povo e ao padre que já se encontrava pôr perto, não dera outra. Sim era realmente castigo.

Na cidade todos os moradores vão ver e comentam.

- O mal pode ser feito aos homens, mas quando mexe com os Santos e Deus... eis o resultado.

- Um castigo Divino.

Sua irmã olha com desprezo aquele corpo no chão, em frente a igreja. Mas ela é uma pessoa boa, acerta com o padre o funeral do irmão. É no entanto, a mulher mais rica da região. O filho de seu irmão está como seu filho, sendo a única herdeira.

Dá sua primeira ordem aos capangas de seu falecido irmão.

- Prestem seus últimos serviços a esse homem, guardando seus restos até a hora de enterra-lo. Só depois, aquele que quiser trabalhar como peão ou na mão de obra pesada, terá serviço, caso não aceitem, passem pela fazendo, recolham seus pertences.

Faremos os acertos devidos e serão dispensados. Aproveitem para pensar! Também rezem o bastante, para não terem um fim como este. Que Deus e Nossa Senhora tenham piedade de suas almas.

Era mesmo uma bondosa senhora. Logo que soube do seu garoto, chamou pôr todos e novamente o padre.

- Senhores! Senhoras! Pôr favor, eu quero que perdoem meu irmão, sei que nada pode trazer o índio de volta. Compreendam, eu gostaria de ajudar com materiais e pagarei homens que queiram trabalhar no local queimado. Mandarei construir uma grande igreja,... isto se o padre permitir e o povo aceitar!

- Senhora, não tens culpa dos pecados de seu irmão. Vamos reunir os moradores e Domingo rezaremos uma missa para o índio no local e lá o povo é quem vai decidir!

Até a hora de enterrar o coronel, somente seus capangas foram as pessoas ao seu lado.

O castigo é mais temido, do que um novo milagre esperado.

No cemitério, o povo espera o caixão. Não era uma despedida. Ninguém parecia triste. Parecia mais que queriam uma confirmação do fim do homem carrasco de uma cidade. Que servisse de lição aos descrentes.

Uns olhavam e comentavam: - Suas forças não puderam com a Santa.

- É, aqui se faz, aqui se paga.

Até a última hora, foram os capangas que o cobriram de terra em sua sepultura.

Zhailly cuidava de Zarak, que apesar de ser pequeno era muito forte. Não reclamava e recuperava-se, ainda sem entender o pôr quê, do acontecido.

Na cidade eram colocados os prós e os contra de erguer uma nova igreja no outro lado do rio.

O padre, um pouco contra, temia que a sua fosse abandonada e os fiéis não lhe dessem o valor devido, esquecendo do dízimo. Como as famílias inteiras, sem embarcação fariam para assistir as missas.

Já o considerado prefeito e os donos de barcos grandes, já visavam grandes lucros.

Melhor mesmo é esperar o amanhã.

Domingo! Não um Domingo comum, que antecede a páscoa, mas o que se notava era a quantia de pessoas. Jamais a cidade reunira tanta gente. Todos os cuidados tomados. Rezariam a missa sobre as cinzas mesmo.

O ancoradouro do lugar ficou pequeno. Só aí viram que não estavam sozinhos.

Ah! Os índios se faziam presentes. Não eram muitos, mas suas caras não pareciam muito amigáveis.

Desconfiança de ambas as partes. Não que os índios fossem temidos ou de poucos amigos.

Na verdade, não estavam bravos e sim decepcionados, pôr não haver caça fácil como o previsto.

O padre e outros pescadores descem. Tenta-se o entendimento.

Surpresa! Três ou mais entre eles, falam o português, mas mal dá para entender.

Ambos os lados colocam seus motivos, para a permanência no local.

Os índios discutem entre eles a proposta de uma igreja.

- Não! Não poderia, diz o tradutor. Esses são nossos domínios e não queremos uma igreja em nossa reserva. Logo construiriam uma casa. Alguém teria que morar pôr ali, para tomar conta da mesma e depois outra e quando vissem, parte da reserva seria derrubada e assim começa outra cidade.

Depois de horas de bate papo e discussões, um acordo amigável.

Poderiam os brancos reconstruir o rancho, que nada mais venha a ser aumentado.

Tudo como era e as missas se realizariam normais, quando necessárias. E eles gostariam de saber mais sobre o pequeno índio, já que na reserva não falta nenhum deles e o tamanho também não é compatível com eles.

