Páginas Vazias 16

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eDitorial

Edição 16

correria! correria! correria! assim tem sido a nossa rotina desde o surgimento deste fanzine e não seria diferente nessa edição. matérias sendo fechadas nos 45 minutos do segundo tempo, madrugadas acordados na frente do pc, mas é o que a gente gosta de fazer, então, fazer o quê? nessa edição temos algumas seções novas como a irreverente “qual é? qual foi? por quê você tá nessa?” do nosso parceiro, fanzineiro das antigas, e agora colaborador do PV, felipe CDC, e também a seção “divas do rock” onde a cada edição traremos algumas beldades do mundo do rock para encher nosso olhos de alegria! tudo bem, sei que não são apenas homens que lêem nossa publicação, mas, cá entre nós, normalmente já há muitas cuecas em nossas páginas! vale ressaltar que essa edição terá lançamento oficial no festival “hc reunion”, em uberlândia e no mês seguinte (setembro) estaremos cobrindo o “jambolada 2009” que, como sempre, promete. enfim, mais correria... mas é o que a gente gosta de fazer. então, fazer o quê?

por Marco henriques

Equipe Páginas Vazias: Marco Henriques - markopaulo3@hotmail.com Marcelo “Pudim” Marques - pudimsk8@hotmail.com Manu Henriques - ugangabr@hotmail.com Conecte-se com o Páginas Vazias: www.paginasvazias.com.br | paginasvazias@gmail.com.br | www.myspace.com/paginasvaziaszine Colaboradores nessa edição: Andréa Ariani, Ana Paula Rios, Breno Agelotti, Carlinhos, Danielone, Eliton Tomasi, Estéfani Martins, Fábio Prandini, Felipe CDC, Flávio Costa, Guilherme Miranda, Mariana Borges, Rodrigo Bonfim. Capa: Rodrigo Bonfim [ä ñcr] - http://anacronico.deviantart.com *Colunas assinadas por colaboradores não refletem, necessariamente, a opinião do Páginas Vazias Zine.



Nessa edição do Tô Ouvindo temos dois convidados de estilos bem diferentes. De um lado a banda John No Arms, formada em Uberaba-MG e atualmente instalada em Brasília, que faz um Punk Rock old school regado à muita cerveja! Do outro, DBS, que encabeça o grupo DBS & A Quadrilha, Hip Hop de São Paulo que passou por MG recentemente. Saiba o que anda rolando no fone de ouvido dessa galera! ---NO ARMS ------- JOHN

DBS: Pô, hoje em dia eu tô curtindo pra carálh o Lil Wayne né cara? Tô ouvindo também Kanye West e TQM que são foda. Pra ser sincero eu não tenho escutado muita coisa nacional nesse momento pois estou escrev endo meu disco e por isso tô evitando me influenciar muito por outros sons.

www.dbseaquadrilha.com.br

Arms Malufucker (Bateria): John No né? sons os rar lemb Pra pra carálhoooo! po tem um da para ficou da ban a Já que dos além gas voltei a ouvir as músicas anti sons novos que acabamos de gravar. Kim (Baixo / Vocal): Cara, pra ser sincero o que tá rolando direto são os os Kings Of Metal: Manowar!

BT (Vocal): Véio eu tenho ouvido muito Mastodon, Disfear e Wolfbrigade. Ah, e Tiger Army também!

Edulaw (Guitarra): Como entrei na banda a pouco tenho ouvido muito John No Arms pra tirar os sons, além de Motorhead e AC/DC que não podem faltar nunca.

www.myspace.com/johnnoarms

DBS & A QUADRILHA


LANÇAMENTOS 2009 | VALVULADO DISCOS Krow ”Before The As

hes”

Death Metal myspace.com/kr owmetal

ai Seu Juvenaitalr “C Rock Punk Noise xa Preta”

Gu ujuvenal myspace.com/se

Dissidente! “À Deriva”

Rock andadissidente myspace.com/b

valvuladodiscos.com.br


Guidable - A verdadeira história do Ratos de Porão Uma videografia autorizada e totalmente feita em parceria com a banda. ‘Guidable, a verdadeira história do Ratos de Porão’ é uma produção independente e, sem dúvida, apesar de pouco tempo de lançamento, já é um dos melhores documentários produzidos no Brasil. O “Guidable” do título, é um termo criado pelos integrantes da banda para definir confusão mental, bagunça generalizada ou simplesmente um “sei lá”. Também pode ser usado quando não se acha a palavra certa no momento apropriado. Muitas vezes substitui o foda-se com eficiência. Como diz o release, para registrar quase três décadas de carreira, rolaram entrevistas com os precursores do movimento punk no Brasil, como Redson do Cólera e Clemente do Inocentes e pesquisas em centenas de arquivos em foto, áudio e vídeo de shows, apresentações em emissoras de TV, filmes nacionais sobre o assunto, arquivos pessoais raros e inéditos dos integrantes atuais e antigos da banda e de todas as pessoas que, de alguma


forma, participaram dessa trajetória, como Andreas Kisser e Iggor Cavalera. Aliás, a parceria Minas/São Paulo juntou essas duas bandas de forma inusitada e além de serem incentivadoras uma da carreira da outra, consolidou a amizade que continua mesmo com a separação e as mudanças de integrantes no Sepultura. As gravações ocorreram entre janeiro de 2007 e novembro de 2008, nos municípios de São Paulo e Santos. São Paulo que, aliás, é a cidade natal e cenário de grande parte da história da banda. O filme é produção da dupla Marcelo Appezzato (vocalista da banda de grindcore paulistana HUTT) e de Fernando Rick dono da produtora Black Vomit Filmes (que produziu esse longa) e que já havia trabalhado com a banda no polêmico videoclipe ‘Covardia de Plantão’. Por causa desse video é que surgiu, em 2006, a idéia de fazer o documentário, a convite do João Gordo. No total, mais de 200 horas de entrevistas captadas, centenas de fotos digitalizadas e incontáveis horas de edição para que este projeto pudesse se tornar realidade. Já ocorreram exibições em vários estados do Brasil e a estréia ocorreu numa festa para convidados (e com a presença da banda, é claro) em maio deste ano na Galeria Olido na capital paulista. Além de várias imagens de shows, o mais legal do filme é que a história desses 30 anos é contada desde os primórdios até hoje em dia (sic!) pelos próprios ex e atuais integrantes. Emocionante sim ver como uma banda que nem sabia direito o que era um

baixo, pegou latas na rua para montar a primeira bateria, fez, depois de inúmeras tours pela Europa, um show histórico no Hangar 110 (São Paulo/sP) em 2007, para comemorar as 3 décadas de estrada. Além da passagem pelo clássico e já extinto palco do CBGB em Londres e quando em 92 dividiram o palco com Jello Biafra (vocal do Dead Kennedys) e Sepultura em outro show memorável aqui em São Paulo. Nada cansativo, os depoimentos rendem muitas risadas especialmente do Jão (guitarrista) - único membro da formação original - que conta de forma hilária fatos como a matéria escrota do Fantástico sobre o festival ‘O Começo do Fim do Mundo’, que reuniu vinte bandas no Sesc Pompéia, em São Paulo, se tornando um marco do movimento no início dos anos 80, até sua missão de tirar o Jabá (ex-baixista) da banda. Goste ou não, conheça ou não, o mínimo que você tem que ter é respeito a uma trajetória de 30 anos de Punk Rock vividos com muitos excessos, é verdade, mas construída disco a disco, passo-a-passo, a cada video clipe, a cada projeto que a banda desenvolve e se envolve em cada detalhe e, mais importante, na raça, na vontade de viajar, curtir, fazer um som e, sem almejar desesperadamente nada disso, ser uma das maiores bandas do Brasil. Fique ligado no site oficial da produtora para ver novidades e outras datas do filme: www.blackvomit.com.br E se tiver a oportunidade, não perca! por Andréa Ariani | ariani.is.andrea@gmail.com


KAMAU Natural da Zona Norte de SP, o MC Kamau a muito vem chamando a atenção com suas rimas inteligentes e bem sacadas, seja no grupo onde começou (Consequência) seja na carreira solo. Batemos um papo com esse inquieto músico paulista que nos contou detalhes sobre o novo cd (‘Non Ducor Duco’), influências, perdas de amigos, parceria com o Instituto entre outros assuntos. por Manu Henriques

Salve Kamau, tudo na paz? Cara, queria começar te parabenizando pelo CD que ficou fodasso tanto na parte técnica quanto nas rimas e convidados. Pimeiramente, de onde partiu a idéia do título ‘Non Ducor Duco’ (‘Não Sou Conduzido, Conduzo’, tradução do lema da cidade de São Paulo)? E aproveite pra dar uma geral sobre a produção desse CD. A idéia do título vem da minha relação com a cidade mesmo. Não consigo ficar muito tempo longe de São Paulo. Essa cidade é minha inspiração maior e me faz ser o que sou.

