

SUMÁRIO
Introdução e objetivo.................................................................05
Metodologia ..............................................................................07
- Entrevistas em profundidade (EPs)
- Desk research e documentação complementar
- Quadro de Entrevistados (Formadores de Opinião)
Análise do mercado de EPS ....................................................09
- Setores de Atuação
- Potencial de Crescimento
- Necessidades a serem preenchidas
- Análise das empresas de EPS – Insights de stakeholders e dados públicos
- AM, SAM e SOM das Empresas que Trabalham com EPS no Mato Grosso do Sul
Dinâmica de compra e distribuição ........................................15
Impacto dos custos do EPS nos setores industriais ..............17
Limitações e desafios do EPS ..................................................19
Considerações finais e recomendações estratégicas ...........23
- Síntese dos Insights:
- Recomendações:
- Matriz SWOT
Referências bibliográficas ........................................................27
INTRODUÇÃO E OBJETIVO
O objetivo deste estudo é fornecer uma análise detalhada do mercado de EPS (Poliestireno Expandido), identificando suas principais aplicações, desafios e oportunidades de crescimento. A pesquisa visa embasar decisões estratégicas para empresas que desejam atuar no setor, destacando tendências, barreiras e vantagens competitivas do material. Além disso, busca apresentar insights sobre a dinâmica de compra e distribuição, bem como sugerir recomendações para ampliar a adoção do EPS no mercado brasileiro.
O estudo também tem como finalidade explorar a viabilidade do EPS como uma solução sustentável e economicamente viável para diversos setores industriais.
A análise detalhada visa proporcionar subsídios para inovação, melhorias nos processos produtivos e estratégias de mercado que possam impulsionar o uso do material, garantindo benefícios tanto para a indústria quanto para o consumidor final.
METODOLOGIA
A metodologia adotada neste estudo combina abordagens qualitativas e quantitativas para garantir uma visão abrangente e detalhada do mercado de EPS. O levantamento de informações foi estruturado para proporcionar uma análise aprofundada das aplicações do EPS, seus desafios e oportunidades. Para isso, foram utilizadas entrevistas com especialistas do setor e pesquisas secundárias baseadas em relatórios de mercado e estudos setoriais.
A combinação dessas fontes permitiu um entendimento preciso da dinâmica do setor, possibilitando a formulação de recomendações estratégicas embasadas em dados concretos.
1. Entrevistas em profundidade (EPs)
- Formato: Videoconferência com duração de 30 a 40 minutos.
- Participantes: Formadores de opinião de setores-chave (indústria de EPS, reciclagem, construção civil e logística).
- Roteiro: Abordou temas como a utilização do EPS, tipos de processos, benefícios e limitações; aspectos de compra, fornecedores e demandas; e desafios e oportunidades de melhoria.
2. Desk research e documentação complementar
Pesquisa secundária em relatórios e estudos de mercado (ex.: BUSINESS RESEARCH INSIGHTS, MARKETSANDMARKETS, GRAND VIEW RESEARCH, entre outros).
Os participantes são profissionais com sólida experiência no segmento de
EPS, ocupando cargos estratégicos em empresas como Styropek EPS do Brasil Ltda., Termotécnica, Colepav, JN Produções / Paredes Betel, Isobond, Grupo Isorecort e Isoplast.
3. Quadro de Entrevistados (Formadores de Opinião)
Nome (Ordem de Aplicação) Segmento Cargo Empresa
Alan Tasso Indústria de EPS Especialista em Engenheira Civil Styropek EPS do Brasil Ltda.
João Gabriel Correia Indústria de EPS Engenheiro de Produção Termotécnica
João Paulo Coleta de Resíduos e Reciclagem de EPS Coordenador de Negócios Colepav
Julia Negreiros Construção Civil Desenvolvimento de Mercado JN Produções / Paredes Betel
Kelisson Henrique Indústria de EPS Gerente de Produção e Operações Isobond Indústria de EPS
Noemi Castellazo Indústria de EPS Gerente Comercial Grupo Isorecort
Pablo Eduardo Indústria de EPS Gerente Comercial Isoplast
ANÁLISE DO MERCADO DE EPS
A análise do mercado de EPS visa compreender o panorama atual do setor, suas principais aplicações e o impacto do material em diferentes segmentos. Além disso, aborda os desafios enfrentados pelas empresas que atuam com EPS e identifica oportunidades para o crescimento e expansão do uso deste material no mercado brasileiro.
