Jornal PANROTAS 1.295

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R$ 11,00 - Ano 25 - nº 1.295

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15 a 21 de novembro de 2017

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A incrível experiência de visitar a verdadeira África em Uganda e observar os raros gorilas-das-montanhas. Uma viagem exclusiva, cercada de sentimentos, que também reacende o debate: qual o papel da indústria em regiões de risco, que necessitam de ajuda não apenas para conservar suas pérolas, como também para salvar seu povo da miséria?

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02 Editorial

15 a 21 de novembro de 2017 JORNAL PANROTAS

> Artur Luiz Andrade > artur@panrotas.com.br

Mais uma ou menos uma?

LEIA NESTA EDIÇÃO Páginas 12 a 14

Kennedy Space Center apresenta novidades na Flórida Central

Páginas 16 e 17

CVC reestrutura equipe e compra Visual Turismo

Páginas 22 a 24

Como foi o encontro da HSMai em São Paulo

Página 25

Os planos da nova diretora da Atout France no Brasil

Depois da Rextur Advance, Trend e Experimento, a CVC levou também a Visual Turismo. Como cada empresa da indústria e cada profissional veem essa movimentação é decisivo para o futuro do setor (e de cada uma dessas empresas). Como você vê isso? O gigante está cada vez maior e faminto e pode destruir a todos com pisadas firmes e incontroláveis? Ou o gigante está em uma pegada que quem concorre com ele são outras gigantes como a Decolar.com, Flytour (especialmente no corporativo, onde a CVC ainda não atua), Expedia e Tui, deixando o campo de oportunidades aberto e a ser desbravado e conquistado pelos demais players? Não é nem o fim do mundo e nem algo que não se deva olhar com atenção. A CVC levou mais uma. OK. Mas continua sendo a CVC, com os prós e contras da marca. Se a gigante está comprando empresas B2B, com foco no agente de viagens, é porque aí se encontra seu ponto “menos forte”. É onde quer ser tão forte como no varejo, com suas lojas focadas na venda de pacotes para a classe média. Nos dois casos, há oportunidades. No B2B, há quem não queira fazer negócios com gigantes e prefira aproveitar o melhor de cada player: a tarifa aérea de uma OTA, o contato direto com um fornecedor, um hotel da

Trend, um produto da Rextur Advance e a expertise e o relacionamento que diversas empresas carregam, mesmo infinitamente menores que a CVC. Na venda B2C, há a segmentação, como as viagens de luxo, as experiências únicas e os nichos, que a CVC, com sua padronização e produtos para a massa, não atinge (ainda). Para o Brasil, ter uma gigante como a CVC é fundamental. Imprescindível. E ela já está demorando a colocar seus tentáculos em outros países. Para o Turismo do Brasil, a CVC faz bem. Para a cadeia produtiva, em um primeiro olhar, pode fazer mais mal que bem, mas você quer mesmo disputar clientes com a CVC? Então você deveria estar gastando o que a Decolar gasta no Google e em mídias digitais. O gigantismo da CVC deve ser aplaudido, respeitado e colocado em seu devido lugar. No restante do campo de batalha por clientes e negócios do Turismo, há muitas oportunidades para empresas de todos os tipos de tamanhos. Quem são esses players? Alguns, como a Orinter, Flytour Viagens, Teresa Perez, Primetour, CI, Belvitur, MMTGapnet, Schultz, Agaxtur, Trade Tours e Trade Tech, TT Operadora, entre tantas outras operadoras, já têm espaços e imagens consolidadas e

podem aproveitar ainda mais essa movimentação de mercado. Outros podem colocar sua bandeira em posição mais alta e esse é o momento. Já vemos “novos jogadores” sendo mais agressivos e inteligentes. Isso vale para o segmento de operação, como para outros onde também vemos consolidação de empresas. Espaços a serem explorados sempre há, o negócio é indentificá-los e saber atuar da forma que o cliente e o mercado esperam naquele momento. Os demais membros da cadeia produtiva perderão tempo criticando quem comprou e quem vendeu, e no fundo resignados que sua empresa não passou no processo para ser mais uma a fazer parte seja do lado de lá, seja do lado dos que estão arregaçando as mangas e fazendo acontecer. O Turismo no Brasil está aprendendo a andar. E esses grandes negócios ensinam a todos que caminho seguir. O que não quer dizer que sejam caminhos fáceis. Mas a própria CVC começou pequena e operando tours rodoviários, com seu fundador fazendo as vezes de vendedor, guia de Turismo, carregador de malas e office-boy. Quem se dispõe a tudo isso hoje? Novos tempos, velhas ambições, a mesma receita de sucesso.

Check-IN

Millennialls vs Geração X Fazem reserva diretamente no hotel em viagens a trabalho

37% vs 45%

Ter de seguir uma política de viagem quando viaja a trabalho

38% vs 39%

Associado a um programa de fidelidade de hotel?

64% vs 60%

Para os millennialls, o que tem mais valor nos programas de fidelidade de hotéis? 47% Receber dinheiro de volta 41% Upgrade de categoria de quarto 41% Café da manhã cortesia 20% wi-fi grátis 20% desconto em alimentos e bebidas

Experiência ou pontos? Preferência por experiência

81% vs 75%

Nascidos entre 1981 e 1994 Nascidos entre 1960 e 1980

Fonte: Estudo divulgado na WTM London pela Wanup

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DO PORTAL

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MEDIA PARTNER

PANROTAS

De 2 a 8/11

1 Visual Turismo agora é parte do Grupo CVC — em 8/11

2 Sylvio Ferraz vai integrar time

de Patriani na CVC — em 8/11

3 Sylvio Ferraz deixa sociedade e direção da MMTGapnet — em 7/11

4 Rui Alves assume direção da MMTGapnet — em 7/11

5 CVC apresenta oficialmente 4 novos diretores — em 8/11

6 Agaxtur, Trend e muitas

outras contratam; confira as vagas — em 6/11

11 5 aeroportos de SP são

transferidos à iniciativa privada — em 3/11

12 Singapore: US$ 850 mi para

redesenhar A380; fotos — em 6/11

13 Amaszonas terá voos para 3

cidades no Brasil em dezembro — em 8/11

14 Grupo Flytour celebra 43 anos;

relembre a trajetória — em 7/11

15 Catar: embargo aéreo, novo

aeroporto e hotéis em vista — em 3/11

PARCERIA ESTRATÉGICA

ASSOCIAÇÕES

7 Latam anuncia para 2018 voo Santiago-Guarulhos-Tel Aviv — em 8/11

8 Visit Orlando inicia mega fam

e destaca treinamentos; fotos — em 7/11

9 Mais voos e nichos: França sente 2018 de recorde no Brasil — em 7/11

10 Perspectivas hoteleiras: o que o Fohb espera em 2018/19 — em 3/11

PRESIDENTE

José Guillermo Condomí Alcorta CHIEF EXECUTIVE OFFICER (CEO) José Guilherme Condomí Alcorta (guilherme@panrotas.com.br)

CHIEF EVENTS OFFICER (CEVO) Heloisa Prass

CHIEF TECHNOLOGY OFFICER (CTO) Ricardo Jun Iti Tsugawa REDAÇÃO

CHIEF COMMUNICATION OFFICER (CCO) E EDITOR-CHEFE: Artur Luiz Andrade (artur@panrotas.com.br) EDITOR: Renê Castro (rcastro@panrotas.com.br) Coordenadores: Rafael Faustino e Rodrigo Vieira Projetos especiais: Eduarda Chagas Reportagens: Beatrice Teizen, Brunna Castro, Henrique Santiago, Karina Cedeño, Raphael Silva e Renato Machado Estagiários: Janize Viana, Leonardo Ramos, Marcos Martins, Marina Marcondes (RJ) e Victor Fernandes Fotógrafos: Emerson de Souza, Jhonatan Soares e Marluce Balbino (RJ) MARKETING Analista: Erica Venturim Marketing Digital: Sandra Gonçalves Assistentes de Marketing: Maíra Bocci (maira@panrotas.com.br) Renata Cruz (suportemkt@panrotas.com.br) DIREÇÃO DE ARTE Diagramação e tratamento de imagens: Erick Motta, Pedro Moreno e William Martins COMERCIAL Executivos: Flávio Sica (sica@panrotas.com.br) Paula Monasque (paula@panrotas.com.br) Priscilla Ponce (priscilla@panrotas.com.br) Rene Amorim (rene@panrotas.com.br) Ricardo Sidaras (rsidaras@panrotas.com.br) Assistente Comercial: Ítalo Henrique (italo@panrotas.com.br) FALE CONOSCO Matriz: Avenida Jabaquara, 1.761 – Saúde | São Paulo - Cep: 04045-901 Tel.: (11) 2764-4800 Brasília: Flavio Trombieri (flavio@panrotas.com.br) | Tel: (61) 3224-9565 Rio de Janeiro: Simone Lara (simone@panrotas.com.br) | Tel: (21) 2529-2415/98873-2415 MARKETING DE DESTINOS Pires e Associados (jeanine@pireseassociados.com.br) ASSINATURAS Chefe de Assinaturas: Valderez Wallner Para assinar, ligue no (11) 2764-4816 ou acesse o site www.panrotas.com.br Assinatura anual: R$ 468 Impresso na Referência Gráfica (São Paulo/SP)

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7 dias por 1 hora

Destinos

> Renê Castro — Uganda

NO LUGAR DE CARROS LUXUOSOS E AUTOESTRADAS EXEMPLARES, RUAS DE TERRA OCUPADAS POR MOTOS, ANIMAIS, CRIANÇAS E ADULTOS. ONDE DEVERIAM EXISTIR RESORTS MAJESTOSOS ALL INCLUSIVE, HÁ LODGES SAFA-

ris com eletricidade em horários pré-estabelecidos. Ao invés de internet de alta velocidade, um wi-fi trepidante que mais lembra a época da rede discada. Na hora de tirar uma foto de um local, sorrisos dão lugar a gritos e gestos repreensivos. Ao se apresentar como brasileiro, o esforço para lembrar a trajetória de Ronaldo e Romário, já que Neymar ainda é uma incógnita em lugar isolado do globo. Se o seu smartphone de última geração desperta curiosidade em meio a celulares obsoletos e com botões, o tênis de marca é um bem valioso e cobiçado. O cabelo liso e a pele branca, por outro lado, repercutem em olhares atentos, enquanto gorjetas são esperadas para todo e qualquer serviço que se possa oferecer. Essa é a República da Uganda, no coração da África, na rasa visão de um turista. A introdução às avessas é digna, já que o país está longe de se enquadrar na lista de desejos de um viajante convencional. Uma região que vive um colapso econômico e é presidida há mais de 30 anos por um chefe de Estado que aplicou um golpe político e sangrento que já matou mais de 20 mil ugandenses.

