A História do Coelhinho Branco É do meu tempo, de quando andava na escola, tinha no meu livro da 2.ª classe. E então era a história do coelhinho branco. Era uma vez um coelhinho branco que foi, que estava com fome, e foi à hortinha comer umas couvinhas. Deixou a porta aberta. Quando chegou, a porta estava fechada e bateu à porta e disse: -Truz, truz, quem é? E quando chegou lá estava lá a cabra-cabrês e ela disse: -Eu sou a cabra-cabrês, que te salto em cima e te faço em três! E o coelhinho branco ficou triste e a chorar e fugiu cheio de medo. E foi para a estrada a chorar. Passou um cão e perguntou-lhe: -Que tens tu, coelhinho branco, que estás tão triste a chorar? Diz ele: -É que eu fui à hortinha comer umas couvinhas, quando cheguei a casa estava lá a cabracabrês, diz que me salta em cima e me faz em três. E o cão disse: -Au! Au! Não vou lá, que eu tenho medo. E o coelhinho branco continuou a chorar e passou um boi. Perguntou-lhe: -Que tens tu, coelhinho branco, que estás tão triste a chorar? Diz ele: -Foi que eu fui à horta comer umas couvinhas, quando cheguei lá estava lá a cabra-cabrês, diz que me salta em cima e me faz em três. E diz o touro: -Muuu! Muuu! Eu não vou lá, que tenho medo. E foi-se embora. O coelhinho branco continuou a chorar e passou uma formiga-rabiga e disse assim: -Que tens tu, ó coelhinho branco, que estás tão triste a chorar? Diz ele: -Foi eu que fui à hortinha comer umas couvinhas e, quando cheguei lá, estava lá a cabracabrês que me salta em cima e me faz em três. E diz ela assim: -Anda daí, que eu não tenho medo. E lá foi ele. Chegou lá à portinha, bateu à porta, truz-truz, e a cabra disse-lhe: -Quem é? Diz ele: -Sou eu, o coelhinho branco, que fui à hortinha comer umas couvinhas. E diz ela assim: -Aqui não entras, que eu sou a cabra-cabrês que te salto em cima e te faço em três. Diz assim a formiga: -Pois olha, sou a formiga-rabiga que te salto em cima e furo-te a barriga. A formiga entrou pelo “bureco” (buraco) da fechadura, foi lá e começou a ferrar-lhe na barriga, que ele doia-lhe tanto que ela fugiu. – Ai! Ai! Ai!– a fugir. E o coelhinho branco ficou contente, foi para a casinha dele e teve a casinha dele outra vez de volta.