1. Setores de Atuação
Construção Civil: Líder de consumo, com potencial para substituição de materiais tradicionais (madeira, tijolos, alvenaria) devido à leveza e rapidez de instalação.
Embalagens e Linha Branca: Impulsionadas pelo crescimento do e-commerce e pela demanda por produtos que assegurem proteção térmica.
Agronegócio e Farmacêutico: Utilização para transporte de produtos sensíveis e aumento da eficiência logística.
2. Potencial de Crescimento
O consumo per capita no Brasil (2,3%) ainda é inferior ao de países como a Argentina (7–8%), apontando um grande potencial de crescimento com a devida divulgação dos benefícios do EPS.
A expansão do mercado de construção civil e a demanda por soluções sustentáveis devem impulsionar o uso do EPS nos próximos 5 a 10 anos.
3. Necessidades a serem preenchidas
3.1. Educação e Divulgação:
Necessidade de promover a capacitação de profissionais e esclarecer os reais benefícios do EPS para combater o preconceito e a desinformação.
3.2. Inovações Técnicas:
Desenvolvimento de softwares específicos para projetos com EPS, melhorias na densidade e resistência do material e tecnologias avançadas de reciclagem.
3.3. Barreiras para Adoção:
A imagem equivocada do EPS como um material simples e frágil.
A disponibilidade restrita em regiões não urbanizadas e a logística desafiadora no transporte do material.
A principal barreira é a falta de conhecimento sobre o EPS, tanto dos profissionais quanto dos clientes finais, o que impede a plena valorização de seus benefícios.”
4. Análise das empresas de EPS – Insights de stakeholders e dados públicos
A seguir, detalha-se o panorama das principais empresas atuantes no segmento de EPS a nível Brasil:
Paredes Betel
Atividade: Fabricação de soluções em EPS para a construção civil, incluindo placas e blocos.
Localização: Sede em Goianésia (GO), com atuação nacional e internacional.
Website: paredesbetel.com.br
Administração: Valter Cesar Dutra e Silva.
Faturamento: Não divulgado.
Diferenciais: Integrante do Grupo Betel, com 55 anos de experiência. Destacase pela inovação ao substituir a cerâmica tradicional pelo EPS, proporcionando soluções sustentáveis e eficientes.
Termotécnica
Atividade: Produção de embalagens de EPS e conservadoras térmicas.
Localização: Sede em Joinville (SC), com unidades em outras regiões.
Website: termotecnica.com.br
Administração: Albano Schmidt (Presidente).
Faturamento: Não divulgado.
Diferenciais: Líder no segmento de embalagens de EPS na América Latina, com investimentos contínuos em inovação, sustentabilidade e programas de logística reversa e reciclagem.
Isoplast
Atividade: Produção de lajes de EPS, câmaras frigoríficas, telhas sanduíche e embalagens térmicas.
Localização: Sede no Ceará, com atuação nacional.
Website: Indisponível.
Administração: Não informada.
Faturamento: Não divulgado.
Diferenciais: Atua tanto no setor da construção civil quanto no segmento de embalagens térmicas, atendendo mais de 40 obras mensais com seus produtos.
Poliex
Atividade: Produção de EPS para embalagens e desenvolvimento de soluções em logística reversa.
Localização: Não informada.
Website: Indisponível.
Administração: Não informada.
Faturamento: Não divulgado.
Diferenciais: Reconhecida como uma fornecedora importante para o setor varejista, com foco em projetos orientados para a sustentabilidade e economia circular.