É um país, também, que abriga mais de um milhão de refugiados – e que vê esse número crescer rapidamente com a chegada de cerca de duas mil pessoas por dia em condições sub-humanas, resultado de conflitos no Congo, Sudão, Somália, Ruanda e Etiópia. Essa é a verdadeira África. Mas, acredite: Uganda é forte. Visceral. É um bicho arisco, pronto para atacar, mas que se rende a um olhar sincero. Ao sair do Brasil, a reportagem do Jornal PANROTAS analisou friamente o roteiro da viagem proposto pela Nova Operadora e concluiu: são sete dias de viagens por uma hora de recompensa. Tudo por um contato real com alguns dos raros gorilas-das-montanhas, espécie que vive no Bwindi National Park, uma área localizada no sudoeste do país, fronteira com o Congo e Ruanda. Quando finalmente chega o grande momento, alguns dias são necessários para absorver o turbilhão de emoções que surgem ao nos depararmos com um animal de mais de 200 quilos a poucos metros de distância. Alguns sortudos, como este que escreve esta matéria, podem ainda ter uma experiência inimaginável, frente a frente com um gorila que, além de tudo, mira o fundo dos seus olhos e vai ao seu encontro. Apreensão. Medo. Êxtase. Admiração. Ele passa. A respiração volta. É experiência. É Turismo. É uma memória permanente, assim como outras que estão descritas a seguir. > Continua na pág. 06

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Uma triste

realidade

Ao parafrasear Mário Quintana, percebe-se que trocar a roupa da alma ao viajar faz perceber também a importância de uma experiência única, capaz de transformar e expor, definitivamente, que a vida de um turista é recheada de regalias e futilidades. A de um local, por outro lado, pode ser baseada no simples ato de sobreviver. Em Uganda, homens e mulheres se entrelaçam em comunidades onde o tempo passa devagar. Trata-se de uma terra em que a noção de classe social não pode ser explicada por um morador de uma metrópole. Em poucas horas no destino fica claro o quão mal fez o capitalismo ao continente africano, até então povoado por tribos, sem as amarras de um sistema. A adaptação a tudo isso ainda segue muito difícil, com minorias explorando as camadas mais frágeis da sociedade. O resultado é claro e está na pobreza escancarada, na falta de infraestrutura e bens básicos, mas nem a imensidão de cabeças raspadas, que padronizam gêneros à primeira vista, são capazes de ofuscar cenas que nem sempre são captadas pelas lentes de uma câmera. Para o turista é um prato cheio. Quem não gosta de viver essa realidade de aluguel? O seu feed social fala por você. Mais da metade da população ugandense não tem emprego. Quem tem uma ocupação formal é obrigado a sobreviver com um salário mínimo que, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), é de cerca de US$ 108 por ano. Pelas estradas, as cenas são ainda mais impactantes, e revelam um povo majoritariamente agricultor, que vive de um comércio informal efervescente. A tecnologia passa longe, assim como a água, que precisa ser buscada diariamente por mulheres e crianças. No meio do longo caminho até um riacho ou poço, tentativas de arrecadação de dinheiro, venda de alimentos e acenos aos visitantes que passam rápido em carros e vans.

Moeda de troca

Ao se deparar com a oportunidade de realizar um passeio cobiçado em nível mundial, em um país extremamente carente, é inevitável questionar o papel do Turismo no desenvolvimento de regiões de risco – e o quanto o setor explora destinos fragilizados com seus dólares e hábitos questionáveis. Do ponto de vista social, é inegável que a indústria injeta dinheiro na economia e ajuda no desenvolvimento do país, mesmo sabendo que este valor é usufruído por poucos. Outras questões igualmente delicadas são levantadas quando se coloca à mesa o envolvimento de turistas com um ecossistema praticamente intocável, habitado por espécies que, invariavelmente, têm seus comportamentos alterados com a presença humana, além da possibilidade de contraírem doenças. Discussões que o World Travel & Tourism Council (WTTC)

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incentivou em seu último encontro global, em Bangcoc (Tailândia), e que contou com a presença de líderes de vários segmentos. A WTM London, que encerrou na última semana, também seguiu linha parecida em seus painéis, com o adendo da turismofobia, fenômeno cada vez mais recorrente em destinos consolidados (e explorados em demasia), como Veneza (Itália), Barcelona (Espanha) e Amsterdã (Holanda). Os rascunhos desenhados visando às soluções para os temas, no entanto, ainda parecem longe de atender a todos. Diante de uma realidade nada animadora, que posiciona os gorilas-das-montanhas africanas em rota de extinção, a criação de parques naturais financiados pelo Turismo acaba tornando-se um preço justo a se pagar quando se enfrentam há décadas caçadores ilegais que matam por dinheiro. Sentimentos antagônicos que se perdem entre os conceitos de proteção e conservação. Exemplos de empreendimentos que se equilibram nessa linha tênue não faltam, incluindo deslizes desastrosos impulsionados por interesses financeiros que sobrepõem atitudes nobres. Que as doses de tranquilizantes em tigres, elefantes, leões e outros animais adorados por visitantes sejam trocadas por melhores práticas e um sentimento de conscientização da importância da vida animal.

A moda antiga

A floresta de Bwindi carrega no sobrenome a palavra “impenetrável”. Faz todo o sentido. É graças a essa robustez que o trajeto até os gorilas se torna uma atração à parte. Isso porque não há trilhas ou atalhos. Tudo é conquistado, do desenlace de galhos aos pequenos saltos em trechos menos convidativos. Um desafio que, definitivamente, não é para amadores. Na prática, antes de explorar a floresta, grupos de até oito visitantes são distribuídos entre os guias que vão em busca das famílias, digamos, visitáveis (o parque informa que há sete grupos habituados com a presença humana). No dia em que a reportagem visitou o local, foram formados quatro grupos, ou seja, toda a equipe do parque trabalhou em função de 32 visitantes, revelando o nível de restrição do passeio. O processo de aceitação dos gorilas à presença humana é lento e envolve exposição gradual por vários anos. Os guardas florestais interagem diariamente com os primatas, desvendando o comportamento e simulando os mesmos hábitos, na tentativa de ganhar a confiança do grupo. O único objetivo é fazer com que os gorilas enxerguem na presença humana uma figura pacífica, capaz de gerar indiferença. É tudo o que o visitante precisa: que o gorila não o enxergue como um desbravador de território ou potencial inimigo. Em conversa com um dos rangers, a revelação: há 11 anos não há casos de agressão dos gorilas contra pessoas. Um bom sinal para quem está prestes a embarcar nessa aventura. Calcula-se que existam, no seu habitat natural, cerca de 880 gorilas-das-montanhas, espalhados em quatro parques nacionais em três países (Congo, Ruanda e Uganda). Para rastrear as famílias, os guardas ugandenses fazem vigílias na floresta e acompanham a movimentação dos primatas pelo parque de mais de 32 mil hectares. É com esse monitoramento manual que, via rádio, estima-se o tempo de caminhada. E ela pode ser bem longa, de até oito horas em meio à mata fechada, com trechos acidentados, de aclive e declive, além dos agentes externos, como sol e chuva que se fazem presente nesta floresta considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco. O motivo de tamanha dificuldade está no fato de que, claro, os gorilas-das-montanhas não estão esperando visitas, e se deslocam constantemente em busca de alimento para a sua dieta vegetariana.

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Entre o luxo e a experiencia

Para se encontrar com os gorilas é preciso obter uma autorização junto à Uganda Wildlife Authority (UWA), que segue uma tabela de valores que varia entre US$ 450 e US$ 600 por pessoa, dependendo da época do ano. É uma operação que, para um estrangeiro, é bem complicada, portanto, contar com apoio local é fundamental. Há lodges próximos ao parque e a hospedagem é altamente recomendada, já que proporciona não apenas o clima pré-caminhada, como também facilita na logística no dia do trekking, que começa bem cedo. Os empreendimentos são bem equipados e contam com atendimento atencioso para uma boa estada. Não se pode esperar refeições com estrelas Michelin, mas tudo faz parte do pacote da aventura. O acesso ao parque é feito de carro, por uma estrada de terra e feito, majoritariamente, a bordo de uma van ou jipe. Após receber as instruções do passeio, o guia e os visitantes pegam a estrada novamente até um dos pontos de acesso à floresta. A partir desse momento, não há mais volta. Disposição, experiência em viagens e foco no objetivo são pré-requisitos de um cliente que escolhe se encontrar com os gorilas-da-montanha de Uganda. Uma vez na floresta, esteja pronto para tudo, já que as dificuldades começam instantaneamente. Os guias estão sempre próximos, mas impõem ritmo forte à caminhada, mesmo informando que, “na África, uma das poucas coisas que não se falta é tempo”. No meio de tamanha biodiversidade, as condições climáticas também se mostram inconstantes, com chuvas torrenciais seguidas de raios de sol. Para encarar tudo isso, casaco impermeável, botas de montanha, calças leves e meias compridas (há muitas formigas no trajeto) são altamente recomendados. Bastões de madeira também são oferecidos pelos rangers para os que precisam de um apoio extra.

