Chamado África

Page 1

O SONHO QUE TOCA NOSSO CORAÇÃO



“Eu tenho uma espécie de dever, dever de sonhar, de sonhar sempre, pois sendo mais do que um espetáculo de mim mesmo, eu tenho que ter o melhor espetáculo que posso. E, assim, me construo a ouro e sedas, em salas supostas, invento palco, cenário para viver o meu sonho entre luzes brandas e músicas invisíveis.” Fernando Pessoa


/

“Esquecer o Chamado África, seria perder a minha identidade, mudar a minha personalidade apagar parte do meu sonho.” Sandra Augusto Té Estudante guinense que vive no Brasil


Chamado África APRESENTAÇÃO O projeto Chamado África tem sido idealizado por um grupo de jovens agentes de transformação social brasileiros e por estudantes universitários de Guiné Bissau que vivem no Brasil. Com o apoio técnico de diversos parceiros do setor social os jovens guineenses e brasileiros estão sendo capacitados, vivenciando de forma prática a implementação de diversas tecnologias sociais em comunidades no Brasil, estimulando o desenvolvimento pessoal, social, profissional e comunitário de jovens lideranças também no continente africano. Os próprios jovens criaram este projeto colaborativo. O CHAMADO ÁFRICA reúne sonhos de transformação da juventude guineense e brasileira que há dois anos tem se unido de forma organizada por meio de reuniões virtuais, presenciais, capacitações, ações sociais e momentos de integração gerando um espaço de troca, transformação social, intercâmbio cultural e desenvolvimento local. A partir das experiências já vividas por integrantes do grupo a tecnologia social utilizada para a próxima fase do projeto será os 6C’s da Inovação. O Chamado África – 6C’s para Inovação tem como objetivo fortalecer um processo de transformação social no continente africano a partir de Guiné-Bissau, identificando e capacitando novos agentes de transformação a partir das 8 Metas do Milênio. Além disso a iniciativa pretende intensificar o intercâmbio cultural e fortalecer as relações de cooperação entre dois países.


JUSTIFICATIVA Acreditamos que atuar com o estímulo de desenvolvimento de jovens lideranças tem se demonstrado um caminho eficaz para despertar potenciais e habilidades de indivíduos capazes de transformar a realidade em que se inserem. Buscamos, assim, um significado na união entre a educação ativa para a cidadania e o desenvolvimento de uma comunidade, numa mesma intenção de agir para melhorar a sociedade. Hoje sabemos que o desenvolvimento social, assim como a educação, não está vinculado diretamente com o desenvolvimento econômico. Indicadores como PIB não refletem a qualidade de vida de uma sociedade na adequação necessária. Pelo contrário, o crescimento da economia de forma concentrada tem marginalizado cada vez mais a periferia, acarretando em desafios profundos e complexos, como as questões socioambientais e socioculturais, fazendo com que o ser humano fique cada vez mais desapropriado da sua própria identidade e do espaço em que está inserido. Outro ponto a ser ressaltado é que a forma de compreender a dinâmica em que se organiza e em que se dá a vida é tendo a comunidade como próprio objeto de estudo, que pode ser transformado por aqueles que nela interferem, podendo transformá-los. Dessa forma, incentivar o redescobrimento de talentos, dons, sonhos e ideais de jovens pode fazer com que estes passem a valorizar sua própria cultura; a se apropriar do seu próprio espaço; a resgatar valores humanos e éticos fundamentais para o seu desenvolvimento social e intelectual; a satisfazer as suas necessidades e desejos, fazendo com que seja um caminho fundamental para o encontro da busca da felicidade do ser humano, de forma que o indivíduo seja capaz de descobrir a sua melhor forma de se desenvolver, de criar, de se relacionar e contribuir com uma visão de desenvolvimento global por meio das 8 metas do milênio.