Styropek
Atividade: Produção de matéria-prima de EPS e desenvolvimento de soluções recicláveis.
Localização: Opera no México, Argentina, Chile e Brasil.
Website: styropek.com
Administração: Não informada.
Faturamento: Não divulgado.
Diferenciais: Referência em inovação sustentável, com produtos como o EPS reciclado (RPEC) e o biodegradável (Biopec).
Kingspan
Atividade: Produção de painéis isolantes e soluções em EPS para a construção.
Localização: Atuação global, com presença significativa no Brasil.
Website: kingspan.com
Administração: Gene Murtagh (CEO Global).
Faturamento: Em 2020, a receita global atingiu €4,6 bilhões.
Diferenciais: Destaque no segmento de construção e geotecnia, oferecendo soluções com alta resistência mecânica e eficiência energética.
5. TAM, SAM e SOM das Empresas que Trabalham com EPS no Mato Grosso do Sul
A análise do TAM, SAM e SOM – siglas para Total Addressable Market, Serviceable Available Market e Serviceable Obtainable Market, respectivamente – é essencial para compreender o potencial de mercado e a participação efetiva das empresas que atuam com EPS no Mato Grosso do Sul. A seguir, as empresas são organizadas de acordo com sua capacidade de atuação e alcance de mercado.
5.1. TAM (Total Addressable Market – Mercado Total)
O TAM abrange todas as empresas potencialmente consumidoras ou fornecedoras de EPS, incluindo os setores de construção civil, embalagens e agronegócio. No Mato Grosso do Sul, esse mercado é representado pelas principais empresas de grande faturamento e ampla atuação, tais como:
Premix Premoldados de Concreto LTDA – Faturamento: 100M a 300M –Atuação regional e nacional.
Lajes Premix LTDA – Faturamento: 100M a 300M – Atuação regional e nacional.
Concrelaje Indústria de Pré-Fabricados LTDA – Faturamento: 100M a 300M – Atuação estadual e interestadual.
5.2. SAM (Serviceable Available Market – Mercado Alcançável)
O SAM representa o segmento do mercado total que pode ser efetivamente atendido pelas empresas, considerando sua capacidade produtiva e área de atuação, com foco no fornecimento para projetos da construção civil no estado.
Entre as empresas que compõem este segmento, destacam-se:
Vera Cruz Indústria e Comércio de Artefatos de Cimento LTDA –Faturamento: 5M a 10M – Atuação regional (Coxim/MS).
Acofort Pré-Moldados LTDA – Faturamento: 1M a 5M – Atuação no sul do estado (Dourados).
Construpiso Indústria e Comércio LTDA ME – Faturamento: 360K a 1M –Atuação regional (Campo Grande/MS).
Matpar Indústria, Comércio e Engenharia LTDA – Faturamento: 360K a 1M – Atuação local (Campo Grande/MS).
5.3. SOM (Serviceable Obtainable Market – Mercado Alcançável Realmente)
O SOM corresponde à parcela do SAM que cada empresa consegue efetivamente atender, considerando sua participação de mercado, capacidade de produção e carteira de clientes. As empresas com maior atuação no SOM incluem:
Premix Premoldados de Concreto LTDA – Atua continuamente em grandes obras públicas e privadas.
Concrelaje Indústria de Pré-Fabricados LTDA – Líder no fornecimento de prémoldados com EPS para obras comerciais e residenciais em Campo Grande.
Acofort Pré-Moldados LTDA – Destaque no segmento de loteamentos e projetos residenciais em Dourados.
Vera Cruz Indústria e Comércio de Artefatos de Cimento LTDA – Forte presença em obras públicas na região norte do estado.
DINÂMICA DE COMPRA E DISTRIBUIÇÃO
No panorama do mercado de EPS no Brasil, o consumo atinge cerca de 12 mil toneladas mensais – com 3 mil provenientes de importações – e é fortemente impulsionado pela construção civil, que responde por 50% da demanda. Em meio a esse cenário, as empresas adotam estratégias diferenciadas de aquisição para ajustar o método de compra conforme o volume necessário.