So para raros

O contato com os gorilas é algo singular. Em meio à necessidade de exposição de highlights de viagens em redes sociais, tirar alguns minutos para simplesmente observar a vida animal em sua plenitude faz todo o esforço da trilha valer a pena. E acredite: ela não é fácil. Escorregões e quedas devem ser esperados, e com relativa frequência, em especial para os menos experientes. Os 60 minutos estipulados para a observação dos primatas passam rapidamente, mas é o preço que se paga por uma experiência que não está disponível em qualquer prateleira. A expertise para se comercializar esse tipo de produto é fundamental para o agente de viagens, já que absolutamente todo o planejamento passa por essa ação cronometrada. As fotos e os vídeos registrados neste momento sublime apenas ratificam um mix de sensações que vocabulário nenhum tem o poder de descrever sem parecer superficial. O caminho de volta dos aventureiros é silencioso, de puro deslumbre. Sentimento de missão cumprida e a certeza de que o nível de exigência da próxima viagem fica ainda maior – se é que isso é possível. Desafio para agentes e operadores, que diariamente lutam para encontrar pérolas que satisfaçam as vontades de quem pode pagar pela exclusividade. Enquanto isso a Uganda segue um caminho ingrato, lutando pela sobrevivência e pela inclusão obrigatória, com histórias de superação e humanidade a cada vilarejo. Um destino reduzido à poeira do vaivém dos carros importados, que mantém "oculta" uma realidade que gera pouco interesse e parece distante. São sete dias por uma hora, com lembranças para toda uma vida.

---O Jornal PANROTAS viajou a convite da Nova Operadora

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Quem leva

Sócio da Nova Operadora desde a fundação, em meados de 2013, André Pereira tem uma carreira de mais de duas décadas no Turismo, em especial no nicho que hoje é chamado de “experiência”, já que os termos “ecoturismo” e “turismo de aventura” estão caindo em desuso. Após passagens importantes por Pisa Trekking e TGK, o dirigente conta com a robustez financeira do Grupo Forma para desenvolver uma operadora focada em serviço e fidelização. Nesta viagem a Uganda, Pereira escolheu agentes de viagens que são, nas palavras do próprio, “profundos conhecedores de produtos de experiência”. São eles: Eliane Leite (Adventure Club), Alexandre Alvares (Boreal Turismo), Denise Santiago (Cia Eco) e Peter Goldschmidt (Gold Trip). “Nós desenvolvemos as viagens de acordo com os perfis das agências, que ajudem na regra de negócio de cada uma delas. Estamos criando comunidades de agências com determinadas filosofias de trabalho”, ressalta ele. O continente africano é o destaque de vendas da operadora, com 23% de share no primeiro semestre deste ano, seguido por América do Sul, Europa, Ásia (Indochina) e Caribe. Ao todo, a Nova possui relacionamento com cerca de 200 agências no Brasil, dentre as quais 70 são consideradas fidelizadas. Com o objetivo de dobrar o número atual de 360 pessoas embarcadas por mês,

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a empresa trabalha para extrair o máximo de cada parceiro para crescer e manter o mesmo padrão de qualidade. “Não enxergamos o empacotamento como visão de negócio. Vislumbramos exatamente o contrário: o que cada destino oferece para os perfis de agências que trabalhamos. Ouvir o mercado e traduzir seus anseios em produtos é o verdadeiro papel do operador de viagens”, afirma Pereira, que completa: “você só consegue encontrar singularidades e similaridades dentro de um roteiro quando você o conhece a fundo. E isso só pode ser feito quando se vive o destino por completo, com a pré-disposição para escutar a demanda. Não se trata apenas do que nós julgamos interessante, e sim do que o cliente está buscando.” Confiante no resultado que um trabalho dedicado pode proporcionar, o dirigente expande o conceito de fidelização e expertise para as agências que são capacitadas pela Nova Operadora. “Uma boa dica vale tanto quanto uma boa venda de serviço. Muitas vezes você consegue fazer alterações pontuais no roteiro para aumentar o senso de valor agregado para o cliente. Um exemplo qualquer: que tal trocar o transfer do aeroporto até o hotel por um deslocamento de metrô e usar essa economia para um passeio de helicóptero? O agente de viagens não pode ter medo do cliente, não pode achar que o passageiro bem informado é considerado um inimigo. Por isso a capacitação, a proficiência, enfim, este é um processo natural que ocorre com qualquer profissão. Mesclar e renovar conhecimento é obrigação para quem quer se manter ativo, em especial trabalhando com um cliente de gosto refinado e experiente”, recomenda. > Continua na pág. 10

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acharam

A Adventure Club, da diretora Eliane Leite, atua na capital paulista e conta atualmente com 16 pessoas na equipe. Possui clientes de alto padrão, que viajam, em média, três vezes ao ano em busca de experiências inéditas, com tíquete médio de cerca de US$ 5 mil por pessoa. “Viajar para o continente africano é sempre um enigma. A única certeza que tenho é que nunca voltei a mesma dessa região, e aconteceu exatamente isso com minha passagem por Uganda. Me surpreendi demais! Mexeu com meus sentimentos como mãe, mulher e empresária. Voltei lembrando dos olhares, cheiros, das sensações que conseguimos experimentar em um destino tão real como este.”

À frente da Boreal Turismo, Alexandre Alvares atua no mercado mineiro como operadora especializada e porto seguro de agências de pequeno porte. A experiência acumulada em 16 anos de indústria traz também o relacionamento necessário para estabelecer conexões com operadoras de nicho e garantir intermediações seguras e de qualidade para um público cada vez mais disputado na região. "Uganda foi uma experiência única e excitante que me trouxe o mais puro contato com a natureza em sua essência. Imaginei o que passou Dian Fossey (zoóloga americana) na década de 1960 e 1970 ao iniciar seus estudos em Ruanda. Fantástico!”

Ex-vice-presidente da Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta), Denise Santiago entrou no mercado de viagens há 22 anos e possui há 19 anos a Cia Eco, uma agência para destinos internacionais e operadora para experiências no Brasil. “Foi um experiência emocionante, um verdadeiro privilégio. Estar rodeada pelos gorilas-das-montanhas no Bwindi Impenetrable National Park, em Uganda, é indescritível. Acompanhar a família em momentos únicos, como a mamãe carregando o bebê gorila no colo, ou o macho alfa protegendo a sua família, são imagens marcantes e que valem qualquer esforço.”

Peter Goldschmidt é um viajante por vocação e conhecido por suas expedições pela América com a família. Ao divulgar na televisão algumas de suas aventuras, passou a ser requisitado por outros aventureiros em busca de dicas certeiras para viagens. Foi aí que nasceu a Gold Trip, com sede em Atibaia, no interior paulista, e que se vende como uma agência que só comercializa destinos que conhece a fundo.“A África é um continente repleto de tesouros e os gorilas de Uganda são certamente alguns deles. Poder observar estes animais em estado selvagem, em seu ambiente natural e ajudar na sua preservação é um privilégio. Foi, sem dúvida, uma das experiencias mais marcantes da minha vida.” 

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> Renato Machado

Pestana para as Américas SOFIA FERNANDES É DESDE MAIO A RESPONSÁVEL PELOS MERCADOS AMERICANOS NO GRUPO PESTANA E RESPONDE

diretamente ao presidente Dionísio Pestana. Sob seu escopo de atuação estão as 11 propriedades da rede distribuídas por Brasil, Estados Unidos, Venezuela, Argentina e Cuba, além de um projeto de luxo no Uruguai (ainda sem data de inauguração). Sua chegada na companhia visa promover um acompanhamento mais próximo destes mercados. “Não tínhamos uma pessoa olhando especificamente para as Américas”, justifica a diretora executiva, em entrevista ao Jornal PANROTAS. Em sua primeira oportunidade no Turismo, após passagens pelo mercado financeiro e pela administração de hospitais, Sofia está satisfeita com seus primeiros passos na indústria, que “a surpreende positivamente”. A executiva ainda reforça que a atual evolução do segmento faz com que “toda a parte de tarifa e revenue management seja quase uma área de especialização”. Responsável pelos hotéis nas Américas do Norte, do Sul e Caribe, o grande objetivo de Sofia Fernandes na função é manter homogêneo o padrão operacional de suas propriedades em relação aos serviços oferecidos globalmente pelo grupo. “Mais do que isso, significa desde logo garantir que todos hotéis estão a cumprir seu propósito que é servir os clientes e ter rentabilidade a seus acionistas.” Para ser bem-sucedida, Sofia fala em “transversalização de práticas”. “Transversalizar, mas não esquecer as especificidades de cada país. No final do dia estamos trabalhando com pessoas.” A atuação no Brasil, hoje com seis hotéis, é menor do que já foi no passado, o que não significa perda de relevância. “Já tivemos muito mais hotéis no Brasil, chegamos a dez, mas se tornou complicado manter o padrão que buscamos”, conta e explica: “nós enquanto Grupo Pestana temos a

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postura de estar em cada geografia de uma forma completa. Só estou lá se posso garantir servir o cliente e o acionista, não adianta estar se não posso servir bem essas duas frentes.” Ainda que com subtração, o Brasil é o país com mais hotéis da rede fora de Portugal.p

Sofia Fernandes, diretora executiva do Pestana Hotel Group para as Américas

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12 Pa rques t emát ico s

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> Karina Cedeño — Flórida (Estados Unidos)

Rumo a Marte

Alejandro Buitrago (Visit Central Florida), Kenna Pell (Kennedy Space Center) e Victor Manjarres (TM Latin America)

COMER UMA REFEIÇÃO DE ASTRONAUTA E VIVER EM UM AMBIENTE COM MICROGRAVIDADE PARECE COISA

de ficção científica, mas já é uma realidade no Kennedy Space Center, em Cape Canaveral, a uma hora de Orlando, na Flórida, que prepara seu novo programa de treinamento de astronautas (Astronaut Training Experience, ou ATX) para ser lançado no começo do ano que vem. Tendo o design projetado com a ajuda de veteranos, o novo ATX ficará localizado no complexo de visitantes do parque da Nasa e dará aos visitantes a oportunidade de treinarem como astronautas para uma missão a Marte, utilizando para isso tecnologias e simuladores de última geração. O intuito é que o público também se envolva no programa espacial Orion, da Nasa, que tem como finalidade passar pela Lua e por Marte. Com duração de cinco horas, o treinamento é dividido em três etapas: Missão de Lançamento; Vida

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e Trabalho no Espaço; e Operações de Marte. Na primeira, os visitantes participam do lançamento do foguete do Space Launch System (SLS) da Nasa. Enquanto uma parte do time fica nas cápsulas, a outra atua no centro controle de lançamento, revezando-se nas posições.

