novembro 2018
O ESCUTISMO em terras de Bougado Vigararia Trofa / Vila do Conde Em 17 de junho de 1934, cerca de uma centena de miúdos desfilaram garbosos, pela primeira vez, pelas ruas da Trofa, ao som de rufos de
BOLETIM FORMATIVO E INFORMATIVO
tambores, seguindo as bandeiras desfraldadas ao vento que, na vanguarda da formatura, avançavam por entre alas de trofenses que os felicitavam com o calor das suas palmas. Foi há 84 anos que nasceu, na Trofa, o escutismo, fundado por um grupo de homens bons da terra: o pároco de então, Alberto Pinheiro Machado, chefe António Oliveira, chefe Carlos Campos, chefe Napoleão Sousa Marques e chefe Augusto Padrão. Estava, assim, criado o Agrupamento 94 do CNE. Estes homens foram os responsáveis pela criação da segunda associação mais antiga da sociedade trofense, nascida pouco tempo depois do Clube
CRISTÃOS MISSIONÁRIOS Por: Pe. José Ramos rocharamos@iol.pt
Desportivo Trofense. Na época não existia praticamente nada onde os jovens pudessem ocupar os seus tempos livres. Atentos a estas necessidades, este grupo de homens viu no escutismo uma excelente ferramenta educativa para os jovens da sua terra. Durante estes 84 anos de existência passaram uns milhares de jovens pelo agrupamento, desenvolvendo vários tipos de actividades através de acampamentos, exploração da natureza, projectos de protecção ambiental, projectos solidários, prestação de serviços humanitários e uma vida ativa na Igreja. O agrupamento 94 vai-se adaptando e moldando consoante as necessidades dos nossos jovens e hoje em dia continua forte e sadio no cumprimento da sua missão de serviço a Deus e à Pátria. O agrupamento conta com um efectivo de cerca de 100 elementos, divididos pelas 4 unidades, Alcateia, expedição, comunidade e clã, com 16 chefes adultos na direcção. A cooperação e a solidariedade são fundamentais a uma participação orientada para os outros, para “deixar o mundo um pouco melhor”. A formação contínua dos nossos dirigentes é desde sempre uma aposta forte para o Agrupamento, para poder proporcionar uma oferta adequada às necessidades dos nossos jovens; nessa perspectiva, os nossos dirigentes têm uma formação contínua, participando anualmente em formações promovidas pelos diversos organismos do CNE. Para desenvolver todo tipo de actividades, o agrupamento teve que construir uma sede de raiz, o que se conseguiu com grande esforço e trabalho de todos. Hoje é mais uma ferramenta para a juventude ao serviço da nossa comunidade. Apesar destas conquistas e vitórias, o 94 continua sempre numa procura incessante de novos desafios e objectivos: foram adquiridas viaturas de transporte para o desenvolvimento das nossas actividades, foi criado um grupo de montanhismo, compraram-se cordas, capacetes, mosquetões; foram adquiridas canoas e coletes salva vidas, etc. O escutismo vive-se intensa e apaixonadamente, e sonha-se. A nossa paixão poderá ser, de certo modo, considerada apenas como um exagero metafórico, mas não está muito longe da realidade; e esta forma de viver o escutismo é também uma rasgada declaração de apreço e gratidão por tudo o que o escutismo dá e, acima de tudo, configura-nos com uma identidade, “A nossa…”. Queremos com isto transmitir a todos a nossa identidade apaixonada por algo imaterial, o “nosso 94 Trofa”, mas que, ao mesmo tempo, é uma realidade na vida de cada um de nós. Algo que queremos partilhar com o mundo, fazendo desta nossa paixão também a paixão de novos jovens
Perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, há umas semanas atrás, o Papa vindo “quase do fim do mundo” disse que é missão imperiosa de todos os baptizados anunciar a mensagem cristã, estejam eles onde estiverem. Afirmou então que “o discípulo missionário tem, acima de tudo, um centro de referência, que é a pessoa de Jesus. Nenhum cristão anuncia o Evangelho por si próprio, mas apenas como enviado da Igreja que recebeu o mandato do próprio Cristo”. A Igreja portuguesa está a viver um “Ano Missionário”, em todas as dioceses, de Outubro de 2018 a Outubro de 2019. O anúncio desta iniciativa foi feito numa Nota Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa intitulada “Todos, Tudo e Sempre em Missão”. É-nos ali feito este apelo: “Que este Ano Missionário se torne uma ocasião de graça, intensa e fecunda, de modo que desperte o entusiasmo missionário. E que este jamais nos seja roubado! Nesse entusiasmo, a formação missionária deve perpassar toda a nossa catequese e as escolas de leigos, e ser inserida nos currículos dos Seminários e das Faculdades de Teologia”. Neste “Ano Missionário”, todo o cristão, em qualquer lugar ou situação, é chamado a renovar o seu encontro pessoal com Jesus Cristo. Por isso, afirmam os bispos portugueses, “é necessário passar de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária… Com o sonho missionário de chegar a todos, o Santo Padre tem incentivado a ir às periferias, a ir até junto dos pobres, convidando os jovens a ‘fazer ruído’, a não ‘ficarem no sofá’, a verem a vida a passar. Convida a Igreja a não ficar entre si sem correr riscos, mas ter a coragem de ser uma Igreja viva, acolhedora, dos excluídos e dos estrangeiros”. A Nota Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa termina com um convite à missão: “Ao longo deste Ano Missionário, de Outubro de 2018 a Outubro de 2019, façamos todos – bispos, padres, diáconos, consagrados e consagradas, adultos, jovens, adolescentes e crianças – a experiência da missão. Sair. Irmos até uma outra paróquia, uma outra diocese, um outro país em missão, para sentirmos que somos chamados por vocação a sermos universais, ou seja, a termos responsabilidade não só sobre a nossa comunidade, mas sobre o mundo inteiro”. Estimados leitores, sejamos TODOS
MISSIONÁRIOS!
DISCÍPULOS
A MINHA ÁRVORE NATALÍCIA Quisera, neste tempo do Advento, ir, dia após dia, armando uma árvore no mais íntimo do meu coração e nela pendurar, em vez de presentes, os nomes de todos os meus amigos! Os amigos de longe e os de perto, os mais antigos e os mais recentes, aqueles com os quais me cruzo todos os dias e os que raramente encontro, os que sempre são lembrados e os que, às vezes, ficam esquecidos, os das horas difíceis e os das horas alegres, aqueles que pouco me devem e aqueles a quem muito eu devo. Os meus amigos jovens e os meus amigos velhinhos. Os meus amigos humildes e os meus amigos importantes. Os nomes de todos quantos passaram já pela minha vida. Os que me admiram e estimam sem eu saber e os que eu amo e estimo sem lhes dar a entender. Quisera, neste tempo de preparação para o Natal, armar uma árvore de raízes bem profundas, para que os seus nomes jamais sejam arrancados da minha vida. Uma árvore de ramos muito extensos, para que novos nomes, oriundos de todas as partes, venham juntar-se aos já existentes. Uma árvore de sombra muito agradável, para que a nossa amizade seja um momento de repouso no meio das lutas da vida!
e adolescentes!
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