Edição 999

Ofertas de emprego esta semana. Consulte as páginas 26, 27, 28 e 35

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S E M A N Á R I O

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Semanário Regional | Director José Ribeiro Vieira | Director - Adjunto João Nazário Ano XVI | Edição 1204| 9 de Agosto de 2007 | Preço 1 Euro IVA incluído | JORLIS-Edições e Publicações, Lda. Rua Comandante João Belo, nº 31 Apt.1098 2401-801 Leiria | Tel 244800400 | Fax 244800401 | geral@jornaldeleiria.pt | www.jornaldeleiria.pt

Duarte Vilar, presidente da Associação para Planeamento da Família

"Não sou contra a adopção por homossexuais" Sociólogo e investigador, lamenta que a educação sexual ainda não tenha entrado na rotina das escolas. Diz que há maior resistência à aceitação da sexualidade das raparigas e considera “absolutamente” insuficientes as medidas de promoção da natalidade anunciadas pelo Governo PÁGINAS 12 E 13

Maioria dos arrumadores tem problemas de alcoolismo

REGIÃO Marinha Grande

Praias da costa atingidas por "maré negra"

PÁGINAS 4 E 5

LEIRIA Vai ter casa para sem abrigo PÁGINAS 4 E 5

Vestígios pré-históricos em Monte Real PÁGINA 7

Joe Berardo vende Pluricanal à PT PÁGINA 18

ASAE não larga suiniculturas PÁGINA 18

ÚLTIMA

Suplemento Viver

Fátima

Armazém de Alcobaça ilumina artes

Projecto quer transformar aérodromo em aeroporto regional

PÁGINAS 2 E 3

OPINIÃO

ÚLTIMA Anabela Frazão relações públicas

Batalha

PÁGINA 6

Nazaré

Jorge Barroso governa Câmara com PS e independentes PÁGINA 10

Comer terá que ser , cada vez mais, um acto racional. Tudo está disponível: basta comprar!

RICARDO GRAÇA

Variante concluída em 2008

PÁGINA 14

Fernando José Rodrigues professor e escritor

DESPORTO António Violante treina Selecção Nacional Sub-20 Alcobaça vence Volta a Portugal de juniores Fátima recebe Académica para a Taça da Liga Ginastas de Leiria vão aos jogos mundiais

Não sou promovido neste concurso absurdo, apesar do mérito

PÁGINAS 22 A 25

PÁGINA 14

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2 | 9 de Agosto de 2007

| SOCIEDADE | JORNAL DE LEIRIA |

| C a r t o o n |

LHO CLÍNICO DAVID CATARINO

Depois de anos e anos de candeias às avessas, a Câmara de Ourém e o proprietário do aeródromo de Fátima estão a reunir esforços no sentido de transformar a infra-estrutura existente num aeroporto regional.

A autarquia, presidida por David Catarino, prepara-se para adjudicar a elaboração do projecto, tendo sido criado um grupo de trabalho para o efeito.

| I m p r e s s õ e s |

ANTÓNIO VIOLANTE António Violante foi nomeado para seleccionador nacional de sub-20, substituindo José Couceiro. Mais uma boa notícia para o treinador leiriense, que vê a Federação Portuguesa de Futebol premiar o seu trabalho à frente das selecções mais jovens.

LUÍS PINTO

O presidente da Associação de Solidariedade Académico de Leiria tem desenvolvido um trabalho meritório para retirar os arrumadores da rua. Embora alguns acabem por voltar a consumir drogas, outros conseguiram libertar-se do vício e integrar-se no mercado de trabalho. Graças às oportunidades que lhes são dadas por Luís Pinto.

RUI VITÓRIA

Na estreia em competições profissionais, o Fátima venceu o Santa Clara para a Taça da Liga e passou à segunda eliminatória, onde vai encontrar a Académica de Coimbra.

O técnico Rui Vitória tem grande responsabilidade no futebol de qualidade, nos golos e principalmente nas vitórias.

O poder da música Já eram quase seis da tarde quando o João me desafiou a ir ao pio a ouvir Amália Rodrigues ou Zeca Afonso e vou a um conSuperBock-SuperRock assistir ao concerto de uma das suas bancerto dos The Arcade Fire. Simplesmente gosto de música, sem das preferidas: The Arcade Fire. Ainda pensei duas vezes: ir para sequer ter a presunção de dizer boa música. E reconheço a sua Lisboa, voltar tarde, trabalhar no dia seguinte… Mas acabei por força e o seu poder! admitir que seria uma excelente forma de terminar o dia. E em Porque só um poder assim é capaz de reunir milhares de pespouco mais de uma hora estávamos à frente das bilheteiras, sem soas ao mesmo tempo por todo o mundo, em torno de palcos e filas e com a desagradável sensação que, infelizmente, a cultura artistas na luta por um planeta melhor, como aconteceu no Live não é um direito de todos, mas um luxo a que apenas alguns podeEarth, no passado mês. Só uma força assim consegue sensibilizar rão ter acesso. Os preços dos bilhetes assim o ditam! as pessoas para a miséria e desgraça humana que se vive nos paíEntrámos no recinto, onde ainda tocava a banda da "minha" ses verdadeiramente pobres e que cai sempre no esquecimento dos cidade: Os Gift. Mais um dos muitos exemplos de que a qualidade mais ricos, como foi o Live 8 no ano passado, ou ainda o mais e a diferença são os determinantes do sucesso e não têm de ter lugar remoto e percursor Live Aid no já longínquo ano de 86. E, quandestinado para nascer. Podem mesmo nascer aqui tão perto… do este poder da música é colocado ao serviço do mundo e do As bandas sucediam-se no grande palco e o público crescia à homem, atinge-se a excelência e ultrapassa-se o simples prazer medida que as horas passavam. E, quando reparo, vejo-me rodeade ouvir uma música, passando a apreciar-se todo o seu potenda de uma multidão de pessoas estranhas, de todas as idades, de cial de mobilização. E talvez se consiga mais, assim, que com anos todas as partes do País e talvez do mundo, eventualmente das de diplomacia e hipocrisia política. mais variadas culturas e formas de pensar. É isto a músiÉ a mesma música que tem todo este impacto univerca! sal, que também mexe com o quotidiano das nossas vidas.

Não sou nenhuma entendida no tema, nunca fui fã Faz-nos recordar momentos, associar sentimentos, lemincondicional de um grupo musical, ou colei posters de brar-nos pessoas e episódios, desfilar lágrimas e pensaum ídolo nas paredes do quarto, nem mesmo na adolesmentos. Tudo parte integrante da nossa vida. cência. Nunca me defini através de um estilo musical ou Numa altura em que os festivais de Verão são mais que usei roupa que identificasse esse estilo. Cresci a ouvir Beamuitos e acontecem a cada esquina deste País, falar de tles e Rolling Stones com o meu pai, passei a adomúsica é quase uma forma de desejar a todos umas lescência com Pixies e Doors, da mesma forma boas férias.

Joana Louro* * Médica que compro um CD da Mafalda Veiga, me arre-

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Há uma total inversão ao nível das remunerações na Administração Pública: os piores ganham o que nunca ganhariam no privado e os melhores ganham muitíssimo menos do que deveriam Paulo Macedo, director-geral dos Impostos, Expresso

O Governo socialista é persecutório em relação à Região da Madeira duma forma que roça também a ruptura institucional, ou seja, a ilegalidade José Pacheco Pereira, professor universitário, Sábado

O problema da Ota passou a ser um Governo que se enche de dúvidas ao mesmo ritmo a que enterra dinheiro na Portela Pedro Camacho, director da Visão

p o n t a É melhor ter oito por cento da população desempregada um mês do que um por cento da população sem emprego oito meses António Mendonça Pinto, consultor do Banco de Portugal, Exame

Muito má ideia devem ter os portugueses dos políticos e muito má ideia deve ter um político como Marques Mendes da inteligência dos madeirenses e dos portugueses em geral Manuel António Pina, Visão

O clima não é de modo algum o mais favorável para o aparecimento de novas empresas, mas quem nasce em dias de tempestade está mais preparado para as intempéries Nuno Frazão, empresário, Leiria, JORNAL DE LEIRIA

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l í n g u a |

A orientação sexual não se adquire por contágio

Salazar temia a absorção de Portugal por Espanha

Duarte Vilar, director executivo da Associação para o Planeamento da Família, JORNAL DE LEIRIA

Jaime Nogueira Pinto, professor de Ciência Política, Jornal de Notícias

Até gosto de palavrões, a língua é para se falar. Desde que seja contextualizado, não me choca Rosa Lobato de Faria, escritora, revista Tabu, SOL

O preço mais alto do salazarismo foi o de que a classe política ficou com pavor de defender em democracia os valores que Salazar defendeu no sistema autoritário ou ditatorial Idem

Que se saiba, a única emenda que Saramago fez na vida foi trocar as dedicatórias à primeira mulher por dedicatórias a Pilar. Isto até prova que mesmo o estalinismo pode ser romântico

O Porto está de joelhos e rasteja face ao Poder Central

Luís Filipe Borges, actor, revista Tabu, SOL

Pedro Abrunhosa, cantor, Jornal de Notícias

A Direita precisa de voltar à ideologia, de cuidar da identidade nacional Idem

Forum j o r n a l

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EDITORIAL

l e i r i a

Noites de Verão

Facto da semana

A palmada é anti-pedagógica?

O Conselho da Europa quer mudar mentalidades e pôr fim às "palmadinhas" nas crianças. Nesse sentido, vai lançar a partir de Outubro uma campanha de sensibilização nos 47 países que pertencem à organização. O

objectivo é instituir o "limite zero", ou seja, que em nenhuma situação se recorra a tabefes, açoites ou palmadas nas crianças, nem mesmo como "correctivo moderado". Concorda com esta medida?

Depoimentos Concordo e subscrevo completamente o Conselho da Europa no que respeita ao fim dos castigos corporais nas crianças. Há mil e uma maneiras de educar sem ser com as mãos.

Eduardo Sá, psicólogo

Luís Villas-Boas, psicólogo

Sou absolutamente contra qualquer tipo de violência contra crianças. Mas não me oponho quando a palmada - como gesto - parte da mãe ou do pai, sem injustiça e no momento certo, para mostrar que foi ultrapassado o limite. Penso que tolerância zero possa ser demasiado excessivo. É preciso saber dosear e harmonizar afectos e limites.

Natércia Ferreira, educadora de infância , Pombal

Concordo. À medida que os pais vão ficando mais experientes, vão conseguindo imporse sem recorrer à palmada. Conseguem exercer autoridade sem punir dessa maneira. E se há uma fórmula de sucesso, diria que a fórmula é mesmo autoridade quanto baste. Se a palmada faz parte de uma situação episódica não é uma catástrofe, mas não pode ser utilizada a torto e a direito.

A agressão física é sempre má e um péssimo exemplo para as crianças, e as agressões verbais também têm efeitos muitos negativos. Mas uma palmada dada no momento certo não é violência e tem resultados. A preocupação do Conselho da Europa parece-me bem, mas é impossível até entre famílias normais. Quem é a mãe ou o pai que, no limite, não dá uma palmada?

Maria Jorge Costa, directora da revista Pais e Filhos

Pontos de vista Numa primeira abordagem parece-me uma posição radical. No entanto, compreendo que mais vale prevenir. Todos nós já assistimos a agressões absolutamente condenáveis por parte de pais, com recurso a práticas violentas. Pessoalmente, no papel de filha ou de mãe, considero que uma "palmadinha" no momento certo nunca causou trauma a ninguém.

Sempre tive uma postura de ausência de castigo físico. Sou radicalmente contra qualquer tipo de violência, mas admito que por vezes seja necessário a chamada "sacudidela de moscas". Uma coisa é a intenção de punir com dor, outra é evitar que as crianças tenham comportamentos inadequados.

Como mãe, julgo que o tabefe não deve ser abolido por completo. Na altura certa, um tabefe bem dado pode resolver algumas coisas. É claro que também não estou a pensar em violência física. Já em meio escolar, sou absolutamente contra.

Em 13 anos de trabalho nunca o fiz. Há outras alternativas.

É politicamente correcto, mas até que esta medida seja praticada ainda levará tempo. Em todo o caso, defendo que se caminhe para a sociedade do conhecimento e não para a lei do tabefe.

Lurdes Ramos, mãe de família numerosa, Leiria

Diamantino Jordão, ex-comandante da PSP de Leiria

Mónica Gama, professora de ensino básico, Leiria

Carlos Rainho, presidente da FERLEI Federação Regional de Pais e Encarregados de Educação, Vieira de Leiria

Queixam-se as praias da região de falta de gente no Verão. De banhistas residentes e de passantes. É natural que assim seja, embora esse fenómeno não se repita de igual forma em todas as praias.

Veja-se por exemplo, a Praia da Vieira, que dotada de uma infra-estrutura hoteleira dinâmica e com vários serviços de apoio aos clientes, tem trazido até lá muita gente de fora que, em condições normais, nunca se lembraria de ir àquela praia. Neste caso, como em outros, o que mais conta é a capacidade de iniciativa, de criatividade e de inovação dos agentes económicos que têm que ser apoiados pelas câmaras municipais, "donas" desses territórios. Só com um grande esforço é que se conseguirá manter vivas as praias de águas frias do nosso Litoral.

Há cada vez mais alternativas que levam a maioria das famílias, especialmente as que têm a seu cargo crianças, adolescentes e jovens a procurar as praias do Sul do País ou até do estrangeiro, onde as atracções são muitas e o mar mais quente, acolhedor e calmo, apesar de ser menos mar.

Por outro lado, existem cada vez mais opções de veraneio. São as zonas termais em recuperação, um pouco por todo o País, visitadas e ocupadas pelos mais velhos, como são outras formas de turismo da natureza que se têm desenvolvido nos últimos anos. Temos aqui bem perto bons exemplos, seja nos concelhos do Norte do distrito, seja no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, onde cada vez se vê mais gente a observar a beleza da paisagem, a passear e descansar.

Há ainda na região um fenómeno novo. A atractividade crescente da própria cidade de Leiria, com novos espaços de lazer, onde crescem os locais de convivência que dão satisfação e prazer. S ã o n o v o s c a f é s , restaurantes e bares, novas zonas pedonais trazendo às noites de Leiria gente de todas as idades que, em parte, preferia antes os serões das praias. A oferta é assim cada vez maior, circunstância que obrigará cada um e todos, os que têm que ver com a vida nas praias, a recorrer a soluções inovadoras que suscitem a atracção das gentes que gostam particularmente da areia, do sonoridade e do cheiro do mar.

JRV

4 | 9 de Agosto de 2007

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Sociedade

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Espaço destinado a sem-abrigo e vítimas de violência

Centro de acolhimento ficará nos Pousos A Associação de Solidariedade Académico de Leiria está na fase final das negociações para instalar um centro de acolhimento nos Pousos. A intenção é tirar das ruas os sem-abrigo e dar apoio a pessoas marginalizadas, através da procura de soluções que permitam a sua reinserção social. O JORNAL DE LEIRIA dá-lhe também a conhecer o trabalho desenvolvido pelo projecto Porta Aberta e dois arrumadores com percursos de vida diferentes. E faz ainda um ponto de situação do que se passa noutros concelhos Textos: Alexandra Barata Fotos: Ricardo Graça SOLUÇÕES ENCONTRADAS NOUTROS CONCELHOS

Caldas da Rainha Parque explorado por bombeiros Em Caldas da Rainha, o parque de estacionamento da Avenida da Independência Nacional está a ser explorado pelos bombeiros. Conceição Pereira, vereadora da Acção Social, adianta que com esta medida conseguiram afastar os arrumadores, pelo que equacionam seguir o mesmo procedimento noutros pontos da cidade, através da cedência da exploração a associações. No passado, usaram como estratégia para afastar os arrumadores a presença permanente da polícia, acompanhada por técnicos da autarquias que encaminhavam os toxicodependentes para tratamento. Só que alguns recaíam.

Agora, vai ser feito um novo levantamento e estudadas as melhores soluções para resolver o problema.

O novo centro de acolhimento para sem-abrigo, arrumadores, prostitutas, vítimas de violência e ex-reclusos deverá localizar-se em S. Romão ou em Azabucho, nos Pousos, revelou ao JORNAL DE LEIRIA Luís Pinto, presidente da Associação de Solidariedade Académico de Leiria (ASAL). Depois da população da Barreira e da Associação de Defesa do Centro Histórico terem inviabilizado as localizações anteriormente propostas, a solução parece agora estar mais próxima.

Enquanto se ultimam os pormenores, a ASAL tem andado a fazer a caracterização dos semabrigo de Leiria e das pessoas sem qualquer familiar na cidade, na sequência da aprovação de uma candidatura ao Progride, que permitiu contratar uma assistente social, uma socióloga e duas psicólogas.

As quatro técnicas disponibilizam apoio psicossocial a esta população, com vista à sua reinserção social. Para tal, contam com o apoio de uma equipa de rua, constituída por voluntários.

Marta Ferreira, assistente social, afirma que, até ao momento, conseguiram integrar no mercado uma pessoa, na área da jardinagem, e encaminhar quatro para formação, com vista a facilitar a conquista de

um posto de trabalho. O problema é que, segundo a técnica, muitos não têm a qualificação mínima exigida (9º ano) para frequentar este tipo de acções.

DINHEIRO LIVRE E IMPOSTOS Dos 34 arrumadores sinalizados nas ruas de Leiria, apenas 15 se mostraram interessados em frequentar o projecto Porta Aberta para receber apoio psicossocial e intervenção terapêutica. “Muitos estão acomodados. Ganham bastante dinheiro na rua, que, como dizem, é livre de impostos. É preciso ter muita força de vontade para mudar de trabalho e ir ganhar

metade ou menos de metade”, justifica Marta Ferreira.

As dificuldades em lidar com esta população são inúmeras, especialmente no que diz respeito ao cumprimento de regras.

Exemplo disso são as faltas constantes às consultas ou a desistência de frequentar as acções de formação. Além disso, os consumidores de álcool e droga manifestam alterações de humor e, por vezes, chegam mesmo a ser agressivos com os elementos das equipas de rua, em especial quando estão a “ressacar”. “Tem que se ir construindo uma relação empática diariamente”, defende a assistente social.

Perfil dos arrumadores Indivíduos identificados: 34 Sexo: 29 homens e cinco mulheres Problemas associados: sem-abrigo (15 por cento), alcoolismo (19 por cento), toxicodependência (15 por cento) e desemprego (40 por cento) Idades: Dos 30 aos 55 anos Escalão etário predominante: 40 a 45 anos Habilitações literárias: maioria tem apenas o 4º ano Situação laboral: desempregados, instabilidade profissional, trabalhos precários, beneficiários do Rendimento Social de Inserção Fonte: Porta Aberta Dados respeitantes a Abril

NÃO DAR MOEDAS Assim que o centro de acolhimento estiver pronto, Luís Pinto pretende promover uma campanha a apelar aos condutores para não darem moedas aos arrumadores. “Queremos secar a actividade.” Em contrapartida, promete oferecer às pessoas que vivem na rua comida, dormida e “dinheiro no bolso”. Para tal, pretende que frequentem acções de formação para ganharem autonomia e poderem entrar no mercado de trabalho.

Além do contributo do projecto Porta Aberta, a ASAL tem atingido pequenas vitórias ao nível da integração destas pessoas. A própria associação já integrou nos quadros três ex-toxicodependentes e conseguiu trabalho em empresas para mais três. Luís Pinto ressalva, porém, que existem casos em que as pessoas estão quatro a cinco anos sem consumir e depois têm recaídas.

O presidente da ASAL revela, por outro lado, que estão em fase final de negociações com os proprietários de uma vivenda em S. Romão que pretendem arrendar para instalar um lar para crianças e jovens em risco, com capacidade para 12 crianças. I

Marinha Grande Arrumadores em comunidades terapêuticas Os cinco ou seis arrumadores que se viam até ao início do ano passado na Marinha Grande desapareceram das ruas desde a abertura do centro Porta Azul, em Abril de 2006. “Os arrumadores que estavam nas ruas eram utentes das equipas da Novo Olhar e já estavam sinalizados. Quando abrimos o centro, conseguimos encaminhá-los para lá”, explica Ana Patrícia Nobre, directora da associação cívica. Além do trabalho inicial ao nível da “redução de danos” e da higiéne, no Porta Azul os arrumadores são motivados a integrarem comunidades terapêuticas ou de inserção.

Peniche Vigilantes municipais ordenam trânsito “Em Peniche, nunca houve problemas com arrumadores. Temos vigilantes municipais para ordenarem o trânsito no parque central da cidade e no parque marítimo”, esclarece António José Correia, presidente da autarquia. As pessoas com problemas de toxicodependência e alcoolismo são apoiadas pelo projecto Porto mais seguro, que dispõe de equipas na rua que trocam seringas e administram metadona aos toxicodependentes.

A iniciativa resulta de uma parceria entre diversas entidades. I

| JORNAL DE LEIRIA | SOCIEDADE |

Alcino, o guardador de chaves Alcino, 37 anos, pode não ter estudado relações públicas, mas tem a escola toda. Arrumador no Largo de S. Francisco há quatro anos, a sua ausência é notada quando por algum motivo se atrasa. Tem o número de telemóvel dos clientes, trata-os pelo nome e estaciona-lhes os carros quando têm dificuldades com as manobras. Mas, acima de tudo, conquistou a sua confiança. De tal ordem que lhe confiam as chaves dos seus carros quando não há lugares para estacionar.

“Tento ser o mais simples possível. E respeitar as pessoas acima de tudo. Se perguntares quais são os meus defeitos ninguém sabe. Procuro estar bem com toda a gente e comigo próprio.” A primeira pessoa a confiar-lhe as chaves do seu Mercedes foi o ex-governador civil Francisco Coutinho, que tem um consultório de advocacia nas imediações.

A partir daí, o procedimento começou a generalizar-se, pelo que o molho de chaves na mão passou a fazer parte da imagem de marca de Alcino. “Já cheguei a ter 34 chaves num dia”, conta orgulhoso. “ É sempre o mesmo pessoal. Não me esqueço da cara das pessoas. Sei a que horas chegam, a que horas saem. Sou um grande observador.”

Num “dia bom”, Alcino chega a fazer 30 euros. Mas há dois anos, é que a vida lhe corria bem, porque havia mais rotatividade no parque. Hoje, a confiança que criou com as pessoas que procuram o Largo de S. Francisco para estacionar o carro é tal que há quem opte por lhe pagar à semana ou ao mês. Há ainda aqueles que não lhe dão nada, porque se dão bem com ele. “Mas isso tem de mudar”, sublinha.

Além de garantir um lugar a todos os que lhe entregam as chaves quando estão com pressa, mesmo quando não há espaços disponíveis, Alcino sente-se, de certa

forma, responsável pela vigilância do espaço. Há quatro anos, conseguiu evitar um assalto a um carro e tem sempre a preocupação de estar atento às “batidelas”.

“Tiro logo a caneta do bolso e anoto as matrículas. Seja conhecido ou não. A vida custa a todos.”

Divorciado e pai de duas filhas,

Alcino está em tratamento no Centro de Atendimento a Toxicodependentes, mas assegura que já se livrou das drogas. O passo seguinte será sair da rua e arranjar emprego. “É bom ter dinheiro todos os dias, mas isto não chega. Não me dá futuro.” Propostas não lhe parecem faltar. I

Falta de trabalho “empurra” Francisco para as ruas O ar afável deixa no ar a dúvida se será um arrumador. Contudo, quando se apercebe que o carro se está a aproximar, levanta o braço para dar indicação de que não há lugares naquele lado do parque do mercado municipal. Francisco, 43 anos, é arrumador há “dois ou três”, na sequência de um acidente de trabalho, que o impediu de continuar a fazer a recolha do lixo para a Câmara do Cadaval.

Com “dois ferros nas costas” que o impossibilitam de estar sentado mais do que alguns minutos sem que as dores o incomodem, mudouse para Leiria há quatro anos à procura de melhor sorte. Cansado de esperar pelas respostas às entrevis-

tas de emprego que nunca vinham, foi à procura de espaço na rua para assegurar a sobrevivência da família. Dos cinco filhos e da mulher, vendedora ambulante, que chega a casa muitos dias sem ter vendido uma única peça de roupa.

Sem um “território” definido, Francisco procura espaços de estacionamento que não estejam ocupados por ninguém. Na segundafeira de tarde, por exemplo, encontrava-se no lado esquerdo do parque do mercado municipal, pois o arrumador que lá costuma estar já se tinha ido embora. Por dia, chega a juntar 20 a 25 euros, em moedas de 20 e 50 cêntimos.

“Numa semana se houver três ou

quatro pessoas a darem-me um euro não é mau.”