Já o grupo que participa de Vida e Trabalho no Espaço chega ao Planeta Vermelho por meio de um simulador de pouso em Marte e pode conduzir o Mars Rover (veículo explorador de Marte) até a base. Depois, os integrantes fazem uma caminhada com realidade virtual

em Marte, utilizando cenas reais do Planeta Vermelho que foram captadas e enviadas pelos Rovers que o visitaram. Por fim, eles podem viver uma experiência no simulador de microgravidade, movimentando-se e fazendo operações como plugar e

No novo Astronaut Training Experience, cada pessoa fica em uma estação de controle

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O Mars Base 1 oferece a chance de viver em Marte por sete horas

desplugar equipamentos, enquanto outra parte do grupo atua no modelo do Mars Rover, aprendendo sobre os sistemas, laboratórios e outras funções. E já que as atenções do Kennedy Space Center gravitam em torno de Marte, o parque da Nasa tam-

bém aproveita para lançar o programa Mars Base 1, que dará aos visitantes a chance de "viver em Marte" por sete horas, enquanto realizam operações de base, utilizando ciência e engenharia reais. O treinamento começa no Centro de Operações, onde os participantes

são treinados em funções básicas, usando quatro cenários diferentes. Os aprendizes também trabalham no Life Science Lab plantando sementes, colhendo plantas, coletando e analisando dados como cientistas da Nasa. A próxima parada é o laboratório de engenharia, onde eles programam um robô para limpar uma célula solar. Antes de retornarem à Terra, uma refeição de astronautas é fornecida. As novidades estão previstas para serem lançadas em meados de fevereiro do ano que vem e é interessante

saber que tanto o ATX como o Mars Base 1 oferecem aos participantes a oportunidade de gravarem sua experiência em vídeo e acessarem essas gravações on-line, junto a um relatório sobre o desempenho de cada componente da missão.

O simulador de microgravidade de última geração é um dos destaques da nova Experiência de Treinamento de Astronauta

Cada astronauta participante tem o seu login e senha

NOVAS GERAÇÕES

Cada vez mais comprometido com a educação de crianças e jovens, o Kennedy Space Center tem dado maior enfoque às crianças de dez

No Life Science Lab é possível plantar sementes no 'solo de Marte', coletando e analisando dados como cientistas da Nasa

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a 12 anos, por uma razão especial. “Considerando que esse é o público que vai se envolver nos programas espaciais com destino a Marte, estamos investindo bastante em sua educação”, conta a gerente de Relações Públicas e Comunicações do Kennedy Space Center, Rebecca Shireman. Metade dos visitantes que vão ao local são estrangeiros e o Brasil não fica atrás no ranking dos principais mercados para o parque da Nasa. O País está entre os primeiros emissores, junto com Canadá, Inglaterra e Alemanha. No último mês de janeiro, o País liderou as vendas. "É no Kennedy Space Center que o desenvolvimento e o futuro da humanidade estão sendo feitos, e esse é um dos motivos pelos quais o parque é tão procurado", conta o presidente da TM Latin America, Victor Manjarres. Sua empresa é a responsável pelo marketing turístico do Kennedy Space Center para a América Latina. A boa notícia é que a Nasa concedeu uma extensão antecipada à sua concessionária, a Delaware North, para continuar operando o Kennedy Space Center Visitor Complex por mais oito anos, permanecendo até 2028. A decisão ocorreu depois que o complexo de visitantes estabeleceu um recorde anual de atendimento no ano passado, com mais de 1,6 milhão de pessoas, ultrapassando o recorde histórico anterior, estabelecido em 2009. Além de operar o complexo espacial da Flórida desde 1995, a Delaware North também administra diversos outros parques, como o Sequoia e o Kings, na Califórnia, Shenandoah, na Virginia, e o Grand Canyon, no Arizona (todos nos Estados Unidos). Nos últimos anos, a empresa se concentrou em exposições para destacar os programas da Nasa, atuais e futuros, além de incentivar programas de

ROMPENDO

Alejandro Buitrago e Kelly Rote, ambos do Visit Central Florida

EST ER E Ó T IP O S O ESTEREÓTIPO DO VIAJANTE BRASILEIRO QUE SÓ VAI AO CENTRO DA FLÓRIDA PARA CURTIR A VIDA NOTURNA E FAZER COMPRAS NÃO REPRESENTA A REALIDADE, DE ACORDO COM A ESPECIALISTA EM COMUNICAÇÕES DO VISIT CENTRAL FLORIDA, KELLY ROTE.

"O perfil do turista brasileiro vai muito além disso, já que ele vem para conhecer pontos turísticos diversificados no destino, como as belezas naturais da Flórida Central, sua arquitetura, os parques da Legoland, os safáris. É comum que viajantes que vêm a Orlando pensem, a princípio, apenas na Disney, mas então eles olham o mapa da Flórida e se dão conta de que outros destinos bem interessantes ficam a pouco tempo de distância, como Tampa, Bush Gardens, Lakeland, Kennedy Space Center, entre outros", conta Kelly. Depois do mercado regional, Canadá e Reino Unido são os principais emissores para o centro da Flórida. "Acredito que a América Latina venha logo a seguir, mas ainda não temos estatísticas definidas e isso pode variar conforme a situação econômica dos países. Mas é interessante destacar que vemos a América Latina não mais como um mercado emergente, e sim em crescimento", ressalta a especialista. parceiros de voos espaciais comerciais. Com a extensão do contrato, a meta é que a empresa continue a levar melhorias para o complexo. "Todos estão entusiasmados com a notícia, pois isso permitirá que a

Os emissores mais fortes na América Latina para o centro da Flórida são, além do Brasil, Argentina, México e Colômbia, mas a estada dos brasileiros e dos argentinos costuma ser mais longa em comparação com os demais países da região. "Brasileiros e argentinos costumam permanecer de uma a duas semanas na região central da Flórida, enquanto mexicanos e colombianos ficam em torno de três a quatro noites. Isso porque quem vem do Brasil e da Argentina paga mais caro pela distância percorrida e prefere ficar mais tempo para aproveitar o destino", conta o gerente de Vendas do Visit Central Florida, Alejandro Buitrago.

TAMBÉM PARA O CORPORATIVO A região central da Flórida também é bastante procurada para a realização de eventos e reuniões corporativas, com destaque para Orlando. "Os viajantes a negócios têm muitas razões para estender sua estada na Flórida Central, trazer a família e praticar o bleisure", finaliza Kelly.

empresa prossiga com melhorias na próxima década. Temos uma história incrível para contar a milhões de pessoas sobre os nossos programas espaciais da Nasa, bem como da Space X, da Boeing, da Lockheed,

além de outras empresas espaciais", destaca o diretor de Operações do complexo, Therrin Protze. 

---O Jornal PANROTAS viajou a convite do Visit Central Florida e do Kennedy Space Center Visitor Complex, com proteção GTA

A gerente de Relações Públicas e Comunicações do Kennedy Space Center, Rebecca Shireman

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Aviação

Verão Aerolíneas DURANTE A ÚLTIMA FEIRA INTERNACIONAL DE TURISMO (FIT), EM BUENOS AIRES, O DIRETOR COMERCIAL DO GRUPO

Aerolíneas, Diego García, apresentou os novos destinos para os quais a Aerolíneas Argentinas voará durante a próxima temporada de verão. Haverá, por exemplo, ligações desde o interior do país para o Uruguai e o Brasil: de Córdoba e Rosário será possível voar para Punta del Este; de Buenos Aires, Córdoba, Rosário e Mendoza para Florianópolis e também de Córdoba e Rosário para o Rio de Janeiro. A ligação Buenos Aires–Punta del Este contará com mais frequências, horários e capacidade: em dezembro serão duplicadas as frequências em relação a novembro; em janeiro e fevereiro a quantidade será triplicada, alcançando assim 32 frequências semanais. O balneário uruguaio é um dos destinos mais concorridos do verão e a Aerolíneas quer garantir que seus clientes tenham a malha adequada para curtir o destino. Também a partir de dezembro será incorporada uma nova frequência desde Buenos Aires a Porto Seguro, na Bahia, alcançando assim três frequências semanais, e será mantido o voo semanal entre Córdoba e essa cidade do Nordeste brasileiro. “Um dos principais desafios da Aerolíneas Argentinas é que mais turistas viajem em avião. Por isso, pensamos as rotas de forma eficiente, com os horários mais convenientes. Desde o ponto de vista nacional, a nova proposta potencializa a conectividade entre as cidades mais importantes do país e os destinos de lazer mais visitados na Argentina com toda a região”, assegurou García. Somadas aos destinos e aos novos horários, as trocas de aeronaves representam um fator chave para oferecer um produto mais moderno e

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competitivo, com mais assentos e espaço para transportar cada vez mais passageiros dentro da Argentina e para a região.