Em operações de menor escala, as compras são realizadas por meio de distribuidores, que garantem a disponibilidade local e a agilidade na entrega do material. Quando a demanda é maior, as negociações ocorrem diretamente com os fabricantes ou por via de importação, permitindo melhores condições comerciais e a personalização do produto. Por exemplo, grandes blocos de EPS podem ser fornecidos a partir de centros industriais de São Paulo, enquanto peças específicas – como vigas baldrames – são produzidas localmente para atender demandas pontuais de obras. Essa combinação entre compras diretas e produção regional assegura eficiência e agilidade na entrega.
Além disso, o modelo de distribuição é estruturado com estratégias de vendas diretas e parcerias com revendedores. Essas parcerias ampliam a área de distribuição e possibilitam a oferta de preços diferenciados conforme o volume de compra, beneficiando tanto fornecedores quanto clientes finais. Como demonstrado no relatório final:
“Para nossos clientes fica assim a distribuição é feita principalmente por meio de vendas diretas.”
“Adquirimos o EPS em blocos grandes, que geralmente vêm de São Paulo. Já trabalhamos com fornecedores como a Isoeste. Também fabricamos
algumas peças aqui em Brasília, como as vigas baldrames de EPS, e enviamos para outras franquias.”
Essas citações reforçam a importância de adaptar as estratégias de compra ao perfil e à demanda do mercado, combinando o alcance nacional com a eficiência local.
IMPACTO DOS CUSTOS DO EPS NOS SETORES INDUSTRIAIS
O custo do EPS é fortemente influenciado pela volatilidade do preço do estireno, sua principal matéria-prima, o que representa uma parcela significativa na estrutura de custos de produção. No setor da construção civil, o EPS é utilizado em sistemas integrados – como painéis termoacústicos, lajes e sistemas monolíticos – e pode representar de 15% a 30% do custo total dos projetos. Essa participação reflete sua capacidade de reduzir custos estruturais, ao mesmo tempo em que proporciona eficiência térmica que contribui para a economia energética.
No setor de embalagens, o EPS também se destaca. Com uma participação que varia entre 12% e 18% dos custos de produção, o material oferece uma relação custo-benefício superior em comparação com alternativas como o poliuretano e o papelão rígido. A leveza e a capacidade de absorver impactos não apenas garantem proteção aos produtos, mas também possibilitam uma logística mais eficiente, com menor risco de perdas durante o transporte.
Outro aspecto importante é a reciclabilidade do EPS, que impacta os custos operacionais a longo prazo. Embora os processos de coleta e reciclagem possam elevar os custos imediatos – especialmente em setores como varejo e logística reversa – as práticas de economia circular geram benefícios que reduzem esses custos com o tempo e melhoram a imagem corporativa. O mercado de EPS reciclado tem projeção de crescimento anual de 7,3% até 2031, o que reforça a tendência de redução dos custos operacionais para as indústrias que adotam tais práticas.
A seguir, algumas citações do relatório final ilustram esses pontos:
“Trabalho com um percentual de até 20% de economia ao usar EPS em comparação com métodos tradicionais. Embora o EPS possa ser mais caro que o tijolo, ele elimina a necessidade de pilares, tábuas, ferragens e concretagem em alguns casos, o que reduz os custos com mão de obra e tempo de obra. Por exemplo, uma escada de EPS já vem pronta, com ferragens e cortes, o que economiza tempo e recursos.”
“Por exemplo, construir uma casa com núcleo de EPS e aço é 30% mais barato do que usar alvenaria estrutural. Além disso, o EPS oferece eficiência térmica, reduzindo o uso de ar-condicionado e gerando economia de energia.”
Essas evidências demonstram que, apesar dos desafios relacionados à volatilidade do estireno, o EPS se destaca como uma solução econômica e eficiente, com benefícios que vão desde a redução dos custos de mão de obra e de construção até ganhos em eficiência energética e sustentabilidade.