OBJETIVOS OBJETIVO GERAL Disseminar a prática do empreendedorismo social e da participação juvenil como estratégia de transformação social, sendo 76 agentes saindo do Brasil para se unir com mais 76 agentes de transformação social que vivem em Guiné Bissau, visando capacitar os 152 colaboradores nos “6C’s para Inovação e Liderança” para atuarem de forma autônoma e pró-ativa a partir das suas próprias potencialidades, em prol o desenvolvimento local e sustentável com foco nas 8 metas do milênio em 6 comunidades em Guiné Bissau.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS  Estimular o desenvolvimento de empoderamento e responsabilidade dos jovens, através do reconhecimento de tecnologias sociais dos participantes e locais;  Proporcionar um ambiente seguro de aprendizagem e troca cultural entre brasileiros e guineenses que possibilite a emergência do desenvolvimento individual, de forma diversa e acessível;  Proporcionar um ambiente de aprendizagem que incentive a cooperação, diversidade e o protagonismo juvenil;  Despertar valores humanos e a valorização da cultura local, permitindo com que os jovens entrem em contato com a sua própria identidade ancestral;  Compartilhar tecnologias sociais com jovens participantes;  Estimular a troca de conhecimentos de diversas naturezas para o enriquecimento de ações e aumento da amplitude de experiência;  Fortalecer as relações das comunidades com os jovens brasileiros e estudantes guineenses que vivem no Brasil;  Contribuir com o desenvolvimento das 8 metas do milênio;  Criar uma plataforma com um banco de dados com soluções e resultados de impacto de planos de ação desenvolvidos a partir das 8 metas do milênio nas comunidades.


SELEÇÃO DE COLABORADORES E PRINCIPAIS ETAPAS: Visando um processo educacional como eixo direcionador para a elaboração da metodologia de forma que os colaboradores possam se tornar multiplicadores e disseminadores do que vivenciarão durante os 10 dias do Chamado África – Jogo dos Malungos na Guiné Bissau o processo das etapas de seleção acontecerá durante os meses que antecedem a ação e será pautada em alguns métodos-inspiradores que mesclam educação, sustentabilidade, desenvolvimento comunitário e modelos participativos e interativos, criando uma única comunidade de aprendizagem durante o decorrer do período vivencial. Além dos seis coordenadores gerais, foram selecionados 10 facilitadores, 10 técnicos sociais e 50 colaboradores brasileiros e colaboradores guineenses que vivem no Brasil entre 18 e 30 anos para participar da ação em Guiné Bissau e 76 colaboradores que moram em Guiné Bissau que estão divididos da mesma forma que os participantes, que ao decorrer dos próximos 8 meses participaram e participarão de reuniões, capacitações e ações individuais e coletivas como parte do processo de seleção. O projeto está divida em três grandes etapas:

R$488.490,80

•Enviar 76 colaboradores saindo do Brasil para unir-se com mais 76 colaboradores na Guiné Bissau para durante 10 dias realizarem ações que contribuam para o melhoramento dos desafios de 6 comunidades. (12/2013 à 01/2014)

R$ 73.460,00

•Enviar 12 colaboradores, seis facilitadores e seis técnicos sociais, para conhecerem as comunidades, contextualizar os desafios, capacitar 20 multiplicadores e desenvolver estratégia para melhoramento dos desafios juntos com facilitadores locais. (07/2013 à 08/2013)

R$ 7.346,00

•Enviar uma pessoa para viver em uma comunidade na Guiné Bissau por 15 dias, visitar comunidades, verificar a viabilização do projeto e estabelecer parcerias com organizações locais e governamentais na Guiné Bissau. (12/2012 à 01/2013)

Essa são as principais etapas do projeto, cada parte tem sido construída com base nos 6Cs para Inovação e Liderança, com a participação dos colaboradores de forma dinâmica, interativa e cooperativa .


METODOLOGIA

JOGO DOS MALUNGOS Para tornar o processo dinâmico e divertido criamos um jogo cooperativo, no qual chamamos de JOGO DOS MALUNGOS, expressão do dialeto africano banto que significa companheiro de viagem, camarada. O JOGO DOS MALUNGOS é uma ilustração que retrata o caminho, as atividades dos jovens envolvidos no Chamado Africa desde a sua inscrição/entrada no projeto até a chegada em solo guineense. Esse mapa foi idealizado pelo arte design Gilson Ruiz (www.whoizdesign.com.br) e pela educadora Gisela Sartori Franco (www.omagicodenos.com.br) com o objetivo de relatar ludicamente os passos, as tarefas propostas para um maior envolvimento e interação entre os jovens participantes, os facilitadores e coordenadores. Esse jogo é composto por 6 etapas: 1. Apresentação individual; 2. Tramando com o grupo; 3. Aprimorando as habilidades; 4. Captação de recursos; 5. Encontro de alinhamento; 6. Mão na Massa. Em todas as etapas os facilitadores orientam os participantes a realizarem tarefas, todas as atividades são elaboradas pela coordenação e facilitadores, destacam-se conceitos básicos de cooperação e trabalho em rede; procura-se incentivar desenvolvimento de habilidades pessoais como: criatividade, trabalho em equipe, dialogo, persistência, alegria, atividades artísticas co-criadas.


