CICCOPN (Maia) – O entrudo de Lazarim - Transcrição

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Transcrição Entrudo de Lazarim “Chegado o dia dos amigos! Oh que dia que eu passei, deram-me tanta porcaria que eu até enjoei. Veio o dia das amigas, comi até não mais desejar, comi com tanta fartura que até pensei em rebentar. Segue a semana dos compadres, que triste sina eu tenho, do porco tiraram-me tudo, só me restou o redanho. Mas, o que me valeu foi na semana que veio, na semanada das comadres foi só comer e paleio. Deixo toda a minha herança, aproveitai a boa vontade para encherdes a pança. Se disto não gostarem falta quem cá caminha, ponham o rabinho entre as pernas e vão encher o bandulho de caldo de farinha. Se o caldo de farinha não presta e o caldo verde não agrada, corram até ao largo do padrão e fiquem pela feijoada. Estais à espera de um testamento, feito com meia dúzia de balelas, este ano virou-se a página, vamos falar a língua das cadelas. Não fiquem tristes rapazes, pois isto não vale de nada, tem apenas direito ao burro e o resto é conversa fiada. Deixamo-nos de conversas e vamos sem demora, aos rapazes de Lazarim chegou a vossa hora. Sois uns porcos mijões, uns grandes “paneleiros” a mão já não basta, roçai o “cú” aos pinheiros. Vou ler o vosso destino, vou pegar o meu baralho, vamos começar no meio da freguesia encontramos casamenteiro 2010. Olá menino Marco Loureiro, é verdade chegou a vossa vez. Será que é mesmo verdade que vais casar? Tem juízo até lá para a tua noiva não te abandonar, tenho as minhas dúvidas que consigas assentar pois pau que nasce torto, é difícil endireitar. Foste para Visabeira, fazer ligações, tem cuidado, meu rapaz, és um grande trabalhador, oh mas que grande mito tu dela só queres o carro… Da burra vais herdar a sua simpatia, com um sorriso nessa tromba até a minha cadela. O defeito que tu tens está mesmo no pensamento, se as torneiras dessem dinheiro, eras um poço de investimento. Fica para aí a ladrar, daqui já não levas mais nada, goza o casamento, com bastante marmelada. Vamos seguir em frente e encontramos mais um finalista. Olá menino Marcelo, este ano vamos - te perder de vista. És mais um dos encalhados, que este ano resolveu assentar, é verdade minha gente que o Marcelo vai casar. Coitadinha da burra, com ela vai ficar para daqui ao casamento começares a praticar. Os defeitos que tu tens são tantos que nem consigo contar, tenho pena da rapariga que contigo aceitou casar. Voltamos atrás, o Azevedo procuro, não estava em casa, tinha ido


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