CICCOPN (Maia) – João Pinto O Endireita - Transcrição

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Transcrição do texto -Bom dia! Estamos aqui em casa do Sr. Pinto e vamos agora fazer umas perguntas sobre o Sr. Pinto e queremos saber mais ou menos como foi, retratar um bocado a vida do Sr. Pinto. - Sr. Pinto, bom dia. – Bom dia. – Diga me uma coisa, o Sr. Pinto é de cá de Lousada? – Sim, sou de Lousada, freguesia de Caíde. – E ouvi dizer, sei que ainda tem a sua mãe viva. – Sim. –E que idade é que ela tem? – 99 Anos. – Muito bem, e o Sr. Pinto, cá em Lousada como é que começou a trabalhar? Andou na escola? – Pouco tempo. – Mas naquela altura era muito complicado andar na escola, não era? – Não havia vagar para ir para a escola. – Era preciso trabalhar no campo? – Pois. – Era preciso ajudar os pais. – Bem, eu então vou começar a arrancar, a minha vida era importante, dava para escrever um jornal, é maior do que a do… Nem convém falar mais do que isto. (risos) Pois, eu era filho de lavradores e desde pequeno que peguei a guardar os bois no campo que era, a estatula da vida de guardar bois, e fui crescendo e tal, e depois, quando chegou a idade de ir para a escola, fui para a escola, mas pouco tempo, porque tinha, lá esta, os meus pais eram lavradores pobres e eu tinha de ir guardar o gado, fui-me embora, e andava um senhor, a podar pinheiros, podemos dizer podar pinheiros porque muitos usam isso, nos dizíamos esgalhar, lenha, nesses pinheiros que tinham muitos canos, esgalhava-se. – Cortava-se os ramos. – Portanto, e diz-me ele assim. Eu passei à beira dele e diz-me ele assim: “Ó fulano, vem cá. Não me queres chegar aqui lenha?” que era por mor de carregar no carro de bois. “Chego sim senhor.” Toca a botar, ele em cima do carro, e eu a botar lenha para 1


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