Na hora do almoço dividem a merenda com os índios, enquanto a verdadeira história é contada.

A cantoria e o falatório são ouvidos pôr Zarak e Zhailly.

Zhailly não pode acender o fogão, pois a fumaça poderia atrair os estranhos.

Desta vez é Zarak quem deve permanecer escondido.

Zhailly iria averiguar o que estaria acontecendo - Tome todos os cuidados Zhailly! Mantenha-se longe e não permita que os humanos a vejam.

- Sim Zarak! Farei tudo direito. Vou procurar somente ouvi-los.

Zhailly, como Zarak é curiosa; quer ver os humanos.

Do outro lado os macacos também querem saber o motivo de tanto barulho. Fazem seu próprio barulho, desviando a atenção dos brancos e dos índios.

Agora Zhailly tem mais liberdade. Assusta-se ao ver os dois tipos de humanos juntos pacificamente. Ela imagina que Zarak sofreu foi uma ação de um mau humano e que a maioria era diferente. Mas como saber?

Bom, isso não é o problema no momento...o motivo de tantos juntos é o que realmente interessa.

Boas horas ouvindo e é tarde; Zhailly tem que voltar. Contaria a Zarak tudo, tudo mesmo.

Mas Zhailly quer ver mais.

Vê os humanos darem seus presentes aos índios: “os agasalhos e alimentos”.

Zhailly agora tem certeza que tanto ela como Zarak não poderão aparecer e não terão mais provisões. Zarak tem que se recuperar o quanto antes possível.

Terão que partir. Sabe Zhailly que os brancos vão trabalhar com os índios na reconstrução do lugar e eles estão perto demais. Eles não poderão nem acender o fogo. E se os índios ou algum branco lembrarem-se do rancho onde eles estão? Fica mais perto para os humanos passarem as noites ao invés de descerem o rio todos os dias.

Ela vê também que os humanos brancos começam a deixar o lugar, mas os outros, tudo indica pernoitarão pôr ali.

Preocupada Zhailly retorna e expõe os fatos para Zarak.

Depois de horas de discussões, no bom sentido é chegada a uma concordância entre ambos.

Mesmo no estado em que se encontra Zarak, eles teriam de partir e seria esta noite mesmo.

Zhailly surpreende Zarak. É dona de uma força incrível para uma fêmea. Leva agasalhos e provisões para o barco.

Zarak arrasta-se e tenta ajudar na medida do possível.

A noite é favorável. Uma bela lua crescente parece iluminar-se somente para eles.

Nem Zarak , muito menos Zhailly têm habilidades com o barco, mesmo assim é pôr obrigação deixar o local.

Tal como nós tememos o desconhecido, eles vêem-se obrigados à uma nova e perigosa aventura rio abaixo.

Zarak sabe que não poderão fazer o mínimo barulho.

Esperto, espera a lua mudar de lado, pois faria sombra às margens a sua direita e sem barulhos eles poderiam passar desapercebidos pelos índios.

Começam! Lentamente! Pôr enquanto, tudo bem!

Em pouco tempo eles passam pelos índios, mesmo sem prática Zhailly mantém a direção e seguem longe das margens horas e horas. Sabiam que isso não seria fácil, pois levou semana para subir.

A lua está se escondendo. Zarak sente dores. Seus esforços foram grandes. Zhailly parece diferente também ; pode ser cansaço, coisa que com um descanso passaria.

Zhailly procura um espaço para encostar e descansarem um pouco, pois as águas parecem mais rápidas e seus braços e pernas sentem começo de cãibras. Mas as árvores parecem deitadas no rio e se eles não conseguirem controlar, o barco poderia virar e acontecer uma tragédia. O jeito é continuar um pouco mais.

Algumas horas a mais e a corredeira estava muito mais forte. Seu barco queria fugir ao controle. Tinha certos momentos que eles rodavam de costas e eram levados de uma margem à outra.

O cansaço era grande. A água adentrava em sua pequena embarcação. O pânico começa a tomar conta de Zhailly. Zarak tenta ajudar a corrigir. As nuvens escondem a luz da lua e a escuridão é total.

De repente uma batida! O som é alto. Um susto. É algo grande que flutua com muitos encostos macios.

Zhailly segura, não permitindo seu barco rodar mais. Parece seguro. Ela o amarra. Ainda sentada, toma fôlego para levantar-se e ver direito do que se trata.

Zarak olha e olha. Nota que já os viu antes – aqueles encostos macios e...