PARA O RIO DE JANEIRO Desde Buenos Aires Desde Córdoba Desde Rosário

sobe de 30 para 34 frequências semanais incorpora duas frequências semanais incorpora uma frequência semanal

PARA FLORIANÓPOLIS Desde Buenos Aires Desde Córdoba Desde Rosário Desde Mendoza

incorpora 17 frequências semanais incorpora três frequências semanais incorpora uma frequência semanal incorpora uma frequência semanal

PARA PORTO SEGURO Incorpora uma frequência semanal desde Buenos Aires (três no total)

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16 Mercado

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> Artur Luiz Andrade

Mais uma TRADICIONAL OPERADORA COM MAIS DE 30 ANOS DE ATUAÇÃO NA INDÚSTRIA, 250 FUNCIONÁRIOS E 100% FOCADA NA VENDA

via agências de viagens, a Visual Turismo, de Afonso Gomes Louro, foi vendida por R$ 67,9 milhões para o Grupo CVC, presidido por Luiz Eduardo Falco e do qual fazem parte as operadoras CVC e Trend, a consolidadora Rextur Advance, a empresa de intercâmbio Experimento e a OTA Submarino Viagens. Todas essas empresas somadas levam o Grupo CVC a uma movimentação de mais de R$ 10 bilhões em vendas ao ano, sendo pouco mais da metade vindo da venda para outras agências de viagens, já que unidades como a Rextur Advance, Trend e Visual vendem exclusivamente para esses profissionais, enquanto CVC e Experimento têm vendas para agências multimarca. Na própria CVC, mais de 90% das vendas são via agência, já que suas lojas próprias (cerca de 1,1 mil) são agências físicas e grandes concorrentes dos meios on-line, onde o grupo ainda tenta ter maior relevância (a tentativa via Submarino Viagens ainda não decolou). Durante o anúncio da venda, o agora antigo dono da Visual Turismo, Afonso Louro, disse que aceitou a proposta da CVC por ser uma empresa com negócios similares à sua (ele já havia recebido propostas de grupos estrangeiros) e por ver na consolidação de empresas uma grande oportunidade de crescimento e uma tendência mundial. A CVC divulgou que a Visual movimenta cerca de R$ 400 milhões em vendas ao ano, e Louro disse que, desse total, 68% vem de produtos domésticos. A venda da Visual Turismo não incluiu a E-HTL, operadora de hotéis que passa a ser exclusivamente de Flávio e Rogério Louro, filhos de Afonso e Daise Louro, que deixam a sociedade. Louro precisa ficar na Visual por pelo menos três anos, podendo renovar o período, e pode retirar até R$ 17 milhões no período, de acordo com metas estabelecidas pela CVC.

MAIS MUDANÇAS

A compra da Visual, focada no segmento B2B, leva o mercado a imaginar que mudanças estruturais virão em breve no Grupo CVC, com um lado focado na venda ao público final e tendo a CVC e a Submarino Viagens como âncoras, e outro tendo o agente de viagens como foco. Há

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Afonso Louro

N O VA

EQ UIP E

Luiz Eduardo Falco

Sylvio Ferraz

DADOS

ALÉM DA COMPRA DA VISUAL TURISMO, A CVC ANUNCIOU NA SEMANA PASSADA QUATRO NOVOS DIRETORES, ALGUNS DOS QUAIS JÁ ESTAVAM NA EMPRESA HÁ ALGUNS MESES. SYLVIO FERRAZ, EX-MMTGAPNET E LATAM TRAVEL, COMO DIRETOR DE PRODUTOS, CARLA GAMA, como diretora de Gente e Gestão, Maurizio Franciscis, ex-Hotel Urbano, como diretor de Digital e On-Line e Jacques Varaschim, como CIO, tiveram destaque na divulgação do balanço da empresa no terceiro trimestre do ano. A vice-presidência de Valter Patriani está sendo reestruturada e ganhará novas divisões e atribuições a partir de dezembro, e é nela que Sylvio Ferraz estará locado. Os atuais diretores serão realocados, novos cargos serão criados e Patriani começa, assim, oficialmente sua sucessão. Dessa vez de forma organizada e planejada, e não como foi feito assim que o Carlyle comprou a CVC e que acabou resultando em uma constrangedora demissão. Tempos depois, Patriani, foi recontratado por Falco para “colocar

ordem na casa”. Casa que conhece há décadas e que domina como ninguém. Tanto Patriani quanto Luiz Eduardo Falco, presidente do grupo, já preparam a transição para a saída de ambos da CVC, prevista para entre dezembro de 2018 e junho de 2019.

uma reestruturação em andamento para alinhar quem ficará responsável pelas compras dos principais produtos e de forma a criar sinergias entre todas as empresas da holding. Já há, por exemplo, uma plataforma única para compra de aéreo, e o mesmo se dará com a hotelaria. Também a equipe da CVC está sofrendo reestruturações, tendo em vista as saídas já anunciadas de Luiz Eduardo Falco, presidente, e de Valter Patriani, vice e uma das

figuras icônicas da operadora (leia mais no quadro). A determinação de Falco é para que a transição seja feita com transparência e processos ágeis, e que as empresas compradas, como a Trend e a Visual, mantenham suas estruturas e administrações independentes, focando em suas especialidades. Falco e o CFO, Luiz Fogaça, candidato a sua sucessão, se reúnem mensalmente com todas as empresas do grupo, para avalia-

Carla Gama

Maurizio Franciscis

O Grupo CVC também anunciou receita acumulada no ano de R$ 7,5 bilhões (nove primeiros meses), dos quais R$ 4,7 bilhões vieram da CVC e da Experimento, e R$ 2,75 bilhões da Submarino Viagens e Rextur Advance (números da Trend ainda não são contabilizados). O crescimento do grupo foi de 14% no período, com receita de R$ 846 milhões (+7,4%) e EBIDTA de R$ 433 milhões (+13,8%). O lucro líquido foi de R$ 77 milhões (+21%) no terceiro trimestre do ano e de R$ 164 milhões no acumulado até setembro (+18%). Ainda levando em conta os nove primeiros meses do ano, o crescimento das lojas CVC em vendas foi de 16%, das agências multimarca de 10,5% e do on-line do grupo foi negativo em 7,2%.

ções e estabelecimento de metas e estratégias, mas o dia a dia dessas unidades é bastante independente. Isso deve continuar (e também a manutenção de cada marca), mesmo que cada uma perca um dia o status de empresa. Segundo apurou o Jornal PANROTAS uma segunda aquisição deve ser anunciada até o final do ano, tendo como alvo mais uma tradicional operadora, com forte venda internacional e sede na capital paulista.

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“NOSSA RELAÇÃO COM OS AGENTES CONTINUA" JORNAL PANROTAS – Por que o senhor decidiu vender a Visual Turismo para a CVC? AFONSO LOURO – Como você sabe, tivemos outras propostas, de um grupo árabe e de um grupo inglês, mas sempre achei que a sinergia com outra cultura seria um processo mais traumático. Ia ser mais difícil a adaptação. Com a CVC essa questão será mais fácil, temos negócios similares. E a consolidação de empresas é uma tendência mundial e algo que já está forte no Brasil. Com isso, temos mais chances de crescer. JP – O senhor fica por mais quanto tempo à frente da Visual? O que muda? LOURO – Fico por mais três anos, com possibilidade de renovar. As sinergias com a CVC começam hoje, mas nada muda de imediato em nossa estrutura. Teremos uma administração independente, a marca continua. A CVC quer explorar e aproveitar o que temos de melhor, que é a expertise de

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atender as agências de viagens, e esse relacionamento que é um dos pilares de nossa indústria e que deve continuar.

JP – Em um mundo tecnológico, quão importante ainda é esse relacionamento no Turismo? LOURO – É fundamental. Seja nas vendas, como na parte de produtos. O cliente não acha os produtos da Visual Turismo na internet. Temos produtos personalizados, de hotéis de luxo, de ecoturismo, e uma expertise em que a CVC viu valor para agregar a seu portfólio. Este ano estou completando 53 anos de Turismo e mais de 50 atendendo o agente de viagens, profissional que valorizo, respeito e que continuarei respeitando. JP – Como está a venda da Visual atualmente, dentro desses cerca de R$ 400 milhões movimentados anualmente? LOURO – O doméstico varia de 65% a 68% e temos investido nesses produtos variados e elaborados. Estamos com 250 colaboradores e

a empresa completa 31 anos. Com certeza é uma grande conquista ter fechado esse negócio com a CVC. Tive uma reunião ótima com o presidente Falco (Luiz Eduardo, da CVC) e ele me deixou à vontade para tocar esse projeto. Afinal, eles viram valor na Visual como ela é hoje.

JP – E qual a sensação, agora que o negócio está finalizado? LOURO – A ficha ainda não caiu. Foram seis meses de negociação e, como disse, estou à vontade. Vou me adaptar bem. Vamos crescer bastante com esse poder de compra da CVC, com as sinergias que já começaram.p

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18 Te c n o l o g i a

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> Rodrigo Vieira

Inteligência para destinos

Paulo Rezende, country manager da Amadeus no Brasil

CHEGA AO BRASIL MAIS UMA EVIDÊNCIA DA BUSCA POR DIVERSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA NO TURISMO.

A Amadeus agora trabalha para os destinos. A ideia central é utilizar de sua vasta base de dados, principalmente oriundos do setor aéreo, para auxiliar cidades e países a atraírem mais volume e maior qualidade de visitantes. São dois vetores: Amadeus Destinations Insight, responsável pelos diagnósticos; e Travel Audience, braço que executa as ações. Isto é, o primeiro capta dados: consumidor corporativo, lazer, misto, momento da compra, canal utilizado, etc. A partir de então, com o perfil do visitante mapeado de maneira palpável, o Travel Audience entra em ação. Seu papel é trabalhar toda distribuição de anúncio por meio de uma rede de publishers especializados no assunto. Mais do que interpretar, esta segunda ferramenta, adquirida recentemente pela Amadeus, ataca as mídias digitais e dá resultados satisfatórios, como garante o country manager da companhia para o Brasil, Paulo Rezende. “Já temos cases no Exterior e a

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reação tem sido muito positiva no Brasil. A Cidade do México, por exemplo aumentou em 11 milhões de visitantes internacionais em dois anos. Por meio da Amadeus, o Turismo da capital mexicana notou que estava sendo hub para outros destinos como Cancun e Acapulco. Com base neste tipo de informação, foram direto ao ponto: fizeram ação para os visitantes em trânsito prolongarem a estada e aproveitarem o que o distrito federal tinha de melhor”, relata Rezende. “Aqui, essas ferramentas chegaram no segundo semestre e estamos apresentando aos representantes de destinos nacionais. Pelo que senti, isso é tudo o que eles sonharam em ter.” É importante ressaltar que o destino pode contratar as ferramentas avulsas. Por exemplo, ter acesso apenas aos dados do Destination Insight e utilizar sua própria estratégia. Também vale mencionar que o cliente pode ver imediatamente os resultados de intenção de compra. Em questão de 24 horas ele já pode avaliar se as buscas pelo destino aumentaram, assim ele pode ter uma escolha de como gastar o budget de marketing, por exemplo.