Mas Francisco tem outros planos para a sua vida. “Se Deus quiser, daqui a seis meses a um ano não conto estar aqui. Estou a tratar dos papéis para a reforma por invalidez e depois quero inscrever-me numa firma de segurança.” Um trabalho em que já tem experiência e que o realiza, por poder estar em contacto directo com o público. “Não quero estar muito tempo a fazer este serviço. Só estou aqui para desenrascar alguma coisa para casa. Nada mais.

Isto não é feito para ninguém.” À hora da partida, deixa o apelo: “se souberem de algum trabalho, lembrem-se de mim!” I

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BREVES

I Leiria

Rapaz suspeito de atear fogo em igreja A PSP de Leiria identificou uma criança de 12 anos como suspeita de ter ateado dois focos de incêndio na igreja de Pousos, ocorridos no fim-de-semana. Quando os agentes chegaram domingo ao local, as informações que recolheram apontavam para fogo posto, vindo a identificar um rapaz de 12 anos com base no testemunho de várias pessoas. Segundo um comunicado da PSP, a criança confessou, na presença do pai, ter sido responsável pelo incidente de domingo e pelo foco de incêndio ocorrido no dia anterior num anexo à igreja. O segundo fogo, registado na zona do altar, requereu a presença dos bombeiros municipais de Leiria, tendo sido destruídas algumas toalhas, uma bíblia e um livro de homílias.

Oficina de arqueologia na Casa dos pintores O protocolo de colaboração entre a câmara de Leiria e o IGESPAR – Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico – com vista à recuperação da 'Casa dos pintores', localizada no Largo Paio Guterres, foi aprovado na semana passada. O acordo vigorará até ao final de 2008, prevendo que aquele instituto acompanhe tecnicamente as obras de reabilitação do edifício. O imóvel será transformado numa oficina de arqueologia, com laboratório de tratamento e restauro de materiais, espaço para mostras temporárias de peças arqueológicas e uma zona para inventariação e estudo de espólio. Está ainda prevista a criação de uma área para arquivos arqueológicos.

Intervenção na pessoa deficiente Um grupo de trabalho, constituído por representantes de várias instituições do distrito, está analisar os principais problemas na intervenção com a pessoa deficiente e estudar propostas que possam melhorar as políticas sociais nessa área. A iniciativa é promovida pelo Núcleo Regional do Centro da Rede Europeia AntiPobreza/Portugal e abrange os distritos de Leiria, Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Guarda e Viveu. As conclusões do trabalho serão apresentadas num encontro em Novembro. I

| SOCIEDADE | JORNAL DE LEIRIA |

Via vai descongestionar trânsito no IC2

Variante da Batalha concluída em 2008 A Câmara de Leiria aprovou, na última sessão, o traçado da variante da Batalha, proposto pela Estradas de Portugal (EP), com a recomendação de que tenha uma ligação no sentido Norte/Sul ao IC36, via que fará a ligação entre a A1 e a A8. Embora se desconheça a data de início da obra, a variante é apontada como uma obra prioritária porque irá descongestionar o IC2 e trazer mais qualidade de vida à população da Azoia. Segundo a EP – Estradas de Portugal, em 2008 deverá estar concluída.

Isabel Damasceno, presidente da Câmara de Leiria, não esconde a sua desconfiança em relação à execução do projecto, que tem sido adiado pelo Governo por “incapacidade financeira”. A prova disso, diz, é que têm inscrito apenas pequenos montantes em PIDDAC (Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central).

“Quando viemos para cá, já

de 2006, o ministro das Obras Públicas, Mário Lino, anunciou que ambas as obras teriam início este ano e que a variante da Batalha teria um custo na ordem dos 25 milhões de euros e o IC36 de 32 milhões de euros. I AB

Porto de Mós dá luz verde

ALEXANDRA BARATA

6 | 9 de Agosto de 2007

A Câmara de Leiria aprovou o traçado proposto se falava na variante da Batalha. Sempre se disse que o IC2 degradava o mosteiro. Mas mais importante para Leiria era o IC36.

Há muita gente que vem pelo IC2 e, se tivesse o IC36, vinha pela A1”, afirma a autarca. Por isso, defende que a solução ideal seria construir o IC36 e a varian-

te da Batalha em simultâneo.

Segundo informações disponibilizadas pela EP, embora a conclusão da variante seja apontada para 2008, “é prematuro prever a data para o lançamento da respectiva empreitada, bem como os valores associados ao investimento”. Contudo, em Dezembro

O trajecto da variante da Batalha também foi aprovado em reunião de Câmara de Porto de Mós. Os dados disponibilizados pela EP revelam que a via terá cerca de 14 quilómetros de extensão e que “começa no concelho de Porto de Mós (nó de S. Jorge), devidamente articulado com o traçado do futuro IC9, e termina no concelho de Leiria, Alto do Vieiro, junto ao IC36/A8.” I

Montante abaixo do recomendado pelo Ministério da Educação

Professores de Inglês descontentes com valor pago pela Câmara de Leiria Alguns professores de Inglês a dar aulas a alunos do 1º ciclo, no âmbito das actividades extra-curriculares, estão descontentes com o valor pago pela Câmara de Leiria, que se situa entre os sete e os 8.5 euros à hora, quando noutras autarquias próximas chega a atingir 14.5 euros. Uma medida que é justificada com a necessidade de poupar dinheiro para pagar os transportes, instalações e alimentação dos alunos.

“No ano lectivo passado, os professores receberam entre sete e 8.5

euros à hora. Foi um autêntico leilão. As entidades promotoras que fizessem o preço mais barato ficavam com os agrupamentos. Em contrapartida, houve outras câmaras, como a de Ourém, que pagou entre 12 e 14.5 euros à hora”, conta uma docente de Inglês de Leiria, que pediu para não ser identificada.

A professora estranha, por outro lado, que a autarquia de Leiria não siga as recomendações do secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, que fixa como valor

mínimo por hora cerca de 10.5 euros. “O caderno de encargos diz que prevalece a proposta que tiver o valor mais baixo, quando na minha opinião devia prevalecer a qualidade.”

Tendo em conta que o Ministério da Educação paga 250 euros por criança anualmente, a docente questiona onde é que a autarquia está a aplicar o restante montante. Isabel Damasceno, presidente da câmara, informa que optou por escolher as propostas com os preços mais baixos porque o valor

atribuído por aluno não chega para pagar as despesas com transportes, aluguer de instalações e alimentação.

“O valor não cobre as despesas.

Não só na Câmara de Leiria como em todas as câmaras”, assegura a autarca. No sentido de resolver este problema, revela que a Associação Nacional de Municípios Portugueses está a fazer um levantamento junto de todas as autarquias do País para assumir uma posição formal sobre o assunto. I Alexandra Barata

Estudo avalia imagem do IPL e seus diplomados

Empresários e instituições preferem alunos de Engenharia Os cursos de Engenharia Informática, Civil, Mecânica e Electrotécnica; Gestão de Empresas; Contabilidade e Finanças; Marketing; e Turismo, ministrados nas escolas do Instituto Politécnico de Leiria (IPL), são os que têm mais interesse para a maioria das empresas e instituições inquiridas pelo IPL, em termos de recrutamento. Esta

é uma das conclusões de um estudo realizado em 2006 sobre a Imagem do IPL e dos seus diplomados junto dos empregadores da região.

“As competências consideradas mais importantes pelos empregadores são a competência técnica e capacidade para solucionar os problemas, a capacidade de adaptação e de organização do trabalho,

a capacidade de relacionamento e de trabalho em equipa e o desempenho profissional em geral”, revela o inquérito, a que responderam 381 empresários e instituições.

Cerca de 80 por cento dos inquiridos afirmaram ter uma imagem positiva do IPL e 55 por cento têm ou tiveram estudantes ou diplomados do instituto como

colaboradores, em relação aos quais manifestam um “elevado grau de satisfação”. Aliás, 77 por cento manifestaram mesmo a intenção de, no futuro, recrutar diplomados do IPL. O estudo permite ainda concluir que a formação ministrada no IPL responde às necessidades das empresas e instituições. I

| JORNAL DE LEIRIA | SOC IEDADE |

Lâminas de sílex encontradas nas obras de construção da variante

RICARDO GRAÇA

Vestígios pré-históricos descobertos em Monte Real

Obras estão a ser acompanhadas por arqueólogos Os técnicos de arqueologia e de geo-arqueologia que estão a acompanhar as obras de construção da circular Sul a Monte Real descobriram três lâminas de sílex numa das cavidades cársicas existentes no local. João Pedro Ribeiro, vice-presidente do IGESPAR- Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, sublinha, no entanto, os utensílios pré-históricos encontrados aparecem “descontextualizados” e, “por si só, não provam a ocupação humana” do local nesse período.

“Os objectos podem ter sido deslocalizados para ali posteriormente”, explica aquele responsável, adiantando que, para já ainda não foram descobertos vestígios que sustentem a tese de Manuel Heleno, antigo director do Museu Nacional de Arqueologia que, na primeira metade do século XX, publicou arti-

gos sobre a possibilidade de ter existido no local uma necrópole e ocupação pré-histórica.

A construção da variante têm também posto a descoberto algumas grutas, com placas de estalactites e estalagmites, achados que já eram esperados, uma vez que a obra “está em cima de maciço calcário, que tem fenómenos cársicos, como pequenas galerias”, revela João Pedro Ribeiro.

Apesar de considerar que essas formações têm “algum interesse”, o geólogo Pedro Proença da Cunha não acredita que houvesse grande viabilidade na exploração dessas cavidades. Na sua opinião, a solução poderia passar por retirar as placas com mais interesse e expô-las num local público.

Quem não se conforma com a destruição das grutas é José Nunes André. O geografo, residente em Monte Rela, lamenta também que

a variante destrua o designado “monte real”, cabeço que deu nome à povoação e onde “a rainha Santa Isabel se instalou”, tendo mandado construir um paço, “do qual restam algumas ruínas, a cerca de 50 metros do local das obras”.

MOÇÃO EXIGE PASSAGEM SUPERIOR A Assembleia de Freguesia de Souto da Carpalhosa aprovou recentemente uma moção, exigindo a construção de uma passagem superior na variante a Monte Real, para assegurar a ligação pedonal entre os lugares de Picoto e Várzeas. A Brisal, consórcio responsável pela obra, adianta que a construção da passagem superior foi alvo de estudo, “estando dependente da Estradas de Portugal a decisão de avançar com a sua execução”. I Maria Anabela Silva

Centro histórico é alvo preferencial

Pombal candidata-se ao Polis XXI Pombal pondera candidatar-se ao programa Polis XXI, à semelhança do que Ourém pretende fazer em Fátima. O plano passa por intervencionar toda a zona histórica da cidade, bem como o velho castelo templário, aproveitando as sinergias promovidas pelo plano de requalificação da autarquia para o local.

“Será uma maneira de promover o turismo do nosso concelho”, diz o presidente da câmara. Narciso Mota adianta estar convencido que a sua cidade vai ter os mesmos apoios

que foram dados a Leiria e Marinha Grande, no âmbito do anterior programa Polis. “Somos o maior concelho do distrito e o segundo em população, creio que já merecemos alguma atenção da parte do poder central.”

Um dossier de candidatura está a ser estudado pelo gabinete do vereador e vice-presidente da câmara Diogo Mateus, esperando-se para breve mais novidades sobre as áreas e tipologia de intervenção prevista para a cidade de Pombal.

Sobre o Polis XXI, o ministro do Ambiente, Nunes Correia, refere no site da Sociedade Parque Expo, responsável pela gestão de todos os programas Polis, que “terá três tipos de intervenção: intra-urbana, de alavanca do desenvolvimento regional e de sistema urbano nacional”, o que indica a realização de um trabalho mais profundo do que o realizado até agora, em termos de requalificação urbana. I JSD

9 de Agosto de 2007 | 7

BREVES

Fátima

GNR fiscaliza 130 condutores A GNR realizou domingo uma acção de fiscalização na cidade de Fátima, tendo sido abrangido cerca de 130 automobilistas.

A intervenção resultou na detenção de duas pessoas, por condução com uma taxa de alcoolemia superior a 1.2, e na autuação de 14 condutores que apresentavam valores de álcool no sangue entre 0.5 e 0.2. O efectivo envolvido na acção, 13 agentes e um oficial, fiscalizou também estabelecimentos de diversão nocturna. Nestes espaços, foram detidas duas pessoas por permanência ilegal no País e levantados autos de contra-ordenação a dois estabelecimentos por incumprimento de horário.

Ourém

Sugestões para PDM com prazo alargado A Câmara Municipal de Ourém vai alargar o prazo de recepção de sugestões para a revisão do Plano Director Municipal (PDM).

Com vista a uma maior participação possível nesta fase do processo, a autarquia alterou a data limite de 22 de Agosto para 30 de Setembro. As sugestões terão de ser formalizadas junto da autarquia, acompanhadas pelas plantas de localização, devendo a autarquia responder a todas.

O processo é gratuito, excepção da emissão de plantas, que custam 6.04 euros.

Pombal

Câmara com certificação de qualidade O município de Pombal viu renovada a certificação de qualidade, na Secção de Atendimento e Expediente Geral. O diploma, o primeiro a ser atribuído a uma autarquia, de acordo com a norma internacional ISO 9001, foi colocado em prática pela Divisão de Obras Particulares em Julho de 2003. Passados quatros anos, a certificação da qualidade foi estendida à Divisão de Urbanismo, ao Sector de Fiscalização e à Divisão de Águas e Saneamento. Este último serviço está a preparar um processo de certificação ambiental de acordo com a norma ISO 14001, tendo já ultrapassado com sucesso a fase da auditoria, prevendo-se a sua conclusão e emissão da certificação em Setembro.

| SOCIEDADE | JORNAL DE LEIRIA |

Protecção civil com novo sistema de geolocalização

Aeronaves demoram menos tempo a chegar a incêndios A funcionar desde 11 de Julho, o novo sistema de geolocalização de aeronaves ao serviço da Autoridade Nacional para a Protecção Civil permite reduzir o tempo de saída dos meios aéreos para o combate aos fogos. O sistema calcula automaticamente a distância entre o foco de incêndio e os centros de meios aéreos mais próximos e verifica a disponibilidade das aeronaves em tempo real.

Gil Martins, comandante nacional da Protecção Civil, explicou ao Diário de Notícias que, com este mecanismo de geolocalização, é possível “reduzir para metade o tempo que vai desde o alerta do incêndio até à saída da aeronave”. Isto faz com que a chegada ao local do sinistro seja “bastante mais rápida”, reconhece uma fonte do Centro Distrital de Operações e Socorro de Leiria, sublinhando também o facto do sistema indicar, com “precisão e rapidez”, os meios disponíveis.

Na região, existem actualmente seis meios aéreos: dois helicópteros - um médio e outro ligeiro -, estacionados em Pombal e Figueiró dos Vinhos, dois

cóptero pesado, que ficará no centro de meios aéreos de Pombal, mas que ainda não está disponível. A aeronave faz parte de um lote de dez já adquiridas, mas cujos processos de verificação e certificação decorrem ainda, impedindo a sua entrada em operações.

RICARDO GRAÇA

8 | 9 de Agosto de 2007

Dromaders, que se encontram na pista da Giesteira, Fátima, e dois Berievs, a operar a partir da Base Aérea de Monte Real.

Estas últimas aeronaves actuam em todo o território nacional,

enquanto que as restantes têm um raio de actuação de 30 quilómetros.

O Plano Nacional de Defesa de Floresta contra Incêndios atribuiu ao distrito mais um heli-

ACIDENTE EM INQUÉRITO O Ministério da Administração Interna ordenou um inquérito às causas da queda de um avião Dromader, estacionado na pista da Giesteira, Fátima, que provocou a morte do piloto. A aeronave despenhou-se sexta-feira, em Rexaldia, Torres Novas, quando combatia um incêndio.

Maria Anabela Silva

MEIOS AÉREOS NA REGIÃO Meio Helicóptero médio Helicóptero ligeiro 2 aviões pesados-Beriev 2 aviões ligeiros- dromadair helicóptero pesado

Localização Pombal Figueiró dos Vinhos BA5 - Monte Real Fátima Pombal*

Capacidade 1500 litros 800 litros Até 12 mil litros 2 a 3 mil litros 5 mil litros

Raio de actuação 30 Kms 30 Kms País todo 30 Kms 50 Kms

*está atribuído mas ainda não chegou

Velocidade de operação 200 Kms/hora 200 Kms/hora 240 a 600 kms/hora 160 Kms/hora 250 Kms/hora

Autonomia 1:30 horas 1:30 horas 3 horas 1:30 horas 3 horas

Fonte: Plano Nacional de Defesa de Floresta Contra Incêndios

Falhas afectam concelho da Batalha e freguesia de Alqueidão da Serra

Ruptura provoca cortes de água Algumas zonas do concelho da Batalha e a freguesia de Alqueidão da Serra, Porto de Mós, passaram a última semana com falhas no abastecimento de água. Na origem do problema estiveram duas rupturas numa conduta.

Segundo Carlos Henriques, vicepresidente da câmara da Batalha, os trabalhos de reparação foram dados por concluídos segunda-feira à noite com o sistema a “funcionar em pleno a partir das 21:30 horas”.

Por estar numa zona de “fim de rede”, a freguesia de Alqueidão da

Serra, abastecida pelo sistema da Batalha através da empresa Águas do Lena, foi uma das áreas mais afectadas. “Tem sido o caos. A água vem e falha. Por vezes estamos muitas horas sem abastecimento”, conta Fátima de Jesus, residente na Rua da Chã.

Para reduzir os incómodos, a câmara de Porto de Mós recorreu ao abastecimento através dos bombeiros. “Ter uma freguesia como Alqueidão sem água, durante uma semana, é muito complicado”, reconhece o presidente da autarquia, frisando que se trata de um pro-

blema antigo e que deverá ser resolvido com a criação de alternativas ao sistema da Águas do Lena.

Segundo o edil, encontram-se já em construção dois reservatórios e está a ser preparado o concurso para que a freguesia passe a

ser abastecida através do sistema de Porto de Mós Na Batalha, foram afectadas parte da freguesia da Batalha, a sede de concelho e a zona baixa de Reguengo do Fètal.

MAS

Rede pública chega a Casal Velho A rede de abastecimento de água à aldeia de Casal Velho, na freguesia de S. Bento, Porto de Mós, foi inaugurada sábado. Trata-se de um investimento de aproximadamente 80 mil euros, que irá servir cerca de 30 habitações.

Concelho produz mais resíduos, mas recicla mais

Pombal aumenta tarifa da água O preço da água em Pombal vai sofrer um agravamento de cinco por cento. Isto significa que, a partir de 1 de Setembro, uma família que gaste 30 euros de água a cada dois meses vai ver a conta subir 1.5 euros.

O aumento acontece um ano depois da autarquia ter aprovado a subida de preço das tari-

fas de recolha de resíduos sólidos e saneamento básico, que também engloba a água. O pelouro responsável havia já prometido, há um ano, a revisão dos preços, argumentando que os custos que o município tem de suportar com a recolha dos resíduos sólidos urbanos e depósito no aterro sanitário da Valor-

lis assim o obrigam. A medida mereceu as críticas e o chumbo do vereador do PS, Sérgio Leal, que concordou com o aumento da tarifa aplicada à recolha dos resíduos sólidos urbanos, mas não com o do abastecimento de água.

O vereador do Ambiente justifica estas medidas com um

aumento da produção de resíduos sólidos urbanos, no concelho. “Mais 7.4 por cento em lixo e 17 por cento em matérias recicláveis. Isto é, embora se produzam mais resíduos, também se recicla mais”, explica Michäel da Mota António.

JSD

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9 de Agosto de 2007 | 9

Judiciária investiga ossadas que se presumem humanas

Várias ossadas e restos de um cadáver que se presume humano foram encontrados, ao final da tarde de domingo, num pinhal junto a Paredes da Vitória, freguesia de Pataias. A delegada de Saúde de Alcobaça, Teresa Amélia, que esteve várias horas no local da descoberta, referiu não haver ainda a certeza se se trata de ossadas humanas.

Manuel Silva, da delegação de Leiria da Polícia Judiciária, confirmou que o caso está a ser investigado para apurar do que se trata.

O alerta foi dado para a GNR por um cidadão, que estranhou o cheiro no

local. As autoridades descobriram restos de um cadáver em avançado estado de decomposição. “As ossadas estavam ocultadas dentro de um saco de plástico”, explicou Manuel Silva. “Os elementos da GNR descobriram uma mala que continha um conjunto de tecidos e ossadas embrulhados”, confirmou o major Carlos Ramos, da GNR. Depois das autoridades policiais e da delegada de Saúde, elementos dos Bombeiros Voluntários de Pataias foram chamados ao local, tendo conduzido os restos mortais ao Instituto de Medicina Legal de Leiria. No entanto, deve-

Causas estão a ser apuradas

Descarga poluente mata centenas de peixes Centenas de peixes apareceram mortos no passado sábado, no Rio Alcoa, na freguesia do Bárrio. Na terça-feira, ainda havia peixes à superfície e a água mantinha um intenso mau cheiro. No local estiveram elementos do Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente da GNR, mas as causas da descarga poluente são, até ao momento, desconhecidas.

Contactado o vereador do Ambiente na Câmara de Alcobaça, o autarca refere não ter ainda certezas quanto à origem da poluição. Mas Hermínio Rodrigues não hesita em afirmar que a descarga poluente foi feita muito perto do rio. Tudo aponta para que a origem seja a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), situação que a empresa multimunicipal Águas do Oeste não esteve disponível para esclarecer.

O alerta foi dado para a GNR através da Protecção Civil. O major Carlos Ramos, do destacamento de Leiria, disse que os militares daquela força de segurança confirmaram a existência de um produto venenoso a poluir o Rio Alcoa. “Havia espuma e a água estava turva”, esclareceu a mesma fonte. A GNR já identificou a possível fonte poluente, mas refere que as investigações prosseguem, não havendo ainda certezas quanto ao que levou à morte de centenas de peixes.

Enquanto a água se manteve poluída, os campos do Bárrio, Cela e Valado dos Frades, a montante do rio, foram contaminados, já que utilizam aquela água para rega. A situação deixou indignado Orlando Pereira, autarca do Bárrio.

AFP

Nazaré

Ano do golfinho A Câmara da Nazaré vai promover um workshop integrado nas comemorações do Ano do golfinho.

A iniciativa terá lugar amanhã, dia 10, a partir das 9:30 horas, na Biblioteca Municipal da Nazaré com um colóquio sobre o tema. A partir das 15 horas, os participantes poderão optar entre participar em actividades de sensibilização ambiental na biblioteca municipal, um passeio para ver golfinhos ao largo da

Nazaré ou conhecer o Projecto delfim, desenvolvido pelo Centro de Estudos dos Mamíferos Marinhos. As inscrições para o workshop poderão ser efectuadas pelo telefone 262 550 010, pelo fax 292 550 019 ou pelo email capmar@cm-nazare.pt. O programa e a ficha de inscrição poderão também ser encontrados em www.cm-nazare.pt. A participação custa dez euros, sendo gratuita para crianças até 14 anos.

rá ser na delegação de Coimbra que se conseguirá apurar mais elementos.

O local é ermo, mas é possível o acesso de automóvel. O buraco de onde foi retirado o saco encontra-se dentro de uma propriedade murada, mas cujo portão está caído (na foto). O caminho situa-se a cerca de 100 metros do parque de merendas de Paredes da Vitória, local muito frequentado no Verão.

As investigações prosseguem, prevendo-se demoradas as conclusões que ajudem a desvendar este caso.

Ana Ferraz Pereira

ANA FERRAZ PEREIRA

Cadáver escondido no pinhal junto a Paredes da Vitória

No local ficaram vários pares de luvas utilizadas por investigadores e bombeiros

10 | 9 de Agosto de 2007

| SOCIEDADE | POLÍTICA | JORNAL DE LEIRIA |

João Benavente (PS) e António Salvador (Independentes) garantem maioria ao PSD É Verão.

Preocupemo-nos! É oficial. Estamos em plena silly season, termo que identifica o período do Verão que se caracteriza pela proliferação de notícias e histórias 'frívolas' nos media. É certo que o País está a banhos, à excepção da banca que enfrenta o Verão mais quente do milénio e do PSD que está em campanha intestina. Mas não nos iludamos. Diariamente tropeçamos em eventos inquietantes, que poderiam passar despercebidos nesta fase de anestesia mental generalizada que todos merecemos nesta altura do ano.

