Artigo
PSF / CAMARÃO - PROGRAMA DE SAÚDE NAS FAZENDAS DE CAMARÃO. Pedro Carlos Cunha Martins*1; Marcelo Lima Santos*2 *1 Centro de Saúde de Animais Aquáticos, Departamento de Oceanografia e Limnologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte/Brasil. *2 Pesquisados colaborador - Bolsista DTI do CNPq.
A
indústria da criação de camarão no Estado do Rio Grande do Norte está constituída por 551 empreendimentos distribuídos em aproximadamente 6.281 hectares de área produtiva. Segundo censo realizado entre os anos de 2004 a 2009 pela ABCC, IDEMA, Cluster do camarão e ABDA, dentre o total de empreendimentos consultados, 237 entrevistados são microprodutores, 138 são pequenos produtores, 132 são médios produtores e 23 são grandes produtores (Tabela 1). O parque camaroneiro está distribuído em aproximadamente 410 km da extensão de toda a região litorânea do Estado do Rio Grande do Norte, o qual se divide em dois ambientes bastante distintos: o Litoral Norte, também chamado de Setentrional; e o Litoral Leste, também conhecido como Oriental. Nestes dois ambientes geográficos estão localizados os sete principais Sistemas Flúvio-Estuarinos do Estado. A maioria dos produtores da indústria de cultivo de camarão potiguar encontra-se distribuídos nestas mencionadas bacias hidrográficas e em mais de 40 municípios distribuídos por toda a extensão do litoral (ABDA – 2009).
Apesar da importância da atividade, a história da carcinicultura no Estado do Rio Grande do Norte, bem como no Brasil, é marcada por momentos de franco crescimento intercalado por lapsos de profunda estagnação em decorrência do surgimento de desastres ambientais e/ou de surtos de enfermidades. Interessante observar é que o intervalo entre os referidos lapsos é verificado a “cada 10 anos”. No primeiro período, compreendido entre os anos de 1984 e 1987, as fortes chuvas que desabaram no estado inviabilizaram o cultivo do camarão Marsupenaeus japonicus obrigando o setor a abandonar esta espécie substituindo-a pelo cultivo de camarões nativos, dentre eles o camarão branco do atlântico, o Litopenaeus schmitti e o camarão rosa Feneropenaeus subtilis. Em pesquisas posteriores a esta etapa a espécie exótica Litopenaeus vannamei (camarão branco do pacífico) foi defi nitivamente adotada pelo nosso sistema operacional em face de seu desempenho zootécnico e rusticidade dentro dos viveiros de cultivo. Transcorridos “dez anos” após 1984, no espaço compreendido entre os anos de 1994 e 1997, ocor-
Tabela 1 – Distribuição Espacial e de Porte da Indústria do Cultivo do Camarão Marinho no Estado do Rio Grande do Norte.
Distribuição por Porte das Fazendas de Camarão
Sistemas Flúvio-Estuarinos. Total
Micro
Pequeno
Médio
Grande
Não Identificado *
Apodi/ Mossoró
47
4
18
17
3
5
Piranhas/Açu
71
8
6
40
10
7
Guamaré/Galinhos
36
10
9
12
5
0
Ceará - Mirim
30
9
11
10
0
0
Potengi
61
27
18
12
0
4
Nisia Floresta/Papeba/ Guaraíras
250
164
56
26
1
3
Curimataú
56
15
20
15
4
2
TOTAL
551
237
138
132
23
21
Fonte: IDEMA (2004); Cluster do Camarão (2005); ABDA (2009). * - Produtores não localizados durante a visita. Revista da ABCC | 40
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