LIMITAÇÕES E DESAFIOS DO EPS
Embora o Poliestireno Expandido (EPS) apresente ampla aplicação em diversos setores industriais, sua adoção em larga escala ainda enfrenta obstáculos significativos. Um dos principais desafios é a falta de conhecimento técnico entre os profissionais da construção, o que pode levar a erros de aplicação –como fissuras em sistemas monolíticos devido à ausência de reforços estruturais adequados – e, consequentemente, a uma resistência à sua utilização. Essa dificuldade é agravada pela ausência de padronizações técnicas e de normas regulatórias específicas para o uso do EPS em edificações, conforme apontado pelo Instituto Brasileiro de Polímeros (IBP, 2023). Além disso, persiste uma percepção equivocada de que o material possui baixa resistência e é destinado apenas a embalagens descartáveis, ignorando suas versões de alta densidade e capacidade estrutural.
Outro desafio relevante diz respeito à logística reversa e reciclagem do EPS. Apesar de ser 100% reciclável, a leveza do material reduz seu valor de transporte, tornando a coleta e o processamento pós-consumo economicamente inviáveis em regiões com infraestrutura limitada para coleta seletiva. Soma-se a isso a volatilidade dos preços do estireno, matéria-prima essencial, que impõe incertezas na cadeia produtiva. Setores como o automotivo, por exemplo, enfrentam o desafio de conciliar os rigorosos padrões de resistência ao fogo com as propriedades isolantes do EPS. Paralelamente, a pressão regulatória ambiental, especialmente em mercados europeus, tem estimulado pesquisas em EPS biodegradáveis e recicláveis, evidenciando a necessidade de inovações técnicas e uma disseminação mais ampla de informações para superar preconceitos e ampliar suas aplicações (Morrone & Lima, 2023; Silva & Pereira, 2022).
A principal barreira para a adoção mais ampla do EPS reside na carência de educação e informação tanto para profissionais quanto para clientes finais. É fundamental divulgar os reais benefícios do material – sua não fragilidade, sustentabilidade e capacidade de substituir materiais tradicionais em diversas aplicações – para que se estabeleça um entendimento mais profundo e técnico sobre seu potencial. Essa divulgação é essencial para facilitar a legalização, o uso seguro e o manejo adequado do EPS ao final de sua vida útil, contribuindo para práticas de economia circular e para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) (Gonçalves, 2023).
Por fim, os desafios relacionados ao uso de materiais térmicos e acústicos também se devem à falta de conhecimento técnico. Muitas vezes, o EPS é erroneamente comparado a materiais como tijolos, o que contribui para um preconceito infundado quanto à sua fragilidade. Portanto, é imperativo promover uma ampla divulgação dos benefícios técnicos e práticos do EPS, desmistificando a percepção de que se trata de um “simples isopor” e ressaltando sua eficiência e versatilidade em aplicações de alta performance.
“Um dos principais desafios é a falta de conhecimento técnico por parte de algumas pessoas que tentam usar o EPS sem seguir as metodologias corretas. Por exemplo, já vi casos em que casas de EPS racharam porque não foram feitos os reforços necessários nas aberturas de portas e janelas.
Outro desafio é a falta de softwares específicos para projetos com EPS. Atualmente, precisamos dimensionar as casas no convencional e depois adaptar para o EPS, o que pode ser trabalhoso.”
“Um dos principais desafios é a percepção negativa em relação ao EPS como um material plástico. Muitas pessoas não sabem que o EPS é 100% reciclável, e isso gera resistência, especialmente em um mercado cada vez mais preocupado com a sustentabilidade. Além disso, o EPS é volumoso, o
que pode dificultar o descarte e a reciclagem. Outro desafio é a legislação ambiental, especialmente na Europa, que é mais rigorosa e pode impactar a exportação de produtos que utilizam EPS. Precisamos trabalhar para melhorar a imagem do EPS e educar as pessoas sobre sua reciclabilidade e benefícios ambientais.”