Leio um oportuno editorial deste jornal intitulado 'Por quanto tempo?', cujas reflexões partilho inteiramente. Até quando iremos nós encarar os incêndios, esta pérfida marca do Verão, como uma fatalidade nacional? Preocupa-me que de nada tenha servido a dor, o perda e a angústia de tantas populações ao logo dos tempos, e mais recentemente, as de Pombal, Leiria e Ourém. Preocupa-me que nada se tenha aprendido com a destruição de um valor irrepetível que é Portugal.

Outro valor irrepetível é a Liberdade. Por isso, preocupa-me que uma das mais nobres manifestações desse valor, a liberdade de expressão, seja posta em causa.

O engenheiro Sócrates já determinou que esta liberdade é para usar com moderação e eis que surge uma nova purga. Este episódio preocupa-me especialmente porque se prende com o afastamento de pessoas válidas por razões políticas. Sempre me afligiu que, perante uma evidente escassez de competência, se maltrate personalidades disponíveis para colocar o seu mérito ao serviço do País. Foi o que aconteceu com o afastamento da professora Dalila Rodrigues do cargo de directora do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA). O seu desempenho sempre mereceu o reconhecimento dos seus pares e do público. Organizou exposições ímpares, colocou o MNAA no circuito cultural europeu, reconciliou o público com a arte antiga, triplicou receitas e duplicou visitantes. Discorda, com razão, do modelo de gestão e financiamento dos museus. Em mais uma prova do dirigismo que norteia a patética política de Cultura do PS, Dalila Rodrigues foi afastada sumariamente. Que esperar de um Governo que impõe o pensamento único e irradia sectarismo em detrimento do mérito, da qualidade e do desempenho? Pouco ou nada. Isso preocupa-me.

Felizmente, também preocupou Sua Excelência o Presidente da República. Boas Férias!

Teresa Caeiro, deputada do CDS-PP

Estabilidade governativa regressa à Câmara da Nazaré Jorge Barroso pode, finalmente, respirar de alívio. Depois de dois meses de grande convulsão no seio do executivo municipal, na sequência da exoneração de Reinaldo Silva como vice-presidente da câmara, o autarca do PSD parece ter recuperado a estabilidade governativa com os regressos à vereação de João Benavente (PS) e António Salvador (Grupo de Cidadãos Independentes).

Decorrida metade do mandato, Barroso está a enfrentar o período de maior instabilidade desde que assumiu a presidência da câmara em Janeiro de 1994. No início do ano, logo após a suspensão de mandato do socialista João Benavente, começaram os problemas de relacionamento entre o chefe do executivo com a bancada do PS, especialmente devido ao endurecimento do discurso do vereador Vítor Esgaio.

Se com o Grupo de Cidadãos Independentes sempre existiu alguma tensão, o litígio aumentou a partir do momento em que Reinaldo Silva se começou a insurgir contra Jorge Barroso, num processo que culminou com

va do PSD na autarquia. O ex-deputado considera ser do interesse do concelho a estabilidade governativa, em vez de apostar numa estratégia de confrontação política. Resta saber como se passará a comportar Vítor Esgaio, cujo esfriamento de relações com o presidente da Câmara é por demais evidente, mas que deixou de ter o controlo absoluto da bancada socialista.

Também do lado dos Independentes há quem tenha vontade de não obstaculizar a gestão de Jorge Barroso, com António Salvador a optar por viabilizar algumas matérias e, com isso, garantir a estabilidade.

Barroso tem vivido um período de instabilidade o fim da colaboração entre os dois mais proeminentes autarcas nazarenos da última década.

Reinaldo Silva passou mesmo a exibir-se como líder da oposição, confortado com as posições tomadas por Vítor Esgaio e Antó-

nio Trindade (Independentes).

Com o retorno de João Benavente ao executivo, o cenário muda radicalmente, uma vez que o antigo autarca da Azambuja sempre se mostrou disponível para viabilizar a maioria relati-

PSD perde liderança da Freguesia de Ribeira do Fárrio

Filho de ex-presidente da junta ganha eleições em Ourém Encabeçando uma lista de independentes apoiada pelo PS, Pedro Janeiro é o novo presidente da Junta de Freguesia de Ribeira do Fárrio, em Ourém. As eleições intercalares realizaram-se domingo, com o candidato independente a conseguir 440 (71.3 por centro) dos 617 votos, contra os 171 (27.7 por cento) obtidos por Fernando Simões (PSD) Pedro Janeiro, 30 anos, sucede ao pai, Filipe Janeiro, que renunciou ao cargo na sequência de uma polémica entre a junta de freguesia e a câmara de Ourém, por causa da construção de um muro, e que levou à demissão dos elementos da autarquia. Filipe Janeiro presidiu à junta durante 17 anos, eleito sempre pelo PSD, e não se pôde recandidatar pelo facto da lei impedir os autarcas resignatários de se apresentarem de novo a votos.

“O povo decidiu. Os resultados são o melhor comentário que posso fazer”, afirma Pedro Janeiro, que diz ter sido convidado pelos antigos membros do executivo, a maioria dos quais integram o novo elen-

NOTÍCIAS DE OURÉM

|Opinião|

Pedro Janeiro (à esq.) sucede ao pai, Filipe Janeiro co da junta, para “dar continuidade ao trabalho feito”.

Em comunicado, a Comissão Política do PS de Ourém considera que a vitória de “um conjunto de cidadãos contra o PSD”, numa freguesia onde até aqui os sociais-democratas tinham “os melhores resultados” eleitorais do distrito, “resulta num sério aviso à forma como esta força política tem geri-

do a câmara municipal, e estabelecido relações com as 18 freguesias do concelho”.

Até ao fecho de edição não foi possível contactar Fernando Simões.

Mas, durante a campanha, o candidato do PSD confessou à Agência Lusa não acreditar na sua vitória, porque o ex-presidente da junta “fez um bom trabalho”.

MAS

ELEIÇÕES AFASTADAS Se, como tudo indica, João Benavente e António Salvador “viabilizarem” a maioria relativa do PSD, o equilíbrio de forças no executivo transforma-se radicalmente. Os social-democratas, até aqui reduzidos a Jorge Barroso e Mafalda Tavares, voltam a ter condições para se manter em funções, afastando o cenário, que chegou a ser bem real, de eleições intercalares.

Joaquim Paulo

Disputa da liderança no PSD

TSDs de Leiria com Marques Mendes Os TSDs – Trabalhadores Sociais Democratas – do distrito declararam o apoio a Luís Marques Mendes, segundo revelou Paulo Baptista dos Santos, director de campanha do candidato na região.

Num reunião realizada na semana passada ficou também decidido que a direcção de campanha irá integrar Fernando Costa e João Marques, presidentes das câmaras de Caldas da Rainha e de Pedrógão Grande, respectivamente. Sob o lema Unir o PSD e governar em 2009, a campanha do candidato no distrito “privilegiará o contacto directo com os militantes”, explica Paulo Baptista dos Santos, adiantando ainda que, apesar da Concelhia de Leiria estar ao lado de Luís Filipe Menezes, alguns militantes já expressaram o apoio a Marques Mendes, “como é o caso de João Cunha”.

| JORNAL DE LEIRIA | SOCIEDADE |

9 de Agosto de 2007 | 11

| Crónicas sobre o futuro |

A razão e a emoção oltando a António Damásio, cientista e filósofo português a viver nos Estados Unidos, a tese central da sua investigação é de que a emoção é indissociável do pensamento e dos comportamentos humanos. Todavia, Damásio não diz em lado nenhum que essa conclusão retira importância à razão, nem o podia dizer, porque ele próprio chegou a esse resultado da sua investigação através de um impecável exercício de racionalidade, que é o método da investigação científica. Há contudo uma certa ironia e talvez uma razão de ser neste interesse dos portugueses em geral e de António Damásio em particular pelo funcionamento do cérebro humano, na continuidade aliás de outros portugueses ilustres, como é o caso do professor Egas Moniz, o nosso primeiro prémio Nobel. A ironia está em que o pensamento e os comportamentos dos portugueses demonstram uma irreprimível tendência para usarem de forma sistemática a emoção para desvalorizar a verdade, através da fuga à razão. É aquilo a que já tenho chamado o sín-

V

droma Malhadinhas, célebre personagem de um livro com o mesmo título, do grande escritor e notável português que foi Aquilino Ribeiro. Síndroma que considero como uma das causas do atraso português, não porque valorizamos e usamos a emoção, mas porque desvalorizamos e usamos muito pouco a razão.

A semana passada, o presidente da Câmara de Moimenta da Beira dizia com toda a naturalidade não haver qualquer ilegalidade, ou responsabilidade, da autarquia no facto de terem morrido dois banhistas no rio da terra apesar de haver uma proibição de tomar banho no local, tendo a autarquia ali colocado um dos chamados apoios de praia, com nadadoressalvadores e tudo. O senhor presidente afirmou mesmo, repetidamente, que aquilo não era uma praia e que os nadadores lá colocados, eram meros "elementos de segurança" porque naquele local há muita gente que pratica os mais variados desportos. Este exemplo, de "dar a volta ao texto", usando palavras e ideias como forma de fugir à verdade, é muito habitual entre nós, e, diariamente, somos confrontados com este tipo de

O pensamento e os comportamentos dos portugueses demonstram uma irreprimível tendência para usarem de forma sistemática a emoção para desvalorizar a verdade, através da fuga à razão HENRIQUE NETO, empresário

comportamento, ao ponto de, por vezes, dar mais trabalho reconstituir a verdade, pelo meio de um emaranhado de meias verdades e de omissões tácitas, do que resolver o problema que nos preocupa. Nas empresas, como no Estado, este é um factor que contribui fortemente para a baixa produtividade e para o erro que dominam o trabalho dos portugueses, porque não havendo o hábito, ou a formação, de pensar e de agir racionalmente, através da análise rigorosa dos factores em presença, hierarquizando-os e tratando-os de forma organizada e sistémica, o resultado é a perda de tempo, os avanços e recuos permanentes e o trabalho e as decisões por tentativas. O que não é ajudado pela tendência para o autoritarismo e pela ausência da dúvida e da curiosidade crítica.

Os meios de comunicação reflectem diariamente esta realidade.

São comuns notícias incompreensíveis por falta, total ou parcial, da informação relevante; a ausência de quantificação; a troca dos dados, por exemplo, milhões em vez de milhares de milhões; ou a importância dada aos efeitos, sem qualquer preocupação

pelas causas. Trata-se de um caldo de cultura que o clima de facilidade e de fuga à responsabilidade, originado nomeadamente na escola e após o 25 de Abril, muito tem contribuído para agudizar.

Cultura que se instalou no Estado, com efeitos devastadores: o Estado desorganizou-se e deixou de actuar de forma disciplinada, tanto pela ausência de penalização consequente e atempada, como pela pedagogia que faz dos maus exemplos, que são ambos factores essenciais, quando correctamente utilizados, para que as pessoas e a sociedade actuem de forma organizada e responsável.

Por tudo o que fica dito o nosso futuro colectivo apresenta-se pouco risonho. Tem-se mesmo acentuado a irracionalidade colectiva nos últimos tempos, a qual, pouco a pouco, vai dominando o dia-a-dia dos portugueses. Por outro lado, quase sempre, o que falta em uso da razão, como instrumento essencial do mando e do poder, sobra em autoritarismo e na criação de dogmas, mais ou menos acríticos, que de forma continuada degradam a qualidade da organização política e social da Nação.

12 | 9 de Agosto de 2007

| SOCIEDADE | ENTREVISTA | JORNAL DE LEIRIA |

Duarte Vilar, director executivo da Associação para Planeamento da Família

“Há uma maior resistência à aceitação da sexualidade das raparigas” Sociólogo, investigador e director executivo da Associação para o Planeamento da Família, Duarte Vilar lamenta que a maior parte dos jovens ainda não tenha acesso a programas de educação sexual “claros” nas escolas e em casa. Concorda com as medidas anunciadas recentemente pelo Governo para incentivar a natalidade, mas diz que são “completamente insuficientes”. E mostra-se favorável à adopção por casais homossexuais, porque “não há evidências de que crianças que vivam essas pessoas sejam menos felizes”.

Textos e fotos: Maria Anabela Silva da sexualidade' e eu não correspondo a este padrão. Uma das funções da educação sexual é a de valorizar o carácter individual e diversificado do comportamento sexual humano.

A questão do desempenho sexual é motivo de angústia?

Para algumas pessoas. Nos rapazes e nos homens qualquer falha é encarada o princípio do fim ou um problema grave. Têm dificuldade em situá-la no seu contexto.

Algumas destas situações podem cristalizar-se em problemas sérios de disfunção sexual.

Dados divulgados na semana passada pela Associação para o Planeamento da Família (APF) colocam Portugal como o segundo país da UE com mais mães adolescentes. A que se devem estes resultados?

Portugal tem uma taxa elevada de mães adolescentes, quando comparado com países da União Europeia a 15. Há uns anos, em cada mil partos feitos em Portugal, entre dez a 20 envolviam adolescentes. No ano 2000, as adolescentes representavam seis por cento dos partos. Agora, estar-seà abaixo dos cinco por cento. Mesmo assim não deixa de ser um problema. Uma das razões que o explica é o facto das adolescentes, até há pouco tempo, não terem acesso ao aborto legal. Haveria raparigas que levavam a gravidez até ao fim porque não tinham condições para a interromper. Há depois os casos de gravidezes desejadas. São situações de jovens sem grandes projectos, quer académicos quer profissionais, para quem a gravidez funciona como um projecto de vida.

É possível que haja planeamento de uma gravidez aos 15 ou 16 anos? É. Mas, uma coisa é a jovem imaginar que a gravidez e a maternidade podem ser um projecto de vida. Outra, é saber se esse é um projecto de vida positivo. Muitas vezes, a gravidez na adolescência é um factor de reprodução da pobreza, sobretudo, quando as jovens já estão numa situação desfavorecida, o que acontece em grande parte dos casos de mães adolescentes em Portugal. O problema tem uma componente sociocultural importante. Em jovens de origens africanas ou de minorias étnicas, a gravidez precoce é valorizada. No caso das raparigas ciganas, o problema não é estar grávida, mas o de não ter filhos. Uma jovem que tenha projectos e que fique grávida por 'acidente' terá mais tendência a interromper a gravidez.

A que se deve a redução do número de mães adolescentes?

Ao desenvolvimento da escolaridade e da formação profissional dos jovens e a progressos na

educação sexual e no acesso e utilização de contraceptivos. Houve uma mudança gradual das atitudes dos jovens em relação a comportamentos de risco.

Isso apesar de sucessivos estudos concluírem que entre as camadas jovens ainda há muita falta de informação sobre sexualidade...

A maior parte dos jovens ainda não tem acesso a programas de educação sexual claros. Há cada vez mais escolas a desenvolver projectos e tem havido progressos na panóplia de informação disponibilizada. Mas, estamos longe de uma situação razoável ao nível a informação sexual dos jovens e até dos adultos.

Quais os mitos ligados à sexualidade que considera mais perigosos?

O mais perigoso é o de pensar que “a mim não me vai acontecer nada”, que leva pessoas, jovens e adultos, a terem comportamentos de riscos e uma relação sexual des-

protegida, não só quanto a uma gravidez não desejada como ao nível das doenças sexualmente transmitidas (DSTs). Isto acontece também porque há confiança no parceiro. A confiança é uma coisa muito bonita entre casais, mas pode ser um factor de desprotecção. As pessoas podem usar a pílula, mas não recorrem ao preservativo nem fazem testes às DSTs. Há ainda um conjunto de mitos relacionados com o desempenho sexual e com uma visão muito padronizada da sexualidade. O pensar que os outros têm determinado número de relações por semana e que são 'campões

Uma boa estratégia é oferecer livros aos filhos sobre questões de sexualidade, levandoos a fazer perguntas.

Refiro-me também aos filhos adolescentes.

Que avaliação faz do Grupo de Trabalho de Educação Sexual criado para estudar a problemática da educação sexual nas escolas?

Muito do trabalho da educação sexual é feito por carolice ou por motivação pessoal dos professores. O grupo apresentou propostas que podem vir a contrariar essa situação. Desde 2000, que os estabelecimentos de ensino são obrigados a ter um programa de educação sexual e reprodutiva nos seus projectos académicos. Mas a maioria das equipas ministeriais não fez cumprir essa obrigação. O que se propõe agora é que as escolas tenham um programa de educação para saúde que abranja as áreas de nutrição e alimentação, consumos de droga e álcool, sexualidade e violência nas escolas. O grupo recomenda que, uma vez por mês, haja uma acção de educação sexual por turma e que seja nomeado um professor coordenador do programa, com redução de tempos lectivos, e que haja o envolvimento de um grupo de docentes que garanta uma maior abrangência do programa. É preciso dar formação e apoio técnico a esses professores. Se tudo isso acontecer, é possível que o trabalho feito por carolice, passa a ser prática regular nas escolas.

As escolas estão receptivas a adoptar essas medidas?

Têm de estar. Ainda há muitos conselhos executivos e professores que não sabem como hãode fazer acontecer as coisas. Por isso, é preciso montar estruturas de apoio técnico às escolas. E avaliar se as escolas estão a cumprir as orientações superiores.

| JORNAL DE LEIRIA | SOCIEDADE | ENTREVISTA |

Qual o papel dos pais na educação sexual dos filhos?

O pais têm de perceber que a sexualidade faz parte do crescimento dos filhos. Devem ir respondendo, da forma mais adequada possível, às questões colocadas pelos filhos desde pequenos. Se se recusarem a responder ou se rodearem as questões, quando forem mais velhos, os filhos não quererão falar, porque foram percebendo que esta era uma zona onde os pais não se sentiam à vontade. Em relação às raparigas existem mais resistências na abordagem de questões ligadas à sexualidade por parte dos pais.

Porquê?

Porque se considera que os rapa-

zes mais tarde ou mais cedo acabam por ter relações sexuais, pois isso faz parte do seu crescimento.

Considera-se que, em relação às raparigas, é 'normal' isso acontecer muito mais tarde. E não é. Mais de metade das jovens iniciou relações sexuais antes dos 18 anos. E é muito frequente ouvir pais de raparigas de 17 ou 18 anos dizerem que as filhas ainda não andam preocupadas com isso. Há uma maior resistência à aceitação da sexualidade das raparigas. Também porque há um maior proteccionismo em relação a elas.

Como devem os pais responder às questões sobre sexualidade colocadas por crianças de 3 ou 4 anos?

Como se responde às outras questões dos filhos: por tentativa e erro. Muitas vezes, os pais não percebem as dúvidas dos filhos. Dão-lhes uma explicação, que eles percebem em parte. Mais tarde acabarão por colocar novamente a questão. É preciso alimentar este diálogo. Uma boa estratégia é oferecer livros aos filhos sobre questões de sexualidade, levando-os a fazer perguntas. Refiro-me também aos filhos adolescentes. O receio de traumatizar a criança por explicar determinadas questões é um falso problema. Se as coisas forem explicadas com naturalidade e com franqueza, nunca haverá o perigo de uma criança ficar traumatizada. Os traumas acontecem

por situações de violência, abusos ou abandono. A conversa não é traumática.

Concorda com a colocação de máquinas de preservativos nas escolas?

A questão fundamental é que os jovens tenham acesso fácil aos preservativos, e que estes sejam gratuitos ou baratos. A colocação de uma máquina na escola pode ser o mais difícil, porque os expõe mais. Mas se a máquina ficar num sítio recatado, não tenho nada contra, porque a divulgação do preservativo é a divulgação de um hábito saudável. E não é por divulgá-lo que os jovens vão a correr ter relações sexuais. I

“Não tenho nada contra a adopção por casais homossexuais” As medidas de apoio à natalidade, anunciadas recentemente pelo Governo, poderão ajudar a combater o problema da falta de nascimentos em Portugal?

São completamente insuficientes. As medidas vão beneficiar grupos sociais mais desfavorecidos, onde os níveis de natalidade são maiores, e terão um impacto muitíssimo ténue na classe média, onde se registam taxas de fecundidade mais baixas. Se os benefícios financeiros fossem maiores, havia impactos mais significativos, como aconteceu em França, com os benefícios fiscais dados pelo nascimento do terceiro filho.

Nos países nórdicos e na Alemanha, ter um filho é uma situação bastante apoiada pelo Estado. A par dos apoios financeiros, é preciso desenvolver a rede de apoios à educação dos filhos, como creches, jardins de infância e ATLs. Tem também de haver um grande debate nacional sobre a questão da natalidade, para perceber que valores estamos a privilegiar e perceber se são compatíveis com ter dois ou três filhos.

Até que ponto o dinheiro influencia na hora de decidir ter um filho?

A situação socioeconómica de Portugal limita fortemente a dimensão das famílias. Os portugueses ganham muito abaixo da média dos europeus e querem ter a qualidade de vida que outros europeus têm. Somos um país pobre da União Europeia. Temos o direito de ambicionar o mesmo padrão de vida de outros europeus. Mas não podemos esquecer que temos baixos salários, nem o aumento do desemprego. As actuais políticas económica, fiscal e de habitação não são 'amigas das famílias'.

Como vê a adopção de crianças por casais homossexuais?

Os estudos e a avaliação de casos de adopção por casais homossexuais contrariam o mito de que

O elevado número de médicos objectores de consciência poderá condicionar a aplicação da nova lei do aborto?

Dos 51 hospitais que poderiam aplicar a lei, 36 já integram a rede do Ministério da Saúde que presta cuidados de Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG). Não é necessário que a maioria dos médicos não seja objectora de consciência para que as coisas funcionem. Estima-se que sejam feitos anualmente 20 mil abortos. Esse número a dividir pelos 50 hospitais, daria pouco mais de uma IVG por dia em cada hospital.

essas crianças irão tornar-se homossexuais. Algumas irão, outras não, porque a orientação sexual não se adquire por contágio. Não há relação directa entre viver com pessoas homossexuais e vir a ser homossexual. Há muitas crianças

a viver com pais heterossexuais que são maltratadas. Não havendo evidências de que crianças que vivam com essas pessoas sejam menos felizes, não tenho nada contra a adopção por homossexuais.

Que comentário lhe merece a posição do governo regional da Madeira sobre a questão do aborto?

Lamento profundamente que, por motivos políticos, as mulheres da Madeira sejam tratadas de forma desigual. É uma flagrante violação da igualdade de direitos, com reflexos muito perigosos para a saúde das mulheres. A APF vai apelar ao governo da Madeira para que cumpra a lei e acabe com a actual situação de desigualdade e de risco acrescido para as mulheres desse território, empurradas para o aborto clandestino. Como cidadão, acho surpreendente o que se passa na Madeira em termos de não cumprimento da lei.

Somos todos portugueses. I

O sociólogo pianista Pai de duas filhas e padastro de mais duas raparigas, Duarte Vilar, 52 anos, diz “prezar muito” a vida familiar. Um papel que concilia com a actividade académica, na Universidade Lusíada de Lisboa, onde lecciona a cadeira de Métodos e Técnicas de Investigação Social, e com a função de director executivo da Associação para o Planeamento da Família (APF), que desempenha desde 1988. Licenciado em Sociologia pelo ISCTE (Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa), é doutorado em Sociologia da Comunicação e da Cultura, com a tese Falar disso: contributos para a compreensão da comunicação entre progenitores e adolescentes sobre temas da sexualidade. Tem feito investigação e dado formação sobre educação sexual e saúde reprodutiva, especialmente na adolescência. “Procuro conciliar a componente prática na APF, com as vertentes académicas e de investigador”, explica. Nos tempos livres, gosta de fazer caminhadas, ler, ir à praia e ouvir música. Uma paixão que o levou ao Conservatório Nacional, onde estudou piano durante alguns anos. Não porque quisesse ser pianista, mas porque “queria aprender a tocar as músicas de que gostasse”. Aprendeu a tocar guitarra sozinho. I

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Perguntas dos outros Amélia do Vale, professora, Leiria Se tivesse de escolher um país onde o modelo de educação sexual se tenha revelado uma intervenção de sucesso, qual apontaria? E porquê?

Nos países nórdicos e na Holanda as políticas de educação sexual têm sido bastante consistentes. Tem havido orientações claras em termos de conteúdos e dos espaços onde as coisas devem acontecer.

Não é por acaso que a Holanda é o país do mundo com menor taxa de gravidez na adolescência e com menos recurso ao aborto.

Isabel Lopes, presidente da delegação de Leiria da ADAV Os primeiros dados oficiosos indicam que as mulheres que estão a recorrer ao aborto são mães com dois filhos e grávidas de um terceiro. Isto revela uma falha no planeamento familiar. O que deve ser mudado para melhorar os actuais meios de informação sobre planeamento familiar?