PERFIL DO USUÁRIO

Avaliar o perfil do usuário é chave neste contexto. A ferramenta é capaz de captar dados dos mais abrangentes até ações pontuais, como detectar um show que acontece em São Paulo e lançar anúncios para os fãs da banda nas OTAs, nas redes sociais, nos sites de mídia especializada em música. Um dos trabalhos prioritários da Amadeus é detectar destinos concorrentes, algo que nem sempre é claro para os próprios players atuantes neste meio. “Nem todo mundo sabe que Salvador, por exemplo, concorre com Cancun pelo passageiro da Alemanha. Os destinos acabam sendo similares para o viajante alemão, que está tão distante de um quanto de outro”, ilustra o country manager. No entanto, o Brasil ainda tem muito a avançar nesse sentido. Embora existam alguns destinos já trabalhando de maneira bem profissional, há um desperdício enorme em relação a outros perto do potencial que o País oferece. Esse já é um assunto mais do que familiar (e desagradável) para o Turismo daqui. “Existe uma quantidade abundante de executivos de companhias aéreas dizendo que gostariam de

trabalhar mais rotas no Brasil, mas que necessitam de ajuda dos destinos. O potencial é enorme, mas há uma conversão baixíssima no número de visitantes, por uma série de entraves. Os destinos que conseguirem usá-lo sairão muito na frente”, afirma Rezende. Ciente das dificuldades financeiras enfrentadas pelos destinos brasileiros, o country manager diz que um dos retornos mais satisfatórios de quem já usou a ferramenta é exatamente a economia. “Com ações de marketing mais precisas não se gasta dinheiro no que não deve, além de trazer uma conversão bem mais satisfatória. O que notamos, por exemplo, é que os destinos, antes de usar a inteligência da Amadeus, olhavam muito para trás. O Brasil investe muito na Argentina pois sabe que aquele é um mercado forte, mas talvez não seja mais necessário fazer tanta promoção lá, pois eles já estão familiarizados com nosso destino. A partir do momento em que se avalia o destino e as tendências de consumo, dá para tomar ações mais inteligentes, mais baratas e com taxa de conversão maior.” Ainda que haja interesse de destinos brasileiros, Rezende não crava nenhum Estado ou cidade com negócio concretizado com Amadeus, mas garante conversas adiantadas. p

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Eventos

Pontapé inicial de 2018

NO QUE DEPENDER DA PRIMEIRA GRANDE FEIRA DE TURISMO DE TODOS OS ANOS, 2018 VIRÁ CHEIO DE NOVIDADES PARA A

indústria. Marcada para o período de 17 a 21 de janeiro em Madri, a Fería Internacional de Turismo (Fitur) acompanha os anseios do viajante e as tendências do mercado para criar áreas destinadas a nichos e viagens com propósitos. A principal delas é a estreante Fitur Festivales, dedicada a um dos segmentos de maior crescimento do Turismo mundial: os festivais musicais. Uma parceria com a Spain Live Music viabilizou o projeto, cujo objetivo é criar novas redes turísticas por meio da música ao vivo, de maneira que se permita promover e impulsionar os festivais e os destinos que os abrigam. A edição de 2018 contará ainda com as habituais Fiturtech Y, o Fórum de Sustentabilidade, Inovação, Tecnologia e Negócios, organizado com a colaboração do Instituto Tecnológico Hoteleiro (ITH), a Fitur Know-how & Export, a Fitur Shopping, a Fitur Saúde e a Fitur Gay (LGBT). Além disso, também terá lugar o Investour, Fórum

Estande da Embratur na Fitur 2017, ano em que a Ifema registrou 9,9 mil empresas expositoras de 165 países

de Investimentos e Negócios Turísticos em África, organizado conjuntamente pela OMT, a Casa África e a própria Fitur.

A VEZ DA ÍNDIA

A Índia sucedeu a Argentina e será o país parceiro da Fitur na próxima edição e, com presença 30% maior do que em janeiro deste ano, o destino oferecerá possibilidades de

negócios em diversos segmentos, com ênfase em Turismo, infraestrutura e transporte ferroviário. Carregando o slogan “Incrível Índia”, essa potência do Turismo mundial vive seu auge para negócios e comércio. O destino recebeu 14,6 milhões de turistas internacionais em 2016, quase 10% a mais do que no ano anterior, de acordo com a Organização Mundial do

Turismo (OMT). Os profissionais presentes terão a oportunidade de interagir com todas as empresas indianas participantes, que traduzem a atração e a identidade exótica das diferentes regiões do país. O território todo é um local ideal para descobertas de alto potencial para investimentos, garante a Ifema, órgão responsável pela Fitur.

ESPANHA EM ALTA

O país anfitrião da Fitur também comemora um bom momento, apesar de toda crise política vivida na região da Catalunha. A Espanha recebeu 66,1 milhões de visitantes estrangeiros nos primeiros nove meses do ano, aumento de mais de 10% ante o mesmo período de 2016. Espera-se que, até dezembro, o recorde de 75,6 milhões de turistas seja superado. A Fitur dará o pontapé inicial em um ano que promete ser bom para a indústria global do Turismo. O número de viajantes internacionais em todo o mundo cresceu 6% em relação, na comparação entre o primeiro semestre deste ano com o do ano passado, ascendendo a um total de 598 milhões de turistas e atingindo o valor mais alto desde 2010.

PRIMEIRO DO ANO

Destinos, hotéis, operadores, agentes e outros players do Turismo mundial estarão presentes para abordar as expectativas sobre 2018 na Fitur. Na última edição, a Ifema registrou 9,9 mil empresas expositoras de 165 países, com um total de 136 mil profissionais e 109 mil do público em geral.p

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Sete botões essenciais

do Boeing 787 Dreamliner da KLM O BOEING 787 DREAMLINER DA KLM É UMA AERONAVE REPLETA DAS TECNOLOGIAS MAIS RECENTES DA AVIAÇÃO, QUE A

tornam eficiente em termos de operação para a companhia, ao mesmo tempo que ainda mais confortável para o passageiro. O modelo voa desde dezembro de 2015 na rota Amsterdã–Rio de Janeiro–Amsterdã, que opera com voos diários entre as cidades desde o começo do mês. Dentro do Dreamliner, há diversos botões, que tornam a viagem mais agradável. Listamos sete. Confira: 1. O CONTROLE DO ENTRETENIMENTO DE BORDO Uma exceção da lista é o “botão” que controla o entretenimento de bordo. Não é realmente um botão, mas um console completo, parecido com consoles de videogame. O acessório facilita a navegação entre as mais de 1000 horas de filmes, desenhos, jogos e músicas que estão disponíveis aos passageiros. Caso o cliente prefira, pode simplesmente escolher o que vai assistir diretamente pela tela sensível ao toque, tanto na Economy quanto na World Business Class. Por acaso estão sentados separados? Usando o sistema de entretenimento, é possível configurar um bate-papo com amigos e familiares pelo Seat Chat da KLM. 2. A VÁLVULA DE AR O cockpit é equipado com um botão que regula o fluxo de ar. Claro, os passageiros não têm acesso a isso, mas a potencialidade é um enorme trunfo no 787. O casco da aeronave é equipado com uma entrada de ar parecida com a brânquia de um peixe, que pode abrir levemente. Essa fonte de ar fresco é externa e não passa pelos motores (como em outras aeronaves). Isso faz com que a umidade interna da aeronave seja maior, deixando a viagem um tanto mais agradável.

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3. O BOTÃO DA MÁQUINA DE CAFÉ EXPRESSO Na área situada logo atrás da World Business Class, há uma máquina de café sustentável, com espuma de leite, que faz de café expresso a macchiato ao apertar um botão. Passageiros da World Business Class podem tomar quantos cafezinhos desejarem. Basta pedir à equipe de bordo da KLM. 4. ILUMINAÇÃO É possível dizer que esses são os melhores botões em toda a aeronave. Uma tela sensível ao toque traz cerca de dez programas de luz diferentes. A tripulação escolhe a iluminação ambiente de acordo com o momento. No embarque, por exemplo, a iluminação será brilhante. Durante a decolagem, ela assume um tom mais quente. Já durante a refeição, a luz fica amarela, quase como um jantar à luz de velas. Quando o tempo de sono acaba, a iluminação fica rosada por quatro minutos, para imitar o amanhecer e contribuir para que a cliente acorde melhor.

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5. O BOTÃO DO COMPARTIMENTO DE BAGAGEM Este é um botão deslizante que pode se mover em duas direções. Ele permite que o passageiro abra o compartimento movimentando-o para cima ou para baixo, revelando espaço suficiente para guardar a bagagem de mão de todos sentados na fileira. 6. O BOTÃO DA JANELA Esse é certamente o mais interessante de todos! Há muitos relatos de pessoas que o apertaram mais de trinta vezes. Com diferentes modalidades, ele permite que cada passageiro determine a quantidade de luz que entra na cabine. Funciona assim: quando o cliente pressiona o botão, ele ativa um gel eletrônico que escurece a janela. Existem cinco configurações (além da luz cheia), desde o crepúsculo até completamente escuro. No entanto, é preciso ser um pouco paciente – a janela precisa de um pouco de tempo para alcançar a configuração desejada. Além disso, as janelas do Dreamliner são cerca

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de 30% maiores do que em outras aeronaves. 7. O BOTÃO DO ASSENTO DA WORLD BUSINESS CLASS Os assentos na World Business Class expandem-se completamente, virando uma cama com o apertar de um botão. Isso faz uma viagem longa, como a da rota Amsterdã – Rio de Janeiro – Amsterdã, muito mais agradável. A KLM também oferece um assento excelente na classe econômica. Os assentos podem inclinar 40% a mais do que em outras aeronaves para que todos aproveitem e relaxem durante a viagem. Desde 1o de novembro, a KLM oferece um voo diário entre Amsterdã e o Rio de Janeiro. A rota é operada com um mix entre o Boeing 787 Dreamliner e o 777200; ambos oferecem o que a KLM tem de melhor em produtos e serviços. A adição da sétima frequência, que será feita pelo B787 Dreamliner, representa um aumento de 13% na oferta de assentos da companhia para o Brasil. A KLM iguala as operações na rota Amsterdã–Rio de Janeiro com a rota Amsterdã–São Paulo, totalizando 14 frequências semanais entre o Brasil e a capital holandesa. Horários dos voos (em horário local) na rota Amsterdã–Rio de Janeiro– Amsterdã: KL705: sai de Amsterdã-Schiphol às 10h30 e chega no Rio de Janeiro às 19h35 do mesmo dia. KL706: sai do Rio de Janeiro às 21h50 e chega em Amsterdã-Schiphol às 12h15 do dia seguinte. p

