Portifólio 2012

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PATRICIA GOUVÊA



Série Imagens Posteriores Posterior Images Series 1999/2010

99 x 135 cm Bragem de 10
















Série Fenda Fenda Series 2003/2006 90 x 90 cm | Bragem de 5













Série Topografias Nômades Nomad Topographies Series 2006/2012 backlights| Bragem de 5












Diários do céu Sky Diaries

work in progress 40 x 60 cm |Bragem de 5












Série Exercícios de Arte Lúdica Ludic Art Exercices 2005/work in progress 106 x 120 cm | 304 x 41 cm (tripas) Bragem de 5













Esta série é composta por 10 vídeos, até agora editados.


Recreio 9’07” video | loop 2005


Puxadinho 4’57” video | loop 2010


Lá e Cá #1 2’57” video | loop 2010


Marquise 10’20” video | loop 2011


Observações sobre o Tempo 2009/work in progress


Chuva | Rain 3’ video | loop | 2009


Retrato da arBsta quando espiral sBlls 7’50” video | 2009


O Sono do Guerreiro Zen The Zen Warrior’s Sleep 3’40” video | loop | 2010


TARDE | Ahernoon 2’16” video | loop 2010


ONDE | 2011, 3’19”, vídeo-­‐instalação | ONDE foi concebido como projeção em loop num ambiente escuro com sensores de presença. A projeção só é aBvada quando um espectador entra na sala, permanecendo, portanto, parada como uma imagem congelada, uma imagem que só respira quando o espectador a deseja.


Banco de Tempo

em colaboração com Isabel Löfgren 2011/work in progress














Patricia Gouvêa se encontra, em nosso conBnente, entre os arBstas que retornaram à representação da paisagem e de tópicos mais recorrentes no mundo natural, através de óBcas que desestabilizam, no estranhamento do habitual e com lúcida delicadeza, as noções mais recorrentes ou acentuadas na interpretação do contexto ou das referências culturais. Esta operação é feita com uma compreensão do tempo e do espaço alheio aos simplismos, o que leva a uma apreciação renovada do que nos é próprio ou próximo. Nestas proposicões se reconhecem, portanto, distâncias e inclusive criBcas (como no caso de Patricia Gouvêa), aos estereóBpos laBnoamericanistas na arte, embora na maior parte dos casos neles se expresse O atraBvo varrido de tempo que Patricia Gouvêa gera na paisagem, se fabrica com elementos temidos e, por esta mesma razão omiBdos, na clarificação que fazem as interpretações ou as conceitualizações do mundo cogniscível, como são a incerteza e o mistério. O contorno, como ficção do conhecimento está negada nesta proposta e quando é reconhecida, em séries como Fenda ou como Corpo Significante, se afirma como conflito, como abismo que devolve à origem e, nesta via como infinito circular da complexidade inextrincável. Em oposição à Imagens Posteriores, em Fenda e em Corpo Significante é a fronteira que estremece o espaço mais ínBmo das relações e dos intercâmbios, embora esta fronteira seja entendida como abertura simbólica ao fluxo em que se redesenham o parBcular e o comum. Com este olhar é que a geografia volta a tomar sua diáfana inscrição nos corpos de Corpo Significante, nos quaisclaramente uma preocupação em corresponder, com honesBdade, às problemáBcas e condicionamentos locais. É compreensível então que o imaginário nutrido por estas visões, além de ser invadido pelo ar, penetre até o ínBmo da referência interpretaBva, rompendo ou eliminando as demarcações mais conhecidas e acentuadas. Com esta força, Patricia Gouvêa revisita, na série Imagens Posteriores, uma paisagem tão difundida no mundo do exuberante, do imponente e do exóBco como é a do Rio de Janeiro ou a do território andino. Através da relocalização do seu horizonte e de seu ponto de fuga, da sensação de estremecimento formal e do deslocamento da cor que produz o fluxo vital em cada corpo do mundo visível, a arBsta detecta a impressão com a qual o devir, conBnuamente redesenha estas regiões, de maneira tanto inédita como inesperada. Neste senBdo, por baixo de uma aparência serena e talvez adormecida do que se considera estabelecido, Patricia Gouvêa nega com argumentações profundas toda pré-­‐conceitualização e, com ela, qualquer possibilidade de certeza, em um frenéBco baBmento de vida, impossibilitado pela sua própia essência, para sustentar as demarcações que, conwnua e eventualmente, traça o movimento. cada unidade do desenho comum é uma parwcula evidentemente única e nos quais um tempo de todos e o trânsito incontestável, inscrevem uma e outra vez o que se crê conhecido e tangível. Elas operam com a confusão do múlBplo e do interminável, oculta atrás da face relaxante do coBdiano e do reiterado. María A lovino Colômbia, 2005


