Boletim paroquial nº 1133
Ano XXIII
Semana XXV do TC - Ano A
22 a 28 de Setembro - 2014 Papa exorta aos agentes pastorais: semear e dar testemunho da Palavra
♦1ª leitura (Is 55, 6-9): «Os meus pensamentos não são os vosso ».
♦Salmo responsorial (Salmo 144): «O Senhor está perto de quantos O invocam. ». ♦2ª leitura (Filip 1, 20c-24. 27a): «Para mim, viver é Cristo ♦Evangelho (Mt 20, 1-16a): «Serão maus os teus olhos porque eu sou bom?».
A liturgia do 25º Domingo do Tempo Comum convida-nos a
descobrir um Deus cujos caminhos e cujos pensamentos estão acima dos caminhos e dos pensamentos dos homens, quanto o céu está acima da terra. Sugere-nos, em consequência, a renúncia aos esquemas do mundo e a conversão aos esquemas de Deus. A primeira leitura pede aos crentes que voltem para Deus. “Voltar para Deus” é um movimento que exige uma transformação radical do homem, de forma a que os seus pensamentos e acções reflictam a lógica, as perspectivas e os valores de Deus. O Evangelho diznos que Deus chama à salvação todos os homens, sem considerar a antiguidade na fé, os créditos, as qualidades ou os comportamentos anteriormente assumidos. A Deus interessa apenas a forma como se acolhe o seu convite. Pede-nos uma transformação da nossa mentalidade, de forma a que a nossa relação com Deus não seja marcada pelo interesse, mas pelo amor e pela gratuidade. A segunda leitura apresenta-nos o exemplo de um cristão (Paulo) que abraçou, de forma exemplar, a lógica de Deus. Renunciou aos interesses pessoais e aos esquemas de egoísmo e de comodismo, e colocou no centro da sua existência Cristo, os seus valores, o seu projecto.
O contexto: Uma vez mais a nossa comunidade é convocada no domingo, pascoa semanal, primeiro dia da semana, para celebrar a Eucaristia e encontrarmo-nos com Jesus na escuta da Palavra de Deus e na Fracção do Pão. Neste encontro nos reconhecemos como seu Povo, sua Igreja; e nesta Igreja ressoa hoje, uma vez mais, a chamada a trabalhar na vinha do Senhor. Hoje, o dono da vinha continua a procurar trabalhadores a todas as horas e sem distinção de classe, de condição ou religião. O tema é saber se somos capazes de perceber que Ele continua a passar ao nosso lado e nos chama para nos enviar, porém, podemos estar demasiadamente instalados considerando-nos os da primeira hora pensando que já trabalhamos o suficiente!
Nos perguntamos: “Os meus planos não são os vossos planos,; os meus caminhos não são os vossos caminhos”. Quais são hoje os meus planos? Quais são os meus caminhos? Coincidem com os de Jesus? Preocupo-me, ao menos, que coincidam? A que salário aspiro?
Seguir Jesus Cristo hoje: Seguir Jesus é ouvir o seu chamamento e estar atentos para ser fiéis ao envio que nos faz; um envio que consiste em levar o Evangelho aos nossos irmãos com palavras e sobretudo com o nosso testemunho de vida, sabendo que o nosso único salário é o mesmo Evangelho e dando-lhe graças por isso! “Ide também vós para a minha Vinha!” Pobreza na nossa Igreja. Falta de vocações… Assembleias dominicais “raquíticas”… Cada vez menos crianças na catequese… Críticas… Lamentações… Decepções… “Ide também vós para a minha Vinha!”. Compreendemos bem que Jesus não faz selecção e que a lógica do Reino é diferente dos nossos critérios humanos; não se rege pelos nossos esquemas de justiça, das honras, da maximização do lucro, da eficiência produtiva ou da distinção entre pessoas e classes sociais. Na casa do Pai há lugar para todos aqueles que se convertem de coração sincero. Havemos de ser julgados pelo crivo da misericórdia e da bondade de Deus! Por isso, cabe-nos a nós aceitar ser “contratados”. Há trabalho para todos? Vamos para a sua Vinha?