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corporativo

www.pancorp.com.br

Eventos

> Beatrice Teizen

Hospitalidade em foco A HSMAI STRATEGY CONFERECE É O PRINCIPAL EVENTO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NO BRASIL E DISCUTE DIVERSOS

temas relacionados à indústria hoteleira e de hospitalidade. Este ano, em sua quarta edição, realizada no último dia 8, no Pullman Vila Olímpia, em São Paulo, contou com palestrantes internacionais, painéis com visões sobre o mercado e foi apresentada um overview do cenário econômico. Além disso, o encontro possibilitou pesquisas interativas em tempo real com os participantes e entregou troféus a cases de sucesso. “Com total mérito do board da HSMai Brasil, a Strategy Conference desse ano proporcionou o debate e apresentação para melhorar o entendimento do mercado, com participação de profissionais de destaque e insights digi-

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A presidente da HSMai Brasil, Gabriela Otto, na abertura da 4ª Strategy Conference

tais. Como de costume, mantivemos nossa essência com uma apresentação informal e descontraída”, disse a presidente da associação no Brasil, Gabriela Otto. Muito se fala atualmente em disrupção digital e o surgimen-

to de novas tecnologias que podem auxiliar. No entanto, o atendimento personalizado e o toque humano nos processos ainda é muito importante para o bem do setor de hospitalidade. Esses dois contrapontos foram as-

suntos trazidos pela conferência. Em sua palestra, o chefe executivo da Accor Suiça e CEO da Sommet Education, Benoit-Etienne Domenget, destacou a importância que a experiência e o conteúdo possuem para o consumidor. “O produto é importante, claro, mas não é mais suficiente”, afirmou. Um dos motivos para essa mudança são os millennials, que estão influenciando mundialmente e crescendo em números – eles representam 1,8 bilhão de pessoas no mundo todo. Esta geração cresceu com celulares, computadores e internet e tem todas as informações à disposição. “Diante disso, como as marcas ainda podem inovar quando se fala de produto? Como a indústria hoteleira pode surpreender seus hóspedes? Há vários desafios. Gerenciar um conteúdo autêntico demora e oferecê-lo da maneira certa requer engajar o cliente de um novo jeito”, explicou Domenget. É neste momento que os serviços diferenciados e as atitudes entram em cena. A atenção aos detalhes, a empatia, amabilidade e inteligência emocional são fatores que foram um pouco esquecidos nos últimos 30 anos, com o surgimento das tecnologias, mas que fazem a diferença e ajudam o empreendimento a se destacar. Construir relações com o cliente e ter um trato humanizado são características que não precisam de tecnologia. Para o executivo, no final das contas, o essencial é o talento humano. “Não há dúvida de que haverá uma escassez dessa habilidade e isso é um desafio para o futuro do setor. É por isso que debatemos sobre encontrar as pessoas certas que consigam fazer o mais importante, que é cuidar do hóspede. “

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Por outro lado, de que maneira a tecnologia pode ajudar a hotelaria? Como a indústria deve aproveitá-la? Apesar de a interação humana ser essencial no serviço prestado ao cliente, o setor pode utilizar soluções tecnológicas como suas aliadas para o sucesso da empresa. De acordo com um estudo feito pela Oracle e apresentado pela diretora de Vendas da empresa, Amy Secches, 52% dos brasileiros entrevistados desejam utilizar o celular para acessar programas de fidelidade e 55% tem interesse em usar o smartphone ou tablet para fazer o pagamento dos hotéis. “É preciso mudar a estratégia e focar no que eles querem, oferecer melhores ferramentas que, por meio da mobilidade, proveem um serviço a qualquer hora, em qualquer momento”, disse. “Se os serviços de um hotel forem atualizados, haverá menos contato humano, mas é importante pensar de outra forma. Quanto mais automatizar certos serviços, mais tempo terá para dedicar ao atendimento”, afirmou o diretor de Hospitality da Totvs, Cláudio Cordeiro. Por isso, quanto mais ferramentas que facilitem o trabalho de gestão existirem, mais customizada poderá ser a atenção dada

ao cliente. Com um atendimento personalizado de forma clara e efetiva, o hotel poderá fidelizar cada vez mais o hóspede. Também foram levantados na 4ª HSMai Strategy Conferece alguns entraves que o corporativo encontra na indústria, como perspectivas para 2018 e relacionamento com as empresas hoteleiras. Uma pesquisa realizada recentemente pelo Travel Managers Group (TMG) mostrou que os gestores de viagens esperam estabilidade nos gastos das viagens corporativas para o ano que vem. Para o diretor executivo da Abracorp, Gervásio Tanabe, as empresas estão se descolando. Isso significa que, mesmo diante de todos os problemas que o Brasil vem enfrentando na política, o ambiente econômico está se desprendendo do político. “Dentro da associação acreditamos que 2018 será mais otimista. Haverá um consumo maior”, comentou. O diretor comercial para a América Latina da HRS, Eduardo Murad, acredita que as empresas viajarão mais, mas isso não necessariamente refletirá em gastos maiores. “É por isso que o papel do gestor é essen-

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cial, para fazer com que o funcionário viaje mais, mas com menos recursos. A HRS está apostando nesse crescimento.” Não só o preço é o fator determinante, mas também o ajuste da política de viagens, fazendo com que o colaborador viaje melhor. “Os empresários estão olhando muito mais para os negócios, independentemente da questão política. É possível viajar mais, sim, economizando por meio de formas mais inteligentes, talvez utilizando economias compartilhadas. É um desafio não só para o travel manager, mas também para o mercado de hospedagem em termos de novas tecnologias”, opinou o presidente do B2B Reservas, Marcos Fernando.

“Um dos problemas mais crônicos que vemos é a confusão sobre o papel de ambas as partes. O gestor tem outras tarefas e a agência precisa estar ali para fazer o trabalho da gestão. Não conseguimos entregar esses procedimentos de forma transparente, é um grande desafio da Abracorp hoje em dia. “ “Nós, como empresa de soluções hoteleiras, temos essa proposta de trazer os preços. Daí vai do cliente da TMC escolher quem oferece para ela a melhor proposta de valor”, disse Murad. Ele ainda apontou que, em média, 14% dos carregamentos das tarifas estão errados e isso tem um impacto de 8% na tarifa média diária do cliente. Já a nova tecnologia de pagamentos por meio de cartões virtuais (VCN) chegou para ficar, como acreditam todos os participantes do painel. No entanto, um problema identificado é na hora do pagamento no hotel. “É necessário orientar a recepção e o funcionário do front desk para utilizar o cartão no mesmo dia do check-out. Às vezes, o hotel leva até sete dias para fazer a transação e o cartão fica inválido, sendo necessário emitir um novo”, explicou Fernando.

A RELAÇÃO COM AS TMCS

Outra questão abordada foi que muitos gestores consideram a relação com as TMCs a parte mais difícil do processo, segundo o levantamento do TMG. O diretor executivo da Abracorp é da opinião que a gestão de viagem não deve existir, que quem tem de fazer é a agência de viagens corporativas e não o travel manager.

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Flashes

1 Amanda Brandão, do Othon Hotéis, e Elias Santos, da Copastur 2 Gabriela Otto, presidente da HSMai Brasil 3 Renata Bertacini e Rory Fagan, ambos da Duetto 4 Cláudia Félix, da Solutions, David Pressler, do IHG, e Pilar Osório, da Travelclick 5 Amy Secches, Cristiana Pino e Bernardo Pires, todos da Oracle 6 Phelipe Farah, da HRS, e Bruno Heleno, do Othon Hotéis

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7 Equipe do Pullman Vila Olímpia: Yuri Freitas, Beatriz Hanna e Lucas Brito 8 Emanuel Albuquerque, Paulo Frias e Marcus Simões, todos da Accor 9 Gabriela Alves, do IHG, e Elizabeth Noronha, do Costão do Santinho 10 Renato Cunha e Ivan Bonfim, ambos da Windsor Hotéis 11 Marcos Fernando, da B2B Reservas, e Gervásio Tanabe, da Abracorp 12 Beatriz Blecher e Benoit-Etienne Domenget, da Sommet Education 13 Juliana Silveira e Sandro Fonseca, da BHG, receberem um troféu de Gabriela Otto, da HSMai Brasil 14 Gervásio Tanabe (Abracorp), Fernão Loureiro (Philips), Marcos Fernando (B2B Reservas) e Eduardo Murad (HRS), durante painel 15 Fernão Loureiro, da Philips, e Roberta Nonis, da Evento Único 16 Giovana Jannuzzelli, da Alagev, e Eduardo Murad, da HRS 17 Adriana Ramos e Lívia Tozetto, da GTA Travel 18 Patrícia Palermo, economista e professora da ESPM, durante palestra sobre cenário econômico