AÇÃO NA GUINÉ BISSAU

Contexto Histórico sobre Guiné Bissau;

Apresentação do desafio de cada comunidade e capacitação dos colaboradores; Criação do plano para implementar a estratégia de ação de 6 dias; Troca Cultural – BRASIL & GUINÉ BISSAU.

; Abertura Oficial do Chamado África em Guiné Bissau.

Deslocamento das equipes para as 6 comunidades escolhidas; Conhecer e compartilhar com a comunidade a estratégia de ação para os próximos dias; Construir as metas, tarefas, responsáveis, materiais necessários e estratégia de captação de recursos para melhorar o desafio escolhido;

9º Dia e 10º Dia: CELEBRAR

Momentos de Integração de todo o grupo em Bissau;

Divisão de Equipes e Comunidades;

3º Dia a 8º : COMPARTILHAR e CUIDAR

Chegada e Acolhimento dos Colaboradores no espaço coletivo em Bissau;

2º Dia: CAPACITAR e CRIAR

1º Dia: CELEBRAR e CONTEXTUALIZAR

Os colaboradores já estão sendo desafiados a exercitar conceitos como liderança compartilhada, transformação social, protagonismo juvenil durante o processo de construção da iniciativa por meio do Jogo OS MALUNGOS. Durante a ação em Guiné Bissau utilizaremos a tecnologia social 6C’s para Inovação & Liderança. Durante 10 dias os 100 colaboradores serão estimulados por 40 facilitadores e 12 organizadores a realizarem ações que melhorem a qualidade de vida dos membros da comunidade a partir dos principais desafios das 8 metas do milênio que seis comunidade enfrentam em Guiné Bissau. Para que as etapas sejam cumpridas com sucessos os facilitadores utilizarão ferramentas como: danças circulares, jogos cooperativos, elaboração de projetos sociais, construção de projeto de vida e oficinas culturais em todo o processo. Que acontecerá da seguinte forma:

Retorno das equipes à base coletiva em Bissau; Momento dos grupos compartilharem os desafios e celebrarem as conquistas que cada equipe vivenciou nas comunidades; Avaliação o processo geral e projetar o futuro para sustentabilidade das ações realizadas nas comunidades; Celebração, despedida e retorno.

Cuidar da comunidade e fazer o plano acontecer.

Acreditamos que ao repassar os conhecimentos adquiridos com a implementação da tecnologia social nas comunidades, os colaboradores estarão instrumentalizados, se sentirão mais aptos e capazes de mudar o mundo e em breve estarão desenvolvendo ideias próprias sobre as questões sociais de comunidades do continente Africano.


CRONOGRAMA E METAS: JAN 2013

FEV 2013

MAR 2013

ABR 2013

MAI 2013

JUN 2013

JUL 2013

AGO 2013

SET 2013

OUT 2013

NOV 2013

Verificação de campo/visita a Guiné Bissau Início do Jogo dos Malungos/ Formação de jovens Reuniões com equipe organizadora Início de captação crowd ETAPA2 Busca de Parcerias Institucionais Captação de Recursos ETAPA3 Visita de Mapeamento e articulação nas Comunidades Realização do Jogo em Guiné Bissau Divulgação Nas Mídias Formação de Facilitadores Segunda seletiva de colaboradores Jogo dos Malungos Brasil Implementação do projeto na Guiné Bissau. Festa de Celebração Elaboração de relatório de Impacto

NOSSA PRINCIPAIS METAS Mobilizar mais de 5.000 pessoas que curtam virtualmenteTer 12 jovens na equipe de organização do projeto, sendo seis no Brasil e seis na GuinéBissau; Enviar uma pessoa da equipe de coordenação para mapeamento e articulação de parcerias; Fazer um vídeo para captação virtual; Realizar duas formações para facilitadores, uma na Guiné-Bissau e outra no Brasil; Capacitar 20 colaboradores para serem facilitadores de grupos com foco no desenvolvimento comunitário; Ter como voluntários 20 técnicos de desenvolvimento social;

Realizar uma intervenção de dez dias, em seis comunidades da Guiné-Bissau, com 50 colaboradores selecionados no Brasil e 50 colaboradores na GuinéBissau; Captar no mínimo R$ 60.000,00 em crowdfunding para envio de seis facilitadores e seis técnicos Captar R$ 480.000,00 para viabilizar a intervenção de 152 pessoas nas comunidades selecionadas. Construir um relatório financeiro transparente e um vídeo documental do projeto e de nossas ações; Elaborar um relatório de impacto.