E esse lema também se aplica ao momento de minha carreira. Desde o começo eu trabalhei com grupo: Consequência, Simples, Central Acústica, Academia Brasileira de Rimas, Instituto. E esse disco marca pra mim uma “nova direção”. Demorei um ano e meio pra fazer o disco, desde a primeira vez que entrei no estúdio pra gravar. A maioria das participações e produções surgiram naturalmente, por afinidade. Procurei quem melhor se adaptava aos temas que eu tinha. Agradeço por cada um com quem tive a oportunidade de trabalhar e, principalmente, ao Vander Carneiro pela paciência e dedicação ao trabalho, ao Dj PR!MO por ser um mentor durante todo o processo e ao Rodrigo Bocão por registrar e acompanhar todos os momentos. Sobre as participações, você trabalhou com vários artistas como Thalma de Freitas, Parteum, KL Jay, entre vários outros. Como foi esse processo? Foi muito natural o convite pra cada um deles. E fico feliz de poder contar com eles em cada faixa. Eu chamei quem eu achava adequado pra cada música, pra realmente adicionar ao conteúdo. Cada produção, cada rima, cada refrão foi minuciosamente pensado pra cada voz, cada batida.


Gostaria que você falasse um pouco do Dj PR!MO. Com certeza foi uma perda muito difícil pra você. Com algumas pessoas eu tenho uma afinidade quase automática. Com o PR!MO foi assim desde o primeiro momento em que conversamos. Sempre quisemos trabalhar juntos e esse momento se apresentou. Demoramos pra começar mas quando começamos parecia algo que já acontecia há tempos. Me sinto honrado em trabalhar com o PR!MO e de certa forma ainda trabalhamos juntos e trabalharemos sempre. Valeu DJ! Numa época como hoje, onde muitos pregam o fim do cd, você lançou um trampo independente bem produzido tanto no som quanto na parte gráfica. Você ainda acredita nesse formato? Existem planos para um lançamento em vinil? Pra lançar o álbum que eu lancei, do jeito que lancei, tenho que acreditar e muito. Um disco em Digipack hoje em dia é privilégio/investimento de poucos. Nem as grandes gravadoras lançam artistas novos nesse formato para baratear os custos e aumentar a margem de lucro. Mas lançar um disco assim era um sonho pra mim. Eu tinha metade do caminho andado e consegui chegar ao final com 99% de êxito. Esse 1% me motiva a continuar caminhando nessa direção. Investi também na parte técnica das músicas pois não podia andar pra trás. E queria ouvir minhas idéias da melhor forma possível.


Fiz o melhor com o que meu suor e vontade puderam pagar. E continuarei fazendo. Quer que eu acredite mais que isso? Quanto ao vinil, é uma parte desse sonho Capa do álbum “Non Ducor Duco” também. Mas com o fechamento da Polysom e a aquisição da fábrica pela Deckdisc, tudo ficou mais difícil. O frete pra importar vinil é absurdo. Mesmo que consigamos fazer por lá, fica difícil de trazer. Mas não desisto. Eu já vi você tocando em Brasília duas vezes, uma em 2006 no Conic e outra a pouco num lance onde também tocou “O Eremita”, e ambos foram da hora. Como tem sido a tour de divulgação do cd novo? Tenho ido a alguns lugares que já visitei, mas agora com meu show solo propriamente dito. Não tem grandes viagens. Os shows estão aparecendo agora no segundo

semestre. Parece que vai ser melhor agora. Mas já fui pra alguns lugares como Curitiba, Floripa, Brasília, Goiânia, Rio de Janeiro e quero voltar a alguns lugares e conhecer outros. E o “Consequência” cara, como está? O projeto ainda existe ou agora a parada é só carreira solo? Estou bem focado na carreira solo e, pelo que sei, Sagat e Ajamu estão também cada um com o seu. Mas acima de tudo eles são meus amigos pra sempre. Cara, sei que é uma pergunta clichê, mas todo músico ou fã de música gosta de saber o que o outro está ouvindo. Como não sou diferente, manda aí, o que você tem ouvido atualmente e quais suas influências iniciais na música? Tenho escutado muita coisa. O mundo influencia na minha música. Mas ultimamente ouço muito o rap feito em Detroit: Elzhi, Invincible, Finale, Black Milk. Tenho ouvido uns instrumentais do Afta 1, Devon who, Mndsgn e Elaquent (valeu Bidu). E ouvi melhor esses dias o album ‘Place 54’ do grupo francês Hocus Pocus. E ouço regularmente A Tribe Called Quest, De La Soul, Little Brother, Emicida, Racionais, Mzuri Sana, Parteum.


Kamau, desde já agradecemos pela entrevista, novamente te parabenizo pelo cd e o espaço é seu para as considerações finais. Esperamos você aqui no Triângulo Mineiro! Fortaleçam todo e qualquer movimento em que vocês acreditam. Ainda mais se forem iniciativas independentes. Parabéns ao Páginas Vazias e obrigado pelo espaço para divulgar meu trabalho. Parafraseando Invincible: “You want a classic? You gotta wait for it. (Você quer um clássico? Tem que esperar por isso). Foto: Jozzu

Você já conhecia o Páginas Vazias? Tem ou já teve algum envolvimento com fanzines/webzines? O que acha de iniciativas como essa? Não conhecia o Páginas Vazias. Eu nunca tive envolvimento com fanzines ou webzines mas trabalhei na revista CemporcentoSKATE por 2 anos e fui colaborador do site Bocada-Forte por algum tempo. Acho bem válida a difusão da informação por pessoas que buscam onde quer que essa informação esteja. E esse é o papel dos fanzines/webzines ao meu ver. Espero que mais pessoas apareçam com informações e opiniões pertinentes que realmente acrescentem e não seja um reflexo menor do que já acontece em grande escala.

You want good music? You gotta support it. (Você quer música boa? Então tem que apoiá-la). You want change? Its a daily choice. (Você quer mudança? É uma escolha diária). You want a dope show than yall should make noise! (Você quer um bom show então deve fazer barulho!).

Myspace: http://www.myspace.com/kamau76 Twitter: http://www.twitter.com/planoaudio


por Ana Paula Rios

UMA DISCUSSÃO PERTINENTE Em julho de 2006 parou em minhas mãos uma revista VEJA edição especial sobre a década de 80, mais especificamente a edição 1.111 ano 22 - n°51 de 31 de dezembro de 1989. Ela continha uma matéria intitulada ‘Foi bom ter estilo’ se referindo a moda nos anos oitenta. Lê-la na época me fez refletir sobre um texto de Adorno chamado, ‘Indústria Cultural - O esclarecimento como mistificação das massas’. A notícia da morte do Michael Jackson me fez lembrar dessa matéria. Vocês entenderão o porquê. “Adeus utopias das tribos contraculturais que pretendiam acabar com a sociedade de consumo. Bem vinda vida real, o aqui agora onde há consumo para todos os gostos.” (Revista Veja). Lendo trechos como esse, não deixo de pensar no papel da imprensa como formadora de opinião. Temos no Brasil uma mídia corporativista que manipula informações, dita estilos de vida e comportamentos de acordo com o interesse de uma elite. Num país de analfabetos, logicamente se lê pouco. Então questiono: Há real interesse em que a maioria da população tenha senso crítico? De repente, lembro do filme ‘O Show de Truman’, em que o personagem principal tem sua vida manipulada em prol do show bussiness. A redoma aqui fora é muito maior e estamos todos envolvidos nela. Somos manipulados o tempo todo! Os que percebem tal realidade são rapidamente rotulados de contraculturais e utópicos, numa manobra de desqualificar a opinião desse grupo e impedir que contamine a maioria.