Exercícios de Arte Lúdica Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-­‐la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos. Fernando Pessoa

As fotografias de Patricia Gouvêa têm uma contenção própria. A arBsta recusa o olhar fácil, a visão ocupada apenas com o já visto. Há que “perder” tempo e olhar além. Os trabalhos da série in progress Exercícios de Arte Lúdica, composta de fotografias e vídeos e iniciada em 2005, são um desdobramento da pesquisa que a arHsta vem desenvolvendo sobre a noção de Tempo na imagem. Patricia é arBsta sem fronteiras. Capta, com sua lente, aBvidades lúdicas, brincadeiras e jogos geralmente executados ao ar livre pelos moradores das diversas cidades por onde passou. São esses momentos de descanso e prazer, percebidos no coBdiano dos espaços urbanos, que a arBsta contempla. As cidades se apresentam então como lugares de observação. A idéia é encontrar situações onde as emoções e experiências propiciadas pelo jogo, pelos esportes e pelo simples tempo livre aflorem em todos nós. Segundo a própria arBsta, uma ode aos aparentemente “tempos-­‐mortos”. Uma solicitação à experiência sensorial que cada espaço pode proporcionar, não na procura utópica de locais idílicos, mas no encontro de lugares verdadeiros. A passagem do tempo em aBvidades descontraídas como um momento de reflexão. A fuga da roBna claustrofóbica, às vezes improduBva, como única opção para a sanidade. Patricia compreende sua relação com o espaço a parBr da ideia de tempo: procura encontrar locais onde seja possível perder o tempo úHl visando transformar esse conceito em tempo lúdico-­‐construHvo. Francesco Careri, em seu livro “Walkscapes – El andar como prácBca estéBca”, ressalta a proposta: “a cidade era um jogo que podia ser uBlizado para o prazer, um espaço no qual viver coleBvamente e experimentar comportamentos alternaBvos”. Essa estratégia impede que a vida seja um espaço de idenBdades fixas, de aBtudes compromeBdas ideologicamente apenas com produBvidade. A proposta, no entanto, é que esse atravessamento se configure como gesto poéBco. Exercícios de Arte Lúdica propicia uma visão dos procedimentos adotados pela arBsta e nos insBga a procurar o nosso tempo lúdico-­‐construBvo. E, ao colocar essas questões em jogo, apresenta o discurso poéBco como espaço de intervenção. Isabel Sanson Portella Maio de 2011


Patricia Gouvêa (Rio de Janeiro, 1973) Graduou-­‐se em Comunicação pela ECO/UFRJ, é Especialista em Fotografia e Ciências Sociais (UCAM) e Mestre em Comunicação e Cultura na linha Tecnologias da Comunicação e EstéBcas da Imagem (ECO/UFRJ), com pesquisa sobre o tempo na imagem contemporânea. Começou sua carreira profissional em 1997 no Curso Abril de Jornalismo em Revistas. Em 2002 ganhou o prêmio de melhor trabalho com a série Imagens Posteriores no Encuentros Abiertos de FotograNa de Buenos Aires, principal fesBval da América LaBna, e a parBr deste ano passou a dedicar-­‐se a seus projetos pessoais e à direção do Ateliê da Imagem, espaço cultural fundado em 1999, voltado ao ensino, pesquisa e produção da imagem no RJ. Sua pesquisa volta-­‐se principalmente para os desdobramentos da noção de Tempo, priorizando a fotografia e a imagem em movimento e suas possíveis interfaces. Em 2003 realizou sua primeira individual na Galeria Lana Botelho Artes Visuais. Desde então, realizou exposições individuais e parBcipou de coleBvas no Brasil, ArgenBna, Colômbia, Equador, França, Itália e Suécia. Tem obras em coleções insBtucionais (MNBA/RJ) e privadas como (Joaquim Paiva (BR), Solita Mishan (EUA), Cesar Gavíria (CO), entre outras. ParBcipou dos livros “Fotografia no Brasil: Um olhar das origens ao contemporâneo (Angela Magalhães e Nadja Fonseca Peregrino – Rio de Janeiro: Funarte, 2004)”, “Nueva Fotografia LaBnoamericana: Cuerpos (Buenos Aires: Synchromy/La Sombra, 2006) e “A Criação do Mundo – Fotografia Contemporânea Brasileira (Curadoria de Éder Chiode|o. São Paulo: Fotô Produção e Consultoria em Imagem e Arte, 2010)”. Lançou em 2011 “Membranas de Luz: os Tempos na Imagem Contemporânea” (Azougue Editorial), fruto de sua dissertação de mestrado e tem um livro no prelo, “Imagens Posteriores” (Ed.RépBl), sobre a série homônima.