Desconheço esses dados, mas o estudo que a APF fez no final de 2006 sobre a realidade do aborto revelou que existem dois períodos de vida das mulheres onde os abortos são mais frequentes: por volta dos 20 anos, antes do primeiro filho, e por volta dos 30, entre o primeiro e o segundo filho. Deve melhorar-se o uso da contracepção. Há mulheres que correm sistematicamente riscos nesta matéria, porque usam métodos inseguros. É preciso trabalhar este grupo de mulheres. Depois, há as falhas dos contraceptivos. A maternidade e a paternidade são coisas demasiado importantes para acontecerem só porque, biologicamente, houve um acidente. É preciso lutar por paternidades e maternidades desejadas, conscientes e livres.

Clarisse Bento, médica e coordenadora da Saúde Escolar na Sub-Região de Saúde de Leiria O que pensa do actual processo de educação sexual em meio escolar?

Estamos num momento de expectativa. O grupo de trabalho criado pelo Ministério da Educação está a apresentar propostas. Nos dois últimos anos lectivos já foram implementas algumas medidas. Antes desse grupo houve experiências muito interessantes, como o Programa de Promoção e Educação para a Saúde nas Escolas, que tinha um núcleo muito bom em Leiria. I

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| OPINIÃO | JORNAL DE LEIRIA |

| O p i n i ã o |

"Somos o que comemos" ou por mim cada vez mais vezes a pensar o que poderá compor aquilo que me preparo para fazer digerir o organismo. De facto, não é fácil, hoje em dia, manter uma alimentação saudável, porque o tempo para a cozinhar é escasso (outras prioridades lhe damos), porque a oferta de produtos embalados invade os supermercados e a nossa casa, porque, efectivamente, se não procurarmos por nós próprios informação objectiva e fidedigna sobre a relação alimentação/saúde, ela é escassa, embora se comecem a ver mais artigos e livros sobre aquelas temáticas. É preciso estar desperto para o problema para procurar informação e adoptar, consequentemente, um comportamento de selecção e avaliação dos alimentos a ingerir. Custa a acreditar que, num País como o nosso, os currículos do ensino básico e secundário sejam tão parcos ao nível dos cuidados a ter com a alimentação e a promoção da saúde. Também me parece que a classe médica poderia ter, nesses domínios, um papel mais activo na sociedade (salvo raras excepções, claro), mas assume, na maior parte das vezes, atitudes proteccionistas face ao conhecimento técnico que dispõe em vez de o "democratizar", naturalmente em matérias simples que ajudariam as pessoas a viver melhor.

A 27 de Julho noticiava o jornal Público "Portugueses cada vez mais obesos", com base no último Inquérito Nacional de Saúde, evidenciando, por exemplo, que na faixa etária dos 18 aos 24 anos "a percentagem de jovens adultos obesos, entre 1998 e 2005, aumentou 33.9 por cento nos homens e 25 por cento entre as mulheres, para se situar em 2005, nos 7.5 e 4.5, respectivamente. A obesidade em Portugal é já considerada, tal como na maioria dos países desenvolvidos, "uma epidemia em curso acelerado", nas palavras de João Breda, responsável pela Plataforma Contra a Obesidade, lançada no último mês de Maio.

Alberto Galvão-Teles, coordenador do Programa Nacional Contra a Obesidade e presidente da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade, em declarações prestadas àquele jornal, diz que "Não se está a

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Custa a acreditar que, num País como o nosso, os currículos do ensino básico e secundário sejam tão parcos ao nível dos cuidados a ter com a alimentação e a promoção da saúde

ANABELA FRAZÃO Relações Públicas

fazer rigorosamente nada em relação ao programa" (!) e que "se está a ir demasiado devagar na resolução de um problema gravíssimo" (!!). É sabido que a prevenção deste tipo de doenças começa na infância e se prolonga pela juventude. Aqui residirá a chave do combate a esta epidemia, criando bases nas crianças e jovens, ao nível dos hábitos alimentares e da prática de exercício físico, no sentido de aumentar as garantias de um bom comportamento alimentar para evitar sofrer, ao longo da vida, de determinadas doenças que daí poderão advir.

Acontece que, num País apesar de tudo pouco escolarizado nestas matérias como o nosso, grande parte da população não tem sequer consciência destes problemas, dos alimentos que deve deixar de parte, dos maus hábitos que não deveria ter, da quantidade ideal de alimentos que deveria ingerir, aumentando assim a velocidade de propagação da doença. Para a maior parte dessas pessoas, infelizmente, só quando as consequências forem muito graves, perceberá o verdadeiro ónus do problema.

Comer terá que ser, cada vez mais, um acto racional. Tudo está disponível: basta comprar! Ao contrário do que a nossa cultura latina nos incutiu, é preciso disciplinar a boca, e procurar o equilíbrio nutricional dos alimentos, distinguindo claramente o que nos faz bem do que não podemos comer. Há um livro sobre esta matéria que me parece muito interessante, de uma conceituada nutricionista britânica, Gillian McKeith (referida pelo Sunday Times como a "melhor nutricionista do Reino Unido"). Intitulado sugestivamente Somos o que comemos foi editado em Portugal pela Presença em 2006. É um livro a não perder, muito claro e objectivo, um autêntico manual de compreensão do funcionamento do nosso corpo, de interpretação de grande parte dos seus sinais e de esclarecimento sobre os alimentos que nos rodeiam e que nos fazem bem (ou mal!). Curiosamente, no texto de apresentação da autora, vem escrito: "Criada nas terras altas da Escócia, hoje em dia Gillian (…) tomou como missão partilhar os seus conhecimentos e melhorar a vida das pessoas"! Era o que precisávamos… I

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A natureza do poder arafraseando um aforismo corrente e avisado, se "o poder corrompe, a maioria absoluta corrompe absolutamente".

Corrompe princípios essenciais da vida democrática que se julgavam adquiridos, subverte regras de direito administrativo sem pudor algum, impõe, pela força do respeitinho salazarista, o medo em vários graus da sociedade, incluindo entre a classe docente.

Neste último Concurso de Acesso a Professor Titular, o Governo penaliza os docentes retroactivamente, violando claros princípios de natureza geral e constitucional.

Só para que os leitores fiquem a melhor perceber a razão desta descabelada mudança de regras, imaginem a carreira docente, a minha carreira, como um jogo de futebol. O jogo iniciou-se com regras bem definidas (no meu caso em 1979) e agora o Governo pretende mudá-las, abusivamente. Imaginem que quer transformar os cantos contra mim, em golos na minha própria baliza. O ministério fez as regras e mudou as regras e o Governo nada fez para impedir que elas fossem mudadas, violando claramente o princípio da confiança e estabilidade do nosso ordenamento jurídico e ainda o princípio da igualdade e da boa fé que deve subjazer a qualquer relação de direito, princípios estes constantes de vários artigos do Código do Processo Administrativo e da Constituição da República Portuguesa.

Eu próprio (como tantos colegas) não fui promovido, apesar do mérito que o meu currículo de 28 anos de carreira demonstra. Já exerci TODOS os cargos numa escola. TODOS. Não sou promovido neste concurso absurdo, apesar do mérito. Por não atingir 95 pontos, sendo discriminado ilegalmente em muitos dos itens.

Decididamente nasci num tempo errado. Desempenhei tarefas num tempo impróprio, onde governar uma escola, sem dinheiro e sem grandes apoios, era uma tarefa muito difícil. Mas isso nada conta, pois o Governo decidiu que, para efeitos de análise curricular, só contam os últimos sete anos. Gostava que o senhor primeiro-ministro me explicasse o que se deve entender por "mérito", aquela palavra que tanto usa, mas que julgo dever andar em trambolhões conceptuais. Algo etéreo, que anda para lá das nuvens, ou algo muito palpável e apreciado? Ao fim de muitos anos de traba-

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O Governo contou com um argumento de peso: trouxe ao cimo aquele vício nacional, conhecido como inveja, fomentou-o, deitou-lhe água benta e rezas várias contra os privilégios

FERNANDO JOSÉ RODRIGUES Professor, escritor fernando.jose.rodrigues@gmail.com

lho vejo colegas com 28, 30 e 33 anos de serviço a ficarem para trás e outros mais novos, a quem não quero negar o mérito, a ultrapassarem os mais velhos. É esta a definição de mérito de um Governo que ganha em encenação mas mantém, na essência, o paradigma do eduquês?

No entanto, o Governo contou com um argumento de peso: trouxe ao cimo aquele vício nacional, conhecido como inveja, fomentou-o, deitou-lhe água benta e rezas várias contra os privilégios.

Fiquei a saber num programa de rádio que os professores tinham muitos privilégios, pois até mudavam de carro de dois em dois anos, entre outras imbecilidades.

Mais ainda: se já não bastassem os fenómenos de delação, pidismo e prepotência que se têm vindo a espalhar, a Direcção Regional de Educação do Centro (DREC) quer saber, sem falta e imperativamente, quem vai recorrer dos resultados do Concurso de Professor Titular! Parece normal, mas não é: sendo o recurso feito pela net, no mesmo segundo em que é enviado, no mesmo segundo é recebido. Então para quê esta urgência?

Parece que a fidelidade ao chefe é o que mais conta, sendo por isso entediante. A ausência de crítica leva a que nada seja melhorado. O Governo só teria a ganhar em discutir (a sério) matérias como as que refiro, dando voz real aos interlocutores, promovendo a discussão nos graus intermédios e de base na Administração Pública, em vez de os transformar em meros executores de matéria há muito decidida.

Mas fiquei, por fim, a saber a razão pela qual só contam, para efeitos da minha carreira (??) os últimos sete anos. Compreendi tudo, eu que andava de olhos fechados. O senhor primeiro-ministro, em entrevista televisiva, referiu-se a Manuel Alegre como "alguém que de três em três anos escreve um artigo sobre o medo em Portugal", desprezando as críticas do deputado e a sua dimensão histórica, como homem que lutou pela Liberdade e a sua carreira de décadas.

Compreendi, então, que para Sócrates e com este desdém, a História não vai muito mais para além dos sete anos e que, tudo o que exista para além desse limite, entra no domínio do conto de fadas.

Do não-existente.

Foi, é certamente, o Governo da grande desilusão. I

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Conhecer a História propósito do "estado do mundo", Boaventura Sousa Santos escreveu que vivemos num tempo de perguntas fortes e de respostas fracas. Seguindo esta pista de reflexão desaguamos, inevitavelmente, na foz da incerteza dos dias que aí vêm. Face a essa circunstância, o conhecimento da História passada e a sua análise distanciada é, cada vez mais, um instrumento político de grande relevância.

Saber como fomos, como chegámos até aqui, o que nos une ou separa é um exercício intelectual indispensável à qualidade da gestão do colectivo social. Tenho mesmo a impressão de que alguma mediocridade política que por aí se vai revelando, estará inversamente proporcional ao conhecimento da História seja na sua visão mundial ou à escala do nosso País.

Em Portugal, os séculos XVII a XIX talvez estes com mais clareza - são livros abertos que explicam os nossos bloqueios ao desenvolvimento, que espelham as tensões sociais de fundo que perpassaram, com avanços e recuos, a nossa sociedade desde a agonia do Antigo Regime pós-medievo ao arrastado processo de afirmação do liberalismo burguês, que elu-

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Tenho mesmo a impressão de que alguma mediocridade política que por aí se vai revelando, estará inversamente proporcional ao conhecimento da História seja na sua visão mundial ou à escala do nosso País.

PEDRO BISCAIA Membro da Assembleia Municipal de Leiria, PS

cidam das razões do nosso atraso industrial, que justificam a estrutura da actividade económica ou o processo de acumulação de riqueza. Conhecer as tentativas modernizadoras do Conde da Ericeira que, incapaz de levar por diante o seu propósito, se suicidou e, depois, a notável visão do Marquês de Pombal, ambas arrasadas, primeiro pelo tratado de Methuen (1703) e, segundo, pelo movimento da viradeira (1777) com D. Maria II, perceber o papel obstaculizante da hierarquia católica, nomeadamente os jesuítas que dominavam a corte e a universidade, observar o significado da acção legisladora de Mouzinho da Silveira ou descobrir o país aberto preconizado por Fontes Pereira de Melo (anos 50 do século XIX), são temas demasiado importantes e úteis para estarem enclausurados nos compêndios académicos. Dir-se-á que a História não se repete, é certo, mas permite-nos ter opinião fundada na realidade vivida e dela extrair, no presente, ilações ponderosas. A valorização e divulgação da História é, assim, um imperativo de manifesta modernidade, que permitirá encontrar respostas mais consistentes às fortes perguntas que o futuro nos coloca. I

| O p i n i ã o |

Silly Season… m tempo de férias não será suposto que aqui aborde temas demasiado sérios…nem o leitor os suportaria nem a minha rotina de férias o permitiria. Na “estação tonta” são sempre mais procurados os recorrentes inquéritos de férias, os livros que se promete ler, e nem sempre se lêem, ou os roteiros de viagem ou mesmo gastronómicos.

Portanto, não vou fugir ao mais comum dos temas, sim, o das férias…

ser um sinal cada vez mais significativo de que estamos a entrar em tempos consolidados de uso intensivo das novas tecnologias. Só espero que a câmara recupere depressa o parque infantil, o pólo mais atractivo das crianças e marca de sempre do Bambi…

E

S. PEDRO DE MOEL Com pouco dinheiro, numa das poucas obras realizadas nos quase dois anos de mandato, a câmara melhorou os acessos de entrada à terra e completou, até à primeira rotunda, a pista para ciclistas. Pena é que a sinalética relativa às inúmeras lombas, nessas entradas, esteja pouco visível ou que se não tenha optado por sinalização reflectora que as tornasse mais visíveis aos condutores desprevenidos. É bom que o executivo municipal continue a dar atenção a uma das zonas de praia e mata mais protegidas do nosso País.

Quanto mais se passa por outras praias, onde o caos urbanístico é de bradar aos céus, mais razões há para investir e proteger a verdadeira relíquia que é S. Pedro de Moel.

E já agora é incompreensível que não haja nenhuma caixa de multibanco. Pese embora a vandalização será que os bancos instalados na Marinha Grande ignoram os inúmeros clientes que vivem e passam férias em S.Pedro?

O BAMBI Situa-se, é evidente, em S.Pedro de Moel. É um emblema estival muito antigo. É ponto de encontro de famílias, designadamente marinhenses e leirienses, a todas as horas do dia… e de jovens pela noite adiante. Depois da renovação dos últimos anos continua a ser um sítio de gente bonita, agora cada vez mais procurado também por frenéticos cibernautas que lá buscam o seu ponto de acesso livre à net.

A densidade de computadores nas horas da tarde começa a

É bom que o executivo municipal continue a dar atenção a uma das zonas de praia e mata mais protegidas do nosso País. Quanto mais se passa por outras praias, onde o caos urbanístico é de bradar aos céus, mais razões há para investir e proteger a verdadeira relíquia que é S. Pedro de Moel OSVALDO CASTRO deputado osvaldocastro@ps.parlamento.pt

GNR Creio lembrar-me que alguns espíritos críticos se fartaram de vociferar por a PSP ter sido substituída pela GNR no policiamento de S. Pedro. Tratou-se de acto falhado, pelo menos ao que me é dado ver e ouvir. Não que fossem de meu conhecimento quaisquer queixas em relação à acção da PSP, mas o que constato e me informam é que os agentes da GNR se têm distinguido pela visibilidade junto das praias, junto dos locais da “noite”, sempre atenciosos, mas também dissuasores. Ou seja, uma verdadeira vigilância de proximidade, o mesmo é dizer, a segurança não perdeu qualidade em S. Pedro de Moel e esse deve ser um facto a registar.

OS LIVROS Em qualquer local de S. Pedro os livros e os inúmeros jornais que compro são o meu verdadeiro lazer, seja nas esplanadas da Piscina, do Estrela do Mar, do Bambi, do Café do António ou na praia. Este ano, por razões que alguns adivinham, trabalho parlamentar infatigável, vou limitar-me a recuperar leituras que deveria ter feito durante o ano. Sem querer fatigar o leitor, posso adiantar que tenho entre mãos A conspiração contra a América, de um dos mais destacados autores americanos, Philip Roth, um verdadeiro libelo contra o anti-semitismo. Mas lerei, também, Enterrem meu coração na curva do rio, um pungente relato sobre a destruição dos índios na América do Norte, de um historiador de pergaminhos Dee Brown, e do general Loureiro dos Santos O império debaixo de fogo. E evidentemente tenho cá alguns mais, sem contar com os habituais livros técnicos e doutrinários de Direito…

Boas férias! I

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JORLIS, LDA. Administração e Gestão: Arnaldo Sapinho Direcção Editorial: José Ribeiro Vieira Orlando Cardoso Arnaldo Sapinho Coordenação executiva: Rui Pereira

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| D o s Os encantos e desencantos da bela cidade de Leiria Politiquices à parte, será inegável reconhecer, que Leiria sofreu nos últimos dez anos uma melhoria substancial, naquilo que eu, como leiga, apelidaria de uma agradável visão paisagística. Bonitas rotundas, alguns espaços verdes, percursos pedestres seguros, locais de diversão familiar, etc.

No entanto, continuamos a observar, que urbanizações recentes, não tão expostas à vista de quem por Leiria passa, (e podemos tomar como exemplo a urbanização de S.Romão), se encontram em pleno estado de degradação. Assim, estradas completamente degradadas, terrenos loteados há vários anos sem obrigatoriedade de manutenção (...), moradias inacabadas, onde o musgo e as ervas que as envolvem são a assinatura do tempo que as demarcam.

E a segurança? Onde está a sinalização de trânsito, que deveria garantir a segurança de quem diariamente tem que sair de casa para trabalhar, e não tem a abrir caminho a B.T.? Efectuar várias vezes o mesmo itinerário durante o dia, ruas com três cruzamentos ou mais, sem um único sinal de trânsito, imperando apenas a regra da prioridade, é uma anarquia total. Vejamos por exemplo, a rua da Encosta em S.Romão. É o exemplo vivo do "salve-se quem puder!"

Mas mais fácil de observar, pelo menos para quem quer, é a fila de automóveis à direita para o Mcdrive, que se forma na avenida Comunidade Europeia junto ao McDonalds.

Cerca das 20:30 horas, qualquer cidadão cumpridor de regras, ao transitar pela direita, encontra-se numa fila, que para seu espanto ao chegar à rotunda terá de abandonar para seguir em frente, após inúmeras acrobacias, porque tem de passar para a esquerda, encontrar um condutor simpático que lhe ceda a passagem, de forma a não embater no veículo ao seu lado. (...)

Lamentável será dizer que esta situação após envio de mails e cartas, quer para o Comando Distrital da PSP quer para a Câmara de Leiria, há vários meses, não foi objecto de resposta.

Será que a ausência da Polícia se deve ao facto de esta situação não ser passível de multa? Ou será que é?

E quanto à câmara, quando serão as próximas eleições?

Bom, mas retomemos o assunto principal que se resume numa só palavra: planeamento urbanístico Susana Cordeiro, Leiria

l e i t o r e s |

O futuro responderá Estupefacção foi o primeiro sentimento que experimentei, ao ler no JORNAL DE LEIRIA, de 19 de Julho a notícia "Saramago defende que Portugal passe a ser província espanhola". A minha memória pegou logo nas páginas da História de Portugal, que se referiam à Revolução de 1640 e leuas de novo de fio a pavio, sem necessitar das mãos para abrir o livro e dos meus olhos físicos. Aquele sentimento de independência exacerbado, quando era ainda muito criança, alimentado por uma família numerosa em que a responsabilidade era o corolário de toda a acção, apoderou-se de mim e imaginei-me já à frente de um movimento independente, uma padeira de Aljubarrota no ano de 2007, ou a viver o papel de uma das grandes apoiantes da Revolução. Naquele célebre dia 1 de Dezembro de 1640, Miguel Vasconcelos (Secretário de Estado da Duquesa de Mântua, prima de Filipe IV de Espanha e Filipe III de Portugal, nomeada vice-rainha de Portugal) foi morto a tiro pelos esconjurados. Se existisse naquela altura, imaginei-me a gritar muito alto, até ficar sem voz "Fora com os espanhóis!!!"

Eu prefiro a independência, a História do meu País com os seus mandos e desmandos. Fiquem lá os nossos vizinhos de fronteira, com o nível de vida superior ao nosso, que Deus os ajude muito, que eu não tenho nenhuma inveja deles!... Fiquem lá com os seus escritores e homens de Ciência, que homens destes não pertencem a ninguém, porque ultrapassam todas as fronteiras e são do mundo inteiro. "Esta é a ditosa pátria, minha amada", consubstancia, unifica e consolida o sentir de uma nação.

Também temos cá em Portugal homens e mulheres, que pertencem a todos os lugares e a todos os tempos. Não estou minimamente preparada para ser governada pelos espanhóis, por quem tenho grande simpatia (note-se). Mas, amigos, amigos, negócios à parte). Nada de confusões. Se isso alguma vez acontecer, que eu já não exista com vida ou se existir, que não me encontre no uso das minhas faculdades mentais...

Esta foi a minha reacção da minha sensibilidade. Mas depois veio a minha razão, que fez perguntas: O que levaria Saramago a defender que Portugal passe a ser província espanhola? O facto de se encontrar casado com uma mulher espanhola, talvez a sua alma gémea, que muitos poucos homens encontram? Por se sentir ainda ressabiado, por não ter tido o apoio da Secretaria de Estado da Cultura, para fazer parte dos concorrentes

ao Prémio Nobel da Literatura, pelas críticas de que foi alvo o seu livro Evangelho Segundo Jesus Cristo" pela ala dos católicos mais ortodoxos? Por se encontrar com a idade que tem e não saber medir as palavras? (Por isso deverá ser perdoado) ou por estar a fazer uma grande premonição de acontecimentos que eu e a maioria das pessoas não estão preparadas para aceitar? Lembrei-me do livro de George Orwel "1984". Com estas perguntas todas, fiquei sem saber nada. Quem sabe se a Europa daqui a alguns anos, para se defender política e economicamente, não terá que agrupar os países mais pequenos e submeter estes ao domínio dos maiores? Quem sabe se o Nobel Português da Literatura não está a ter uma visão muito mais ampla que todos nós??!! Não sei nada. Só o futuro poderá responder. I Júlia Moniz

Rectificações A pedido do Governo Civil de Leiria, esclarecemos o seguinte: Na primeira página da última edição é referido que "Leiria é o

distrito mais 'velho' do País", quando o senhor Governador Civil afirmou que o "distrito de Leiria regista um índice de envelhecimento de 1.21" e que este "valor é superior à média nacional que se situa nos 1.1". Tal não significa que Leiria seja o distrito mais envelhecido do País. É também referido na primeira página que o "Governo Civil criou medidas de incentivo à natalidade". Como facilmente se constata, a referência feita no discurso do senhor Governador Civil é relativa às medidas do Governo sobre essa matéria. A notícia da página 8 é rigorosa, no título e no conteúdo, importando esclarecer que o reforço das comparticipações para as 33 IPSSs provém do orçamento da Segurança Social e não do PARES, como é noticiado.

Em relação à notícia da página 12, relativa à reunião dos senhores Ministros da Administração Interna e da Justiça com os Governadores Civis, importa esclarecer que se tratou de uma reunião com todos os governadores, a primeira descentralizada, não se limitando aos da zona Centro.

Face a estas imprecisões, o JORNAL DE LEIRIA apresenta desculpas aos visados e aos leitores. I

| I n s ó l i t o | A face oculta de uma das 7 Maravilhas de Portugal

Jean-Jacques Rousseau descobriu que o conhecimento não conduzia à felicidade. E tinha toda a razão. Depois de uma campanha mediática fervorosíssima e bem sucedida em defesa da eleição do magnífico Mosteiro de Alcobaça como uma das 7 Maravilhas de Portugal, ninguém diria que nas suas traseiras as coisas pudessem estar como as fotos seguintes ilustram. (...) Como pôde falar-se durante tanto tempo de uma maravilha de Portugal sem ver as suas traseiras, ou seja, o que a sua fachada nos ocultava? Será que a UNESCO sabe disto e do que se tem passado na envolvente do mosteiro? Para mim, pessimista que sou, estas fotos ilustram bem a "elevada estima e consideração" que as "autoridades" ditas "competentes" têm tido pelo património que afinal ainda é de todos (ou será que já não é?). E se a sua competência fôr a ponto de não haver nenhuma que a ultrapasse, então creio que estamos irremediavelmente perdidos...

Valdemar Rodrigues, Alcobaça

A Direcção do JORNAL DE LEIRIA recebe com agrado para publicação a correspondência dos leitores direccao@jornaldeleiria.pt) que tratem questões de interesse público (d O JORNAL DE LEIRIA reserva-se o direito de seleccionar os trechos mais importantes das Cartas ao Director devidamente identificadas, publicadas nesta secção

I

Economia

9 de Agosto de 2007 | 17

I

Leiria paga 40 por cento do IRC do distrito

ARQUIVO JL

Fisco aperta fiscalização às empresas

Segundo dados provisórios da Direcção Distrital de Finanças de Leiria (DDFL), num momento em que falta liquidar apenas cerca de cinco por cento das declarações de IRC-Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas de 2006, as empresas do concelho de Leiria contribuíram com quase 40 por cento do total daquele imposto pago no distrito.