- Sim Zhailly! É isso! É algo dos humanos. Eu já vi na cidade. É onde se encostam as embarcações; nós estamos ao lado de uma colônia ou cidade, não sei!

Em parte Zarak tinha razão. Era algo dos humanos, mas não tratava-se de estar perto de uma cidade e sim de uma balsa usada para travessia do local.

Zarak, tal como Zhailly, não tinha como saber as horas. Logo o sol apareceria e enquanto eles descansavam notaram que algumas luzes se aproximavam rápidas. Sumiam de repente e retornavam maiores e bem mais próximas.

Zarak viu que ao lado era terra firme. Junto com Zhailly retiram algumas vestes e embrenham-se mato à dentro, tentando esconder-se.

As luzes eram de carros que iam fazer a travessia para o outro lado e em poucos minutos o sol aparece. Zarak, no maior silêncio junto a Zhailly, só observa seu pequeno barco, o qual não deu tempo para esconder e permanece amarrado na balsa. Bem amarrado mesmo!

O dia clareava rápido, tal como os humanos chegavam com carros e caminhões, todos subiam à balsa e esta com os seus pesos, rebaixou e fez com que seu pequeno barco naufragasse e suas provisões rodassem rio abaixo.

Zarak entra em desespero e sai para socorrer os alimentos.

Tarde demais! A balsa em movimento, já fora de alcance, faz seu pequeno barco afundar e vir à tona várias vezes. Tudo perdido!

Zarak nada pode fazer; senta-se à margem do rio. Ele somente pode olhar...

- Vamos Zarak. O transporte era mesmo para somente atravessar-mos, não era?

- Sim Zhailly.

- Então não se apegue à matéria dos humanos. Estamos do outro lado. Vamos Zarak, não podemos ficar aqui; vamos seguir este caminho.

“Estrada de chão batido, para nós”. Com sorte acharemos algo que nos leve aos nossos amigos.

- Sim! Vamos sim! Como é ruim perder algo, não Zhailly? E pela segunda vez.

- É Zarak, mas não devemos nos entristecer pôr pouco. Veja, nós já perdemos muito no passado. E nosso povo heim?

- Tem razão! E acho estar longe da cidade de onde saímos.

Parece que podemos nos mostrar pôr aqui.

- Vamos então Zarak. Esperamos alguns humanos e quando os encontrarmos saberemos.

Embora estando no outono, o sol é escaldante. Eles andam a manhã toda e vez pôr outra passa um carro ou caminhão no sentido do rio. Uns buzinam e outros não.

- Viu Zarak, podemos mesmo nos mostrar. Os humanos nos tomam pôr um deles. Fora o calor em demasia e a fome estamos bem, não Zarak?

- Sim Zhailly, parece que os humanos só sabem ir em direção ao rio, ainda não veio um só que seja de lá, o qual poderia levar-nos.

- Levar Zarak? Para onde?

- Ah! Zhailly, não sei, mas em cima de um transporte poderemos descansar bastante. Minhas pernas não agüentam mais, não notas minha lentidão?

- É devido ao seu ferimento. Você Zarak é um macho muito forte, outros teriam entregue e desistido da caminhada – disse Zhailly, tentando encorajar ainda mais a Zarak.

- Vamos continuar Zhailly. Talvez tenhamos sorte pelo caminho.

Mas veja Zhailly, uma emenda da terra!

- Seu bobo, não é emenda e sim algo que os humanos construíram para facilitar o transporte, ou teriam eles dificuldades em descer e passar pela “água”. Á água! é! é água!!! Vamos Zarak. Vamos refrescar-nos um pouco e descansar o bastante para podermos achar um bom lugar afim de pernoitar-mos.

- Nossa, os humanos são bem criativos. Para cada obstáculo eles sempre têm uma solução. Veja Zhailly, em nossos estudos esta terra era só de animais grandes e não racionais. Onde será que se encontram heim?

um

- Sim Zarak, são eles bem inteligentes, mas pare de falar pouco. Refresque-se e beba bastante. Descanse mais ainda, pois teremos muito que

andar.

- Ah! Zhailly! é que enquanto falo é um aprendizado para nós dois.

Agora veja, meu pé machucado como cresceu!

- Oh! Zarak! Ele não cresceu. Está é inchado! Não dói não? Pôr quê não reclamou?

- Doer dói e muito, mas reclamar não vai ajudar ou vai Zhailly?