O que poderia acarretar na perda do controle já que o consumismo é próprio do capitalismo selvagem. Mas falando sobre moda - que na verdade é reflexo do momento histórico vivido - a revista começa discutir sobre estilo. “Ter estilo não é para qualquer mocorongo. Dá trabalho medonho ter estilo. É preciso estar permanentemente atento a nuances quase invisíveis. Nas roupas, é preciso muita atenção, preocupação, tensão mesmo, para conseguir acertar no mais elaborado do estilos (...) convém prestar atenção aos tênis, por exemplo. Eles deixam de ser um pedaço de lona numa sola de borracha para se multiplicar em dezenas de marcas e modelos. Qual deles tem estilo?”(Revista Veja). Fazia tempo que não lia nada tão infame! Estilo não se trata disso. É pra qualquer um, pois se trata de afirmação de personalidade. Estilo é autoconhecimento: valoriza o que você tem de melhor com peças que lhe favorecem. A diversidade de modelos do calçado se dá justamente pela variedade de estilos. Estilo é pessoal! “(...) tudo que caiu no gosto popular nos anos 80 rapidamente deixou de ter a aura do estilo para a elite. Nessa dinâmica, os artistas tiveram de se dedicar ao contorcionismo mais exagerado. Michael Jackson fez tantas cirurgias plásticas e usou roupas tão escalafobéticas que conseguiu se manter na onda.”(Revista Veja). A história vem mostrar os estragos que o sucumbir à ditadura da mídia e da moda unido a uma mente atormentada são capazes de fazer. Ter estilo é atitude. É vestir a camisa do que se é e viver bem consigo. A moda hoje mais do que nunca está libertária. Não há mais espaço para rótulos e imposições. O seu estilo não está... É moda! Ana Paula Rios é artista plástica, professora do curso de Design de Moda da Unitri, designer da marca Ateliê Halo, produtora de moda e cultural e integrante do Coletivo de Moda Goma.


LeitURA

VERDADES & MENTIRAS

Gênero: Contos Autora: Carol Teixeira Editora: L&PM Edoitores

Leio muitos fanzines, revistas, notícias... mas livros mesmo eu nunca tive o hábito. Mas essa seção aqui vem me ajudando a melhorar essa situação e tenho descoberto muitas coisas boas na literatura brasileira. É o caso de ‘Verdades & Mentiras’, da autora porto-alegrense Carol Teixeira. O livro é dividido nas duas partes do título, sendo a primeira uma seção de relatos de fatos da vida da autora e a segunda parte, que é menor, trazendo crônicas bem picantes e com um leve toque de humor. É uma leitura bem fácil, bem agradável, aquele tipo de livro que você abre em uma página qualquer e lê, sem ter que necessariamente seguir uma ordem. O grande destaque, na minha opinião, fica por conta da primeira parte, Verdades (?). O modo como Carol Teixeira retrata fatos “normais” como ir a um jogo de futebol, ir ao teatro, ou o simples fato de se olhar no espelho, tem uma grandeza, uma mistura de sentimentos e percepções que te faz parar e pensar: “nossa...isso parece ser tão simples, acontece com todo mundo e nunca parei pra pensar o quanto isso é interessante”. Eu li esse livro em uma viagem que fiz com os meus pais, recentemente, algo que não fazia a anos. Foi um fim de semana bem diferente da minha rotina normal, e com hábitos bem diferentes do meu cotidiano. Não sei se isso acabou sendo uma influência pra eu ter me identificado tanto com esse trabalho. O que sei é que eu não conseguia parar de ler. Enfim, como disse, não sou um leitor assíduo e não sei se consegui me expressar bem aqui...acho que não. Pra ajudar, deixo aqui um trecho da sinopse do livro: “(sobre a autora) conduzindo o leitor na ponta dos dedos e dos pés ao longe de uma passarela (que pode ser de uma São Paulo Fashion Week ou uma dessas que terminam na frente de uma rodoviária) cheia de surpresas e de reviravoltas.” O que interessa é que curti muito ler esse livro. Experimente! Para mais infos acesse: www.carolteixeira.com.br por Marco Henriques


BOAS NOTíCIAS

dos primeiros a falar sobre este assunto foi, Norman Vincent Peale autor de O Poder do Pensamento Positivo, em 1952, onde dizia: “Mude seus pensamentos, e você mudará seu mundo”.

Salve galera que acompanha o Fanzine Páginas Vazias, venho em paz trazendo boas notícias a todos que querem novos horizontes e novas perspectivas em suas vidas. Confesso que a algum tempo atrás tinha uma visão equivocada a respeito de muita coisa, uma visão muito crítica a respeito de tudo, não que isso seja errado, mas somente a crítica não nos permite evoluir, muito menos colaborar para evolução alheia.

Como já dizia um dos maiores sermões bíblicos, “a fé move montanhas”. Isso nada mais quer dizer que se você acredita verdadeiramente em alguma coisa, com fé, isso se tornará verdade, mesmo que seja uma verdade para si próprio, não deixará de ser uma verdade maior que muitas falsas verdades impostas por mecanismos sociais e culturais, que só visam benefícios próprios e esquecem o indivíduo dentro de seu próprio ser.

Ultimamente tenho utilizado minhas criticas em meu próprio favor, buscando entender a melhor forma de empregarmos nosso pensar, e conseqüentemente nosso agir. Encontrei muita coisa a respeito de um ensinamento difundido em muitas culturas e religiões (cada uma a seu modo) que vem ganhando simpatizantes em todo mundo, se trata da força do pensamento positivo, confesso que como não podia deixar de ser, fiquei com um pé atrás, porque há muita magia ligada à maioria dos textos sobre tal assunto, e mágica nós sabemos que não existe. Acontece que o dia a dia nos prova o contrário quando nos deparamos com incríveis relatos de grandes mudanças decorrentes de uma nova forma de se pensar, digo por mim inclusive. Já faz algum tempo que escritores e profissionais de diversas áreas publicam artigos e textos sobre este tema. Um

A mensagem que gostaria que fosse assimilada por todos os leitores deste texto é que tenham fé, que acima de tudo que leiam, vejam ou escutem, acreditem em vocês mesmos, na sua própria força, e sua realidade será transformada em seu próprio benefício. Se este texto o tiver feito refletir sobre o pensar positivo, ou ao menos tiver lhe arrancado um sorriso mesmo que sereno ou sarcástico, minha tarefa foi cumprida. Antes isso que raiva, crítica ou qualquer linha de pensamento pessimista infundada.

por Flávio Costa | flaviomiolo@gmail.com

Recicle suas idéias!


pra

Palavras

Pensar por Mariana Borges

Bizinotto

Amor: o sentimento mais lindo!? Por que sofremos por amor? Por que sofremos por um sentimento tão lindo? E nós o valorizarmos tanto, é justamente o que faz dele o sentimento mais lindo. Só agora entendo a relação entre beleza e felicidade.

Dúvida Que dúvida é essa! Que troca a vida pela pressa. Atormenta até a alma E tira a calma Que um dia nasceu em mim, Deixando-a vagar À harmonia de um ínterim. Mariana Borges Bizinotto é poetisa e graduanda em Artes Visuais pela Universidade Federal de Uberlândia. Atualmente publica seus trabalhos poéticos de variados temas e pontos de vista no blog Reflexos da Existência Humana: http://poesiamarianabizinotto.blogspot.com Contato: mariana.mary_anny@yahoo.com.br



Arte por Daniel Cacciatore Angelucci, a.k.a. Danielone. Formado em Desenho Industrial mas criado pela escola do graffiti, do Rock e do skate, tem como principais influências Jim Philips, Pushead e Billy Argel. Faz estampas para marcas de skate e surf e seus quadros podem ser vistos na galeria Choque Cultural, em São Paulo. Também é vocalista das bandas Presto? e R.H.D. www.flickr.com/danielone


Festival Jambolada amplia conceito em 2009 Por Victor Maciel

Não é segredo para ninguém que a indústria fonográfica tem passado por profundas mudanças nos últimos anos. A popularização da Internet enquanto mecanismo de divulgação de materiais e, mais do que isso, como um instrumento de aproximação de agentes independentes desta cadeia produtiva, tem tornado possível a construção de novos paradigmas para a produção cultural.