Ao todo, foram 35 milhões, num total de 92 milhões de euros.

Seguem-se Pombal (14.2 milhões de euros de IRC), Alco-

baça (oito milhões de euros de IRC), Caldas da Rainha (7.5 milhões euros de IRC) e Batalha (6.6 milhões euros de IRC).

A Marinha Grande aparece na posição seguinte, com 6.2 milhões de euros arrecadados em sede de IRC. Os concelhos que menos contribuíram foram, respectivamente, Castanheira de Pera, com 138 mil euros, Pedrógão Grande, com 232 mil, e Figueiró dos Vinhos, com 432 mil.

Em 2006, a matéria colectável produzida pelas pessoas colec-

tivas do distrito atingiu um recorde de 11.2 mil milhões de euros, mais 189 milhões que em 2005.

No âmbito do IRS-Imposto sobre os Rendimentos das Pessoas Singulares, segundo dados de Junho, relativos à liquidação de 50 por cento das declarações, o fisco arrecadou 2.8 mil milhões de euros em IRS, no distrito.

Segundo o responsável da DDFL, António Rocha Lourenço, trata-se de “valores recorde”, relativamente às expectativas da Direcção Geral de Contribuições e Impostos.

Falharam negociações entre sindicato e empresa

Trabalhadores da Atlantis sem aumentos há três anos Quinhentos trabalhadores da Atlantis, Alcobaça, não recebem qualquer aumento desde 2004. Falhadas várias tentativas de negociações com a administração da empresa, os trabalhadores colocaram faixas de protesto junto à fábrica, onde denunciam a situação.

O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Vidreira (STIV) tenta, desde 2004, chegar a um acordo com a Associação dos Industriais

da Cristalaria (AIC), da qual a Atlantis faz parte, no sentido de conseguir aumentos salariais, refere Etelvina Rosa, daquela estrutura sindical.

A mesma fonte explica que a AIC levou à mesa das negociações 1.5 por cento de aumentos, o que o sindicato não aceitou. “A política do sindicato é aceitar, no mínimo, o valor da inflação para repor os valores do ano anterior”, explica Etelvina Rosa, que adianta que a situa-

ção “é grave” para a generalidade dos trabalhadores, mas os que se encontram no escalão correspondente ao salário mínimo nacional vivem situações piores.

Contactada a Atlantis, não foi possível obter esclarecimentos. Segundo informações prestadas pelos escritórios em Lisboa, as pessoas responsáveis encontram-se de férias. I AFP

CONTRIBUINTES COOPERAM VOLUNTARIAMENTE Entre Janeiro e Junho deste ano, a inspecção tributária realizou 4512 acções de inspecção, no primeiro semestre deste ano, atingindo 73 por cento do objectivo anual previsto. No total, os serviços fiscais realizaram 2460 acções a pessoas colectivas e 2052 a pessoas singulares.

Segundo o director da DDFL, como resultado das acções da inspecção tributária, as correcções à matéria colectável ascendem a mais de 64 milhões de euros. “Já o imposto detectado em falta atinge o valor de 14.3 milhões de euros”, refere e salienta que, comparativamente, a igual período do ano passado, se verificou um acréscimo ao nível das correcções à matéria colectável de 23 por cento. Isto é, 17.250 milhões de euros. Houve ainda um acréscimo de dois por cento, em relação ao imposto detectado em falta. Uma verba na ordem dos 700 mil euros.

Segundo a DDFL, os contribuintes têm cooperado mais regularizando voluntariamente os montantes em falta. “É importante registar que 73.2 por cento das regularizações da matéria colectável, ou seja, 46.9 milhões de euros, foram feitas por iniciativa própria”, refere

António Rocha Lourenço.

Os dados da DDFL mostram ainda que, do imposto devido (17.250 milhões de euros) foram pagos voluntariamente 8.7 milhões de euros (60.9 por cento).

“A nossa taxa de realização de cobranças coercivas, em Junho tinha atingido os 55 por cento dos valores previsto para este ano. Contudo, no fim de Julho, já estávamos nos 77 por cento.

Se este cenário se continuar a verificar, a DDFL vai atingir 138 por cento do objectivo, em Dezembro”, explica António Rocha Lourenço.

Embora a fuga ao fisco esteja a diminuir, a inspecção tributária do distrito de Leiria confirma que este ano houve um maior número de correcções e inspecções a empresas e privados e muitos dos processos instaurados tiveram como alvo empresas que estão a sentir dificuldades devido à conjuntura económica. Em especial, nos sectores dos moldes e cerâmica.

Uma concretização tão grande, explica o responsável da DDFL, é conseguida através do cruzamento informático de dados.

Neste momento, passado o prazo do auto de notícia, o próprio sistema instaura automaticamente o processo fiscal. I Jacinto Silva Duro

COBRANÇA COERCIVA Cobrança coerciva Objectivo anual Taxa de realização

2004 42.978.290 32.331.840 133%

2005 53.696.798 43.347.880 124%

2006 57.934.437 51.678.002 112%

2007* 30.630,321 56.092.236 55%

*Nota: Os valores da cobrança referem-se apenas ao primeiro semestre de 2007

PROCESSOS DE CONTRA-ORDENAÇÃO Instaurados

2004 17.451

2005 21.757

2006 39.794

2007* 32.805

*Nota: Número de processos instaurados no primeiro semestre de 2007 Fonte: Direcção de Finanças de Leiria

18 | 9 de Agosto de 2007

| ECONOMIA | JORNAL DE LEIRIA |

Autoridade da Concorrência analisa negócio entre PT e Joe Berardo Cultura e economia Em Maio, a Comissão Europeia (CE) apresentou, pela primeira vez, uma proposta de uma Estratégia Europeia para a Cultura. A declaração política apresenta três objectivos: fomentar a diversidade cultural e o diálogo inter-cultural; induzir o papel da cultura como elemento vital nas relações internacionais da União (UE); e promover a cultura como catalizador da criatividade e da inovação no âmbito da Estratégia de Lisboa para o crescimento e emprego.

A importância da cultura para o crescimento económico foi, aliás, destacada pelo presidente da CE, Durão Barroso, quando declarava recentemente que "a cultura e a criatividade são importantes propulsores do desenvolvimento pessoal, da coesão social e do crescimento".

Já o estudo encomendado pela CE, A Economia da Cultura, postulava o importante papel das indústrias culturais e criativas, quantificando o respectivo impacto sobre o PIB e o emprego. O sector abarca ramos tão heterogéneos como as artes, filme e vídeo, TV e rádio, jogos electrónicos, música, imprensa, design, arquitectura, assim como a sua interacção com as tecnologias de informação e comunicação.

Segundo estatísticas de 2003, estas indústrias contribuíram em 2.6 por cento para o PIB e 3.1 por cento para o emprego na UE, sendo que os dados que suscitaram alguma surpresa em Portugal apontaram para uma contribuição de 1.4 por cento para o PIB e 2.3 por cento para o emprego.

Apesar de algum cepticismo induzido pela ausência de uma uniformização do conceito de 'indústrias culturais e criativas' e da falta de harmonização das estatísticas nacionais, estes factos apontam para o reconhecimento de uma estratégia há muito seguida por países anglo-saxónicos, como o Reino Unido, Austrália ou Singapura. A título ilustrativo, o Reino Unido lançava, ainda em 1998, um grupo de trabalho orientado para a promoção das indústrias criativas como motores do desenvolvimento económico, mais tarde formalizado no Departamento da Cultura, Media e Desporto.

Não descurando a diversidade cultural europeia como fonte de riqueza imaterial e o papel da cultura como "civilização", o que é certo é que começa a ser valorizada a função das indústrias culturais e criativas para o crescimento económico e o emprego. E, neste campo, surge um papel importante para as políticas públicas - tanto nacionais como europeias. I Catarina Selada Economista

Venda da Pluricanal Leiria acaba com concorrência no multimédia É o fim da possibilidade de escolha entre operadores multimédia em 16 concelhos dos distritos de Leiria, Braga e Santarém. Na segunda-feira, a Anacom, autoridade reguladora das comunicações postais e das comunicações electrónicas, anunciou que a Pluricanal Leiria do empresário Joe Berardo foi vendida, na semana passada, à PT Multimédia.

Com o fim da Pluricanal Leiria, empresa dirigida por José Ramos, os concelhos da Batalha, Leiria, Pombal e Porto de Mós juntam-se à Marinha Grande e Figueira da Foz, no conjunto de municípios da região servidos apenas pelo grupo PT. A Autoridade da Concorrência (AdC) está a analisar este negócio, uma vez que, como é referido num comunicado, a con-

JACINTO SILVA DURO/ARQUIVO JL

|Opinião|

José Ramos era o administrador da Pluricanal Leiria centração dos serviços de televisão por cabo e internet num único operador pode significar

o “aumento de preços e o aproveitamento da posição dominante do mercado”. Todo o pro-

cesso está a ser alvo de uma averiguação da AdC que pode ainda inviabilizá-lo, se entender que a concentração da Pluricanal na TV Cabo viola princípios de livre concorrência.

Actualmente, a Pluricanal pratica preços mais baixos, com maior oferta ao nível dos pacotes de televisão por cabo, e maior dinâmica de serviços no que toca à internet e comunicação telefónica que a TV Cabo, empresa do Grupo PT. Fonte do gabinete de imprensa da PT Multimédia refere que, neste momento, não há qualquer indicação de uma alteração nos tarifários ou redução dos serviços prestados aos antigos clientes da Pluricanal. A Anacom, por seu turno, já aprovou o negócio. I JSD

ASAE voltou a inspeccionar explorações em Leiria

Pecuárias já reduziram número de animais A ASAE – Autoridade de Segurança Alimentar e Económica voltou a inspeccionar suiniculturas na região de Leiria tendo sido detectadas várias situações irregulares.

Os inspectores foram acompanhados por funcionários do Ministério do Ambiente e, em conjunto, fizeram verificações nas linhas de água e confrontaram o números de animais decla-

rados nos alvarás de exploração com os que realmente estavam nas pecuárias.

Segundo a ASAE, na exploração Diamantino Marto foi ordenado o fim imediato do enterramento de animais junto a uma linha de água, ao mesmo tempo que se estipulou um prazo de cinco dias úteis para que seja apresentado um plano de encerramento das lagoas de retenção

| F r e n t e Não seria possível, porque a Linha do Norte estava insustentável. O que me parece é que se investiu excessivamente na Linha do Norte, quando se poderia ter antecipado a construção do TGV. Mas deixar de investir na Linha do Norte por causa do TGV não me parece sensato.

de efluentes, “onde conste uma solução efectiva de tratamento dos resíduos”.

Na inspecção realizada há quatro semanas, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica havia detectado desconformidade no número de animais permitido nos alvarás.

“Relativamente a essas explorações, a maior parte dos citados já entregou declarações referin-

a

Carlos André, docente universitário, Leiria

F r e n t e |

O bastonário da Ordem dos Engenheiros, Fernando Santo, considera que se deveria ter feito o TGV antes de se investir na Linha do Norte.

Concorda?

do a redução do número de efectivos”, explica o chefe de gabinete do presidente da ASAE. Contudo, Valdemar Silva explica que ainda é necessário que os inspectores verifiquem in loco se realmente foram cumpridas todas as indicações. Recorde-se que a pena pelo não cumprimento do disposto pela ASAE é o encerramento liminar das explorações.I JSD

De forma nenhuma! O investimento na Linha do Norte é muito importante, como seria importante o investimento na modernização da Linha do Oeste. Sendo o turismo uma actividade de grande peso para a economia nacional, o Governo deveria dar absoluta prioridade à melhoria e alargamento da rede ferroviária. Chegar a um qualquer aeroporto nacional e usar a rede de transportes (fora das grandes cidades) é uma aventura que não deixa saudades. É curioso que em fase de campanha todos os partidos coloquem este tópico nas suas prioridades. Mas depois esquecem-se.

Victor Oliveira, empresário, Marinha Grande

| JORNAL DE LEIRIA | ECONOMIA |

Iniciativa da Região de Turismo do Centro integra Ansião

BREVES

JACINRO SILVA DURO

Santiago da Guarda integra Rota da romanização Ansião vai fazer parte da Rota da Romanização, uma das mais recentes iniciativas organizadas pela Região de Turismo do Centro (RTC), a fim de potenciar o turismo. Prestes a ser lançada, esta rota prevê a visita de locais arqueológicos romanos em Coimbra, passando por Conímbriga, Condeixa, Penela, Rabaçal e a villa romana de Santiago da Guarda, no concelho de Ansião, recentemente recuperada.

Em 2008, terá início a Rota da linha de defesa dos castelos do Mondego, que passará pelas fortificações de Figueira da Foz, Coimbra, Penela e Montemor-o-Velho.

Para a RTC, que, no distrito de Leiria, engloba os concelhos de Alvaiázere, Ansião, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande, o trabalho de parceria tem sido “uma estratégia importante e recorrente”. É o caso do projecto Coimbra Card que proporciona descontos até 50 por cento, promovendo visitas em museus, monumentos, igrejas, unidades hoteleiras, entre outros espaços e que conta já com 31 parceiros na área abrangida pela Região de Turis-

O velho castelo também faz parte dos caminhos de Santiago mo do Centro, de acordo com a revista Turisver.

O passe contempla visitas a locais como o Portugal dos Pequenitos, museu da Quinta das Lágrimas, oito museus da Universidade de Coimbra, jardins e até o barco Basó-

fias, que se encontra ancorado no Mondego. Está disponível em três versões: um dia (cinco euros), dois dias (sete euros) e três dias (nove euros), o cartão é distribuído com informação adicional sobre a cidade, em Português e Inglês.

9 de Agosto de 2007 | 19

REQUALIFICAÇÃO DAS ESTÂNCIAS TERMAIS A RTC tem também um novo plano integrado de desenvolvimento de termalismo de saúde e bem-estar, que envolve 20 municípios e conta com dois parceiros sociais, nomeadamente as regiões de turismo Dão-Lafões e da Rota da Luz, adiantou o presidente daquela entidade, Pedro Machado.

O projecto vem ao encontro de um sector forte na zona Centro.

“Entendíamos que deveríamos ir mais longe, associando neste caso a RTC, os municípios e os empresários, no sentido de fazer daqui um grande cluster para o Centro de Portugal à base do termalismo de saúde, bem-estar e lazer”, explica Pedro Machado.

“Queremos que o visitante, depois de cá estar, prove a gastronomia regional, visite as rotas que estamos a desenvolver conheça outros concelhos, municípios e produtos que temos na região, de uma forma integrada.” O objectivo da RTC é criar uma nova oferta e, simultaneamente, desenvolver um novo vector económico que traga mais emprego, mais riqueza, mais turistas portugueses e espanhóis. I

I Marinha Grande

Meia Dose abre novo restaurante Depois do sucesso obtido em Pombal e no Entroncamento, Maria de Lurdes Marcelino e Benvinda Silva estendem a cadeia de restaurantes Meia Dose até à Marinha Grande, na Rua Manuel Pereira Roldão. Comida tradicional portuguesa, pratos quentes e frios, serviços self-service e takeaway são algumas das alternativas disponibilizadas pelo novo espaço. O primeiro restaurante surgiu há quatro anos em Pombal, de onde são naturais as duas gerentes. O segundo espaço foi inaugurado dois anos depois, no Entroncamento, e agora é tempo de “apostar nesta cidade, que até tem algum movimento”. “Não conhecemos muito bem este mercado, mas nestas coisas do negócio quem não arrisca não petisca”, notam. “Esperamos conquistar os clientes sobretudo pela qualidade dos serviços prestados”. I

* SERVIÇOS DISPONÍVEIS CONSOANTE PONTO DE VENDA - PREÇOS VÁLIDOS DE 19 DE JUNHO A 5 DE AGOSTO DE 2007, NOS PONTOS DE VENDA ADERENTES, SALVO RUPTURA DE STOCK OU ERRO TIPOGRÁFICO. ADEREÇOS NÃO INCLUÍDOS. FOTOS NÃO CONTRATUAIS.

SA LD OS

DE 15 JULHO ATÉ 15 SETEMBRO 2007 Em todos os artigos assinalados na nossa loja

BREVES

I Leiria

IPL põe Negócios à prova Negócios à prova é o novo concurso a emitir pela RTP2, que conta com a parceria do Instituto Politécnico de Leiria e com outras sete instituições de ensino superior. Trata-se de uma actividade destinada a empreendedores que pretende desenvolver o espírito de iniciativa e natureza empresarial, em qualquer sector e em qualquer ponto do País. Os candidatos devem inscrever-se até 5 de Outubro e entregar projectos originais que não tenham beneficiado de apoios ou prémios noutras iniciativas semelhantes. Cada projecto deve corresponder a uma ideia de negócio suficientemente amadurecida, expressando com precisão os aspectos tecnológicos, financeiros e de gestão, de forma a sustentar uma decisão na fase de pré-análise do concurso. A proposta vencedora receberá 50 mil euros, destinados à criação de uma sociedade comercial. Os dez finalistas terão acesso automático aos instrumentos de financiamento previstos nos três eixos do programa Finicia do IAPMEI e os candidatos apurados para a fase dos concursos televisivos terão acesso preferencial a produtos e serviços disponibilizados pela Caixa Geral de Depósitos, pela Portugal Telecom, Taguspark, Jornal de Negócios, Correio da Manhã e Focus. Nesta parceria estão também envolvidos o Instituto Superior de Ciências do Trabalho e Empresa, Faculdade de Ciências de Lisboa da Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, Instituto Superior Técnico, Universidade do Algarve, Universidade da Beira Interior e Universidade de Aveiro. Para obter mais informações, os interessados podem consultar o site www.audax.tv.

Benedita

Facas de cor A ICEL lançou uma nova gama de produtos, por códigos de cor. A cor do cabo identifica, o tipo de alimentos a que a faca se destina. Branco para pastelaria; amarelo para aves; verde para vegetais e fruta; vermelho para carnes cruas e azul para peixe. A utilização de facas para os diferentes alimentos elimina o risco de contaminação cruzada nos alimentos. I

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Leiria na rota da publicidade exterior

CSOutdoors chega a cinco distritos Começou sozinho há pouco mais de um ano a produzir e alugar espaços exteriores para publicidade, em Leiria, e gere actualmente uma empresa em franco desenvolvimento, com quase 40 estruturas outdoor distribuídas pelos distritos de Leiria, Coimbra, Guarda, Santarém e Viseu.

Nuno Frazão, fundador da CSOutdoors, é um jovem empresário de 26 anos, licenciado em Arquitectura, que em 2006, ainda estagiário, se propôs a melhorar a comunicação exterior da ExpoSalão, na Batalha. Da promoção do centro de exposições até à criação de uma empresa especializada no aluguer de estruturas para publicidade outdoor foi um pequeno passo.

“Comecei a conhecer muito lentamente os meandros, a perceber o que se poderia fazer e onde era possível melhorar.” “A ideia inicial era melhorar a qualidade dos suportes, outdoors, e das localizações dos mesmos. Com o decor-

rer desse processo surgiu um novo cliente, a Galp, que procurava outdoors na zona Centro”, explica.

O prazer da comunicação e dos negócios ficaram de tal modo enraizados, que não hesitou em dar continuidade à empresa. “Com o decorrer da actividade, o gosto pela comunicação exterior começou a despontar, aliado ao desenho dos suportes outdoors. Além disso, agregava a parte comercial, muito enraizada na família. Foi um instante até se tornar a minha actividade principal”.

Para o jovem empresário, a aposta na publicidade exterior nasceu também da necessidade de criar e apresentar propostas novas.

“Acho que todos os mercados têm espaço para se introduzirem novidades, e eu tinha interesse em desenvolver a actividade, apresentar algumas novidades. À excepção da JCDecaux e da Cemusa, ambas internacionais, as empresas em Portugal não têm muita criatividade nos suportes publici-

tários que usam.”

Tentar fazer sempre melhor, estar permanentemente insatisfeito com os resultados obtidos, manter espírito pró-activo e dinâmico têm sido as principais preocupações da CSOutdoors. De acordo com Nuno Frazão, a empresa tem feito “grande esforço para melhorar a comunicação exterior dos anunciantes”, apostando fortemente “na melhoria generalizada da qualidade dos suportes utilizados” e do seu enquadramento no espaço urbano. Uma das soluções mais inovadoras da empresa prende-se com a utilização de painéis fotovoltaicos para iluminar os outdoors. “Como não havia uma solução madura no mercado, desenvolvemos uma.”

CSOutdoors é o nome abreviado para ComumSpace, Lda, e que significa “espaço comum”, partilhado por todos os que querem anunciar produtos e serviços. Trata-se de uma sociedade unipessoal, regida por quotas, que se

dedica à gestão de suportes publicitários desde Março de 2006. A actividade começou em Leiria e estende-se hoje a Alcobaça, Batalha, Marinha Grande, Nazaré, Pombal, Porto de Mós, Coimbra, Seia, Almeirim, Rio Maior, Santarém e Nelas, gerando um volume de negócios próximo dos 100 mil euros. Pequenas e médias empresas da região Centro são os principais clientes da CSOutdoors, seguidos pelos grandes anunciantes nacionais. I Daniela Sousa

Bilhete de identidade Actividade: Gestão de Suportes Publicitários Sede: Leiria Colaboradores: 4 Volume de negócios: 100 mil euros

Nuno Frazão, empresário, Leiria

“Recorrer ao máximo às potencialidades das energias alternativas” no sector. Tentamos diferenciar-nos para poder oferecer uma alternativa aliciante.

É difícil encontrar bons profissionais no campo da publicidade? É difícil fazer as pessoas acreditar num projecto jovem de raiz. Encontrar bons profissionais depende muito da motivação que se consegue transmitir-lhes.

Que dificuldades encontra no exercício desta actividade?

O clima não é de modo algum o mais favorável para o aparecimento de novas empresas, mas quem nasce em dias de tempestade está mais preparado para as intempéries. A burocracia ainda representa uma grande perda de produtividade na nossa sociedade.

Quais são as perspectivas de crescimento CSOutdoors?

Queremos reforçar de forma séria e completa uma linha de suportes de comunicação exterior, e recorrer ao máximo às potencialidades das energias alternativas.

DR

20 | 9 de Agosto de 2007

De que forma encara a concorrência?

A concorrência é feroz e de

boa qualidade. Somos uma jovem empresa que compete com empresas muito maduras

Que conselhos daria a jovens empresários que pensam aventurar-se nestas lides?

Acho que ainda não tenho suficientes provas dadas para dar conselhos. Mas talvez perseverança, persistência e paixão pelo que se faz. I DS

Comerciantes de Leiria queixam-se de intervenções

Obras afastam clientes das lojas Pó, ruído e montras escondidas.

São estas as principais reclamações dos comerciantes, relativamente às obras que decorrem nalguns edifícios da Praça Rodrigues Lobo e da Rua Tenente Valadim, em Leiria. De acordo com os lojistas, estas condições têm levado ao afastamento de muitos clientes.

“O pior foi desde que a grua começou a trabalhar. Há ruído e pó, por causa do entulho removi-

do”, explica Cristina Morais, funcionária de uma loja de roupa, na Praça Rodrigues Lobo. Na porta ao lado, Verónica Romão, gerente de uma outra loja de vestuário e calçado, insurge-se contra a distância a que os tapumes foram colocados. “Parece-me demasiado o espaço que os estaleiros estão a ocupar. Usam quase metade da praça, causam poluição visual e estas lojas ficam escondidas.” “Só espe-

ro que sejam rápidos.”

Cátia Bento, funcionária do café Favo de Mel, partilha a opinião. “A esplanada ficou encostada e tapada pelas vedações.

Afasta sempre alguns clientes.”