Trabalhamos com projetos de construção civil, como lajes e câmaras frigoríficas, e também com telhas sanduíche. Além disso, o EPS é usado em proteção de impacto para eletrônicos e eletrodomésticos, e recentemente, no segmento de colchões.
“Um dos desafios é equilibrar a necessidade de maior resistência ao fogo e às intempéries sem comprometer as propriedades isolantes do material. Além dos preços que variam constantemente”
CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES ESTRATÉGICAS
1. Síntese dos Insights:
O EPS tem se consolidado como uma solução inovadora e altamente vantajosa para diversos setores, destacando-se pela sua leveza, capacidade de isolamento térmico e acústico, além da resistência e reciclabilidade. Seu potencial de crescimento no Brasil é evidente, principalmente devido à crescente busca por materiais sustentáveis e eficientes. No entanto, alguns desafios ainda precisam ser superados para que sua adoção seja ampliada de forma significativa. Entre esses desafios, destacam-se a necessidade de maior capacitação técnica para profissionais do setor, a melhoria da logística de distribuição e a disseminação de informações que esclareçam mitos e percepções errôneas sobre o material.
Para maximizar as oportunidades de expansão do EPS, é essencial que as barreiras sejam enfrentadas com estratégias bem definidas, que envolvam capacitação, inovação, parcerias e marketing especializado.
2. Recomendações:
2.1 Capacitação:
Investir em treinamentos e programas de educação para profissionais da construção civil, engenheiros, arquitetos e designers, garantindo que conheçam as melhores práticas para aplicação do EPS. Além disso, campanhas educativas voltadas para clientes e tomadores de decisão podem contribuir para a desmistificação do material e o aumento da aceitação no mercado.
2.2. Inovação:
O desenvolvimento de novas tecnologias e ferramentas é essencial para que o EPS se torne uma opção ainda mais atrativa. Isso inclui softwares especializados que auxiliem no dimensionamento e na especificação de projetos com EPS, bem como o aprimoramento de processos produtivos para garantir ainda mais eficiência e redução de custos.
2.3. Parcerias Estratégicas:
Criar alianças entre fabricantes, distribuidores, empresas da construção civil e órgãos reguladores pode proporcionar um ambiente mais favorável para a adoção do EPS. Incentivar a regulamentação do material, garantir que ele esteja dentro dos padrões de qualidade exigidos e buscar incentivos fiscais para empresas que utilizam EPS são algumas das estratégias que podem impulsionar seu crescimento.
2.4.
Campanhas de Marketing:
A imagem do EPS no mercado precisa ser fortalecida como um material inovador, sustentável e economicamente vantajoso. Para isso, ações de marketing focadas em destacar seus benefícios técnicos e ambientais podem ajudar a quebrar preconceitos e estimular sua utilização em larga escala. Além disso, estudos de caso e projetos de referência bem-sucedidos podem ser divulgados como prova da eficácia do material em diferentes aplicações.
O mercado de EPS no Brasil apresenta grande potencial de crescimento, especialmente na construção civil, embalagens e agronegócio. Para ampliar sua adoção, recomenda-se:
Investir em capacitação técnica para engenheiros e arquitetos.
Desenvolver soluções logísticas para otimizar a distribuição.
Incentivar políticas de reciclagem e economia circular.
Ampliar campanhas de divulgação dos benefícios do EPS.
3. Matriz SWOT
FORÇAS FRAQUEZAS
Leveza e facilidade de manuseio
Versatilidade e ampla gama de aplicações
Preconceito e falta de conhecimento técnico
Disponibilidade limitada fora dos grandes centros
Sustentabilidade (100% reciclável) Logística desafiadora devido à fragilidade
Eficiência térmica e acústica
Mercado ainda em fase de expansão
OPORTUNIDADES
Potencial de crescimento do consumo per capita
Expansão do mercado de construção civil e embalagens
Demanda crescente por soluções sustentáveis
AMEAÇAS
Concorrência com materiais tradicionais
Barreiras regulatórias e desafios logísticos
Resistência à mudança e à adoção de novas tecnologias
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