Boletim paroquial nº 1134
Ano XXIII
Quem é o catequista? “É aquele que guarda a alimenta a memória de Deus; guarda-a em si mesmo e sabe despertálo nos outros. É belo isto!” (…) Amados catequistas pergunto-vos: Somos memória de Deus? Procedemos verdadeiramente como sentinelas que despertam nos outros a memória de Deus, que inflama o coração? (…) Que estrada seguir para não sermos pessoas “que vivem comodamente”, que põem a sua segurança em si mesmos e nas coisas, mas homens e mulheres da memória de Deus?” (…) O catequista é pessoa da memória de Deus, se tem uma relação constante, vital com Ele e com o próximo; se é pessoa de fé, que confia verdadeiramente em Deus e põe n’Ele a sua segurança; se é pessoa de caridade, de amor, que vê a todos como irmãos; se é “hypomoné”, pessoa de paciência e perseverança, que sabe enfrentar as dificuldades, as provas, os insucessos, com serenidade e esperança no Senhor; se é pessoa gentil, capaz de compreensão e de misericórdia”
1ª leitura (Is 5, 1-7): «A vinha do Senhor do Universo é a casa de Israel».
Salmo responsorial (Salmo 79): «A vinha do Senhor é a casa de Israel». 2ª leitura (Filip 4, 6-9): «Ponde isto em prática e o Deus da paz estará convosco» Evangelho (Mt 21, 33-43): «Arrendará a vinha a outros vinhateiros, que lhe entreguem os frutos a seu tempo».
Estamos no final da época das vindimas. Depois dos longos meses de cuidado com a vinha e o crescimento das uvas, agora é tempo de colher os frutos de um ano de trabalho. É esta a temática que serve de mote à liturgia da Palavra deste domingo 27º Domingo do Tempo Comum tão familiar a nós como à época de Jesus e que utiliza a imagem da “vinha de Deus” para falar desse Povo que aceita o desafio do amor de Deus e que se coloca ao serviço de Deus. Desse Povo, Deus exige frutos de amor, de paz, de justiça, de bondade e de misericórdia. Na primeira leitura, o profeta Isaías dá voz ao cântico de amor de Deus pelo seu povo, aqui representado na imagem da vinha. A terra foi lavrada e a vinha plantada. Para a proteger, ergueu-se uma torre e escavou-se um lagar, à espera das uvas que haviam de vir. Mas tanta dedicação não produziu os resultados esperados: «Esperava que viesse a dar uvas, mas a vinha só produziu agraços. Que mais podia fazer à minha vinha que não tivesse feito?” E o cântico completa a tristeza do Senhor: «A vinha do Senhor do Universo é a casa de Israel, e os homens de Judá são a plantação escolhida. Ele esperava retidão e só há sangue derramado; esperava justiça e só há gritos de
Francisco convocou pela primeira vez em quase 30 anos uma assembleia geral extraordinária do Sínodo dos Bispos, com início marcado para domingo, para dar início ao debate sobre a situação das famílias, com atenção à crise “cultural, social e espiritual” que as atinge. Desde o próximo domingo até ao dia 19 deste mês de Outubro decorre, no Vaticano, a primeira etapa do Sínodo dedicado à família. Trata-se, por agora, de “recolher testemunhos e propostas dos Bispos para anunciar e viver de maneira fidedigna o Evangelho para a família”; a segunda, destinada a “procurar linhas de acção para a pastoral da pessoa humana e da família”, cumprir-se-á no próximo ano (2015). REZEMOS PELO SÍNODO!
Semana XXVII do TC - Ano A
6 a 12
de Outubro 2014
horror». Deus aposta em cada um de nós. Dá-nos constantemente graças e dons para mantermos a fidelidade ao seu amor, na esperança de ver crescer os frutos da sua dedicação. Infelizmente, nem sempre cuidamos destes dons! Facilmente desanimamos diante das dificuldades, duvidamos das promessas do Reino e deixamos de confiar. Talvez o nosso mal comece pela falta de oração e de uma vida sacramental bem vivida, sem as quais não estamos em sintonia com Deus, no dia-a-dia. Na continuidade do texto do profeta Isaías, encontramos a mesma imagem da vinha no Evangelho segundo o Apóstolo S. Mateus. Jesus apresenta aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo a parábola de um proprietário que plantou uma vinha, que a cercou com uma sebe, cavou um lagar, levantou uma torre e, por fim, arrendou-a a uns vinhateiros e partiu para longe. Quando veio reclamar o fruto, os vinhateiros mataram primeiro os enviados do dono da vinha e depois até o filho, na esperança de possuírem eles a vinha. Jesus conclui dizendo que «a pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular; tudo isto veio do Senhor e é admirável aos nossos olhos. Por isso vos digo: Ser-vos-á tirado o reino de Deus e dado a um povo que produza os seus frutos». Como nos colocamos neste cenário? Do lado dos vinhateiros homicidas? Imediatamente dizemos que não, mas a verdade é que somos muito mais parecidos com eles do que aquilo que imaginamos. Quantas vezes nos deixamos levar por preconceitos ou alimentamos conversas de maledicência daqueles com quem vivemos, fechados à novidade do outro. Como somos lentos para o perdão e a misericórdia, quando Deus nos perdoa sem condições! Estamos sempre a lamentarnos do que não temos em vez de valorizar o que nos é dado gratuitamente, todos os dias. Somos a vinha do Senhor. Ele cuida de nós e não quer senão que demos fruto em abundância. Como elementos construtores do Reino, entreguemonos sem reservas ao Senhor, que nos envia em missão, como diz S. Paulo na Epístola aos Filipenses: «O que aprendestes, recebestes, ouvistes e vistes em mim é o que deveis praticar. E o Deus da paz estará convosco».
Deus eterno e omnipotente, que, no vosso amor infinito, cumulais de bens os que Vos imploram muito além dos seus méritos e desejos, pela vossa misericórdia, libertai a nossa consciência de toda a inquietação e dai-nos o que nem sequer ousamos pedir. Por Cristo, Nosso Senhor! Ámen!
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