março 2017
Breve história do Centro Social e Paroquial de S. Martinho de Bougado Vigararia Trofa / Vila do Conde BOLETIM FORMATIVO E INFORMATIVO
Margarida Calado, Secretária da Direção
Foi no ano de 1989 que o Centro Social e Paroquial de S.Martinho de Bougado começou a dar os primeiros passos, quando um grupo de paroquianos liderados pelo Padre Joaquim Ribeiro, meteu mãos à obra e alicerçou um projecto visando contribuir para a promoção integral de todos os habitantes da paróquia, coadjuvando os serviços públicos competentes ou instituições particulares, num espírito de solidariedade humana, cristã e social. Para o efeito, em 1991 começaram as obras de ediicação das instalações que, após muitos anos, foram inalmente concluídas em 2007, com o novo pároco de S.Martinho de Bougado, Pe. Luciano Lagoa. Em 2 de Junho de 2007 abriram as valências de Lar e Centro de Dia, com capacidade respectivamente para 35 e 20 utentes, tendo icado em pouco tempo totalmente preenchidas. Estas valências foram desde logo contempladas com o Acordo de Cooperação da Segurança Social. A valência de Centro de Dia começou com metade dos utentes em acordo de cooperação mas agora já abrange a sua totalidade. A valência da Creche foi o projecto seguinte, tendo a Instituição recorrido ao Programa Pares que inanciou 60% da obra, a Câmara Municipal da Trofa inanciou 30% e o restante contou com o apoio de donativos vários. Esta nova valência iniciou a actividade em Novembro de 2009, com capacidade para 50 crianças e rapidamente preenchida, beneiciando também do Acordo de Cooperação para todos os utentes. Mediante a necessidade demonstrada pelos pais das crianças da Creche de prolongar o acompanhamento das crianças para além dos 3 anos até ao ensino básico, entendeu a Direcção avançar com um novo projecto, mesmo em tempos que já se previam difíceis; assim em Setembro de 2011 iniciou atividade a nova valência de Jardim de Infância, totalmente privada, com capacidade para 42 crianças. Presentemente estamos em fase de uma reorganização das valências deixando de apostar no Jardim de Infância e procurando desenvolver e expandir a valência de Creche. Esta obra envolve já muitos recursos humanos, no total de 42 colaboradores efectivos, englobando neste número técnicos qualiicados, técnicos proissionais e auxiliares diversos. Conta também com a colaboração em regime de part-time de médico, psicóloga, isioterapeuta, podologista e cabeleireira. É de realçar o quadro de voluntários que diariamente colabora com a Instituição, com o apoio sempre imprescindível aos utentes. Não é de esquecer a Liga dos Amigos da Instituição que conta com 158 sócios e que ajuda a minorar um pouco as suas necessidades, tendo este ano o desaio de aumentar o número de sócios, contando para isso com a ajuda dos sócios antigos incentivando a entrada de novos sócios.
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Intróito
Quaresma: tempo para descalçar as feridas! Pe. José Ramos rocharamos@iol.pt
Por:
Uma das preocupações da instituição, além do bem-estar físico-psíquicosocial dos utentes tem a ver com a vertente espiritual. Por isso há nas instalações uma Capela onde todos os dias se organizam celebrações variadas: recitação do terço, exposição do SS. Sacramento… Também é celebrada a Eucaristia 2 vezes por semana. Além disso, está ainda organizado o serviço do Sacramento da Reconciliação. Como todas as IPSSs, esta também tem diiculdades: o custo do utente superior ao ixado pela entidade tutelar, as despesas inerentes à conservação do edifício e os custos com os colaboradores são fatores que criam diiculdades para a concretização das suas responsabilidades. Também, no caso do Lar, a idade avançada dos utentes e as suas muitas fragilidades exigem mais cuidados e pessoal especializado para o seu acompanhamento.