Situação: Todos somos trabalhadores da vinha do Senhor e ninguém tem privilégio sobre os outros/ Palavra de Deus: “Os últimos serão os primeiros”/ Homilia: Os nossos pobres méritos são obra da graça de Deus!
O Santo Padre recebeu em audiência, na Sala Paulo VI, no Vaticano, na tarde de sexta-feira, os participantes no Encontro internacional intitulado “O projeto pastoral da Evangelii gaudium” (a alegria do Evangelho), promovido pelo Pontifício Conselho para a Nova Evangelização. No seu discurso, o Papa disse que este documento “Evangelii gaudium”, que escreveu, tem um significado programático, com consequências importantes, mas não poderia ser diferente, uma vez que se trata da principal missão da Igreja, ou seja, evangelizar. No entanto, acrescentou o Pontífice, há momentos em que esta missão se torna mais urgente e a nossa responsabilidade deve ser reavivada. E perguntou: “Quantas pessoas, nas inúmeras periferias existenciais do nosso tempo, estão cansadas e abatidas e precisam da Igreja e da nossa intervenção? Como chegar até elas? Como transmitir-lhes a experiência da fé, do amor de Deus e o encontro com Jesus? Eis a grande responsabilidade das nossas comunidades e da nossa pastoral”. Neste sentido, o Papa não tem a tarefa de oferecer uma análise pormenorizada e completa da realidade contemporânea, mas convidar toda a Igreja a colher os sinais dos tempos, que o Senhor nos oferece, sem cessar. Tais sinais devem ser revistos à luz do Evangelho. Quanta pobreza e solidão, recordou o Santo Padre, vemos no mundo de hoje! Quantas pessoas, que vivem com grandes sofrimentos, pedem à Igreja um sinal de solidariedade, de bondade, de proximidade e de misericórdia divina! Esta tarefa, disse o Papa, cabe a todos aqueles que são responsáveis pela pastoral: bispos, párocos, diáconos, catequistas. Todos têm que ler os sinais dos tempos e dar uma resposta sábia e generosa aos sedentos e famintos de Deus. E advertiu: “Diante de tantas exigências pastorais, diante de tantas necessidades espirituais de homens e mulheres, corremos o risco de espantar-nos e de retrair-nos por medo ou por autodefesa. Aqui pode advir a tentação de certa autonomia e clericalismo, codificando a fé em regras e instruções, como faziam os escribas, os fariseus e os doutores da lei, no tempo de Jesus. No entanto, o povo fiel continua tendo fome e sede de Deus”. Como o dono da messe saía à busca de operários, assim, afirmou o Bispo de Roma, os responsáveis da pastoral devem sair, em todas as horas do dia, para ir ao encontro dos mais fracos, dando-lhes conforto e apoio, e fazendolhes sentir úteis na vinha do Senhor! A Igreja parece um hospital ao ar livre: quantas pessoas feridas à espera de ajuda espiritual! Por outro lado, afirmou o Papa, a pastoral não consiste em lançar uma série de iniciativas, sem conseguir colher a essência da ação evangelizadora: dar atenção às pessoas e levá-las ao encontro com Deus. Uma pastoral que não tem esta característica se torna estéril. Mas, o Papa acrescentou também: “Uma pastoral sem oração e contemplação jamais poderá atingir o coração das pessoas. Ela se deterá na superfície e não deixará a semente da Palavra de Deus morrer, germinar, crescer e produzir muitos frutos. Não dispomos de uma varinha mágica para fazer tudo, mas da confiança no Senhor, que nos acompanha e jamais nos abandona”. O Santo Padre concluiu seu discurso aos participantes no Encontro Internacional sobre a “Evangelii gaudium”, a alegria do Evangelho, exortando os presentes a terem “paciência e perseverança” na missão que o Senhor nos confiou, mas também confiança e a oração, que sustentam as obras. Devemos semear e dar testemunho do Evangelho!