- Não! Responde Zhailly, enquanto termina de aprontar-se para seguir viagem. Parece mesmo uma camponesa ou uma bóia fria.

E Zarak? Ah! Zarak ... experimenta até um sutiã, como se esse fosse um chapéu, pois com o lenço não ajeitou-se. Um pouco irritado pôr não Ter êxito...parece falar sozinho.

- É...Hum! Ah! Zarak? Zarak.

Zhailly corre para junto dele, assustada e gritando.

Os dois ficam pasmos ao ver um grande animal puxando algo e com uma humana em cima – trata-se de um belo cavalo apenas e uma charrete.

- Ôôô...Ôôô – é o sinal emitido pela senhora, para parar o animal.

- Desculpe, desculpe moça, não vi vocês e não pretendia assustalos – disse a senhora – e parando com as rodas da charrete em cima de algumas vestes de Zhailly.

- Não há de que senhora. Foi um susto e tanto, pôr não esperar, mas está tudo bem.

- Graças a Deus menina, mas de onde vêm e...e para onde vocês vão? E seu amigo índio? Parece machucado.

- Machucado?... Sim! Machucado e nós viemos do rio, mas acredito ter que andar bastante ainda. Se a senhora tirar esse negócio de cima das minhas vestes...

- Oh! Mais uma vez, desculpe-me. Mas, esperem um pouco meu cavalo descansar. Vou aproveitar para comer um pedaço de bolo. Você e seu amigo aceitem comer comigo. Tenho o bastante e estão com fome, não? Depois levo vocês até o cruzamento, está bem?

Zhailly conversa com Zarak. Eles aceitam. Zarak é mesmo curioso.

Mal acabou de comer e está diante da charrete. Não contenta-se em olhar e tem que tocar e subir. Passa a mão no cavalo e...

- Não, não...saia daí índio - gritou a senhora.

Zarak chega até a cair de lado, assustado.

- Chame seu amigo moça. Este cavalo é um pouco arisco e não aceita nada estranho em sua traseira e seu coice pode até matar seu amigo índio.

Zhailly o chama e explica. Zarak de cabeça baixa pede desculpas, a qual Zhailly traduz à senhora.

Depois do descanso, tudo Ok. E a caminho do tal cruzamento...bla...bla...bla.

Zarak somente presta atenção nos pássaros e alguns outros pequenos animais, como lagartos e coelhos à beira da estrada!

Zhailly escapa bem de perguntas da senhora, que apresentou-se como Senhora Natália.

- E este é meu nome. Sou viúva, moro praticamente só é que tenho um filho, ele estuda e vem uma vez pôr semana. Fica só fim de semana mesmo e volta para a capital.

- “Zhailly”, você e seu companheiro não querem ficar comigo?

Você ajuda no que puder. Tenho acomodações à vontade e enquanto isso Zarak recupera-se tranqüilo. Não é necessário que ele trabalhe. Saiba Zhailly, tem muitos perigos à espreita nestes lados e você com seu companheiro sozinhos, sem contar esse negócio de um tal de “chupa cabras”.

- Que é chupa cabras dona Natália?

- Eu não sei bem Zhailly...mas tem gente que associa estes fatos ao diabo e outros a um tipo de animal que nós não vimos ou ainda não conhecemos. Ah! Zhailly, tem gente boba mesmo. Chegam a dizer que são de outro planeta! Entende? Imagine, outro planeta!!! O povo tem cada idéia você não acha?

- Mas, senhora...diga-me: vocês aqui não acreditam que outros seres possam ter chegado à Terra?

- Sabe Zhailly, estive na cidade ontem e vi algo na televisão, mas não acredito.

- Diga senhora. O q eu foi que a senhora viu realmente – Pergunta Zhailly, pensando em seus companheiros.

- Bem, lá no Sul, Sul de Minas, há uns trezentos quilômetros daqui, o povo diz ter um ET, um homenzinho de outro planeta. São só fatos, mas este não foi encontrado, tem bastante gente à sua procura. Deixe Zhailly, quando chegarmos nós vamos ver o jornal da noite e ficaremos sabendo mais.

Zarak que ouve sem entender nada, somente olha tudo que tem à sua volta: “Mas na verdade Zarak está é como se decorando as montanhas para um dia saber como voltar”.

Zhailly fica super ansiosa. Seu coração dispara. Tenta explicar para Zarak sua descoberta e coloca também a proposta da Senhora Natália. Contente espera que Zarak concorde com ela e aceite a ajuda.