Exposições selecionadas: Prêmio Diário Contemporâneo da Fotografia (coleBva, Curadoria de Mariano Klautau Filho, Casa das Onze Janelas, Belém, PA, 2012) Banco de Tempo (em colaboração com Isabel Löfgren, Curadoria de Isabel Sanson Portella, Galeria do Lago/Museu da República, RJ, 2012) Exercícios de Arte Lúdica (Individual, Curadoria de Isabel Sanson Portella, CCJF, RJ, 2011; ArtBeijin, Pequim, China, 2012) Geração 00 – Nova Fotografia Brasileira (Curadoria de Éder Chiode|o, SESC Belenzinho, SP, 2011) Vide-­‐espontâneo (Curadoria Isabel Sanson Portella, Oi Futuro, RJ, 2010) Olhares Femininos: Cá e Lá (Galeria FotoaBva, Belém, PA, 2010) 15 MINUTES EXHIBITION (Curadoria Claudia Buzze• | FesBval Internacional Paraty em Foco 2009; Projeto Sexta-­‐Livre, Ateliê da Imagem, RJ, 2009; Galerie Hirondelle, Nova Iorque, USA, 2010; deVERcidade, Fortaleza, CE, 2010; 1500 Gallery, Nova Iorque, USA, 2010; Imagenic Agency, Genebra, Suiça, 2010; Associação FotoaBva, Belém, PA, 2010; Floripa na Foto, Florianópolis, SC; 4o. FotoFestPoA, Porto Alegre, RS, 2010; Território da Foto, São Paulo, SP, 2010) Corpo Imagem (Galeria TEMPO, Rio de Janeiro, RJ, 2009) Da Gênesis Convulsiva (Curadoria de Eder Chiode|o, Espaço Micasa, São Paulo, SP, 2009) Piscinão da Benvinda de Carvalho (Galeria Murilo Castro, Belo Horizonte, MG, 2009) Sincronías/Synchronies (Curadoria de María Iovino, ARTEAMERICAS, Miami, EUA, 2008) Corpaisagem (ArtBO, Bogotá, Colombia, 2008) Arte em Dobro (Curadoria de Néssia Leonzini. Galeria Arte em Dobro, Rio de Janeiro, 2007) Lusovideografia (Oi Futuro, Rio de Janeiro, 2007) Fake (Galeria 90 Arte Contemporânea, Rio de Janeiro, 2006) Patricia Gouvêa – 3 séries (Individual, Curadoria de Maria Iovino, Câmera de Comércio de Bogotá, Colômbia, 2005) Espacios en Transito (Centro Cultural de Bellas Artes, Lima, Peru, 2005) Nanoexposição | Nanoexhibi]on (ArBst Space, Studio 44, Estocolmo, Suécia, 2009/ Galeria da UFES, Vitória, ES, 2006 / Galeria Murilo Castro, Belo Horizonte, BH, 2006 / Galeria Arte em Dobro, Rio de Janeiro, RJ, 2005 / ArtBO – Feira Internacional de Arte de Bogotá, Colômbia, 2005/ Paço das Artes, São Paulo, SP, 2005) Mostra o seu que eu mostro meu (Casa França-­‐Brasil, Rio de Janeiro, RJ, 2004) O Corpo Inventado (Centro Cultural da Caixa/Sé, São Paulo, SP, 2004) Descubrimientos/Encuentros Abiertos de Fotogra_a da Argen]na (Centro Cultural Recoleta, Buenos Aires; Museo Pasquini López, Jujuy; Museo Provincial de Bellas Artes Timoteo Navarro, Tucumán 2004) Imagens Posteriores (Individual, Curadoria de João Wesley de Souza, Galeria Lana Botelho Artes Visuais, Rio de Janeiro, RJ, 2003) Salão Arte Pará 2003 (Galeria da Residência, Belém, PA, 2003) Salão Novíssimos do Ibeu (Galeria do Ibeu, Rio de Janeiro, RJ, 2003) Fes]val Fringe –Voies OFF (Rencontres InternaBonales de la Photographie, Arles, França, 2003) Projeto Individuais Cole]vas-­‐ Imagens Posteriores (Curadoria de Tadeu Chiarelli, Pinacoteca Benedito Calixto, Santos, SP, 2002)


www.patriciagouvea.com www.vimeo.com/patriciagouvea h|p://issuu.com/patriciagouvea/docs/porBfolio_resumido2011 pgouvea@ateliedaimagem.com.br


MembrAnna 2007


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