DEZ 2013



6C's para INOVAÇÃO & LIDERANÇA 1CONTEXTUALIZAR - 2CAPACITAR - 3CRIAR - 4COMPARTILHAR - 5CUIDAR - 6CELEBRAR


"6C's para Inovação & Liderança" “6C’s para Inovação e Liderança” A tecnologia social - “6C’s da Inovação” objetiva na formatação de uma metodologia que contribui na criação de soluções para os desafios do milênio em comunidades ou famílias em situação de vulnerabilidade que tenham uma parte maior de sua renda com origem no mercado informal ou estejam abaixo da linha da pobreza. A inovação desse processo é que seja desenvolvido por jovens colaboradores com perfil empreendedor para estar atuando como protagonistas na transformação social de uma comunidade ou de famílias e estejam dispostos a atuarem Pretende-se realizar, por meio de uma intervenção local na comunidade ou acompanhamento e desenvolvimento de um plano de econômico/social de cada família, gerar impacto e desenvolvimento em escala por meio de inovações nas atividades produtivas comunitárias e familiares que contribuam de forma compartilhada nas melhorias das condições de vida da comunidade e gerem um grande impacto social positivo. Cada colaborador/jovem ou grupo de colaboradores (quando se tratar de uma comunidade) deverá diagnosticar o principal desafio da comunidade ou das famílias a partir das 8 metas do milênio, depois receberá uma capacitação de tecnologias sociais e deverá utilizar a metodologia 6C da Inovação como base para implementar um plano de ação durante 6 meses em uma comunidade ou 6 famílias. Após a implementação, avaliação e resultado de impacto, os colaboradores/jovens empreendedores deverão compartilhar os resultados e o plano de ação desenvolvido na comunidade ou famílias em uma plataforma virtual, para que outras pessoas tenham acesso e possam replicar. Gerando assim um conjunto soluções em um banco de dados com informações sobre desafios, soluções e planos de ação para cada meta do milênio. Um banco de dados com as ações é gerado e o conhecimento é compartilhado, teremos assim um conjunto de soluções e resultados de impacto acessível para cada desafio do milênio.

“6C’s para Inovação & Liderança ” 1Contextualizar: Mapeamento e diagnóstico dos desafios locais tendo como base as 8 metas do milênio;

2Capacitar:

3Criar:

4Compartilhar:

5Cuidar:

6Celebrar:

Formação de jovens e colaboradores; Criação de uma ideia e construção de uma plano exclusivo que ajudará a solucionar um dos 8 desafio referente as metas do milênio; Implementação da ideia do colaborador junto as família ou comunidade; Acompanhamento continuo do desenvolvimento e das atividades com as famílias ou comunidade; Avaliação, celebração e fechamento do ciclo entre o colaborador e famílias ou comunidade. Compartilhamento das soluções e resultados na plataforma virtual.

Para cada “C” para Inovação & Liderança teremos um conjunto de tecnologias sociais de fácil replicação que deverá ser compartilhado com os colaboradores durante um momento de formação que acontecerá durante 6 encontros de 6 horas cada. Começa-se capacitando 6 colaboradores que acompanham 6 famílias cada um, ou seis que acompanharão uma comunidade. Após sua experiência, cada colaborador compromete mais 6 pessoas, o que alcançará 435.356.460 famílias em 10 anos.


10 anos 435.356.460 FAMร LIAS ou COMUNIDADES alcanรงadas



UM SONHO “INSISTO, PERSISTO, RESISTO, MAS NÃO DESISTO”


Formada em Artes Plásticas e ArteEducação, a ativista social Pâmela Gaino é coordenadora da Rede de Agentes de Transformação Social do programa Geração MudaMundo, da Ashoka e mentora do projeto Chamado África. “Sou apaixonada por tudo que faço e tudo que está relacionado com a juventude, com os sonhos de transformação. É isso que move o meu coração e me inspira a cada dia. Sou feliz por me permitir sonhar e ajudar as pessoas a realizarem seus sonhos.”


