Paróquia Nossa Senhora da Luz
Boletim Informativo Paroquial
https://www.facebook.com/pnslrocha • www.arquidiocese.org.br
ANO XVII - Edição 243
Rio de Janeiro, fevereiro de 2018
QUARESMA: TEMPO DE CONVERSÃO E INTIMIDADE COM DEUS C
aros amigos, estamos por iniciar o tempo quaresmal e, dentre tantos chamados à meditação que temos neste tempo, gostaria de convidá-los a debruçar-nos no tema da conversão e, por sua vez, da nossa intimidade com Deus. Ao sermos introduzidos neste caminho quaresmal, a liturgia da quartafeira de cinzas já nos expõe e propõe um dos principais convites deste tempo que é a conversão, quando o sacerdote nos impõe cinzas e diz: “convertei-vos e crede no evangelho” (Mc 1, 15). Tratar do tema da conversão na quaresma, não significa que somos chamados ou devemos refletir e buscar nos converter somente neste tempo, mas nos recorda que devemos buscar a conversão todos os dias da nossa vida. Penso e costumo dizer que todo aquele que é chamado por Nosso Senhor, se dispõe a abraçar a fé e o seu seguimento deve dar uma resposta sincera à Ele que é a conversão ou a mudança de vida e Ele nos dispensa graças para responder ao seu chamado. O nosso querer deve estar voltado para o desejo da santidade, isto é, devemos trabalhar pela nossa conversão, para que sejamos conforme o desejo de Deus, ainda que nos custe. Porém, o que significa converter-nos? O Catecismo da Igreja Católica ao discorrer sobre a temática da conversão como penitência interior, diz ser uma reorientação radical de toda a vida, um regresso, uma conversão a Deus de todo o nosso coração, uma rotura com o pecado, uma aversão ao mal, com repugnância pelas más ações que cometemos. Ao mesmo tempo, implica o desejo e o propósito de mudar de vida, com a esperança da misericórdia divina e a confiança na ajuda da sua graça 1 . O Catecismo nos ensina ainda que a conversão se manifesta pela confissão das próprias faltas aos irmãos (confissão dos pecados), pela correção fraterna, a revisão de vida, a direção espiritual, a aceitação dos sofrimentos, a coragem de
suportar a perseguição por amor da justiça2. Podemos aprender tais práticas na quaresma e realizá-las em toda a nossa vida. Que ao ler o parágrafo acima, possamos nos questionar: o que preciso fazer para estar mais próximo de Deus? Enquanto estivermos vivos, sempre teremos algum aspecto em nossa vida a mudar e a nossa pertença a Jesus requer mudança de vida, que nos convertamos a Ele. Seria este aspecto o arrependimento e a procura do padre para a confissão dos meus pecados? Seria corrigir fraternalmente alguém, pois sempre me omito por um motivo ou outro? Seria a revisão da minha vida pela oração e exame de consciência todas as noites? Seria a busca de auxílio e direção por alguém que na fé é mais experiente do que eu, ou ainda, ser dócil ao que me é proposto em uma homilia ou direção espiritual? Seria perceber os sofrimentos e as perseguições como permissão de Deus em minha vida para o meu crescimento? Gostaria de propor também que, ao iniciar este tempo quaresmal, refletíssemos sobre como anda nossa intimidade com Deus. Muitas vezes estamos na igreja a anos e não conhecemos e muito menos amamos Jesus Cristo; fazemos muitas coisas e deixamos de lado o principal que é sustentar nossa intimidade com Jesus pela oração. Assim como o é com a conversão, tratar do tema da intimidade com Deus na quaresma, não significa que somos chamados ou devemos refletir e buscar tal intimidade, ou ainda, crescer na intimidade com Ele somente neste tempo, mas nos recorda que devemos buscá-la todos os dias da nossa vida. Ter intimidade com Jesus significa, primeiramente, perceber e reconhecer que necessitamos Dele e que sem Ele nada somos. Penso que seja como se colocar como vaso nas mãos do oleiro, permitir-nos ser transformados por Ele. Desta forma, a conversão e a intimidade
Formação: Sagrada Família De Nazaré: Escolade Santidade.
Pastoral: Como Cristãos, Precisamos Viver A Fraternidade Pregada No Evangelho.
Cidadão: Só A Fé Nos Faz Crer Que, Tudo Vai Dar Certo!
Ora Da Verdade: Vacinação Contra A Febre Amarela: Perguntas Frequentes.
Orientação: A Graça De Ser Só.
Reflexão: A Prudência.
50
com Deus estão interligadas. Tenho refletido ultimamente sobre a questão da intimidade com Jesus e achei interessante uma frase que certa vez São Josemaría Escrivá disse ao proferir uma de suas homilias: “Não podemos permitir que a nossa relação com Jesus dependa do nosso estado de humor” 3. Tal epígrafe talvez toque muito de nossas realidades. Há dias que nos sentimos bem, queremos rezar, queremos pertencer a Jesus, ter intimidade com Ele, queremos ser santos, porém, há dias que nem lembramos que Jesus existe e da nossa pertença a Ele. Que ao considerar a sábia frase deste santo, possamos não mais permitir que o nosso estado de humor abale nossa relação com Jesus. Acredito que o primeiro passo no nosso relacionamento íntimo com Jesus seja dedicar um momento do nosso dia a Ele. A oração é o melhor local para o encontro com aquele que é o Amado da nossa alma. Que sejam cinco ou dez minutos do dia, mas que sejam os mais bem aproveitados para adorá-lo, apresentar os pedidos, interceder por si e pelos outros, agradecê-lo e louvá-lo. Algo que também nos ajudará a crescer no relacionamento com Jesus é colocá-lo como centro de nossas ações no nosso dia-a-dia. Como disse certa vez São Josemaría Escrivá: “Temos também de descobri-lo nos nossos afazeres cotidianos”, isto é, fazer da nossa vida uma oração corrente, consagrar nosso dia e ações a Ele, querer fazer tudo por Ele, com Ele e Nele. E o crescimento neste relacionamento pode ser atingido em ações concretas: oração pessoal diária, oração nas refeições, oração do terço durante o dia, entre outras orações... Aproveitemos, pois este tempo para converter-nos e crescer em nossa intimidade com Jesus.
Seminarista Isaac 1 CEC, §1431. 2 Ibidem, §1435. 3
ESCRIVÁ, São Josemaría. Amigos de Deus, n. 151.