No Brasil, este fenômeno não deixa de ser diferente, mesmo com as proporções continentais do país. A propósito, distâncias territoriais que a própria Internet trata de eliminar. Acontece que as reconfigurações do mercado fonográfico brasileiro passam por um movimento silencioso que a cada ano passa a ocupar mais espaços e a fazer mais barulho em todos os cantos do país (TODOS mesmo!). Este fenômeno inevitavelmente facilita os segmentos independentes da música, à medida que termos como “trabalho em rede”, “coletivismo” e “associativismo” se encontram cada vez mais em voga. No Brasil, a aplicação destas filosofias de trabalho tem possibilitado nada menos que um amplo e intenso processo de organização da cena musical independente, algo cada vez mais visível com o surgimento de novas rotas de circulação de bandas, casas de shows, mídias, selos e, principalmente, festivais, momentos nobres em que todos os agentes produtivos da música independente se encontram massivamente num mesmo tempo e espaço.

Jambolada - Edição 2008

Uberlândia tem participação fundamental nesta história. A cidade é um dos principais pontos no mapa do Circuito Fora do Eixo, rede de intercâmbios e trocas de tecnologias de produção que atualmente conecta cerca de 40 coletivos em todas as regiões do país. Além disso, a cidade já conta com selos, blogs, zines, casas de shows e festivais que dão um suporte firme para sua cena independente.


No entanto, em cinco anos, o Jambolada cresceu a olhos vistos.

Macaco Bong no Jambolada - Edição 2008

A grande vitrine desta cena, o Festival Jambolada, chega este ano à sua quinta edição como um dos principais eventos da música independente brasileira. Um dos fundadores da Abrafin – Associação Brasileira de Festivais Independentes – o Jambolada ainda é jovem comparado a clássicos como Goiânia Noise (GO), Abril Pro Rock (PE) e Porão do Rock (DF), todos com mais de dez edições na bagagem.

Da primeira edição, em 2005, com um público total de 600 pessoas e 10 bandas em dois dias, o festival chega a 2009 consolidado como o maior festival independente de Minas Gerais, com uma grade e um conceito ampliados, contemplando outras manifestações artísticas como o cinema e a literatura. O Festival este ano une dois coletivos locais em sua produção – Goma e Valvulado – além de mobilizar várias outras entidades e iniciativas culturais da cidade e do estado em suas diversas frentes de atuação, como o Congresso Fora do Eixo Minas, a Feira JamboMix e o Cine Jambolão. Mantendo a proposta de catalisar e estimular o crescimento da cena musical autoral da cidade, o Jambolada mantém o sistema de Prévias Seletivas, reservando duas vagas de sua grade aos classificados neste processo, destinado exclusivamente às bandas uberlandenses que nunca se apresentaram no Festival. As Prévias


Jambolada acontecem no fim de agosto no Goma Espaço Cultural, num fim de semana em que dez bandas pré-selecionadas se apresentarão. Aos interessados, o edital está disponível no hotsite: www.jambolada.com.br

INSCREVA SUA BANDA PARA A SELETIVA! Para as bandas que desejam se cadastrar para as seletivas, basta enviar o material abaixo para o e-mail: jambolada@gmail.com - release - 2 fotos da banda - links para ouvir as músicas e ver vídeos (myspace, trama virtual, you tube, etc...)

10 a 13 de Setembro

Acrópole - Uberlândia

2009

As inscrições ocorrem até o dia 20/08, e os shows das prévias ocorrerão nos dias 28 e 29 de agosto, no Goma Espaço Cultural.

- MG


CHANT AND BE HAPPY

The London Radha-Krishna Temple (George Harrison)

Por Eliton Tomasi

Esse álbum não é apenas o reflexo de um movimento [Hare Krishna] ou da orientação espiritual de George Harrison. Esse álbum representa toda uma época. Uma época onde o Rock tinha um significado maior do que ser apenas um produto de consumo. Uma época onde as pessoas que apreciavam Rock também clamavam por paz e amor. Muita coisa mudou desde então, porém, outras são imutáveis. Lançado em abril de 1970 pela própria Apple Records [gravadora dos Beatles] e produzido por George Harrison, Radha Krishna Temple era um álbum que trazia canções devocionais vaishnavas [cantadas por devotos de Krishna] com o próprio Harrison tocando guitarra, baixo e harmônio. Os demais músicos que o acompanham são os próprios devotos de Krishna do Radha Krishna Temple de Londres: Tamal Krishna Goswami na flauta e Harivilas Oud, Yamuna, Jivananda, Lilavati, Yogesvara nos vocais, mrdanga e kartals. Para orientação, essas canções devocionais, também conhecidas como bhajans, são cantadas para purificação

e realização espiritual. A mais conhecida entre elas é o mantra Hare Krishna (maha-mantra) - Hare Krishna, Hare Krishna, Krishna Krishna, Hare Hare, Hare Rama, Hare Rama, Rama Rama, Hare Hare – e são cantadas e tocadas com ritmos e instrumentos indianos. Depois de ter tocado sitar em Help! e de ter ganho um livro sobre Hinduismo numa praia nas Bahamas, George Harrison começou a se interessar por filosofia oriental e misticismo – As 2 versões de capas do álbum. o que o levou a viajar pra Índia e conhecer pessoalmente o grande mestre de sitar, Ravi Shankar. Em 1967, quando os Beatles estavam lançando o seminal Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band, George conheceu o guru indiano Maharish Mahesh Yogi. Mais tarde no mesmo ano, George levou todos os outros três Beatles até Rishikesh, na Índia, para que eles também conhecessem o guru que era especialista em técnicas de meditação. George Harrison já era um simpatizante do Movimento para


a Consciência de Krishna quando conheceu o seu líder, A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada. Mas foi somente em 1969 que a relação entre George e o movimento de Prabhupada se estreitaram ainda mais. George, Paul e Linda McCartney e o baterista Ginger Baker [Cream] juntamente com o Radha Krishna Temple gravaram nos próprios estúdios da Apple uma versão para o maha-mantra ‘Hare Krishna’ e a música ‘Govinda’. Ambas foram lançadas como singles e tocadas a exaustão nas rádios naquela época. Também permaneceram por muito tempo na primeira posição dos charts europeus e asiáticos. O líder do movimento, Swami Prabhupada, passou a admirar bastante George Harrison. Num dos encontros entre os dois, quando George perguntou a Prabhupada se ele deveria raspar a cabeça e passar a freqüentar um templo Hare Krishna, Prabhupada respondeu que George poderia fazer mais por Krishna se continuasse sua carreira de músico. E depois de ter ajudado os devotos de Krishna a gravar o álbum completo que mais tarde seria conhecido como ‘Chant And Be Happy - The London Radha-Krishna Temple’, George gravaria em 1971 o álbum ‘All Things Must Pas’s que reuniu dois clássicos de sua carreira-solo – ‘My Sweet Lord’ e ‘Living In The Material World’ – que foram inspirados nos ensinamentos de Prabhupada, assim como a ‘Here Comes The Sun’, do

Abbey Road, dos Beatles. George Harrison teve uma importância seminal na difusão do Movimento para a Consciência de Krishna no ocidente. Aliás, Bhaktivinoda George Harrison e devotos de Krishna britânicos Thakur, o primeiro mestre a disseminar os ensinamentos da cultura vaishnava, fez uma previsão entre o final do século 19 e começo do século 20, de que um dia o maha-mantra e as canções devocionais de Krishna seriam cantadas em todo o mundo a partir de ritmos e línguas locais. George Harrison foi providencial nesse sentido. Prabhupada, quando ouviu pela primeira vez a versão de George Harrison para ‘Govinda’, caiu em lágrimas e ordenou que a música fosse tocada todas as manhãs em todos os templos Hare Krishna do mundo. Isso é feito até os dias de hoje. Seja você um devoto vaishnava, fã dos Beatles ou apenas apreciador de boa música com vibrações positivas, ‘Chant


And Be Happy - The London Radha-Krishna Temple’ é um disco que você precisa ouvir. Não é difícil de encontrar para venda e nem para download. George Harrison e devotos de Krishna britânicos Se lhe interessou, dê preferência para a versão canadense do álbum que ainda traz como bônus a faixa ‘Prayer to the Spiritual Masters’ que nada mais é do que o registro de uma conversa entre George, John Lennon e Yoko Ono com o Swami Prabhupada gravada em setembro de 1969 na mansão de Lennon no Tittenhurst Park, na Inglaterra. Inclusive já há um o livro que traz essa conversa transcrita - ‘Em Busca da Liberação’. HARE KRISHNA.