UM SONHO Foi assim, a partir de um sonho e de um desejo de criança, que a ativista social Pâmela Gaino, de 29 anos, construiu um projeto que tem conseguido transpor oceanos e mares para transformasse na primeira iniciativa de transformação social cooperativa no continente africano, liderado por jovens. Nascia, dessa forma, em outubro de 2011, o Chamado África, projeto que dissemina nos dois países – Brasil e Guiné Bissau – a prática do empreendedorismo social juvenil, identificando e capacitando agentes de transformação que atuam em suas comunidades. Durante as ações sociais que tem realizado, por todo o Brasil, Pâmela encontrou pessoas que compartilhavam ou complementavam esse sonho, formando assim uma equipe de cerca de 40 lideranças juvenis, dentre brasileiros e guineenses que vivem no Brasil, que iniciaram mobilizações virtuais e presenciais para unir mais e mais pessoas em torno desse objetivo. Após um ano facilitando a construção desse um sonho coletivo, a ativista social criou os “6Cs para Inovação e liderança”. Tecnologia Social criada baseada em suas experiências de trabalho com jovens e comunidades. Essa tecnologia tem sido a base para desenvolvimento do projeto.



O QUE ESSE SONHO PRECISA TER PARA SER 100% SEU?


COMO TUDO COMEÇOU O pontapé inicial foi um grupo criado por estes jovens no Facebook, em 2011. Hoje, cerca de 600 pessoas participam do grupo do Chamado África na rede social, e sua página já foi curtida por mais de 1080 internautas. Aliás, as redes sociais e as tecnologias digitais são ferramentas sempre presentes, para unir esses jovens que espalham-se por vários estados brasileiros e cidades africanas. Durante o primeiro ano do projeto, os jovens empreeendedores estudaram o continente africano e participaram de mais de 30 reuniões, presenciais ou virtuais, e de 14 encontros formativos, e perguntaram para mais de 500 jovens: “ O que esse sonho precisa ter para ser 100% seu?” A partir da troca de expectativas os jovens brasileiros e guineenses que vivem no Brasil puderam trocar experiências e ferramentas de transformação social, a partir disso desenvolveram um plano de ação, de impacto social positivo para ser realizado nos dois países. Entre conselheiros, participantes e facilitadores, mais de 600 pessoas participaram dessa fase inicial. Fruto desta construção coletiva, o projeto conta também com o auxílio de voluntários, que contribuem para sua consolidação.


0



POR QUE GUINÉ BISSAU? EDIÇÃO INAUGURAL


GUINÉ BISSAU: EDIÇÃO INAUGURAL O país africano escolhido para o grupo iniciar suas intervenções no continente africano foi a Guiné-Bissau. Após extensa pesquisa feita pelos jovens sobre o continente africano, seminários virtuais e apresentações sobre cada país, o grupo entendeu que deviam iniciar as suas ações pelos países africanos de língua portuguesa, o que facilitaria a comunicação e as relações. Outro fator importante que influenciou a escolha foi o grande número de estudantes guineenses morando no Brasil – hoje são mais de 1.000 jovens, que podem transformar-se em importantes atores sociais em seus territórios. Além disso, o atual momento histórico e a relação de proximidade entre as embaixadas os dois países também favoreceu na escolha: “Os africanos trouxeram para cada uma de nossas nações a sua contribuição. Temos, portanto, essa relação [com os países da África], que tem de ser cada vez mais forte. Estamos olhando para a raiz da nossa cultura”, declarou a presidente brasileira, Dilma Roussef, na abertura da reunião de líderes da América Latina, Caribe e África, em novembro de 2011. “Decidimos coletivamente que a Guiné-Bissau será o destino da primeira edição do Chamado África. Diante dos atuais desafios sócio-políticos que o país enfrenta, julgamos o momento propício para o início de uma grande transformação social. E após a visita de campo ficamos mais convictos”, declara Pâmela Gaino, acrescentando que essa visão é coerente com a posição do governo brasileiro de apoio ao país.


. “Acreditamos nessa relação, e é justamente por isso que as juventudes brasileira e guineense decidiram se unir”, completa a ativista social. Constituída por mais de 30 etnias diferentes, a Guiné-Bissau tem uma população de 1,5 milhão de habitantes, com línguas e costumes distintos. A única língua oficial no país é o Português, falada por apenas 14% dos guineenses, enquanto 44% se expressam em crioulo. As diferenças étnicas e linguísticas produziram um patrimônio cultural bastante rico e diversificado, com uma grande variedade de costumes, expressões artísticas profissões, da tradições musicais e manifestações culturais. A dança é, sobretudo, a expressão artística das mais significativas para diversos grupos étnicos. Os povos animistas caracterizam-se pelas belas e coloridas coreografias, nas manifestações culturais observadas por ocasião das colheitas, dos casamentos, dos funerais e das cerimônias de iniciação. Apesar da Guiné Bissau ser um dos países mais pobres do mundo, é o nono produtor mundial de caju, sendo também importante exportador de peixe e mariscos, amendoim e madeira. Além disso, a Guiné-Bissau possui petróleo numa zona de exploração conjunta com o Senegal. O país tem aproximadamente o tamanho de Sergipe e possui apenas uma universidade pública. A educação é um dos grandes desafios do país, que tem 53,9% de sua população analfabeta, sob condições precárias de ensino. Os jovens têm poucas oportunidades no mercado de trabalho local, o que faz premente a criação, existe um amplo desejo de mudança e novos conhecimentos.