Zarak é frio, apenas olha a posição do sol e deixa que Zhailly decida.

Chega no tal cruzamento e...

- E aí Zhailly, que acontece - pergunta Dona Natália – você resolveu? Vai comigo ou fica no cruzamento? Se vocês seguirem em frente na estrada de terra, mais trinta quilômetros existe uma pequena cidade. Se optarem pelo asfalto à sua direita, a cidade fica a uns cem ou cento e vinte quilômetros e à sua esquerda uns duzentos, que levará vocês ao Sul. No entanto é bem mais fácil uma carona.

Zarak desce rápido. Zhailly tenta dialogar. Mas a mãe natureza faz com que Zarak resolva-se mais rápido ainda. Pouco ao Sul, começam trovões com raios cortando os céus e Zarak bem como Zhailly sabem que precisam de um lugar, pelo menos para passarem a noite e seguem com a Senhora.

Meia hora depois e após muita conversa, eles param em frente a dois grandes portões.

Dona Natália, apesar de aparentar simplicidade em demasia era uma rica e próspera fazendeira, senão a mais rica no cultivo de cacau.

Ela também sabia dirigir e mantinha seu carro na garagem e optava sempre pela charrete, que não atolava nas estradas nos tempos chuvosos.

Do lado de dentro, um de seus empregados aparece para cuidar do animal e guardar a charrete.

Enquanto eles caminham em direção à casa, Dona Natália vai mostrando um pouco do que seria possível ser visto.

Zarak não se agüenta de curiosidade e enche Zhailly de perguntas.

Zarak que nunca teria visto cabritos, vacas e galinhas quer saber os nomes e para que serem.

Zhailly questiona: - Como Zarak? Como posso responder? Sou como você. Também

não sei de suas utilidades e muito menos de seus nomes. Acalme-se Zarak, com o tempo nós vamos aprender.

- Tem razão Zhailly! Vamos sim esperar e ver as acomodações a nós oferecidas e eu estou com fome. Podemos pedir Zhailly ou é errado?

- Não ainda Zarak...talvez logo ela nos ofereça. Mas Zarak, pare com as perguntas e preste atenção: eles, os humanos, não acreditam que exista vida fora deste planeta, então nada deve escapar de nós.

A Senhora Natália apresenta o quarto para Zhailly e pergunta: - Você é esposa do índio?

- Esposa? Como esposa?

- Vocês estão juntos, dormem juntos, ou são apenas amigos?

- Não! Sim! Dormimos juntos.

- Ah! Então este quarto serve e o banheiro é ali sua direita, aproveitem para tomar um banho agora e logo após, vamos tomar um bom café. Vocês estão com fome, não?

Zarak é quem responde: - Bom fome! Bom algodão meu, bom!

- Senhora Natália, mostre banheiro, não sei o que é banheiro.

- Não???

- A senhora explica a utilidade e Zarak com Zhailly faz uso.

- Olhe Zhailly, chuva quente!

- Não Zarak...é chuveiro, disse a senhora e tire a mão daí seu...seu. este lugar é de fazer as sujeiras do corpo.

- Aarg!...Zhailly, pôr que não falou logo; e isto cheira bom...é de comer? “sabonete” - Como saberemos? Experimente!

- Oh! Não! Ele faz arder os olhos, imagine dentro do corpo.

- Vamos...vamos Zarak, andemos logo, vamos ver esse café, isso eu acho que é de comer. E depois Zarak, vamos esperar o jornal. Tudo indica que vão falar sobre nossos amigos.

- Nós estamos cada dia melhor, não é Zhailly?

- É Zarak e eles como será que estão?

Será que sobreviveram?

Já pensou se formos só nós dois?

- Não quero nem pensar Zhailly.

- Hei...Hei vocês, venham tomar café. Está sobre a mesa, venham. “É e seus amigos; vamos ver? Mesmo porque, Zarak e Zhailly parecem bem e irão aprender bastante” Zhailly estava enganada quanto à distância da cidade e certa ao mesmo tempo: é que pôr terra torna-se mais longe que pela água.

No entanto seus amigos também encontram-se bem mais próximos deles e os acontecimentos para ambos os locais eram mesmo o inverso.

De onde Zarak e Zhailly partiram, só se falava dos milagres e do castigo ao fazendeiro. Sem saberem do verdadeiro motivo da sua morte.