‘Chant And Be Happy - The London Radha-Krishna Temple’ (Todos os arranjos por Mukunda Goswami)

1 - ‘Govinda’ (4:43) 2 - ‘Sri Guruvastak’ (3:12) 3 - ‘Bhaja Bhakata-Arotrika’ (8:24) 4 - ‘Hare Krsna Mantra’ (3:33) 5 - ‘Sri Ishopanishad’ (4:03) 6 - ‘Bhajahu Re Mana’ (8:53) 7 - ‘Govinda Jai Jai’ (5:57) Bônus versão canadense: ‘Prayer to the Spiritual Masters’ (3:59) Eliton Tomasi é produtor cultural e jornalista, diretor da SOM DO DARMA Produção e Comunicação em Cultura que presta serviços de empresariamento, booking e assessoria de imprensa para bandas e músicos independentes. Contatos: eliton@somdodarma.com.br www.somdodarma.com.br


“Qual é? Qual foi?

Por que você tá nessa?”

aqui no grande Páginas Sim, esse nome esdrúxulo batizará minha coluna a ‘Florentina’ do cantor músic da o retirad foi , mesmo isso Sim, . Vazias que nem vai saber. e humorista Tiririca. Lógico que ele não sabe. Acho tas resumem pergun 3 Essas á?). ...(ser gostar vá Se souber, acredito que istados responderão bem o mote dessa coluna. A cada edição, 4 entrev e/ou diferenças de a mesma pergunta. O intuito? Traçar semelhanças rar a seção, os inaugu Para round. underg ento movim nosso Norte a Sul de round, sendo underg banda uma em r insisti que músicos. A pergunta é: por o ou rentabilidade que a chance de alcançar algum tipo de sucess por Fellipe CDC - fellipecdc@yahoo.com.br é praticamente nula?

“É o famoso amar aquilo que se faz. Com o tempo, isso acaba fazendo parte já do seu estilo de vida. Não me imagino (pelo menos no momento) saindo da cena independente e do meio underground que o cerca.” Jayme José Pontes Neto (“Katarro”), banda Delinquentes (23 anos na ativa).

“Na verdade, não tocamos por fama ou por dinheiro. Manter uma banda por vinte anos sem ter retorno financeiro pode ser uma incoerencia para quem está de fora, mas para nós não é, ao longo de toda essa trajetória conhecemos muitas pessoas, fizemos muitas amizades, conhecemos muitos lugares e isso não há dinheiro no mundo que pague.” Amaudson Ximenes, guitarrista e fundador da banda Obskure e da Associação Cultural Cearense do Rock.

“O amor a música pesada, o compromisso com uma ideologia e um estilo de vida, a satisfação de fazer algo fora da alienação, do lugar comum. A possibilidade de conhecer lugares, culturas e pessoas de diferentes crenças e pontos de vista. A forma de expressar sentimentos, de questionar, negar, apoiar...enfim, passar uma menssagem, incentivar as novas geraçõs no caminho da reflexão e da livre escolha! Isso é o que mantém a AÇÃO DIRETA na estrada, em atividade total!” Gepeto – Ação Direta

“Cara, banda para mim significa algo muito, mais muito além de qualquer possibilidade de sucesso ou renda. Penso que quando qualquer moleque monta uma banda, estará sonhando com sucesso, mulheres, grana, essas coisas glamurosas que vemos nos filmes. Mas a vida real é foda e logo ficamos juntando moedas para ensaios, passagens... Tocando em roubadas, em esquemas fortes com muita grana (onde nem sentimos o cheiro da grana que tá rolando) ou quando somos destratados por querermos garantia de qualidade de som e público, aí nos rotulam de posers, mas quando entramos no DiY, ninguém depois do evento (exceto os que estão de corpo e alma) se habilita a colher uma lata jogada ou papel, como forma de contribuir para a cena. E como somos um exemplo raro do exercício da liberdade, aceitamos todos as manifestações (quase todas) possíveis durante nossos eventos. Para a gente, tocar hoje, sobretudo, é pura diversão. Gilmar Batista dos Santos. Banda ARD.


No Bate-Bola dessa edição temos Enid Williams, baixista da clássica banda inglesa GIRLSCHOOL, fundada em 1978 e na ativa até hoje fazendo rock do bom! por Manu Henriques Os primeiros anos do Girlschool: Kim e eu começamos a tocar juntas em 1975 em uma banda chamada Painted Lady e quando as outras integrantes se juntaram a banda em 1978 nós mudamos o nome para Girlschool. Nós viajamos bastante e fizemos um single que tocou várias vezes na radio. Daí o Lemmy (Motorhead) ouviu e nos convidou a entrar na Overkill Tour no ano seguinte, com o Motorhead. Assinamos com a gravadora e empresário deles e gravamos nosso primeiro álbum, ‘Demolition’. O álbum ‘Legacy’: Todas as integrantes compuseram músicas e há muitas influências diferentes. Quando ouvimos as músicas elas pareciam faixas de todos os álbuns nossos feitos nos últimos 30 anos mas ainda assim com uma energia nova. E claro, foi uma homenagem por começarmos a primeira banda feminina de Rock pesado e também aos anos iniciais com a Kelly. Nós temos muito orgulho desse disco e para muitas pessoas é o nosso melhor álbum desde ‘Hit and Run’.

As participações especiais no álbum Tony Iommi, Dio, Clarke, Lemmy, Ojeda e Campbell: Todos os convidados são pessoas que trabalharam com a gente várias vezes durante esses anos. Nós começamos a gravar o álbum e mandamos alguns e-mails para alguns músicos que Capa do álbum ‘Legacy’ conhecíamos e simplesmente deu certo. Alguns vieram ao estúdio, outros gravaram em seu próprio estúdio e mandaram pra gente. É muito foda ter músicos que a gente admira tocando nossas músicas. Baixistas preferidos: Eu gosto muito de baixistas de Funk mais antigos e também de Neil Murray, foi brilhante tocar com ele em ‘Whole New World’. Primeiro álbum que você comprou: T.Rex, ‘Electric Warrior’ Lemmy (Motorhead): É um ícone! Brazilian music: Não conheço muito do rock e metal brasileiro, apenas um pouco de samba. Nos indique algumas boas bandas! A banda Girslchool: Girlschool representa fazer o que você quer fazer e não deixando ninguém te falar o que não pode fazer. Futuro: Em novembro nós entramos em turnê com o Motorhead e estaremos lançando um dvd ao vivo no fim do ano.

www.myspace.com/girlschool1


Novo de novo Por Estéfani Martins | opera10@gmail.com sambluesoul.blogspot.com | idearium.com.br

Versões de músicas consagradas já proporcionaram a humanidade momentos únicos tanto de horror tacanho e descartável como de prazer estético incomparável. Exemplificam a primeira tradição, as versões de gosto duvidoso de sambas históricos assassinados pelas interpretações de Emílio Santiago e Simone. Do outro lado, merecem honrosa lembrança as muitas versões inspiradas de velhos blues interpretados por bandas como Rolling Stones, Canned Heat, Cream, etc. Outra lembrança imediata é a versão do clássico ‘Maracatu Atômico’ do trovador moderno Jorge Mautner orquestrada pela banda símbolo do Manguebeat Chico Science e Nação Zumbi, ou ainda a versão de ‘Bullet The Blue Sky’ do U2 feita com a dureza e a potência do Sepultura, que, aliás, deu mais consistência à música do que seus autores conseguiram. Vale lembrar também as versões do Metallica feitas pelo ótimo quarteto Apocalyptica, especialmente a já antes belíssima ‘Fade To Black’, que ganhou uma versão irretocável, sem dizer nas versões arrebatadoras de ‘Master Of Puppets’, ‘Seek And Destroy’, entre outras. Outro grande momento em que músicas já excelentes foram reinventadas por obra de gênios como Elis Regina e Hermeto Pascoal foi no Festival de Montreaux, em 1979, quando eles deram cores novas a clássicos da música brasileira com interpretações maravilhosas e no improviso de ‘Corcovado’,

Coluna de um ouvinte dedicado da música negra. Aquela... que pariu o rock que forjou o metal pesado com que se fez – bem no centro do que é rápido e visceral - o som feito morte, feito pancada, feito demônio, feito lixo, feito tristeza que nos fez e nos faz ficar batendo cabeça pelas quebradas.