Na Rua Tenente Valadim, Alice Lopes, proprietária da tabacaria Alicharme, está “entalada” entre dois tapumes. De um lado, decorrem as obras na Igreja do Espírito Santo, do outro lado, o anti-

go Hotel do Lis está vedado por razões de segurança. “Como é que a câmara admite uma coisa destas?”, interroga Alice Lopes. “Estou completamente escondida. Tenho de fechar aos sábados à tarde, porque tenho medo de ser assaltada.” Até ao fecho da edição não foi possível obter qualquer comentário por parte da Câmara Municipal de Leiria. I DS

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9 de Agosto de 2007 | 21

Código de Trabalho

CEC e Nerlei querem mais saber-fazer para aumentar produtividade

Medidas adicionais de apoio à família

DR

Governo reservou 28 por cento do QREN para combater baixa qualificação

PMEs não têm capacidade para cumprir formação exigida por lei

A baixa produtividade nacional continua a ser um dos problemas mais sérios da economia portuguesa. As razões há muito que são conhecidas mas o problema revela ser de difícil correcção. Por um lado, a responsabilidade da falta de organização e método recai sobre os empresários e quadros médios e superiores das empresas que revelam desconhecimento destas disciplinas e tendem a culpar os trabalhadores pela falta de resultados. Por outro, as empresas e trabalhadores têm mostrado incapacidade de cumprir as metas de

formação exigidas por lei. “As pequenas e médias empresas, que são a grande maioria em Portugal, não conseguem dar formação”, afirmou o presidente da Confederação da Indústria Portuguesa, Francisco van Zeller, ao Diário Económico. Segundo o responsável, as PMEs não têm capacidade para cumprir as 35 horas de formação actualmente exigidas por lei, embora o dinheiro não falte.

O Executivo reservou 28 por cento do QREN – mais de seis mil milhões de euros – apenas para a formação dos activos nacionais.

Uma medida aplaudida pelos empresários que alertam que poderá não ser suficiente para resolver o problema.

“Não basta atribuir verbas à qualificação. É preciso que os resultados melhorem e para isso é necessária formação focada no saber-fazer e acompanhamento de acordo com o contexto dos postos de trabalho”, sublinha o presidente do Conselho Empresarial do Centro. Almeida Henriques preconiza a interacção e aproximação às necessidades reais do tecido empresarial, em vez de

formação geral em disciplinas que têm aplicação prática no dia-a-dia das empresas.

Uma maior aposta na formação universitária e politécnica e de outras instituições ao longo da vida é o desejo do presidente da NerleiAssociação Empresarial da Região de Leiria. Pedro Faria acredita que só através de um maior incentivo para a aquisição de saber-fazer na área das tecnologias de ponta, é possível combater a concorrência asiática. I Jacinto Silva Duro

Portugueses produzem 36 mil euros de riqueza por ano O nível de riqueza criada, em média, por cada trabalhador português aumentou de 16 mil euros para os 36 mil, em 2006, desde a data da adesão à União Europeia (UE). Dados do INE, referem, contudo, que este valor é apenas 65 por cento da média registada no conjunto dos 25 países da UE e que a produtividade nacional continua a crescer a taxas inferiores às da Europa. Os números revelam ainda que os trabalhadores e as empresas portuguesas são os que menos investem na formação ao longo da vida, contrastando com a UE, embora Portugal seja o país que mais dinheiro tem injectado na educação e formação. A situação merece um reparo do INE que, sublinha que “as universidades e os politécnicos não têm capacidade de atracção e há uma propensão para os estudantes portugueses procurarem universidades estrangeiras para completar ou valorizar os seus cursos”. I

| S o c i e d a d e

A revisão do Código de Trabalho conterá medidas suplementares de incentivo à natalidade e apoio à família, anunciou o ministro do Tra balho e da Segurança Social à Agência Lusa. De acordo com Vieira da Silva, a política governamental de apoio à natalidade inspira-se nas iniciativas tomadas por outros países que estão a conseguir inverter a sua tendência demográfica negativa. Para o ministro, não existe uma medida que por si só possa inverter a conjuntura.. A estratégia a seguir passa pela aposta em novos equipamentos sociais de apoio à infância, velhice e cidadãos dependentes. No seu conjunto, os novos diplomas de incentivo à natalidade representarão um esforço na ordem dos 100 milhões de euros. O diploma agora aprovado “também cobrirá as crianças filhas de emigrantes legalmente residentes em Portugal”.

E o novo abono de família para as mulheres a partir do terceiro mês de gravidez “não criará mais nenhuma burocracia”, adianta.

Conciliar a vida familiar com a vida profissional será outra das preocupações manifestadas pelo Governo. I

a n ó n i m a |

Oportunidades para crescer ma visão optimista da evolução de uma empresa tende a perspectivar que esta cresce continuamente. Depois da fase inicial de constituição e início de operações, o crescimento da empresa, embora com ritmos variáveis ao longo dos tempos, surge como sendo a única trajectória admissível. Ora, a realidade mostranos que o crescimento empresarial é apenas uma das possibilidades. O declínio e a eventual saída de mercado e/ou sector de actividade são evoluções tão realistas e prováveis quanto o crescimento empresarial. Se assim é, a questão que se coloca é a de saber que factores explicam a diversidade de trajectórias de crescimento empresarial que é possível observar.

A resposta a esta questão não é fácil. Mas certamente que tal resposta terá que ponderar a hipótese de as empresas não terem iguais oportunidades de crescer. Para além de cada empresa ter características que lhe são específicas e que determinam a sua capacidade de identificar e explorar economicamente as oportunidades de crescimento existentes ou potenciais, estas estão, de facto, dispersas de forma desigual. A desigualdade na distribuição de oportunidades de crescimento empresarial

U

O declínio e a eventual saída de mercado e/ou sector de actividade são evoluções tão realistas e prováveis quanto o crescimento empresarial

NATÁLIA BARBOSA professora universitária e co-autora duma coluna em www.empreender.blogspot.com

regista-se, quer em termos geográficos quer em termos sectoriais.

Na verdade, diferentes sectores de actividade exibem dinâmicas de crescimento muito variadas. Existem sectores de actividade cujas características do produto, da tecnologia, dos investimentos em investigação e desenvolvimento de produtos e/ou processos, da concorrência, entre outras, perspectivam trajectórias de crescimento ascendentes à generalidade de empresas que neles operam. Noutros casos, as perspectivas de crescimento estão seriamente comprometidas.

Mais relevante, é, no entanto, a dispersão geográfica das oportunidades para crescer, independentemente dos factores que a explicam. Se essa dispersão é desigual, então não basta ter as características propícias à identificação e exploração económica das oportunidades de crescimento, é também necessário estar no local certo. Isto remete-nos para a importância da escolha da localização, da sua reavaliação constante e para a mobilidade dos recursos. É, pois, neste contexto que se entende a importância das decisões de localização, deslocalização, e/ou co-localização das empresas. Naturalmente, que a relação entre oportunidades para crescer, empresa, sector, e local não tem um único sentido. Pode, de facto, resultar numa encruzilhada de alternativas, nem sempre fácil de decifrar. I

Esta rubrica semanal de opinião está inserida no acordo entre o JORNAL DE LEIRIA e o Espaço Empreender, que tem como colaboradores docentes e investigadores do ensino superior de diferentes zonas do País.

22 | 9 de Agosto de 2007

|Opinião|

Para reflectir Estamos em pleno início dos campeonatos nacionais, tendo a grande maioria das equipas já iniciado os seus treinos para a preparação de uma nova época que se aproxima e que este ano para a II e III divisões nacionais tem algumas inovações.

No entanto, olhando com mais pormenor para esta realidade futebolística, seja da I e II ligas, seja das II e III divisões nacionais, constata-se com grande nitidez o seguinte: a grande maioria dos clubes e das SADs estão com grandes problemas económicos, encontrando-se alguns completamente descapitalizados e incapazes de criar mecanismos de gerar novos financiamentos no futuro.

Por outro lado, as diferentes entidades que gravitam em redor do futebol estão relativamente bem, como é o caso de: · as televisões facturam receitas de publicidade como nunca, pois entre os dez espectáculos mais vistos em 2006, encontram-se dez jogos de futebol; · A empresa intermediária dos direitos televisivos (Olivedesportos) com os clubes também não nos parece ter dificuldades; · Os empresários (FIFA) também têm feito bons negócios e não parecem acusar problemas; · A F. P. F. tem realizado bons contratos de publicidade através da participação dos jogadores pertencentes aos clubes e dos bons resultados obtidos, principalmente da selecção A. · Os tradicionais mecanismos de solidariedade financeira estão deteorizados, como é o caso do Totobola, do novo jogo de sorte/azar e até os fundos de pensões para os jogadores são encarados com reservas.

Infelizmente, esta realidade também se verifica nos clubes do nosso distrito, diminuindo globalmente o poder dos mesmos no confronto nacional, provocando nos seus dirigentes uma grande desmotivação, tornando-os impotentes para alterar o rumo dos acontecimentos. Perante este cenário, há que encontrar soluções realistas (quais?), que impeçam que o futuro de muitos destes clubes seja o seu encerramento prematuro e, simultaneamente, que centenas de jovens praticam a sua modalidade preferida - o futebol. I Manuel Mendes Nunes Vice-presidente da Associação de Futebol de Leiria

I

Desporto

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Depois do Santa Clara vem a Académica

Taça da Liga leva Fátima ao rubro O sorteio realizado na passada segunda-feira ditou que o Fátima vai jogar com a Académica na segunda eliminatória da Taça da Liga, já no próximo domingo, depois de ter ultrapassado o Santa Clara, no passado domingo, por 2-0.

Para o técnico Rui Vitória, Fátima “vai ter o privilégio de jogar com uma equipa muito forte, um dos históricos do nosso futebol, com um belo treinador (Manuel Machado). Vamos recebê-los sabendo que vai ser muito difícil, mas acima de tudo é uma honra muito grande para estes jogadores e, sobretudo, para a cidade”.

O treinador não atira, no entanto, a toalha ao chão, sabendo que “o Fátima tem algumas possibilidades, não tantas como a Académica, mas vai lutar por ultrapassar mais uma eliminatória”.

O treinador realça ainda o fac-

dúvidas” para Rui Vitória. “Gostei bastante, ainda não está tudo afinado, mas foi, sem dúvida, uma jornada muito boa”. A equipa eleva assim os níveis de confiança, especialmente Carlos Saleiro e Marinho, autores de um golo e de uma assistência cada. I Miguel Sampaio

Pupo reforça meio-campo

“Saleiro marcou um golo ao Santa Clara” to curioso desta eliminatória ir juntar “duas equipas simpáticas, uma ligada ao espirito académico e aos estudantes, a outra ligado a factores religiosos”.

“SEM MARGEM PARA DÚVIDAS” A vitória sobre o Santa Clara, na primeira eliminatória da competição, “não deixou margem para

O médio ofensivo Yannick Pupo, de 19 anos, foi emprestado por uma época ao Fátima pelo Sporting. Como Paulo Bento conta com várias opções para a posição de Pupo, o empréstimo à equipa de Rui Vitória foi a solução encontrada para o jogador, a quem os especialistas comparam a Deco, poder evoluir e ganhar traquejo. I

Maccabi Netanya pelo caminho

Leiria vai a Israel O União de Leiria vai defrontar, na segunda pré-eliminatória da Taça UEFA os israelitas do Maccabi Netanya, de Israel. A primeira mão será disputada em Leiria, a 16 de Agosto, com o jogo em Israel a disputar-se a 30 de Agosto.

A dificuldade em conseguir estudar a forma de jogar do adversário está a ser uma dor de cabeça para Paulo Duarte,

já que o campeonato israelita começa depois do primeiro jogo da eliminatória. Paulo Pedro vai estar no próximo sábado em Israel, a observar um jogo do Maccabi a contar para a Taça do seu país, de forma a recolher mais informações sobre a sua forma de jogar. O clube, que faz a estreia nas competições europeias, foi segundo classificado na época passada em

Israel, é uma equipa que pratica um futebol rápido e forte fisicamente. O jogo da segunda mão não será disputado, por falta de condições, no Estádio do Maccabi Netanya, mas em Haifa.

Por causa da presença da União de Leiria na UEFA, o jogo da primeira jornada da Liga, frente ao Boavista, foi adiado para a terça-feira, dia 21 de

Agosto, pelas 19:45 horas.

Filipe Machado e William Baidek já não treinam com o plantel e os próximos dias serão decisivos para a manutenção de Lee Lio no grupo. O sulcoreano só ficará se a multinacional que detém o seu passe aceitar as condições propostas pela SAD do União de Leiria relativas ao patrocínio para a época 2008/09. I

Por causa de uma dívida a “Velhinha”

Ideia surgiu nos Pousos

Marinhense inibido de inscrever equipas

Rumo à Luz de limusine

O Marinhense está inibido de inscrever equipas nas competições nacionais. Armando “Velhinha”, treinador em 2002/03, interpôs uma acção judicial, reclamando o pagamento de cinco mil euros, prémio pela manutenção do Marinhense na II Divisão.

A decisão foi favorável a Armando “Velhinha”, tendo os marinhenses sido condenados a pagar mais de sete mil euros, correspondentes ao prémio mais juros.

Como forma de garantir o pagamento da dívida ao técnico, o Tribunal penhorou os subsídios camarários ao clube.

O mais grave veio depois: a Federação Portuguesa de Fute-

bol decretou que o clube estava impedido de inscrever equipas enquanto a situação não fosse solucionada. O presidente Hélder Fernandes sublinha que “a direcção do Marinhense está a tentar chegar a um entendimento com o técnico para desbloquear a situação.

Se há hipoteca dos subsídios camarários não deveria ser proibida a inscrição das equipas.

Assim há dois castigos para a mesma infracção”.

Relativamente aos órgãos sociais do Atlético Clube Marinhense, liderados por Hélder Fernandes e demissionários desde Dezembro de 2006, foram reempossados pelo presiden-

te da Assembleia Geral, António Santos, para um mandato até 30 de Setembro, por não aparecer nenhuma lista candidata. Hélder Fernandes aceitou o cargo mediante o cumprimento de algumas cláusulas, designadamente “a disponibilização de verbas pelos sócios para fazer face aos compromissos assumidos com a equipa de futebol”. A direcção do clube continua a aguardar um decisão camarária relativa à autorização de construção do hipermercado E. Leclerc nos terrenos do Campo da Portela, que levaria o Marinhense a embolsar três milhões de euros. I

Se é benfiquista já imaginou ir para o Estádio da Luz de limusine e estacionar ao lado dos autocarros do clube?

Paulo Santos, da casa benfiquista dos Pousos, teve a ideia e vai pô-la em prática já na próxima terça-feira, dia em que o Benfica joga para a pré-eliminatória da Liga dos Campeões.

Paulo Santos convida todos os benfiquistas “para o convívio”, realçando que esta é “uma forma de transporte mais segura e mais barata, pois cada pessoa paga 30 euros”.

O serviço é para continuar, sempre que um jogo ocorra na Luz e desde que haja um número de interessados que justifique o aluguer da limusine. I

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9 de Agosto de 2007 | 23

Núcleo Sportinguista vai contar com Sílvio Roda

A “parede” está de volta Sílvio Roda é o homem de quem se fala.

O guarda-redes de futsal abandonou uma das melhores equipas nacionais, a Fundação Jorge Antunes, de Vizela, e assinou contrato com o Núcleo Sportinguista de Leiria.

Mas qual será a motivação que um jogador sete vezes internacional A e com presenças num Mundial e num Europeu, pode ter para jogar num clube do terceiro escalão?

Aos 32 anos, Sílvio realça que “tinha convites para continuar a jogar na I Divisão”, mas motivos familiares levaram-no a ter “um grande desejo de regressar a Leiria”. O Núcleo Sportinguista foi a opção natural, porque apresentou “um projecto muito ousado e um plantel com qualidade”. A presença do treinador Tó Coelho, com quem tinha trabalhado no Instituto D. João V, foi outra das razões que levaram o guarda-redes a vestir de verde e branco na próxima temporada.

Agora que a escolha está feita, o objectivo primordial passa por ajudar o clube a “subir de divisão”. Por outro lado, Sílvio não

enjeita as responsabilidades que terá na motivação dos mais novos, pelo que aceita o seu papel primordial no “enriquecimento do futsal na região de Leiria”.

O que o atleta critica no desporto em Leiria é a inexistência de pavilhões em número suficiente para não terem que andar “com a casa às costas”. “Seria muito bom que essa situação fosse ultrapassada”, conclui.

DIVIDIDO ENTRE O FUTSAL E O ANDEBOL Depois de fazer carreira no andebol, entre Leiria e Guimarães, Sílvio Roda resolveu mudar para o futsal na temporada 2003/2004, já com 28 anos, representando o Instituto D. João V, do Louriçal. Passado apenas ano e meio foi convocado para representar Portugal no Mundial de 2004, disputado em Taiwan. No ano seguinte esteve presente, na República Checa, no Europeu. Para Tó Coelho, “é de longe o guarda-redes português com o melhor lançamento com a mão, fru-

to dos anos que praticou andebol”. Quanto ao facto de ter sido um brilhante guarda-redes de andebol antes de o ser no futsal, o técnico não tem dúvidas: “o Sílvio seria bom em qualquer modalidade. Gosta de treinar e tem atitude”. Agora, “vai ter a responsabilidade de ser o impulsionador da modalidade no distrito. Como adepto de futsal é um grande factor de motivação. Para o clube também é importante, pois a comunicação social vai acompanhar-nos mais e os patrocinadores podem aparecer. Também vai ter um papel importante na formação dos jovens atletas”. I Miguel Sampaio

Núcleo Sportinguista ambicioso

Ginásio quer manutenção Gonçalo Raimundo vai iniciar a terceira época consecutiva à frente do Ginásio de Alcobaça. Os objectivos, esses, apresentam-se modestos. “Queremos ficar na III Divisão. Não entramos em loucuras e temos a equipa que o Ginásio pode ter.”

A maioria do plantel manteve-se, o que pode ser “uma vantagem”. Saíram apenas dois atletas: Marco Pidocha, para o Caldas e Pedro Alberto, que terminou a carreira.

Estão ainda duas situações pendentes com dois atletas,

que aguardam os resultados do acesso ao ensino superior.

O técnico mostra-se satisfeito com os primeiros dias de trabalho, que se iniciaram no passado dia 30 de Julho. “Está tudo a correr bem, estou muito contente com o empenho dos atletas. Agora, é seguir em frente.”

Depois do jogo treino de ontem com o União de Leiria, o Ginásio joga no sábado com o Cartaxo, no dia 14 com o Caldas e no dia 18 com o União da Serra. I

Plantel 2007/08

Substitui José Couceiro

GR – Hugo Fernandes GR – Vítor Maranhão DEF – Bruno Oliveira DEF – Élio Agostinho DEF – Gonçalo Melo (ex-júnior) DEF – Pedrito DEF – Ricardo Cardoso (ex-Caranguejeira) DEF - Wilson MED – Fábio Rosado MED – Hélio Aurélio (ex-Fabril) MED – Hugo Pereira (ex-júnior) MED – Silva MED – Nuno Assis MED – Nuno Coelho MED – Rúben AVA – Armando Costa (ex-júnior U. Leiria) AVA – David Gonçalves (ex-júnior) AVA – Chanoca (ex-Caldas) AVA – Luís Cláudio (ex-Bidoeirense) AVA – Marquinho AVA – Wagner AVA - Sérgio Ventura (ex-Juncalense)

Violante na selecção sub-20

Vilanovense contestou despromoção

Em causa subsídio para viagens à Madeira

Série E em peso ameaça não participar no campeonato Os 12 clubes do continente inscritos na série E da III Divisão, entre os quais está o Bombarralense, assumiram o com-

promisso de não participarem no campeonato da III Divisão enquanto o Governo não revogar a medida de retirar o subsídio de 1.500

António Violante prepara-se para enfrentar um novo desafio na sua carreira, depois de ter sido chamado a orientar a Selecção Nacional Sub-20, substituindo José Couceiro com o qual a Federação Portuguesa de Futebol rescindiu contrato. Em 2007/08, a Selecção Nacional Sub-20 não tem nenhuma competição oficial, estando, em aberto, presenças em torneios internacionais de renome, como Toulon ou Madeira. I

DR

Alcobacenses com objectivos modestos

MIGUEL SAMPAIO

Depois do quinto lugar da temporada passada, o técnico Tó Coelho define que os objectivos do Núcleo Sportinguista de Leiria passam por “fazer melhor. Estamos numa série complicada, com muitos clubes de Lisboa. Em 14 equipas descem seis, pelo que para não descermos temos que lutar para subir”, sublinha. O clube “reforçou-se bem”, mantendo a base do ano passado. Além de Sílvio, os leões de Leiria foram buscar Fumo (ex-ARCA), Pedro Sousa (ex-Igreja Velha), Celso (ex-Boavista), Bruno Freitas (ex-CRIA) e Francisco Torrado, que jogava futebol no Moita do Boi. Estas contratações tiveram como objectivo ganhar peso e altura, pois a equipa anterior era “muito leve”. Para Tó Coelho, “à partida não entra mais ninguém. Mas vamos ter bastantes jogadores à experiência”. I

euros por cada deslocação às ilhas. O Santana e o Câmara de Lobos são as duas equipas insulares da série. I

Taça de Portugal e III Divisão já não estão em risco A Federação Portuguesa de Futebol, decidiu invocar o interesse público das provas para garantir que a III Divisão e a Taça de Portugal se iniciem sem problemas.

O Vilanovense tinha interposto uma providência caute-

lar no Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa contestando a sua despromoção aos distritais, tendo conseguido o adiamento dos sorteios daquele campeonato e da primeira eliminatória da Taça de Portugal.I

I Futsal

Benfica em Freixianda O Grupo Desportivo de Freixianda recebe hoje, pelas 20 horas, o Benfica. O jogo amigável, que vai realizar-se no Pavilhão Municipal de Freixianda, serve de apresentação da equipa da casa aos associados.

Orientação

COC no Mundial de OriBTT Paulo Alípio, Daniel Marques e Joel Morgado são os atletas do Clube de Orientação do Centro (COC) que estão presentes no Campeonato do Mundo de OriBTT, que está a realizar-se na República Checa até ao próximo sábado.

Inscrições no Lis Tiger Club O Lis Tiger Club tem abertas inscrições nas seguintes modalidades: judo, defesa pessoal, ju jitsu, karaté, hip hop, danças de salão e latinas, step, ginástica localizada, manutenção, musculação e cardio-fitness. As pré-inscrições realizadas até final de Agosto beneficiam de desconto de 50 por cento na quota do primeiro mês. Para mais informações visite www.listigerclub.pt.

Triatlo

João Silva estagia em França João Pedro Silva integra a lista de triatletas nacionais que está em estágio Centro Nacional de Treino de Font Romeu, em França, até dia 22, em preparação para o Mundial de triatlo, que acontece na cidade alemã de Hamburgo, entre 31 de Agosto e 2 de Setembro.

Andebol

Sporting vence na Batalha O Sporting conquistou, no passado fim-de-semana, o Torneio Internacional da Batalha, depois de vencer os espanhóis do Pilotes Posada na final da competição, por 34-20. O ABC, foi terceiro, batendo o Batalha por 41-15. I

Atletas vão representar Portugal no Quebec

Ginastas de Leiria vão aos Jogos Mundiais A Mariana, a Margarida, a Joana e a Sara são quatro jovens ginastas que vão, no próximo mês de Novembro, realizar um sonho. Vão estar presentes, em representação de Portugal, nos Jogos Mundiais por idades, que se realizam no Quebec, Canadá.

As atletas do Ateneu Desportivo de Leiria treinam de segunda a sábado, duas horas e meia por dia, para estarem em grande forma na altura da competição, de forma a trazerem “o melhor resultado possível” para o País.

O técnico Henrique Galinha considera que o objectivo é ficar o mais próximo possível dos finalistas.

“Um lugar entre o 10º e o 15º seria óptimo.”

A Margarida Pinto, de 14 anos, é o par da Mariana Borges, de 17, na prova de par sincronizado em trampolim. O trabalho para que tudo esteja perfeito, numa prova em que todos os pormenores são importantes, está a ser feito. “Tanto eu como a minha parceira temos o objectivo de acertar a série e fazer tudo até ao fim”, salienta a benjamim do grupo, enquanto que a Mariana, que também vai estar pre-

sente na prova do duplo mini-trampolim, considera que “o mais importante é participar numa prova onde vão estar os melhores ginastas do mundo. Só de vê-los aprendemos”.

Na prova de tumbling vai estar presente Joana Freitas, de 15 anos, que quer “aprender alguns saltos novos para levar para o Canadá” e Sara Matos, da mesma idade, que espera “recuperar da lesão para fazer o melhor possível”. A Sara é a “veterana do grupo”, pois é a terceira vez que vai aos Jogos Mundiais. Para ela, representar Portugal “é um grande orgulho, pois é o resultado de nove anos de trabalho”.

Estar presente nesta competição é um dos grandes objectivos do Ateneu, que “tem tido a veleidade de ter sempre ginastas presentes desde 1998”, refere Henrique Galinha.

