Boletim paroquial Santiago 1137

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Boletim paroquial nº 1137

Ano XXIII

Semana XXIX do TC - Ano A 20 a 26 de Outubro 2014 Ó Deus, que quereis que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade, olhai para a vossa imensa messe e enviai operários, para que seja pregado o Evangelho a toda a criatura, e o vosso povo, congregado pela força da palavra da vida e sustentado pela força dos sacramentos, caminhe na salvação e no amor. Por Cristo, Nosso Senhor. Ámen!

Sínodo: à espera de conclusões. Acaba este domingo, no Vaticano, com a Eucaristia de Beatificação de Paulo VI, a 3ª assembleia extraordinária do Sínodo dos Bispos sobre os Desafios Pastorais da Família no contexto da Evangelização. Seguiu-se duas semanas com duas sessões diárias em que intervieram livremente cardeais, presidentes das Conferências Episcopais, delegados de outras Igrejas, casais e outros leigos convidados. Coube ao Cardeal Péter Erdö fazer o relatório intercalar com a síntese das intervenções, o que aconteceu na passada segunda-feira. O relatório tem 3 partes: – A escuta: contexto e desafios à família; – o olhar sobre Cristo: o Evangelho da família; – o confronto: perspetivas pastorais. Apesar de sintético, dá para ver que as questões mais árduas não foram escamoteadas: discernimento dos valores presentes nas famílias feridas e nas situações irregulares; verdade e beleza da família e misericórdia; preparação para o matrimónio; acompanhamento dos primeiros anos da vida em casal; o positivo nas uniões civis e na convivência; cuidado das famílias feridas (separados, divorciados não recasados, divorciados recasados); acolher as pessoas homossexuais; a transmissão da vida e o desafio da desnatalidade; o desafio da educação, etc. A comunicação social italiana e mundial reagiu a esse relatório – muito aberto e com amplas perspetivas pastorais – com tal euforia que foi necessário esclarecer que se tratava apenas de um documento de trabalho intercalar. As conclusões – cuja divulgação se aguarda com interesse acrescido – foram elaboradas durante a última semana, com os Padres Sinodais a trabalhar em grupos linguísticos e em plenário. Convém não esquecer que esta assembleia extraordinária do Sínodo prepara a 14ª assembleia geral prevista para o Vaticano (4-25/10/2015) sobre o tema «A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo». Sendo assim, é de prever que só então se possam apreciar os frutos deste diálogo que está a acontecer na Igreja Católica. Até lá, as conclusões desta assembleia extraordinária que forem tornadas públicas poderão fornecer indicações promissoras. Rezemos!

A DIMENSÃO POLÍTICA DA FÉ

1ª leitura (Is 45, 1.4-6): «Tomei Ciro pela mão direita para subjugar diante dele as nações». Salmo responsorial (Salmo 95): «Aclamai a glória e o poder do Senhor». 2ª leitura (1Tes 1, 1-5b): «Recordamos a vossa fé, caridade e esperança» Evangelho (Mt 22, 15-21): «Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus». Ser cristão é aprender a viver no mundo sem ser do mundo. O que quer isto dizer? Que basta uma vida espiritual sem um sério compromisso com aquilo que faz parte da nossa sociedade? Nada disso! A liturgia deste 29º Domingo do Tempo Comum diznos que é preciso viver com o coração centrado em Deus, mas envolvido na transformação do mundo à imagem do Reino de Deus. O Evangelho ensina que o homem, sem deixar de cumprir as suas obrigações com a comunidade em que está inserido, pertence a Deus e deve entregar toda a sua existência nas mãos de Deus. Tudo o resto deve ser relativizado, inclusive a submissão ao poder político. A primeira leitura sugere que Deus é o verdadeiro Senhor da história e que é Ele quem conduz a caminhada do seu Povo rumo à felicidade e à realização plena. Os homens que atuam e intervêm na história são apenas os instrumentos de que Deus se serve para concretizar os seus projetos de salvação. A segunda leitura apresenta-nos o exemplo de uma comunidade cristã que colocou Deus no centro do seu caminho e que, apesar das dificuldades, se comprometeu de forma corajosa com os valores e os esquemas de Deus. Eleita por Deus para ser sua testemunha no meio do mundo, vive ancorada numa fé ativa, numa caridade esforçada e numa esperança inabalável.

Os romanos dominavam a Palestina e oneravam os judeus com pesados impostos. O imposto era sinal da sujeição ao domínio estrangeiro. Numa estranha coligação, os fariseus (inimigos dos romanos) e os partidários de Herodes (aliado de Roma) pretendiam arrancar a Jesus uma resposta que pusesse em causa ou a sua fidelidade a Deus – o Rei de Israel – ou a sua obediência à autoridade romana. A resposta de Jesus foi coerente com as suas atitudes anteriores. Sem fazer juízos de valor acerca das instituições políticas, recomenda lealdade a Deus e aos homens. Distingue os direitos do Estado para subsistir como tal, se for legítimo, e os direitos de Deus que comprometem a pessoa toda. O Estado não é um absoluto; não pode absorver os direitos de Deus. Qual a minha atitude face ao poder político e às instituições civis: sujeição cega, ou lealdade crítica? Faço do Estado um deus e da política uma religião? Contesto e destruo por sistema, sem apresentar alternativas mais viáveis e justas? Que entendo por política? Terá a fé alguma coisa a ver com política, ou não? Que contributo tenho dado para a construção duma sociedade mais justa e fraterna no meu país? À luz de que critérios julgo os factos, as pessoas ou as leis políticas e sociais?

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