‘Asa Branca’ e ‘Garota de Ipanema’. Sobre o mesmo tema, sempre ficava desconfiado de versões que muito modificaram especialmente o estilo original da música, mas tenho ficado surpreso com pancadas como ‘Killing In The Name’ da sempre saudosa banda Rage Against the Machine, reinterpretada pelo inventivo grupo The Apples; ou ‘War Pigs’ e ‘The Wizard’ do eterno Black Sabbath, ou a quebradeira total do clássico ‘Moby Dick’ do Led, ou ainda ‘Crostown Traffic’ do deus Jimi Hendrix e ‘Helter Skelter’, do álbum branco dos Beatles convertidas em petardos funk pela excelente e criativa banda Bonerama. Enfim, versões ou regravações são formas de sentirmos novidade no que se imortalizou pela qualidade e pela atemporalidade e, assim, ficamos com dois ou mais olhares sobre uma mesma obra. Claro que isso pode também servir como caça-níqueis ou mesmo como “solução” para a falta de inspiração sempre a espreita até de grandes bandas. Entretanto, esses são os riscos necessários de se lidar com a novidade, especialmente quando o novo visita a maravilha dos velhos e monumentais long plays na estante. Estéfani Martins, professor de Redação e Atualidades do INEICOC, coordenador da CCCult, produtor cultural, gaitista amador, palestrante nas áreas de cultura e multimeios.


O Som do Bico da Galinha Uma visão totalmente pessoal da cena rock no Triângulo Mineiro (1980 - 2008) - Parte 8

Por Manu Henriques

Capítulo 26 – O clássico “entra-e-sai” Ao meu ver são inúmeros os fatores que levam músicos a entrarem e saírem de bandas, mas com certeza o fato de vivermos num país onde o incentivo a cultura é algo digno de piada agrava um pouco mais o quadro geral. Porém deixemos de lado questões sócio-econômicas pois esse é um texto sobre música... Na minha trajetória até aqui foram inúmeras as vezes que tive que lidar com isso e creio ter adquirido uma certa vivência nesse tipo de situação. Na maioria dos casos a harmonia em formações musicais está sempre a um fio de ser quebrada devido a pontos de vista diferentes, intolerância, ansiedade etc (em especial nas bandas que demandam maior “amor a camisa” como as de rock pesado). Eu passei por várias situações como essas e prometi a mim mesmo limar dos releases/biografias (e da minha mente se possível) os motivos dos entra-e-sai de integrantes nas bandas que toco/ toquei, inclusive quando quem saiu ou entrou fui eu mesmo. Fora raras exceções que realmente merecem ser mencionadas

(e assim o tenho feito desde que comecei esse texto), na grande maioria das vezes é só conversa pra boi dormir... A real é que entre a simples desmotivação até o mais alto grau de desonestidade e mau-caratismo já vi de tudo nessa parada de música. Pra mim é algo normal, até banal em alguns casos, pessoas saírem e entrarem numa banda (mas confesso que em outras épocas também vi isso como um problema). Cada um vive uma fase, busca uma coisa, e as vezes o “timming” entre os integrantes de um conjunto não está batendo direito. Tem também o lado da “insuportabilidade recíproca” (ndr: termo insanamente inventado pelo autor) e quando isso rola não acredito em nenhuma outra solução que não seja a separação imediata e total (passar raiva é uma merda!). Engraçado como uma banda e um relacionamento amoroso são parecidos, não? Em todo caso o tempo de maturação na busca por uma formação ideal pode demorar (existe?) e quem estiver com pressa pode dar com os burros n’água, isso é certo. Depois de mais de 20 anos tocando em bandas hoje em dia tenho parceiros focados no mesmo


ideal que eu (no ponto de vista musical), o que torna a batalha diária de se fazer Rock no Brasil um tarefa mais amena. Porém em nenhum momento devemos ver tal situação como definitiva e sim fazer com que a mesma seja produtiva e “eterna enquanto dure”, como bem disse um velho sábio mineiro anos atrás. Essa harmonia também existia no Nuts, mas em meados dos anos 90 na parte do compromisso eram só 3 dos 4 integrantes que constavam pra que algo rolasse. Nosso baixista era um cara muito gente fina mas só queria curtir. Curtiu um pouco e saiu fora, sem problemas... Só pra constar, excelente músico e pessoa que hoje em dia mora no Japão (um salve Cezinha!). Mesmo momentâneamente sem baixista os ensaios e composição continuaram nos finais de tarde na chácara, sempre regados a cerveja, futebol e brincadeiras com os cães Collies do Paulo. Era final de 95 e o Mozart (colega do nosso vocalista no curso de Psicologia) assumia as 4 cordas do Nuts,

pouco antes de gravarmos nossa primeira demo. A noz seguia em frente... Capítulo 27 – ‘Racelifend’ e a primeira coletânea local A primeira demo do Nuts foi gravada no primeiro semestre de 1995 em Uberaba no estúdio ‘Mr. Som’, que infelizmente não é o homônimo da dupla Pompeu-Heros (Korzus) localizado em São Paulo, e se chamou ‘Racelifend’. O título nada mais era que a junção dos nomes das 3 músicas incluídas na mesma ‘Race’, ‘Modern Life, Idiot Life’ e ‘About The End’, e apesar da qualidade tosca da gravação todos gostamos do resultado. Tínhamos nossa primeira demo pronta numa época ainda distante da era do mp3, onde o esquema era mandar a velha fita cassete via correio. Logo conseguimos uma parceria com o Wilton da loja ‘Heavy Metal Rock’ de Americana (SP) que se interessou pelo nosso Metal groovezado e começou a distribuir a demo. Ele deu uma força legal fazendo até anúncios em revistas onde aparecia a capa (tosca, feita por mim) da nossa demo entre as novidades do catálogo da loja. Matérias legais também saíram em zines e revistas como a ‘Rock Brigade’, que numa ótima resenha definiu nosso som como sendo ‘pesado e carregado de personalidade’, o que realmente nos deixou bastante satisfeitos. A música ‘Race’ era mais


direta com vocais numa levada entre o Rap e o épico (referência clara a Faith No More), baixão dando a cara do som e letra do Paulo, grande fã de automobilismo, inspirada na morte do Aírton Senna. A segunda faixa ‘About The End’ vinha com um som mais experimental que particularmente sempre me lembrou algo do Rush, um pouco mais viajado, tendo até uns lances de sitar (sampleado) no refrão. Em especial o riff de entrada criado pelo Pacheco me trazia essa lembrança, claro que a música era mais pesada e não tão técnica quanto, mas sempre pensei no trio canadense quando ouvi ou toquei esse som. Fechando vinha a música ‘Modern Life, Idiot Life’ que começava meio funkeada mas logo descambava num Thrash Metal com coros fortes. No solo o Pacheco inseriu num determinado momento trechos de ‘Soul Sacrifice’ do Santana e ficou muito legal. O som acabava num doomzão a lá Sabbath numa levada mais descompromissada, quase no improviso (algo que o U-G já fez em músicas como ‘Couro Cru’ e ‘Prekol’). Parece estranho? Pode soar, mas o resultado era bem legal e em momento algum deixava de ser pesado. Na verdade essa música era a nossa preferida e devido ao refrão tipo ‘cantar-junto’ sempre esteve no set-list da banda. Logo após o lançamento da demo fomos convidados

pelo Denis (na época baixo e vocal da b a n d a Vento Livre e hoje vocalista da Outubro) a participar de uma coletânea com outras 3 bandas de Uberaba. Posso estar enganado mas não me lembro de nenhum outro cdcoletânea prensado de forma profissional com bandas do Triângulo antes desse, que por sugestão minha foi batizado de ‘Colcha De Retalhos’, já que era composto por 2 bandas de Pop Rock (Vento Livre e Defcon), uma one-girl-band de MPB (Rosana Caetano) e o Nuts. Pra piorar no encarte só tinha fotos das duas bandas Pop (sacanagem!) e sobre a gente só os nomes das músicas. Mas o lado bom era que agora tínhamos em mãos algumas cópias da nossa demo em cd (já que na maioria das vezes divulgava-mos via fita k-7) e resolvemos investir na mesma, porém acrescentando outra capa/encarte por nossa conta com fotos e letras do Nuts. As outras bandas iam como um bônus maldito hahaha. Nas fotos a gente aparecia como trio já que o Mozart nem chegou a esquentar o lugar no posto de baixista, saindo logo após nossa apresentação no