O clube é actualmente o que movimenta o maior número de ginastas em Portugal, cerca de 150, “laborando na formação desportiva da cidade, mas também apostando na ginástica competitiva de nível internacional”. I Miguel Sampaio

As quatro ginastas que vão ao Quebec

Clube acredita poder reverter a decisão

Federação coloca HC Turquel na zona norte da II Divisão O HC Turquel foi incluído, pela primeira vez desde há vários anos, na zona norte da 2ª Divisão nacional, mas o clube já reagiu à decisão da Federação de Patinagem de Portugal (FPP).

O sorteio do campeonato ditou que a equipa de João Simões faça a estreia, em casa, diante da Sanjoanense, a 20 de Outubro, mas o HC Turquel ainda acredita que pode reverter a deliberação da FPP, tendo apresentado uma exposição sobre o assunto.

Na base da colocação do HC Turquel na zona norte, onde tem sido incluída a Biblioteca sempre que participou naquele escalão, está um estudo apresentado pelo Entroncamento, que, com esta medida, passou para a zona sul.

O clube do distrito de Santarém considera que o pavilhão que possui está situado cerca de 250 metros mais a sul do que o do HC Turquel, tendo solicitado a transferência de zona.

Perante estes argumentos, a direcção do Turquel apresentou uma exposição à FPP, na qual apresenta os argumentos contra esta decisão, sustentando-se no conceito de “proximidade geográfica”.

“Se é verdade que o pavilhão do Entroncamento se situa aproximadamente 250 metros a sul do pavilhão do HCT, é também verdade que em termos de proximidade a equipa do distrito de Leiria se encontra aproxi-

madamente 250 kms (viagem de ida apenas) mais perto das restantes equipas da zona sul do que a equipa ribatejana e que esta, por sua vez, se encontra aproximadamente 70 kms mais perto das restantes equipas da zona Norte do que o HC Turquel”, justifica o clube do concelho de Alcobaça na página oficial na Internet.

O clube garante, porém, que vai “continuar a lutar” para voltar à zona sul. I

Competição individual foi ganha por espanhol

Juniores do Alcobaça vencem Volta a Portugal A equipa do Crédito Agrícola/Alcobaça Clube de Ciclismo venceu, colectivamente, a Volta a Portugal de juniores, que terminou no passado domingo, em Beja. A camisola amarela ficou para o espanhol Pablo Lechuga (selecção da Andaluzia), mas os jovens de Alcobaça foram o grande destaque da prova.

Para além do título colectivo, a equipa treinada por Ricardo Pereira viu Guilherme Lourenço terminar a Volta no 2º lugar e sagrar-se o melhor português, enquanto André Nunes foi 3º e João Silvério 5º.

Disputada por 21 equipas, 18 das quais portuguesas, e com um total de 119 ciclistas, a Vol-

DR

BREVES

| DESPORTO | JORNAL DE LEIRIA |

MIGUEL SAMPAIO

24 | 9 de Agosto de 2007

ta a Portugal de juniores passou por Alcobaça logo no primeiro dia.

A equipa Crédito Agrícola/Alcobaça tinha como objectivo garantir a vitória por equipas e, depois, pensar na vitória individual. À entrada da última etapa, Guilherme Lourenço tinha um atraso de apenas 39 segundos para o camisola amarela, o que levou a equipa de Alcobaça a apostar o tudo por tudo. Todavia, a boa resposta da selecção da Andaluzia impediu a reviravolta na classificação final.

Fernando Vieira, dirigente do Alcobaça Clube de Ciclismo, contestou o facto de terem sido convidadas “selecções estrangeiras e não equipas”, o que tornou mais difícil a tarefa das formações portuguesas. I

| JORNAL DE LEIRIA | DESPORTO |

Título feminino alcançado na Nazaré

BREVES

Académico de Leiria/João de Barros campeão nacional de andebol de praia ra foi Vera Lopes das “Pussycat Balls”.

Em seniores masculinos venceu a equipa “Jogando”, que venceu a equipa “Motorjotas”.

Em destaque esteve a “Farmácia Maria Orlanda”, da Nazaré, quarta classificada. O melhor guarda-redes foi Humberto da “Mega Sport” e o melhor jogador foi Tiago Richa, pivot internacional do FC Porto, revelação do ano para a Liga Portuguesa de Andebol, nesta competição a alinhar pelos “Motorjotas” Em sub-16 os títulos foram para “Flor de Ermesinde” em masculinos e “As Escondidas”, em femininos. I

I Fez mínimos em Leiria

Vânia vai aos Mundiais A martelista da Juventude Vidigalense, Vânia Silva, assegurou um lugar na delegação portuguesa para os Mundiais de atletismo do Japão, que vão decorrer em Osaka, ao lançar o martelo a 66,28 metros. Vânia Silva já tinha feito mínimos (67,14) no início do ano, mas desde então tinha estado distante daquela marca. O seleccionador nacional, Abreu Matos, exigiu-lhe que confirmasse a boa forma, o que veio a conseguir, na passada quinta-feira, no centro de lançamentos de Leiria.

DR

A equipa do Académico de Leiria/Colégio João de Barros sagrou-se campeã nacional de andebol de praia em seniores femininos. A proeza foi alcançada no passado fim-de-semana, na Nazaré, onde se disputou a fase final do Campeonato Nacional. A equipa leiriense bateu, na final, o Xalavar-Cister-Fedima, de Alcobaça. A superioridade das equipas do distrito no quadro feminino foi enorme, com o “Linécole Team” a conseguir o quarto lugar. A melhor guarda-redes foi a internacional portuguesa do Colégio João de Barros, Carolina Costa, ao passo que a melhor jogado-

9 de Agosto de 2007 | 25

Académico de Leiria/João de Barros são as novas campeãs

Jogos Mundiais IBSA

Odete Fiúza volta a brilhar

Torneio Internacional de Beach Rugby

DR

Areias da Foz do Arelho vão escaldar O Caldas Rugby Clube vai organizar, no próximo sábado, o Nokia Beach Rugby – V Torneio Internacional da Foz do Arelho, integrado no programa

Verão Foz 2007.

O torneio masculino, disputado por 16 equipas, conta com um prémio de mil euros para o primeiro classificado, de 750

euros para o segundo e de 500 euros para o terceiro.

No torneio feminino, com 8 equipas, o primeiro prémio será de 500 euros. I

Odete Fiúza esteve em grande destaque nos Jogos Mundiais IBSA (atletas com deficiências visuais), que terminaram na passada segunda-feira em São Paulo, no Brasil. A atleta leiriense foi medalha de prata nos 5.000 metros e bronze nos 1.500 metros, na classe B2 (amblíopes). I

26 | 9 de Agosto de 2007

BREVES

Ensino à distância

Curso de formação para formadores

Do dia 21 de Setembro até 3 de Novembro, a Nova Etapa vai promover o curso de Formação Pedagógica de Formadores à distância, em plataforma eLearning. O curso é composto por 40 horas presenciais a decorrer em Leiria, 64 horas de auto-formação e quatro horas síncronas. No final das sessões, os participantes terão acesso ao CAP de formador homologado pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional. Para obter mais informações sobre esta e outras modalidades de ensino, os interessados podem consultar o site www.nova-etapa.pt.

Marinha Grande

Curso financiado de tecnologias

| EMPREGO | JORNAL DE LEIRIA |

Emprego

Dados do Eurofound

Portugal é o sétimo País da UE com mais férias Dos 27 parceiros da União Europeia (UE), Portugal é o sétimo país onde mais se tem férias, incluindo feriados. As diferenças estendem-se ao número de horas de trabalho diárias e ao total de horas anuais. No topo da lista situa-se a Suécia com 43 dias, a Alemanha com 40, a Itália com 39, o Luxemburgo e a Dinamarca com 38, e a Áustria com 37. O estudo foi promovido pela Fundação europeia para a Melhoria das condições de Vida e de Trabalho (Eurofound) relativo ao ano de 2006, divulgado pela Agência Lusa.

As discrepâncias chegam a atingir as três semanas de trabalho: enquanto que na Suécia a soma de dias de folga com feriados chega aos 43 dias, na Estónia os trabalhadores dispõe apenas de 26 dias. A investigação revela que os 12 Estadosmembros que entraram posteriormente à formação da UE a 15, trabalham em média mais duas semanas e meia (31.3 dias) que estes, cuja média dá 35,6 dias. A seguir à Estónia os países com menos dias de folga são a Letónia com 27, a Hungria com 28 e a Irlanda com 29 dias de férias e feriados. A média da

UE a 27 dá 33.7 dias sem trabalhar.

No que respeita à duração da semana, e apesar de ter sido acordado que os países da UE teriam uma média de 38.7 horas, a semana de trabalho média real foi de 39.9 horas e igualmente diferente de país para país: os trabalhadores da Letónia, Hungria, Polónia, Romé-

nia, Eslovénia, Lituânia, Grécia, Bulgária e Malta tiveram 40 horas semanais; seguindose os da Irlanda e os luxemburgueses que trabalharam 39 horas, os eslovacos e os austríacos ambos com 38.8 horas, os espanhóis 38.5 e os portugueses com 38.2 horas por semana. Por outro lado a França, Dinamarca, Suécia e Alemanha

são os países onde se trabalha menos horas por semana. Comparando a França com a Estónia, a segunda tem uma média de horas anual de mais 304 horas em relação à primeira, atingindo as 1.872 horas. A média anual de horas trabalhadas pelos portugueses chega às 1707 horas, situando-se a meio da tabela.

Incentivo à legalização

Net Emprego disponível a imigrantes Entre os dias 3 de Setembro e 11 de Outubro terá lugar o curso financiado de competências básicas em tecnologias.

A formação é promovida pelo Jogo do Rato, na Marinha Grande, e irá decorrer às segundas e quintas-feiras. Até ao final de Novembro estão previstas várias acções do género. Fundado em 1997, o Jogo do Rato desenvolve cursos para crianças, jovens e activos, com a acreditação do Instituto para a Qualidade na Formação.

O site Net Emprego vai passar a disponibilizar aos imigrantes as ofertas de emprego que após um mês de colocação não tenham obtido resposta por parte de candidatos portugueses ou provenientes da União Europeia. O objectivo passa por abrir as portas à imigração legal, o que está ainda dependente das quotas definidas previamente pelo Ministério do Trabalho e da regulamentação da lei da imigração, recentemente aprovada, revela o Diário de Notícias.

O secretário de Estado da Administração Interna, José Magalhães explicou àquele jor-

nal que "o Ministério do Trabalho e da Solidariedade está a fazer um levantamento das

necessidades de mão-de-obra estrangeira para apresentar ao Conselho Económico e Social.

Será um contigente global para ser preenchido enquanto houver empregos disponíveis". Isto significa que as ofertas serão disponibilizadas aos estrangeiros enquanto não forem preenchidas as quotas. Caso sejam aceites terão de pedir um visto de residência na embaixada portuguesa no seu país de origem. Trata-se de uma das poucas formas de entrar legalmente no país, razão pela qual já diversas associações de imigrantes criticaram a lei aprovada, dado que ainda não se sabe se aumentará as hipóteses de regularização dos que já se encontram cá.

| JORNAL DE LEIRIA | EMPREGO |

9 de Agosto de 2007 | 27

CURSO CEF DE BANCA SEGUROS - Nível III (PÓS-LABORAL) CONDIÇÕES DE ACESSO 10º Ano de Escolaridade ou 1º ano do curso qualificante (Sem idade limite)

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28 | 9 de Agosto de 2007

| EMPREGO | JORNAL DE LEIRIA |

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| JORNAL DE LEIRIA |

Comparando com período homólogo

BREVES

I Industriais da Construção mais pessimistas

Preço das casas subiu 1.6 por cento na região de Lisboa e Vale do Tejo se verificou um aumento do preço das casas situado nos 0.7 por cento, chegando aos 1.410 euros. O Centro do País e Alentejo foram as únicas regiões onde o preço das habitações registou decréscimos do preço por metro quadrado.

Nos apartamentos, o valor médio subiu 0.6 por cento em relação ao segundo trimestre, bem como o preço das moradias que aumentou 1.7 por cento. As maiores subidas registaram-se igualmente no Norte (7.2 por cento) e no Algarve (3,4 por cento), continuando os apartamentos T1 ou inferior a ser os mais caros (1.463 euros), seguindo-se os T5 ou superior (1.332 euros). I

DR

O preço das habitações no Algarve ultrapassa já os 1500 euros por metro quadrado, o mais alto do País. No mercado da habitação verificou-se uma subida pouco significativa relativamente ao primeiro trimestre do ano, de 0.4 por cento, mas face ao período homólogo subiu 1.6 por cento. O valor médio por habitação ronda os 1.243 euros por metro quadrado.

Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), mostram que as maiores subidas se verificaram no Norte do País, com um aumento de 3.5 por cento, atingindo os 1.088 euros, e no Algarve, onde se registou uma subida de 2.8 por cento para os 1.562 euros. Também

Bancos esperam manter critérios

Imóveis no Centro Histórioco

Aumenta procura de empréstimos

Câmara de Leiria apoia reabilitação

A procura de crédito para aquisição de casa sofreu um ligeiro aumento no segundo trimestre do ano. A confiança dos consumidores e a transferência de créditos de outras instituições terá estado na origem desta evolução, de acordo com o Diário Económico. Um inquérito divulgado pelo Banco de Portugal revela que de Abril a Junho os critérios de aprovação de crédito foram mantidos por todos os bancos. Segundo apurou aquele jornal, esta atitude é reveladora das pressões concorrenciais, de uma melhoria das expectativas em relação à actividade económica em geral, que não são tão grandes em relação ao mercado imobiliário.

As candidaturas à comparticipação financeira das obras nos prédios degradados, situados no Centro Histórico da cidade, abrem de um de Setembro a 31 de Outubro. O financiamento é atribuído ao abrigo do Programa de Reabilitação dos Edifícios do Centro Histórico - PRECH, da Câmara Municipal de Leiria. Podem concorrer todos "os proprietários, comproprietários, usufrutuários e superficiários dos edifícios a reabilitar, administrações de condomínio, relativamente às partes comuns do prédio, bem como os arrendatários,

Os dados recolhidos junto das intituições bancárias mostraram que as alterações se viraram antes para as condições a aplicar aos empréstimos cedidos. Enquanto dois bancos diminuíram os spreads dos contratos de financiamento, outros dois efectuaram alterações no sentido inverso. Verificou-se uma ligeira redução da restritividade das condições aplicadas ao nível da maturidade, das comissões e de outros encargos não relacionados com as taxas. Os bancos inquiridos esperam não fazer alterações significativas até final do trimestre. Quanto à evolução da procura a opinião dos operadores não é consensual. I

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nos casos de execução administrativa". Pretende, assim, a autarquia incentivar a recuperação dos edifícios e contribuir para a valorização do espaço público, ajudando a recuperar as fachadas e coberturas danificadas. As comparticipações financeiras previstas revestem a modalidade de fundo perdido e são calculadas com base nos orçamentos apresentados pelo beneficiário, excepto quando excedam os custos padrão para cada tipo de trabalho.

O regulamento pode ser consultado no site da câmara, em www.cm-leiria.pt. I

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9 de Agosto de 2007 | 29

O clima de pessimismo entre os empresários do sector da construção, agravou-se no mês de Julho, de acordo com a síntese de conjuntura da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), divulgada pelo Jornal Construir. O indicador geral da conjuntura recuou cerca de 0.8 por cento no último mês. A associação revela que "num momento em que se assiste a um debate sobre o papel do investimento público e em que se anunciam elevados montantes a ser dispendidos ao longo da actual legislatura, as empresas de obras públicas declaram ter uma redução abrupta das perspectivas de geração de emprego e de investimentos futuros". Como razões para a quebra na confiança são apontadas a oposição que se tem feito em torno dos investimentos anunciados para o sector, bem como a quebra no licenciamento de novos fogos.

Imobiliário português atrai compradores britânicos Os compradores que procuram casas no estrangeiro sentem-se bastante atraídos pelo mercado imobiliário português. De acordo com Nicholas Marr, especialista inglês citado pelo Jornal de Negócios, Portugal é o lugar ideal para os britânicos mais idosos e para as famílias que queiram sair da habitual rota imobiliária, apresentando muitos espaços que precisam ser desenvolvidos e melhorados. "Tudo é possível no mercado português. Eu diria que se trata de um mercado mais simples, com um ritmo ligeiramente menos acelerado e que atrai as pessoas mais velhas", referiu o presidente executivo da Homesgofast. I

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| JORNAL DE LEIRIA |

Inquérito Nacional de Saúde 2005/2006

BREVES

Aumentam casos de hipertensão 16.5 da população, que atingem 16.9 por cento nas mulheres e 16 por cento nos homens. As proporções mais elevadas de excesso de peso e obesidade situam-se a partir dos 45 anos de idade.

No campo da saúde mental o inquérito permitiu apurar que 27.6 por cento da população residente no Continente padece de sofrimento psicológico, que assume maiores proporções no sexo feminino (36.8 por cento contra 17.6 por cento nos homens). O provável sofrimento psicológico aumenta com a idade, atingindo o pico nos homens entre os 75 e os 84 com 31.2 por cento, verificando-se nas mulheres nos 65 a 74 anos, afectando 51.9 por cento.

No que respeita ao uso de medicamentos os resultados do inquérito destacam a tensão alta como o principal motivo para o seu consumo, representando esta 15.6 por cento, seguindo-se a

dor nas articulações (10 por cento) e a redução do colesterol, em terceiro lugar, com 9.5 por cento. A utilização de medicamentos é no geral mais frequente nas mulheres (64 por cento) do que nos homens (40.8 por cento). Dos dados apurados verifica-se que o consumo de medicamentos aumenta com a idade, sobretudo a partir dos 45 anos,

Portuguesas bebem e fumam mais

DR

Quase metade das mulheres não usam contraceptivo

Quase metade das mulheres em idade fértil tem relações sexuais sem protecção anticoncepcional, o que equivale a 43.5 por cento, segundo o Inquérito Nacional de Saúde referente a 2005/06. A faixa etária que menos utiliza os métodos contraceptivos vai dos 15 aos 19 anos e chega a atingir na Madeira os 85 por cento. A pílula é o contraceptivo utilizado pela maior parte das mulheres (65.9 por cento), seguindo-se o preservativo (13.4 por cento) e o dispositivo intra-uterino (8.8 por

Alerta

Queijo Suissinho Yoco sai do mercado

DR

Os resultados do 4º Inquérito Nacional de Saúde 2005/2006 mostram que a hipertensão aumentou de 14.9 para 20 por cento no que respeita às doenças crónicas observadas, seguindo-se a dor reumática e a dor crónica que afectam ambas 16.3 por cento da população. A depressão atingiu 8.3 por cento da população, a diabetes 6.5 por cento, a osteoporose 6.3 por cento e a asma 5.5 por cento. Todas as doenças crónicas se evidenciam mais nas mulheres do que nos homens e, à excepção da asma, a prevalência do aparecimento de doenças crónicas aumenta com a idade, independentemente do sexo.

Da população auscultada 18.6 por cento com 18 ou mais anos tinha excesso de peso, revelando-se este mais frequente nos homens (20.8 por cento) do que nas mulheres (16.6 por cento).

O mesmo não se pode dizer dos casos de obesidade que afectam

9 de Agosto de 2007| 31

cento). O uso da pílula varia consoante a faixa etária: dos 20 aos 24 anos 87.3 por cento afirma usá-la e dos 50 aos 55 anos a percentagem baixa para 24.8.

O consumo de álcool e tabaco pelas mulheres aumentou nos últimos sete anos, de acordo com o Inquérito Nacional de Saúde 2005/2006, embora os homens continuem a liderar ambos os consumos. O aumento do consumo de álcool verificado nas mulheres foi de cinco pontos percentuais, atingindo os 42.3 por cento. Embora menos significativo, também se registou um aumento do número de consumidores de álcool, de 64.4 por cento para 66 por cento. O vinho lidera as escolhas. Já nos arquipélagos, os consumos são mais moderados, com 48.8 por cento dos açorianos a ingerirem bebidas e 35.1 por cento na Madeira.

Relativamente ao tabaco o inquérito revela um decréscimo global de um por cento no consumo, registando nas mulheres o aumento de um ponto percentual, de 10.1 para 11.2.

Foram os homens que contribuiram para a diminuição do número de fumadores, que passou de 31 para 28.7 por cento, durante o mesmo período de tempo.

tanto nos homens como nas mulheres. Na população com menos de 15 anos são os antibióticos a liderar o consumo com 4.8 por cento, seguidos dos medicamentos contra alergias (3.3) e da asma (1.9).

O inquérito é da responsabilidade do Instituto Nacional de Estatística e do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.

O queijo com frutos para crianças Suissinho Yoco, da Nestlé, contém uma percentagem muito baixa de goma de guar, um aditivo alimentar contaminado com dioxinas e pesticidas, embora de forma residual, proibido pela União Europeia. Assim, a Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE) decretou a sua retirada do mercado, que decorre desde a passada semana. A entidade sublinha, no entanto, que a quantidade da goma existente nos queijos frescos infantis não coloca em risco a saúde pública. A mesma garantia foi dada por José Xavier, director-geral da Longa Vida, em declarações à Agência Lusa.

Caldas da Rainha

Portugal não recebeu animais contaminados A Direcção-Geral de Veterinária (DGV) fez saber através de comunicado que Portugal não recebeu animais provenientes do Sul de Inglaterra, onde foi detectado, na passada sexta-feira, um surto de febre aftosa. Assim o atesta a consulta levada a cabo pela entidade no sistema informático Traces, onde se encontra descrita a movimentação intracomunitária de animais vivos. De acordo com a DGV, serão de imediato reforçadas as campanhas de informação com vista à prevenção da introdução de produtos de origem animal no país e efectuada a articulação com outras entidades, de forma a controlar a bagagem pessoal dos passageiros provenientes do Reino Unido. Os 64 bovinos afectados pela doença foram entretanto abatidos, tal como os que se encontravam nas explorações mais próximas, já que o vírus foi detectado a 50 quilómetros do local.

Foz do Arelho tem SPA na praia A praia da Foz do Arelho tem um programa alargado a oferecer aos seus veraneantes: saúde e estética para todos, até ao final do mês. Desde massagens terapêuticas e de relaxamento, ou para os que preferirem modelar o corpo com aulas de Pilates e Streching. Enfeitar o corpo ou mudar de look são outras das propostas: tatuagens definitivas ou permanentes, maquilhagem, body painting, sessões de cabeleireiro com aplicação de rastas, extensões, serviços de pedicura e manicura, etc. Os rastreios também não irão faltar com a estratificação do risco de hipertensão e da medição de massa gorda. Um vasto conjunto de profissionais estará também presente para aconselhar no combate ao excesso de peso, celulite e gordura localizada.

32 | 9 de Agosto de 2007

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REUMATOLOGIA - Dr. Alves Matos

NUTRIÇÃO/OBESIDADE - Dra. Telma Valente

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ALCOBAÇA Epifâneo 262582124 Magalhães 262582455 Campeão 262582156 B. Marques262582115 Epifâneo 262582124 Magalhães 262582455 Campeão 262582156

BATALHA M. Padrão 244765449 M. Padrão 244765449 M. Padrão 244765449 M. Padrão 244765449 Ferraz 244765124 Ferraz 244765124 Ferraz 244765124

C. DA RAINHA Central 262831471 Maldonado 262844847 Perdigão 262880681 B. Lisboa 262832324 Freitas 262831487 Caldense 262832256 Central 262831471

Fátima Iriense Iriense Iriense Fátima Iriense Fátima

FÁTIMA 249531114 249531234 249531234 249531234 249531114 249531234 249531114

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MARINHA GRANDE Central 244502208 Roldão 244502641 Moderna 244502834 Duarte 244503024 Guardiano 244502678 Central 244502208 Roldão 244502641

PORTO DE MÓS Mirense 244440213 Mirense 244440213 Central 244440237 Central 244440237 Central 244440237 Central 244440237 Central 244440237

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NAZARÉ 262551106 262561221 262561221 262561221 262552394 262552394 262552394

Serra Serra Serra Serra Correia Correia Correia

FIGUEIRÓ 236552339 236552339 236552339 236552339 236552312 236552312 236552312

Oliveira Baptista Sanches Central Lino Avenida Oliveira Paiva Paiva Paiva Paiva Barros Barros Barros

LEIRIA 244822757 244832320 244892500 244817980 244832465 244833168 244822757

POMBAL 236212013 236212013 236212013 236212013 236212037 236212037 236212037

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NOTARIADO PORTUGUÊS MARIA LUCÍLIA FERREIRA ANTUNES MARTINS NOTÁRIA EM LEIRIA

9 de Agosto de 2007| 33

SIMLIS - SANEAMENTO INTEGRADO DOS MUNICÍPIOS DO LIS, S.A Jornal de Leiria - Edição n.º 1204 - 09.08.2007

ANÚNCIO DE CONCURSO

Jornal de Leiria - Edição n.º 1204-09.08.2007

CERTIFICO que por escritura de seis de Agosto de dois e sete, iniciada a folhas 77, do Livro de Notas para Escrituras Diversas nº 97-A, deste Cartório.