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Mercado

França de volta

OS PRIMEIROS DIAS DE CAROLINE PUTNOKI NO COMANDO DO TURISMO DA FRANÇA PARA AMÉRICA DO SUL JÁ

começaram bem movimentados. Passado o bastão do Atout France por Jean-Philippe Pérol, a empresária, originária da Guiana Francesa, já viajou à Argentina para se apresentar como a nova diretora do órgão para o trade argentino, mas a prioridade mesmo é seu maior mercado, o Brasil. E se nos últimos dois ou três anos a emissão dos turistas daqui esteve longe de ser satisfatória para o destino europeu, agora o clima é claramente otimista. Não só a França enfrentou problemas nesse período, devido aos ataques terroristas de repercussão mundial e conflitos políticos, como também (e principalmente) o Brasil amargou um dos piores períodos de sua história nos âmbitos econômico e político. Não vivemos nenhum mar de rosas e estamos longe de retomar aquele cenário positivo do começo desta década, mas há motivos para Caroline acreditar que os voos do Brasil à França vão decolar com alta ocupação. Um deles é exatamente em relação ao transporte aéreo. A Joon, subsidiária da Air France-KLM, voará de Fortaleza, um mercado até então inédito para a companhia. Oferta 15% maior de assentos a partir de 2018. Mais concreto ainda são os números deste ano. A França deve fechar 2017 com 700 mil brasileiros, 30% de alta para 2016. Com a crise econômica enfraquecida, ligeira valorização do real e a retomada

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do outbound no Brasil, a meta do Atout France para 2018 é ao menos manter o ritmo, mas Caroline acredita que é possível crescer ainda mais, por uma série de fatores, que incluem diversidade de produtos, maior otimismo do trade francês em relação ao nosso mercado e a seriedade dada pelo novo governo da França ao Turismo. “Os players brasileiros que trabalham com França estão muito felizes, e os receptivos estão claramente voltando ao Brasil, olhando novamente a um mercado que eles deixaram de lado por dois, três anos. Acredito que em 2018 essas empresas voltarão de vez ao Brasil”, prevê Caroline, apontando, como seu principal concorrente os Estados Unidos. “Trabalhar essa cumplicidade que o brasileiro tem com a França é um dos argumentos do Atout aos empresários franceses. Poucos países amam mais nosso destino como o Brasil. Existe uma ligação muito forte de cultura, história, gastronomia e da própria língua, que encanta os brasileiros. Com maior poder aquisitivo, voltamos a nos tornar um atrativo natural neste mercado.” Se esses são pontos óbvios, que vendem a França naturalmente, uma das estratégias de Caroline será diversificar os consolidados Paris e St. Tropez. Segundo a nova diretora, esse é um trabalho já iniciado por seu antecessor, que terá ainda mais força em sua gestão. “As possibilidades são imensas. A França é mais plural do que se imagina. Bordeaux tem uma ligação forte com o vinho, Provence é carregada de história e vem em alta no número de brasileiros, Normandia e Champagne

estão próximas da capital a ponto de fazer um bate-volta, Marselha é enorme e multicultural e a Costa Azul é uma das melhores pedidas no verão europeu. Isso sem contar que, além de ser muito fácil se locomover pelo país de carro, há o fator autenticidade em pegar a estrada e conhecer vilarejos franceses e o povo local. Isso vai ao encontro de uma tendência no Turismo atual, que é encher a bagagem de conhecimento, de legitimidade.”

FRANÇA E NADA MAIS

O Atout France também vai se esforçar em fazer o brasileiro mais viajado permanecer por mais tempo no país, sem a necessidade de visitar outros destinos no continente. Para isso, a ideia é mostrar que existe uma França para todos os bolsos e gostos. Quem busca esporte e aventura encontra no Sul, com caiaque, alpinismo e esqui, quem viaja em família tem a Disneyland Paris, a hotelaria é múltipla, de cinco estrelas a acomodações populares, roteiros culturais, de compra, históricos, LGBT e, por último e talvez mais importante, gastronomia e vinhos. Em relação ao corporativo, há 400 empresas francesas atuando no Brasil, o que torna um grande reforço no fluxo entre os dois países, além de aumentar a afinidade entre os consumidores daqui com as marcas de lá.

AIR FRANCE EM FORTALEZA

A nova rota entre a capital cearense e a

francesa, que já está à venda, anima Caroline pelas possibilidades de diversificar o principal mercado emissor, o Sudeste. Em conjunto com São Paulo e Rio de Janeiro, os novos voos são mais um reforço na missão de, a partir de 2018, superar os 700 mil brasileiros deste ano.

SEGURANÇA

“Não só a França, mas o mundo inteiro vive um novo momento”, avalia Caroline, em relação aos ataques terroristas registrados na França, com ênfase aos de 2015. “O que está em nosso alcance, nós estamos fazendo. A segurança está reforçada, mas vale destacar principalmente a postura do presidente Emmanuel Macron, que colocou o Turismo como prioridade de governo e fez a população entender que, sem a presença do visitante internacional, a economia do país pode estar arruinada. Isso fez o francês tomar outra postura em relação ao turista. Ele está mais amigável e ciente de sua importância.”

CAP AMAZON

Caroline Putnoki deixou a Cap Amazon Tropical Marketing, empresa que fundou no Brasil em 2011, nas mãos de Jean Bruno Gillot e René Pérol. Ela não tem mais nenhuma participação na companhia desde que assumiu o Atout France, órgão que, aliás, ela já presidiu em Montreal, no Canadá, na década passada. Seu contato: caroline.putnoki@ atout-france.fr. p

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SurFACE Escritório em Maringá

O modelo home office da Flytour Gapnet em Maringá (PR) se tornou escritório. Em breve, a consolidadora terá uma base na cidade paranaense, que também atenderá vizinhas como Araponga, Apucarana, Cianorte, Paranavaí, Campo Mourão, Umuarama, entre outras. A base maringaense abrirá com cinco colaboradores, sob coordenação da líder local, Mariana Bernava, e do gerente Sul, Rodrigo Fritche. A região representa 15% do total de vendas da Flytour Gapnet. Foz do Iguaçu e Londrina são as outras praças paranaenses atendidas pela empresa, enquanto a capital estadual conta com um escritório. Mariana Bernava atende no mariana.bernava@ftgp.com.br ou (44) 98837-8815.

MMTGapnet

Com a saída de Sylvio Ferraz, o vice-presidente do Grupo Flytour, Rui Alves (foto), assume a MMTGapnet enquanto a operadora não encontra um substituto definitivo. O novo modelo de distribuição da Lufthansa está integrado ao Reserva Fácil, da "Os sócios e todos os colaboradores do grupo agradecem os serviços prestados Rextur Advance. A consolidadora garante ser a primeira do Brasil a disponibilizar com dedicação e deseja muito sucesso em seus novos desafios", comunica o todo inventário das companhias do grupo alemão no modelo Direct Connect, com Grupo Flytour em relação a Ferraz. A MMTGapnet é uma das maiores operadoras emissão 100% on-line, inclusive de produtos auxiliares. Além da integração ao de Turismo do País, com mais de 16 anos de experiência, embarcando mais de Reserva Fácil, os outros clientes da Rextur Advance que utilizam da consolidadora 15 mil passageiros embarcados por mês. Rui Alves foi um de seus fundadores e em API também já têm o conteúdo disponível. acompanha a história da empresa desde o começo. 

Lufthansa direto

Luciano Guimarães, vice-presidente da Rextur Advance

Rumo a Israel

A Latam Airlines voará a Tel Aviv, Israel, em 2018. Caso receba aprovação dos órgãos regulatórios, o voo será operado a partir de Santiago, Chile, com escala em São Paulo. O novo trecho deve contar com três frequências semanais a partir do fim de 2018, permitindo conexões para passageiros de toda a América Latina. Em outubro, a companhia anunciou os novos destinos internacionais Roma, na Itália, Lisboa, em Portugal, e Boston, nos Estados Unidos. Somando as quatro novas operações, a Latam contará com 144 destinos em 27 países.

Ponto a ponto O ex-Accor e BHG Alexander Borges assume a gerência geral do Wish Foz do Iguaçu (PR), da GJP

Alto escalão

Marcos Paes de Barros conquistou posição ainda maior no Universal Orlando Resort. O brasileiro foi de diretor sênior para América Latina a vicepresidente Internacional de Vendas para a mesma região. Com quase duas décadas na empresa, o executivo foi transferido para Orlando em 2016. 

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Ingrid Luck está morando em Portugal, onde se associou à amiga, também pernambucana, Fátima Ascensão, na Terra Turismo Maceió receberá o cruzeiro Azamara Pursuit, da linha de cruzeiros butique da Royal Caribbean, em 2018 

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corporativo

www.pancorp.com.br

Taxas na Tap

A Tap aumentou o valor cobrado para reservar assentos em seus voos, na função chamada chargeable seats, lançada em 2016, além dos valores para despacho de bagagens. Segundo o Presstur, a primeira diferença é que as classes de tarifas passaram de apenas duas (voos europeus e intercontinentais) para cinco categorias, cada uma com um valor diferente. As categorias serão delimitadas, segundo a aérea portuguesa, de acordo com a zona geográfica do voo, “considerando rotas e distâncias para os três tipos de assento: Standard Seat (assentos padrão), Preferred Seat (primeiras fileiras) e Extra Legroom Seat (um tipo de econômica premium, com espaço extra para as pernas)”. As divisões se darão da seguinte maneira: para voos dentro da Europa, a Tap definiu três zonas, sendo a Zona 1, para Portugal, Espanha e Marrocos; a Zona 2 para Benelux (Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo), Suíça, Alemanha, França, Reino Unido e Itália; e a Zona 3 em voos para Áustria, República Checa, Dinamarca, Finlândia, Hungria, Noruega, Polônia, Romênia, Rússia e Suécia. Para trajetos intercontinentais, serão duas zonas, sendo a Zona 4 chamada “Médio Curso de África”, e a Zona 5 com todos os voos intercontinentais restantes (Brasil e EUA inclusos).p

Guaspari na Nobile

Com escritório recém-inaugurado em São Paulo, a Nobile Hotéis, que tem sede em Brasília, anunciou a chegada de um novo diretor sênior de Desenvolvimentos. Trata-se de Rafael Guaspari (foto), ex-vice-presidente sênior de Desenvolvimento da Atlantica Hotels e ex-presidente do Fohb. “Guaspari agora se junta a nossa equipe e será nosso diretor sênior de Desenvolvimento. Ao lado do também diretor de Desenvolvimento, Cyro Fidalgo, montou uma empresa para cuidar de todo o desenvolvimento e expansão da rede Nobile”, afirma o fundador e presidente da marca, Roberto Bertino.p

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