Festival Rock’n’Street em Uberaba. Esse festival foi um marco na cidade e falarei do mesmo mais a frente. Capítulo 28 –Bandas, lojas e butecos O burburinho de novas bandas fazendo som próprio a cada dia aumentava e na metade da década de noventa Uberaba começava a “esquentar” de novo a exemplo da época de bandas como o Kreddo, Asgard e festivais clássicos como o ‘Endless Curse’, que podem ser vistos como símbolos de uma fase bem efervescente do Rock-zebu dez anos antes. A galeria ‘Souk Marrakesh’ estava abrindo cada vez mais espaço para bandas autorais se apresentarem no pátio entre seus dois bares (um me lembro que tinha o singelo nome de ‘Flor Amorosa’), e além do Nuts outras bandas como Oiver May (nome foda!), Flowers e Troll passaram por lá nessa época de domingueiras Rock’n’Roll. Lembro inclusive do Edinho (Seu Juvenal) tocando por lá num show onde também tocou o Nuts. Nessa época ele tinha um projeto ao lado de um MC chamado Douglas batizado Neurônios. Era um lance bem legal pois tinha basicamente guitarra, voz e um toca-fitas com as bases gravadas num k-7. Tosco mas bem da hora e foi um dos primeiros (senão o primeiro) momento onde o Rap e o Rock se encontraram nos palcos da cidade. Sei que depois dessa

fase o Neurônios passou a contar com mais integrantes, entre eles o Tito (Seu Juvenal) e o Formiga (professor de capoeira do grupo Abadá) ambos tocando percussão. No Metal, além do valente Krofader que se mantinha firme na figura de seu vocalista Maurício “Desecrator” (hoje no Angel Butcher) rolava P.B.K (Psicho Brain Killers) fazendo um som mezzo HC mezzo Metal e Hell-Flame do Renato Coca-Cola que começava a plantar sementes profanas de Black Metal na cena local. No Punk/HC, com o fim do Kaostrofobia, o A.I.P. passava a ser o representante local acompanhado dos Donátilas Rosário e Larica Existencial (essas duas mais experimentais), e no Rap os Infratores do Sistema (que tinha Leozhotto e Bazaka nas rimas e Vouglas como b-boy) vinha com tudo. Mais pro lado do Hard além do Troll despontava o grupo Segundo Combinado, que era composto por ex-integrantes do Alkimia e tinha na guitarra o excelente Régis (vulgo “Rejão”) e no baixo seu irmão caçula Júnior (hoje nos Psicotrópicos e conhecido na área de Uberaba como Dj Junão, Agente Suicida, WRock Jr. entre trocentos outros nomes...). Nessa época inclusive eles chegaram a ficar entre os finalistas de um prêmio organizado por uma marca de cerveja que teve cobertura da revista Bizz e sairam num cd coletânea com vários outros grupos de todo país. O Junão assim como seu irmão sempre colavam na minha casa e desde então somos grandes amigos. Outro


cara que sempre topava era o Tito (ex-Domination), que tinha vindo do interior de São Paulo e depois de um tempo tocando percussão nos Neurônios passaria ao posto de baixista do Seu Juvenal (com a morte do baixista original, Juliano). Ele a despeito de mim e do Pacheco (guitarra do Nuts) era outro egresso da cena metal dos oitenta fazendo Rock pesado em Uberaba. Um ponto de encontro dessas e de várias outras bandas foi por muito tempo a loja de discos ‘Raru’s’, do batalhador Robinho, que sempre estava atualizada com as novidades em cd e vinil mas não descuidava dos clássicos e da seção de usados, além de camisetas e adesivos. O André Cabelo (ex-Nuts) foi um dos primeiros balconistas, quando a loja ainda era ao lado da Igreja Matriz e se firmava como o único espaço realmente voltado ao underground no comercio

local. Com o fortalecimento da cena outros bares eventualmente começaram a abrir as portas para bandas pesadas tocarem, como o finado Bar do Brás na praça do mercado central, que passou a obrigar seus usuários habituais a conviver com a molecada do Rock. Tendo em vista a “nata” que freqüentava o local antes da vinda dos roqueiros posso dizer que o ambiente havia melhorado e muito com a chegada dessa galera. Tudo estava apontando para a realização de um festival que mostrasse as novidades locais, e a idéia tomou forma na cabeça de um policial chamado Johnny. Manu Henriques é arquiteto, gestor ambiental e toca nas bandas U-Ganga (www.myspace.com/uganga) e Angel Butcher (www.myspace.com/angelbutcher). Ps: Quer colaborar com essa coluna, fazer uma correção ou apenas jogar conversa fora? Escreva para ugangabr@hotmail.com



SENHASRESENHASRES RESENHAS

RESENHASRESENHASRESENHAsresen MASTODON --- Crack The Skye (2009) --- Depois de bagunçarem a direção que o Metal estava tomando ultimamente, o Mastodon mais uma vez bagunçou a si mesmo e agora vem menos agressivo mas com uma sonoridade brutal em ‘Crack The Skye’. Coragem de fazer o que bem entender com sua musica é um dos fatores que capacitam o Mastodon a “correr o risco” de gravar um disco tão bom e significante. A simples audição é uma grande experiência devido à riqueza de referências musicais, de andamentos, riffs e melodias. Há uma unidade das letras com a música que cria uma verdadeira viagem. O Mastodon já se mostrava uma banda madura nos trabalhos anteriores, e segue surpreendendo. Isso é o melhor de tudo, porque ‘Crack The Skye’ é uma obra-prima.

por Fabio Prandini - Paura | fabioprandini@hotmail.com

RANCID --- Let The Dominoes Fall (2009) --- Após uns anos sem lançar nada, o Rancid mostra uma mistura que varia do Ska 2tone aos hits Pop Punk. Para os fãs, a primeira vista, é um cd mais sério, o que mostra uma nova fase da banda. Em vez da tradicional agressividade do Punk, entra no lugar músicas mais trabalhadas com levadas Reggae, Dance Hall, e Pop Punk. Para quem tem como melhor cd da banda o s/t de 2000, sentirá muito a falta dos vocais berrados de Lars Frederiksen que aparecem apenas em algumas faixas, porem matará as saudades dos vocais de Matt Freeman. Para nós, fãs da banda, este cd não é um clássico como esperávamos pelo tempo sem um novo álbum. Mas vale a pena conferir e tirar suas próprias conclusões. Afinal Rancid é sempre Rancid. por Marcelo “Pudim” | marcelopudim@gmail.com METALMORPHOSE --- Maldição (2009) --- ‘Maldição’ marca o retorno da saudosa banda carioca Metalmorphose, e quem “das antigas” não lembra do lendário split album da banda com a também carioca Dorsal Atlântica (aliás, a arte deste trabalho foi feita por Carlos Lopes, mentor da Dorsal e que hoje toca na excelente Mustang). Na verdade este trabalho é uma regravação de uma antiga demo e que a banda tem divulgagado em shows recentes, e parece que estão fazendo novas gravações (que bom!). Aqui se encontram clássicos do Metal brasileiro, aquele velho Rock Pauleira (lembram deste termo?) praticado nos anos 80 se faz presente, não só na gravação como também nas letras cantadas em português, executadas brilhantemente pela excelente voz de Tavinho Godoy. Destaco as músicas: ‘A esperança nunca morre’, ‘Minha droga é o Metal’, ‘Correntes’ e a clássica das clássicas: ‘Cavaleiro Negro’. por Luis “Carlinhos” Carlos - smajik@hotmail.com


