março 2019
Agrupamento 447 do Corpo Nacional de Escutas (Santiago de Bougado) Vigararia Trofa / Vila do Conde O Corpo Nacional de Escutas (CNE) – Escutismo Católico Português – nasceu em Braga a 27 de Maio de 1923, sendo os seus fundadores o Arcebispo D. Manuel Vieira de Matos e Dr. Avelino Gonçalves. Em Roma, estes dois portugueses tiveram os primeiros contactos com o Movimento Escutista e logo quiseram replicar em Portugal este movimento. À semelhança dos fundadores portugueses do CNE, em Santiago de Bougado o escutismo nasceu de forma igualmente aventureira e missionária, graças a um grupo de pessoas que, na sua maior parte, já tinham tido ligações ao movimento escutista, tendo pertencido ao Agrupamento 94 da Trofa, agrupamento este da paróquia de São Martinho de Bougado. O Chefe Carlos Campos, juntamente com outros bougadenses, decidiram num almoço convívio deitar mãos à obra, levando assim à fundação do Agrupamento 447 de Santiago de Bougado, a 13 de julho de 1975. Desde 1975, o agrupamento tem vindo a crescer em efetivo, contando atualmente com cerca de uma centena de elementos, desde crianças/jovens a dirigentes, que têm como missão contribuir para a educação dos jovens, partindo de um sistema de valores
enunciado na Lei e na promessa escutistas. Desta forma, cada jovem pode ser o protagonista do seu próprio crescimento, ajudando assim na construção de um mundo melhor, à sua plena realização enquanto indivíduo e à criação de um papel construtivo na sociedade. De ano para ano, o número dos efetivos tem alguma oscilação, tendo em conta os elementos que entram para as várias secções e os que já completaram a sua formação escutista, educacional e cristã. Por outro lado, a formação continua dos dirigentes e de novos dirigentes é de enorme importância para o agrupamento, pois só assim se pode dar respostas às necessidades dos jovens da atualidade. Assim sendo, o agrupamento investe na formação contínua de todos os seus dirigentes e novos dirigentes, existindo uma participação permanente nas formações promovidas pelo CNE para o enriquecimento de cada dirigente.
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BOLETIM FORMATIVO E INFORMATIVO
Por: Pe. José Ramos rocharamos58@gmail.com
O agrupamento, desde a sua formação até à atualidade, promove o bom escutismo junto das crianças e jovens de Santiago de Bougado, permitindo-lhes participar em atividades nacionais, como os acampamentos nacionais (ACANAC); os encontros nacionais, como o Cenáculo (4ª secção); encontro de guias, onde é de salientar que no ano passado quatro guias do agrupamento, um de cada secção, foram escolhidos para participarem num encontro nacional de guias, o que foi para eles uma grande oportunidade de formação e crescimento. O agrupamento participa também em atividades da região (Porto), e de núcleo (Núcleo Norte); contudo, não há descuido nas atividades internas, quer em secção como em agrupamento. Os caminheiros (4ª secção) têm participado em atividades internacionais como: o ROVER (2017 - França), Caminhos de Santiago, rondas dos sem-abrigo e ações de voluntariado. Este envolvimento na comunidade faz com que os elementos cresçam com o sentido que necessitamos uns dos outros, contribuindo “…para o desenvolvimento dos jovens ajudando-os a realizarem-se plenamente no que respeita às suas possibilidades físicas, intelectuais, sociais e espirituais, quer como pessoas, quer como cidadãos responsáveis e quer ainda como membros das comunidades locais, nacionais e internacionais”. O agrupamento participa também em vários momentos pastorais da comunidade a pedido e em colaboração com o pároco de Santiago de Bougado.
Construtores de Pontes No passado dia 27 de Janeiro, no encerramento das Jornadas Mundiais da Juventude, no Panamá, o Papa Francisco afirmou que os jovens são o “agora de Deus”, construtores de pontes e não construtores de muros. Caros leitores, este apelo do Papa argentino deverá ecoar no coração dos jovens e ser também escutado atentamente pelos homens e mulheres de todas as idades. Mas, poderão porventura alguns de vocês perguntar: o que significa, na prática, este apelo? Eu sou construtor de pontes: - Quando abro de par em par as janelas da minha alma e a porta do coração aos deserdados da sorte e aos mendigos de uma palavra de esperança! - Quando ternamente me debruço sobre os náufragos do mar revolto da vida! - Quando enxugo carinhosamente as lágrimas daqueles que foram atirados para as periferias da existência! - Quando estendo os braços para socorrer os que se encontram dependurados nas escarpas da vida!
- Quando, nos tortuosos caminhos e vielas da vida, neste “vale de lágrimas”, sou um genuíno sorriso de Deus! Amigos leitores, nós preocupamo-nos muito com apresentar a Deus, aos domingos, as tristezas do mundo, esquecendo-nos que esta trepidante e desnorteada sociedade em que vivemos espera de nós cristãos isto: que sejamos, nesta cultura da morte, do desnorte e do desencanto, um genuíno sorriso de Deus. Não nos preocupemos, pois, com levarmos para a igreja as tristezas do mundo; sintamo-nos impelidos a sair do templo com a força necessária para, nos caminhos do quotidiano, sermos um sorriso de Deus! A Quaresma está aí. Que, nestas semanas de preparação para a Páscoa, encontremos tempo para fazer silêncio. Para pararmos e perguntarmos por nós. Para os nossos antepassados, o tempo quaresmal era marcado pelo silêncio, como o atesta uma tão conhecida quadra do adagiário português: É o tempo da Quaresma, É o tempo do Senhor; Não se canta, não se dança, Não se fala pró amor. Nesta Quaresma, escutemos a voz do silêncio. Paremos para perguntar por nós! E não nos esqueçamos do apelo de Francisco, o Papa vindo “quase do fim do mundo”: nós somos construtores de pontes e não construtores de muros!...* * Por decisão pessoal, usando a grafia anterior ao denominado acordo ortográfico.
Um desejo para a quaresma… Como nos diz a dinâmica diocesana proposta para esta quaresma, o nosso porto seguro é Jesus. É para lá que queremos navegar; mas só chegaremos se soubermos conduzir o barco da nossa vida no meio das muitas tempestades com um rumo certo. Que esta quaresma possa despertar-nos para melhor entender os sinais que o Divino Mestre coloca à nossa volta… Pe. Luciano Lagoa, vigário da vara
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