Maria do Carmo de Oliveira David, solteira, maior, natural da freguesia de Boa Vista, concelho de Leiria, onde reside na Rua da Serrada, nº4, Fonte do Oleiros, NIF 134.251.083.

Justificou a posse do seguinte bem: Prédio rústico composto por terra de semeadura, com oliveiras e pinheiros, sito em Fonte do Oleiro, com a área de dois mil e setenta e cinco metros quadrados, a confrontar do norte com Rua da Serrada, do nascente com Maria Gracinda Oliveira David, do Sul com Serventia e do poente com Luís Lívio Gameiro dos Santos, inscrito na respectiva matriz em nome da justificante, sob o artigo 3175, com o valor patrimonial para efeitos de IMT de 1.200,00 € e atribuído de mil e quinhentos euros, não descrito na Segunda Conservatória do Registo Predial de Leiria.

Que o bem veio à sua posse há mais de vinte anos por doação verbal feita por sua mãe, Conceição de Jesus Oliveira, viúva, residente que foi naquele lugar de Fonte do Oleiro, por volta do ano de mil novecentos e oitenta, não sendo possível fazer a escritura, em virtude da doadora já ser falecida. Que, assim, não tem ela primeira outorgante título formal de aquisição do referido bem. Certo é, porém, e do conhecimento geral que o vem possuindo, desde há mais de vinte anos sem interrupção, ostensivamente e sem oposição de ninguém, na convicção, que sempre tem sido também a das outras pessoas, de ser ela, a sua verdadeira e única dona.

Na verdade, tem sido ela e mais ninguém que durante todo aquele tempo tem desfrutado o referido bem, pago os impostos por ele devidos e tem praticado nele os actos normais de conservação e defesa da propriedade.

Que, assim e na falta de melhor título, ela primeira outorgante, adquiriu o identificado bem por usucapião, que aqui invoca por não lhe ser possível provar a sua aquisição pelos meios extrajudiciais normais.

Vai conforme o original na parte fotocopiada não havendo na parte omitida nada que altere, modifique ou restrinja a parte transcrita.

Leiria, 06 de Agosto de 2007 A Colaboradora autorizada (assinatura ilegível)

SECÇÃO I: ENTIDADE ADJUDICANTE I.1) DESIGNAÇÃO, ENDEREÇOS E PONTOS DE CONTACTO Designação Oficial: SIMLIS - Saneamento Integrado dos Municípios do Lis, S.A Endereço postal: Rua Anzebino da Cruz Saraiva, Lote 1, 318 –1.º G Localidade: Leiria Código postal: 2400 098 País: PORTUGAL Pontos de contacto: Rua Anzebino da Cruz Saraiva, Lote 1, 318 –1.º G À atenção de: Eng, Cláudio de Jesus Telefone: +351 244 849 100 Correio Electrónico: geral@simlis.pt Fax: +351 244 849 101 Endereços internet Endereço geral da entidade adjudicante (URL): www.simlis.pt Mais informações podem ser obtidas no seguinte endereço: Ver «pontos de contacto» Caderno de encargos e documentos complementares (incluindo documentos para diálogo concorrencial e para um Sistema de Aquisição Dinâmico) podem ser obtidos no seguinte endereço: Ver «pontos de contacto» As propostas ou pedidos de participação devem ser enviados para o seguinte endereço: Ver «pontos de contacto» I.2) TIPO DE ENTIDADE ADJUDICANTE E SUAS PRINCIPAIS ACTIVIDADES Outro: Empresa Multimunicipal: Ambiente A entidade adjudicante está a contratar por conta de outras entidades adjudicantes: Não SECÇÃO II: OBJECTO DO CONTRATO II.1) DESCRIÇÃO II.1.1) Designação dada ao contrato pela entidade adjudicante Concurso para a Elaboração do Projecto de Execução de Infra-Estruturas em "Baixa" dos Concelhos de Batalha e Leiria II.1.2) Tipo de contrato e local da realização das obras, da entrega dos fornecimentos ou da prestação de serviços c) Serviços Categoria de serviços nº 12 Principal local de execução, de entrega ou da prestação dos serviços: Concelhos de Leiria e Batalha, Portugal Código NUTS: PT163 II.1.3) O anúncio implica: Um contrato público II.1.5) Breve descrição do contrato ou das aquisições Elaboração de Projectos de Execução e de Processos de Concurso, os quais devem reunir todos os estudos e todos os elementos necessários ao(s) concurso(s) público(s) para a(s) respectiva(s) empreitada(s).

II.1.6) CLASSIFICAÇÃO CPV (VOCABULÁRIO COMUM PARA OS CONTRATOS PÚBLICOS) Objecto principal Vocabulário principal: 74225000 II.1.7) O contrato está abrangido pelo Acordo sobre Contratos Público (ACP)?

Não II.8) Divisão em lotes: Sim Devem ser enviadas propostas para: todos os lotes Anexo B: INFORMAÇÕES RELATIVAS AOS LOTES Lote n.º A Título: Infra-estruturas em "Baixa" do Concelho de Leiria 1) DESCRIÇÃO SUCINTA Projecto de Execução de Infra-estruturas em "Baixa" do Concelho de Lei-

ria - Lugares de Bajouca de Cima, Loural, Marinha do Engenho, Moital, Vale da Bajouca, Bajouca, Gaspara, Prazo, Água Formosa, Santo Aleixo e Cavadas da Bouça (Parte). Valor indicativo de extensão da rede: 40 Km 2) CLASSIFICAÇÃO CPV (VOCABULÁRIO COMUM PARA OS CONTRATOS PÚBLICOS) Objecto principal Vocabulário principal: 74225000 4) INDICAÇÃO DE DATAS DIFERENTES DE DURAÇÃO DO CONTRATO OU PARA INÍCIO/CONCLUSÃO Período em dias: 120 (a contar da data de adjudicação) Anexo B: INFORMAÇÕES RELATIVAS AOS LOTES Lote n.º B Título: Infra-estruturas em "Baixa": Concelhos de Batalha e Leiria 1) DESCRIÇÃO SUCINTA Projecto de Execução de Infra-estruturas em "Baixa" dos Concelhos de Batalha e Leiria - Lugares de Andreus e Palheirinhos, Colipo, Casal do Alho (Parte), Picoto (Parte), Rio Seco (Parte), Cividade (Parte) e Golpilheira (Parte). Valor indicativo de extensão da rede: 10 Km 2) CLASSIFICAÇÃO CPV (VOCABULÁRIO COMUM PARA OS CONTRATOS PÚBLICOS) Objecto principal Vocabulário principal: 74225000 4) INDICAÇÃO DE DATAS DIFERENTES DE DURAÇÃO DO CONTRATO OU PARA INÍCIO/CONCLUSÃO Período em dias: 90 (a contar da data de adjudicação) Anexo B: INFORMAÇÕES RELATIVAS AOS LOTES Lote n.º C Infra-estruturas em "Baixa" do Concelho de Batalha 1) DESCRIÇÃO SUCINTA Projecto de Execução de Infra-estruturas em "Baixa" do Concelho de Batalha - Lugares de Corga, Santo Antão e Faniqueira. Valor indicativo de extensão da rede: 4,5 Km 2) CLASSIFICAÇÃO CPV (VOCABULÁRIO COMUM PARA OS CONTRATOS PÚBLICOS) Objecto principal Vocabulário principal: 74225000 4) INDICAÇÃO DE DATAS DIFERENTES DE DURAÇÃO DO CONTRATO OU PARA INÍCIO/CONCLUSÃO Período em dias: 90 (a contar da data de adjudicação) Anexo B: INFORMAÇÕES RELATIVAS AOS LOTES Lote n.º D Título: Infra-estruturas em "Baixa" do Concelho de Leiria 1) DESCRIÇÃO SUCINTA Projecto de Execução de Infra-estruturas em "Baixa" do Concelho de Leiria - Lugares de Estremadouro, Bouça de Cá, Bouça de Lá, Lage, Casais da Bidoeira e Cavadas da Bouça (Parte). Valor indicativo de extensão da rede: 19 Km 2) CLASSIFICAÇÃO CPV (VOCABULÁRIO COMUM PARA OS CONTRATOS PÚBLICOS) Objecto principal Vocabulário principal: 74225000 4) INDICAÇÃO DE DATAS DIFERENTES DE DURAÇÃO DO CONTRATO OU PARA INÍCIO/CONCLUSÃO Período em dias: 120 (a contar da data de adjudicação) II.1.9) São aceites variantes: Não II.3) DURAÇÃO DO CONTRATO OU PRAZO PARA A SUA EXECUÇÃO Período em dias: 120 (a contar da data de adjudicação)

SECÇÃO III: INFORMAÇÕES DE CARÁCTER JURÍDICO, ECONÓMICO, FINANCEIRO E TÉCNICO III.1) CONDIÇÕES RELATIVAS AO CONTRATO III.1.1) Cauções e garantias exigidas Não é exigida qualquer caução na fase de concurso. É exigida na fase de adjudicação uma caução no valor de 5% do montante total da prestação de serviços com exclusão do IVA. III.1.2) Principais modalidades de financiamento e pagamento e/ou referência às disposições que as regulam O regime da prestação de serviços objecto do presente concurso é o de preço global fixo e não revisível III.1.3) Forma jurídica que deve assumir o agrupamento de operadores económicos adjucatário Podem concorrer empresas ou grupos de empresas que declarem a intenção de, em regime de responsabilidade solidária passiva, se constituírem em Consórcio Externo ou ACE – Agrupamento Complementar de Empresas, neste último caso a constituição do ACE terá de encontrar-se autorizada pelo Registo Nacional de Pessoas Colectivas III.2) CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO III.2.1) Situação pessoal dos operadores económicos, nomeadamente requisitos em matéria de inscrição nos registos profissionais ou comerciais Informação e formalidades necessárias para verificar o cumprimento dos requisitos: Podem ser admitidos a concurso os concorrentes que: não se encontrem em nenhuma das situações referidas no nº 1 do artº 33 do D.L. 197/99 de 8 de Junho; apresentem os indicadores financeiros estabelecidos no ponto 6.3 do Programa de Concurso; exerçam a actividade de projectista há pelo menos 5 (cinco) anos; Possuam experiência nos últimos 5 (cinco) anos na elaboração de um projecto similar, com extensão mínima de 10 Km. Incluam nos seus quadros de pelo menos um Engenheiro Civil com pelo menos 10 (dez) anos de experiência profissional III.2.2) Capacidade económica e financeira Informação e formalidades necessárias para verificar o cumprimento dos requisitos: Documentos exigidos no programa de Concurso, nomeadamente os indicados no ponto 10.1 III.2.3) Capacidade técnica Informação e formalidades necessárias para verificar o cumprimento dos requisitos: Documentos exigidos no programa de Concurso, nomeadamente os indicados no ponto 10.1 III.3) CONDIÇÕES ESPECÍFICAS DOS CONTRATOS DE SERVIÇOS III.3.1) A execução dos serviços está reservada a uma profissão específica: Não III.3.2) As pessoas colectivas devem indicar os nomes e habilitações profissionais do pessoal responsável pela execução do serviço: Sim SECÇÃO IV: PROCESSO IV.1) TIPO DE PROCESSO IV.1.1) Tipo de processo Concurso público IV.2) CRITÉRIOS DE ADJUDICAÇÃO IV.2.1) Critérios de adjudicação: Proposta economicamente mais vantajosa, tendo em conta Os critérios enunciados a seguir (os critérios de adjudicação deverão ser apresentados com a respectiva ponderação ou por ordem de importância sempre que a ponderação não seja possível por razões justificáveis) Critério: Valia Técnica da Proposta (C1) - Ponderação: 0.6 Critério: Preço Global da Prestação de Serviços (C2) - Ponderação: 0.4

IV.3.1) Numero de referência atribuído ao processo pela entidade adjudicante SML-Bx-01-2007-LR-BT IV.3.2) Publicações anteriores referentes ao mesmo projecto: Não IV.3.3) Condições para obtenção do caderno de encargos e dos documentos complementares (excepto para um SAD) ou memória descritiva (em caso de diálogo concorrencial) Prazo para a recepção de pedidos de documentos ou para aceder aos documentos Data: 24/09/2007 Hora: 18 :00 Documentos a título oneroso: Sim Indicar preço: 250 Divisa: EUR Condições e modo de pagamento: O processo de concurso pode ser examinado na morada indicada em I.1), em dias úteis, de 2.ª a 6.ª feira, das 9:00 às 12:30 e das 14:00 às 18:00, desde a data de publicação do presente anúncio no Diário da República até ao dia e hora do acto público do concurso.

Podem ser pedidas cópias, por escrito, na morada indicada em I.1) até à data limite indicada.

As cópias serão entregues, em mão contra recibo na morada indicada em I.1), no prazo de 4 (quatro) dias úteis, a contar da data de recepção do pedido. O preço indicado é por exemplar, acrescido do IVA à taxa legal em vigor, a pagar em dinheiro ou cheque, a favor da entidade adjudicante, no momento da entrega.

IV.3.4) Prazos de recepção das propostas ou dos pedidos de participação Data: 04/10/2007 Hora: 18 :00 IV.3.6) Língua ou línguas que podem ser utilizadas nas propostas ou nos pedidos de participação PT IV.3.7) Período mínimo durante o qual o concorrente é obrigado a manter a sua proposta (concursos públicos) Período em dias: 90 (a contar da data-limite para a recepção das propostas) IV.3.8) Condições de abertura das propostas Data: 08/10/2007 Hora: 10 :00 Lugar: SIMLIS - Saneamento Integrado dos Municípios do Lis, S.A Pessoas autorizadas a assistir à abertura das propostas: Sim Ao acto público pode assistir qualquer interessado, apenas podendo nele intervir os concorrentes e seus representantes, devidamente credenciados e num máximo de 2 (dois) representantes por proposta concorrente SECÇÃO VI: INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES VI.1) TRATA-SE DE UM CONTRATO DE CARÁCTER PERIÓDICO: Não VI.2) CONTRATO RELACIONADO COM UM PROJECTO E/OU PROGRAMA FINANCIADO POR FUNDOS COMUNITÁRIOS: Sim Fazer referência aos projectos e/ou programas: Este projecto será co-financiado pelo QREN VI.5) DATA DE ENVIO DO PRESENTE ANÚNCIO 26/07/2007

26/07/2007 - Administrador Delegado , Engº Cláudio de Jesus

IV.3) INFORMAÇÕES DE CARÁCTER ADMINISTRATIVO

O presente projecto, co-financiado pela União Europeia, contribui para a gestão sustentável dos recursos hídricos da região.

EDITAL N.º 1/07 Jornal de Leiria - Edição n.º 1204-09.08.2007 2.ª Publicação

FAUSTINO FERREIRA COELHO GUERRA, Presidente da Freguesia de Monte Real, Concelho de Leiria, torna público que, por deliberação tomada pela Junta de Freguesia, em sua reunião de 17 de Julho de 2007, se encontra aberto, CONCURSO PARA ATRIBUIÇÃO DO DIREITO DE EXPLORAÇÃO DO CAFÉBAR DO CINE-TEATRO DE MONTE REAL. Os interessados deverão solicitar, na secretaria da Junta de Freguesia, o processo de candidatura onde consta o CADERNO DE ENCARGOS, até ao dia 14 de Agosto. As propostas deverão ser entregues na sede da Junta entre as 20 horas e as 22 Horas, do dia 28 de Agosto de 2007.

O acto público da abertura das propostas realizar-se-á pelas 22H00 do mesmo dia.

Para constar se publica o presente Edital e outros de igual teor que irão ser afixados nos locais próprios e divulgados em Jornais Regionais.

Junta de Freguesia de Monte Real, aos Dezassete dias do mês de Julho de dois mil e sete.

O PRESIDENTE (FAUSTINO FERREIRA COELHO GUERRA)

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Joaquim Carreira Raposeira - Colmeias 16/02/1930 02/08/2007 A todas as pessoas amigas que se incorporaram no seu funeral, ou que de qualquer outra forma manifestaram o seu pesar, sua esposa e filhas vêm por este meio agradecer, na impossibilidade de o fazerem pessoalmente como era seu desejo. No próximo dia 9 de Agosto, pelas 21h30, na Igreja Paroquial de Colmeias, será celebrada missa de 7º Dia de Falecimento.

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PASSATEMPOS SUDOKU

PALAVRAS CRUZADAS

O objectivo é preencher um quadrado 9x9 com números de 1 a 9, sem repetir números em cada linha e cada coluna. Também não se pode repetir números em cada quadrado de 3x3.

HORIZONTAIS: 1 - Tempestade; 2 - Doente, ruim; 3 - Personagem mítica do cinema de Hollywood; 4 - Escaldante, meio colo; 5 Contr., suspiros; 6 - Apetite sexual dos animais (pl.), recife; 7 - Ordenados; 8 Asiático; 9 - Azo (anagr.), prata (s.q.), poeira; 10 - Pregador.

1 2

VERTICAIS: 1 - Desejo veemente; 2 - Tem o Reno, interj. que exprime irritação; 3 - Faz-se na Missa; 4 - Observa, é um canal; 5 Bacanal, tem a mana; 6 - É uma farinha, prender; 7 - Fraude, arma branca; 8 Mercado de peixe (inv.); 9 - Suaves, poeira; 10 - Aqui, sol confuso, grande porção.

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EDIÇÃO PASSADA

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BOLETIM DE CLASSIFICADOS

C U P Ã O D E A S S I N AT U R A

NOME ________________________________________________________ MORADA ______________________________________________________ _________________________________________ TEL. |__|__|__|__|__|__|__|__|__| C. POSTAL|__|__|__|__|-|__|__|__| LOCALIDADE ____________________________ TEXTO A ANUNCIAR

NOME |__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__| |__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__| |__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__| MORADA |__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|

25 quad.

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50 quad.

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75 quad.

100 quad.

C. POSTAL|__|__|__|__|-|__|__|__| LOCALIDADE|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__| PAÍS|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__| TEL.|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|

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O TEMPO Sexta-feira

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“Mesmo que um milhão de pessoas afirme o mesmo disparate, não deixa de ser um disparate” Anatole France

Equipa criada para trabalhar no projecto

ECONOMIA

Aeródromo de Fátima pode dar lugar a aeroporto regional

Concelho de Leiria paga 40% do IRC do distrito

O aeródromo da Giesteira, em Fátima, poderá vir a ser transformado num pequeno aeroporto regional, semelhante ao de Tires (Cascais).

Para preparar o processo, foi constituído um grupo de trabalho, coordenado por Francisco Vieira, presidente da Sociedade de Reabilitação Urbana de Fátima. A câmara rescindiu contrato com a empresa que estava a elaborar projectos para reformular o aeródromo, com vista à sua utilização para aviação de recreio e protecção civil.

David Catarino, presidente da autarquia, revela que esteve recentemente no local com técnicos do INAC – Instituto Nacional de Aviação

Civil, que defenderam que, face às condições actuais da pista, “o projecto pode ser mais ambicioso”.

No posto de turismo de Fátima está exposta uma maqueta que “traduz a ideia do que se pretende fazer”, explica Joaquim Clemente, proprietário da pista. O projecto passará pela demolição do actual hangar e pela sua relocalização, construção de um terminal de passageiros e alargamento da faixa de segurança da pista. “O objectivo é que possam aterrar no local aviões com capacidade para cerca de 60 passageiros”, revela Joaquim Vieira, vice-presidente do Aeroclube de Fátima, enti-

dade que, desde Janeiro, gere o aeródromo.

David Catarino sublinha que o projecto será “uma grande mais-valia para a região” e garante que as entidades envolvidas estão “empenhadas” em revolver os problemas de certificação da pista e de regularização das construções.

Piloto oficial da TAP e membro da Direcção do Aeroclube de Fátima, Leonardo Clemente frisa a “excelente orientação da pista face aos ventos”, que a tornam “bastante segura”, e o facto da infra-estrutura estar localizada num corredor aéreo “sem restrições”. I Maria Anabela Silva

Mancha entre o Pedrógão e S. Pedro de Moel

ALEXANDRA BARATA

Algas “sujam” praias da região

Algas de cor castanha invadiram, nos últimos dias, as praias entre Pedrógão, no concelho de Leiria, e S. Pedro de Moel, no concelho da Marinha Grande. A situação mais “grave” situa-se na Praia da Concha (foto), em S. Pedro de Moel.

“Foram feitas análises

microbiológicas e de toxicidade das algas e não foi identificado qualquer risco para a saúde pública”, assegura Jorge Costa, Autoridade de Saúde. Contudo, esclarece que se as algas não forem removidas do areal podem degradar-se e, aí sim, podem surgir problemas de saúde.

Jorge Costa adianta que ontem esteve em contacto com a CCDRC e que acordaram que as análises iriam voltar a ser repetidas, por a situação afectar diversos concelhos. Para já, não considera necessário interditar as praias, até pelos reflexos negativos que isso pode ter sobre o turismo.

Embora não existam explicações oficiais, António Duarte, concessionário do bar da Praia da Concha, acredita que a “invasão” das algas foi originada pela mudança da fase da lua e do sentido do vento. Uma situação que diz ser comum e que, prevê, só deverá ser ultrapassada quando a fase da lua voltar a mudar, no domingo. I AB

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SOCIALISTA OU NÃO? | Têm sido diversas, nos últimos meses, as acusações ao Governo de falta de sensibilidade política e social e de excessivo e descuidado exercício do poder. Estas acusações vêm não só dos partidos da oposição, mas também de militantes ou apoiantes do partido do Governo. São, de entre outros, os casos de Manuel Alegre e Mega Ferreira, este último referindo a actuação do Governo como carente de sensibilidade humanista.

As críticas e acusações são normalmente dirigidas às políticas implementadas pelos ministros da Saúde e da Educação, no que respeita ao défice da solidariedade social e ao Governo no seu todo, quando há afastamento de funcionários colocados por convite e nomeação, em elevados cargos da Administração Pública. Ao que se diz, seriam competentes e terão sido dispensados, embora se saiba que uma das condições para aceitarem as nomeações é o da lealdade política, relativamente à tutela que dirige as suas funções. Sabem por isso, ao que vão. Os Governos costumam ser, nesta matéria, todos mais ou menos iguais.

Quando se vota no PS, pressupõe-se que se está a dar apoio e a votar num partido de esquerda, ou seja, numa estrutura política, referência da democracia, imbuída de fortes preocupações sociais. Não deixa, assim, de ser curioso, que o Governo de José Sócrates seja acusado dessa falta de sensibilidade social e de excesso de autoridade. No seu seio, tem ministros que aprenderam política até tarde no Partido Comunista, como são os casos de Mário Lino e Isabel Pires de Lima, e outros identificados com as sensibilidades mais socializantes do partido. Três do ministros são mesmo sociólogos (Educação, Saúde e Assuntos Parlamentares), facto que, só por si, pressupõe que tratam o socialismo por tu!...

Será que a falta de sensibilidade social e de humanismo e até o excessivo exercício de autoridade, de que o Governo é acusado, serão influenciados pelos ministros que viram, no passado, em Estaline, um dos seus principais doutrinadores?! Um bom motivo de reflexão para José Sócrates, tanto mais que tem confessado só conhecer os casos mais polémicos, depois de eles sucederem. Talvez tenha que explicar aos seus ministros que não basta serem bons técnicos ou tecnocratas até... Terão também e principalmente que saber ouvir e explicar, não só no Parlamento, mas principalmente fora dele, às pessoas do País.

Sobre o exercício da autoridade prefiro citar Rui Vilar, economista, que já serviu o Partido Socialista, agora presidente da Fundação Gulbenkian. Diz ele: “O mau uso da autoridade é extremamente negativo, mas o não uso também é uma atitude irresponsável. Sofremos dos dois males".I

O concelho de Leiria responde, só por si, por cerca de 40 por cento dos impostos (IRC) arrecadados pelas Finanças no distrito. A seguir vem Pombal com 15 por cento dessa receita e depois Alcobaça, Caldas da Rainha, Marinha Grande e Batalha. O concelho de Castanheira de Pera é o menor contribuinte de IRC. PÁGINA 17

SAÚDE

Quase metade das mulheres não usa contraceptivo PÁGINA 31

ANSIÃO

Santiago da Guarda integra Rota da romanização PÁGINA 19

Leiria Global Por deficiente entendimento dos serviços de distribuição, a revista Leiria Global distribuída com a edição 1200 de 12 de Julho, não foi enviada a todos os assinantes. Pedindo desculpa pelo facto, enviamos nesta edição a revista aos assinantes a quem ela faltou.

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