AFRICANIDADE NO BRASIL


AFRICANIDADE primeiras ações.

NO

BRASIL:

as

Não foram poucos os desafios que se apresentavam aos jovens durante os estudos e construção do plano de ação do projeto. Para superá-los, os participantes perceberam a necessidade de explorar e compartilhar mais sobre o tema “Africanidade no Brasil”, o que resultou em uma grande campanha virtual – feita em parceria com o Instituto Brasilis – para incentivar iniciativas que valorizassem a cultura africana e afrobrasileira dentro das escolas, creches, universidades e comunidades no Brasil. No total, mais de 300 colaboradores, de diversas regiões do Brasil, se inscreveram e 46 ações sociais foram desenvolvidas, de forma coletiva. As ações foram idealizadas e implementadas pelos próprios participantes, com o acompanhamento da equipe do Instituto Brasilis, que deu todo o suporte necessário para recebimento de material, registros, depoimentos e o desenvolvimento de relatórios de resultados. Alicerçada pelo alto grau de criatividade e comprometimento dos colaboradores, a campanha alcançou aproximadamente 15.000 pessoas, em menos de três meses.

Ação realizada em Parauapebas- PA com um grupo de capoeira local que busca uma interação entre cultura africana e a cultura indígena amazônica. A ação aconteceu ás margens do rio Parauapebas tendo ao fundo a floresta dos Carajás. Responsável: Antônia Frazão

Ação realizada em Tejuçuoca-CE, jovens se reuniram para discutir as belezas e verdadeira cultura africana através de vídeos e slides e como encerramento protagonizaram uma dança de origem africana conhecida como Negro Nagô. Responsáveis: Myke Guilherme, Adriana Duarte e Pedro Diogo.

Ação realizada em Fortaleza-CE em escolas públicas municipais sobre o conceito de cabelo e identidade, na luta contra a discriminação, preconceito e valorização do cabelo afro no universo educacional e infantil sendo formado um elo com esses através da contação de Histórias. Responsável: Marlene Santos

Ação realizada em uma escola em São Paulo-SP, onde crianças mergulharam no universo da contação de Histórias africanas e seus contos. Após cada História, as crianças eram levadas a produzir seus desenhos com suas impressões e aprendizados sobre aquilo que lhes havia sido transmitidos. Responsável: Lúcia Makena

Ação realizada em Sobral-CE, em praça pública de um distrito do interior da cidade, onde alunos de uma escola local foram conduzidos para expor seus trabalhos sobre africanidade, fazer atividades lúdicas com o tema, cantar músicas de origem Afro e desfilar trajes típicos do grande continente. Responsável: Rosilene Araújo


REDE E PARCERIAS

Além do apoio e incentivo direto de mais de 1.500 pessoas, o Chamado África conta com uma rede de parceiros para ajudar a viabilizar o projeto. Entre eles: O Instituto Brasilis; o Projeto Camerada, a Goára; o Programa Geração MudaMundo, da Ashoka; a Rede de Jovens Agentes Transformação Social; a Whoiz Design; o Mágico de Nós; o Projeto Asas; de Conselho Nacional de Juventude de Guiné-Bissau; a Associação de Estudantes Guineenses no Brasil; a Pastoral da Juventude Guineense; o Projeto e-Jovem da Seduc-CE; a Embaixada de Guiné-Bissau no Brasil; a Embaixada do Brasil em Guiné-Bissau; e a Organização Netos de Bandin, também de Guiné-Bissau. Faça parte dessa história você também, entre em contato com algum dos nossos colaboradores.

NOSSO CONTATO FACEBOOK/CHAMADOAFRICA chamadoafrica@chamadoafrica.com chamadoafrica@gmail.com (85) 30446981 – Sandra Augusto (11) 960716981 – Pâmela Gaino (85)96406221 – Emanuelly Oliveira



Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.