Talvez não tão longe, seus amigos , nos trinta e poucos quilômetros dali, e o pavoroso do local é que o tal de chupa cabras assombrava as redondezas. E isto a TV iria mostrar. O medo toma conta da pequena cidade, que fazia divisa com o nordeste.

Somente alguns, considerados meio malucos, atribuíam os fatos a seres de outro planeta, pois a maioria, ignorantes e sendo muito católicos, acreditavam serem obras do mal, demônios ou coisas parecidas.

Certos que não era normal, aparecia cada história e retratos falados de tipos muito estranhos, como se um lobisomem também vagasse pôr ali.

Mas a realidade em verdade era completamente outra. Tinham sim, os amigos de Zarak e Zhailly a ver com as tragédias de certos animais encontrados e como foram encontrados.

A distância entre Zarak e seus amigos não passava dos trinta quilômetros, mas pôr não saberem as posições certas uns dos outros, isso a torna impossível e parece muito longa.

Seus amigos também passaram pôr privações, mesmo tendo ajuda do cão, o qual, além de tornar-se o mais fiel e confiável companheiro, não podia ensinar-lhes como mostrarem-se aos humanos.

As chuvas que enchem os rios e sua nave às margens de um pequeno lago, o qual formava-se somente nas cheias, estava com partes submersas. Com o tempo, cresceram pequenas vegetações, tanto ao lado, quanto em cima na terra que caiu do barranco, cobrindo ainda mais sua nave.

Voltamos às semanas em que eles pousaram.

Depois de reconhecerem bem o terreno pôr perto e da afinidade com o cão.

A tripulação era em número de oito deles, classificados de dois em dois, de acordo com suas qualidades: as duas fêmeas eram médicas e os demais: mecânicos, navegadores ou pilotos e os professores ou estudantes de idiomas, sendo esses também técnicos em eletrônica.

E enquanto dois ou mais ficavam em descanso, “um tipo de hibernação, conhecido pôr nós”, os outros saiam em busca de alimentos e possível contato com outros de sua espécie, mas não sabiam como, nem mesmo se seria possível.

Sendo um povo pacífico, não tinham armas, só um tipo de bengala, com um tipo de descarga elétrica, usada só como proteção, a qual poderia matar, se carregada com alta intensidade.

Suas saídas noturnas eram sempre em quatro mais o cão. Dividiam-se dois para cada lado. Enquanto dois bem mais distante faziam muito barulho com o cão, chamando a atenção e espantando os animais, os outros dois adormeciam com choques vacas ou cabras, para roubarem o leite, que era junto ao sangue de outros pequenos animais, como tatus, lagartos e filhotes de jacarés, essencial para sobreviverem.

Com certos manuseios de muitas habilidades, as doutoras, além de tirar os alimentos dos dois itens, conseguiam uma pomada essencial para suas peles, que sempre ressecava, causando rachaduras bem doloridas.

As semanas passavam e sempre a mesma rotina.

Mas, em suas saídas às vezes eles costumavam parar horas perto do pequeno vilarejo, a pequena cidade ainda em formação.

Via-se também os hidroaviões – como pousavam e decolavam. Estudam-se todos os meios e eles acreditam em breve poder fazer uso, após do conserto da nave, poderem voltar ao espaço. Levar à nave mãe as informações e algo mais no possível, como água e alimento, e deixarem alguns dos tripulantes na terra para se aprofundarem no estudo da nossa cultura.

Mas um dia qual chovia-se muito, e acabou atrasando a suas voltas, um pequeno lago, logo estava cheio e obrigou-os a mudarem de caminho, teriam eles de descer beirando o rio , foi quando ouviram vozes dos humanos e viram as luzes..? e isso tornou-se um obstáculo, levando os a procurar outro caminho. Mais como nos os humanos a curiosidade faz com que eles permaneçam e prestem muita atenção. Foi quando Zôrvas teve de elecrutar seu cão, ( não matando é claro), pois este quase denuncia a presença de todos ali.

Os humanos pareciam em festa, todos comiam algo qual estava sobre o fogo, catavam e bebia-se muito.

Mais algo ali os assusta, outros humanos cortando friamente grandes animais,(jacarĂŠs) tirando suas peles e depositando os restos no rio.

Vendo aquela barbaridade, o medo dos humanos aumenta ainda mais entre eles, e para eles ĂŠ hora de voltar, fora o frio pĂ´r ter parado muito tempo, logo o dia iria clarear e tornar-se-ia mais difĂ­cil os seus retornos.