Esta Instituição tem uma Direcção composta por 5 elementos, sendo o seu Presidente o Padre Luciano Lagoa, o vice-Presidente Dr. António Pinheiro, o Tesoureiro Dr. José Magalhães Moreira, a 1ª secretária Sra. Margarida Calado e o 2º secretário o Sr. Júlio Maia. O Conselho Fiscal nomeado pela Fábrica da Igreja é composto por 3 elementos. Como nota inal destaca-se que esta Instituição, desde o seu início, prossegue uma política de optimização da aplicação dos recursos disponíveis, sejam eles humanos ou materiais, a par de uma permanente observação das práticas desenvolvidas com o intuito de identiicar oportunidades de melhoria de desempenho nas várias vertentes. Neste sentido estamos a inalizar o processo de certiicação de qualidade com o nível mais exigente que muito poucas instituições têm. Pensamos que é uma mais-valia para todos e uma exigência de qualidade que faz com que o serviço que prestamos à comunidade e aos utentes seja de excelência.
Estimados leitores: estamos no início da Quaresma, a grande caminhada rumo à Páscoa da libertação. Guiados pela palavra do Profeta Joel “rasgai os vossos corações e não as vossas vestes”, seremos convidados a fazer uma viagem até ao mais íntimo de nós mesmos. A um demorado olhar sobre o nosso inquieto coração. A descalçar as feridas que nos magoam. Nos tempos pretéritos, os nossos avós faziam do tempo quaresmal um espaço temporal marcado pelo silêncio. É disso testemunha a tão conhecida quadra do nosso cancioneiro: É o tempo da Quaresma, É o tempo do Senhor; Não se canta, não se dança, Não se fala p’ró amor! Num passado ainda tão vivo na memória de muitos dos nossos leitores, a Quaresma era um tempo marcado pelo silêncio exterior, pela reflexão, por um olhar profundo sobre o coração. Tal como eles, devemos fazer das semanas que antecedem a Páscoa um tempo propício para descalçar as feridas que teimam em não cicatrizar nos nossos corações. Precisamos de parar para perguntar por nós. Para nos interrogarmos: quem sou eu, donde venho e para onde vou? O nosso tempo, marcado por uma correria desenfreada, tantas vezes ao encontro de nada, roubou-nos o espaço para meditarmos, para contemplarmos, para irmos ao encontro de nós mesmos. Por isso, é tão actual o apelo do Profeta Joel a descalçarmos as feridas que há em nós. As mais variadas feridas. Invejas e ódios mal disfarçados. Rancores que há muito tempo deveriam estar mortos e sepultados. Cicatrizes provocadas pela ingratidão daqueles a quem, outrora, estendemos a mão. A avidez desmedida que nos empobrece o coração e apodrece a alma… Todos nós guardamos cicatrizes provocadas por quem nos não respeitou, não nos sorriu, não nos abraçou, não nos soube amar como nós merecíamos… E a Quaresma vem-nos lembrar a necessidade de desatarmos os braços da alma e deixá-los soltos. O grande apelo é este: despenteia a alma. Desamarra-a. Solta os ventos de tempestade. Salta os teus muros. Trepa as árvores que dormem em ti e que são filhas das lágrimas que choraste. Este é o tempo propício para descalçarmos as nossas feridas, sejam elas de que cariz forem, mais dolorosas ou mais leves. Descalçarmos as feridas que nos fizeram e também aquelas que nós fizemos. Afinal, todos nós estamos aqui, neste lugar a que chamamos vida, para fazermos algo que valha a pena!
Traz a tua cruz e segue-me, reúne as tuas memórias dolorosas e o que sufoca a vida, o que te prostra e não compreendes. Junta-te ao mal que atola o mundo, junta o teu grão de dor à dor do mundo e segue-me neste acto em que me dou a vós, baptizados no meu nome. Junta-te ao meu caminho, que foi de Morte e foi de Páscoa. Estamos reunidos na memória da Páscoa a fim de aprender a renascer das lágrimas cada uma das vezes que o tecido da nossa vida comum irremediavelmente se rasgou, tornando-se encontro com o todo-desconhecido. Deus não é estranho a esta festa em que dizemos, cada um no seu coração, os nomes daqueles que nos precederam na vida e nos afectos e, passando pela morte, se inscreveram numa nova ordem de comunicação… Porque dizer, aqui, é ligar; a nossa vida está escondida em Deus: Ele conhece a caminhada secreta para o repouso na Sua face. Só o Deus fiel pode fazer com que a nossa vida se não perca na noite… Abandonemo-nos nas suas redes invisíveis! (autor desconhecido)
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