NOFX --- Coaster (2009) --- Se o Punk do Rancid deixou a desejar em seu novo trabalho, o NOFX vem mostrar o contrário. Em ‘Coaster’, os bêbados e insanos comandados por Fat Mike, mostram o porquê de estar a 25 anos na estrada. O cd continua na melhor fase NOFX, letras irônicas que falam de bebidas, drogas e diversão, com uma sonoridade que mistura as fases dos aclamados ‘So Long and Thanks For All The Shoes’, ‘White Trash Two Heebs And A Bean’ e o tradicional ‘Punk´n Dublic’. Este é um cd do tipo que ao colocar para escutar você pode deixar a tecla repeat pressionada, pois é um álbum que pede sempre mais. Excelente e viciante, no melhor estilo NOFX. por Marcelo “Pudim” JUANNA BARBÊRA --- Deserto Sonora (2009) --- Deserto Sonora é o nome do primeiro cd da banda mineira Juanna Barbêra. Já conhecida em Uberlândia essa galera mostra neste álbum uma mistura de som experimental que passa pelo Tango, MPB, muito experimentalismo, sempre temperado com passagen e riffs com uma forte veia Rock’n’Roll. As letras variam entre algumas críticas sociais e outras com um toque mais poético. O trabalho foi gravado no já conhecido estúdio Rock Lab, em Goiânia, por onde já passaram bandas como Macaco Bong, Attero, Krow, entre outras. Para quem curte um som misturado e poético Juanna Barbera é uma ótima pedida. Não deixe também de conferir o site oficial da banda, que ficou por Marcelo “Pudim” muito legal (www.juannabarbera.com.br). DEVILISH IMPRESSIONS --- Diabolicanos - Act III: Armagedon (2007) --- Recentemente recebi aqui os dois do Tumour of Souls e do Devilish Impressions, ambos da Polônia. Fiquei na dúvida e acabei escolhendo este para a resenha, até pela história de proximidade que o líder e vocalista Quazzare (Przemek) tem com essas nossas terras, pois foi ele quem ajudou a formar o selo Parabelum Records de Paracatu - MG. Bem, esse disco fora lançado há exatos 2 anos, é um som que mescla muita modernidade com algo visceral, possuem melodias que variam muito. A faixa ‘T.H.O.R.N.S’ que abre o disco é uma pedrada, já começa com uma frase insana proferida por Quazarre e aí vem um blast fenomenal. No decorrer do álbum, são inúmeras variações de melodias, harmonias e vocalizações, os andamentos de bateria agradam bastante no quesito de balancear as partes cadenciadas, marcações e blasts, em suma uma banda que olha para frente e consegue fazer um Black/Death Metal de vanguarda que somado a uma produção de ponta, cativa qualquer fã de música extrema, uma pedida f***! por Guilherme Miranda - Krow | guilherme_krow@gmail.com

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RESENHASRESENHASRESENHAsresen GOATWHORE --- Carving Out the Eyes of God (2009) --- Você gosta de riffs? Aqueles que te lembram os primórdios do Metal extremo? Então pode escutar esse disco bem alto e sem medo. Logo de cara o negócio começa igual uma serra elétrica pronta pra raxar sua cabeça ao meio, e continua assim no disco inteiro. Banda americana de relativo sucesso e renome no underground extremo, nadando contra a correnteza eles vem provar que a alma old school nunca vai morrer. Temos blast beats no disco, mas a predominância é daquela velocidade Thrash. Produção de primeira, que ressalta todas as qualidades das composições, riffs matadores, batera precisa e um vocal que vocifera blasfêmias sem culpa. Em resumo: esse trem é bão demais! Recomendado para se ouvir com uma caixa de por Breno Angelotti | brenoangelotti@gmail.com Heineken gelada do lado. NACHTMYSTIUM --- Assassins Pt. 1 (2008) --- O underground metálico é uma coisa engraçada mesmo. Vejam só, dessa vez colocaram o rótulo de Black Metal psicodélico nessa banda. Mas como assim tio Breno? Também achei estranho, mas resolvi conferir. E que som foda! Altas doses de ótimos riffs e climas totalmente Black Metal, porém sem compromissos, sem radicalismos e com muitas experimentações. Isso tudo resultou em um dos mais criativos discos de Black Metal dos últimos anos. Músicas muito bem construídas, ótimos refrões, ótimos riffs, e alguns barulhos eletrônicos permeiam o disco. Para completar o time dos americanos a bateria foi gravada pelo monstro Tony Laureano, que aqui exibe todas suas facetas e bom gosto. Um baterista que joga para o time e junto dos outros integrantes, não deixa a peteca cair em nenhum momento. por Breno Angelotti BLAZING DOG --- Metallic Beast (2009) --- Apesar da longa demora, afinal as gravações começaram em maio de 2007 e só foram finalizadas em dezembro de 2008, as 12 faixas de ‘Metallic Beast’ em momento algum soam datadas ou perdem o grande poder de fogo. Foi um trabalho feito com muito capricho e amor (pelo Metal!), começando pela parte gráfica, passando pela gravação e culminando em excelentes canções metálicas, algumas, inclusive, com potencial para tornarem-se hits mundiais, isso, claro, se o mundo fosse justo! Imagine um cruzamento entre Saxon/Judas Priest e terá uma idéia aproximada do que a Blazing Dog é capaz. Um fabuloso trabalho de guitarras, uma cozinha precisa, um vocalista que coloca o coração em cada faixa e algumas participações especiais para completar esse grande lançamento. Tudo bem, nem tudo são flores, a balada Hard-Rock ‘Wasted Bullets’, bem puxada para Guns / Aerosmith, eu deixaria de fora dessa deliciosa bolacha. por Felipe CDC - Terror Revolucionário / Death Slam | fellipecdc@yahoo.com.br


O EREMITA --- Caminhando Além das Montanhas de Concreto (2009) --- Uberaba atualmente é um verdadeiro celeiro de Hip Hop de qualidade, com nomes como Totoin, Quase Nada, Conspiração Positiva, 3DFato, e é de lá que vem O Eremita (Vouglas, na carteira de identidade), MC e Dj que faz parte do grupo 3DFato e que recentemente lançou seu primeiro EP solo, intitulado ‘Caminhando Além das Montanhas de Concreto’. O trabalho, que foi produzido no estúdio do próprio Eremita, ‘É Precário + É Loko’, e também algumas faixas no estúdio ‘Abissal Produções’, do seu parceiro Quase Nada, traz uma mistura muito bem feita de Hip Hop e Reggae, aliada à letras inteligentes, críticas e ao mesmo tempo descontraídas. Outro detalhe que deixa esse material ainda mais foda é que além das bases eletrônicas há também percussão, escaleta e outros elementos que deixam as músicas ainda mais ricas e interessantes. Se você gosta de groove, não deixe de conhecer esse som. Classe A! por Marco Henriques | markopaulo3@hotmail.com MUGO --- Go To The Next Floor (2009) --- Atualmente o cenário de música pesada em geral está em alta, a cada dia são bandas e bandas surgindo no MySpace e sites do tipo, muitas vezes (infelizmente) bandas que soam iguais, fica até difícil dar atenção para tudo que passa aos nossos olhos e acabamos deixando algumas coisas passarem despercebidas. E foi isso que rolou no meu primeiro contato com essa banda, de Goiânia GO. Mas quando vi o show dos caras no Goiânia Noise 2008 percebi que ali havia algo diferente. Há berros, muita guitarra distorcida, alguns vocais limpos, pedal duplo...mas tudo muito bem composto. Ao ouvir o álbum, percebe-se uma banda muito madura apesar do pouco tempo de estrada (menos de 3 anos). Como a própria banda diz, é um Rock’n’Roll muito pesado, com forte influência de nomes como Soilwork, Lamb Of God, Pantera e Faith No More. Destaques pra a energética ‘Screams’ e a mais arrastadona e melódica ‘Deepest Desire’. por Marco Henriques FUNGOS FUNK --- Go To The Next Floor (2009) --- Os mineiros do Fungos Funk estão com novo trabalho que vale a pena conferir. Neste Ep lançado em vinil 7”, a banda continua na mesma linha, misturando um Funk swingado com um Hard Core preciso. O trabalho conta com 3 músicas inéditas da banda, um puta material gráfico e uma produção muito boa. Para quem não conhece, a banda mistura Groove, Black Music, Rap com Hard Core, o que nos faz lembrar Red Hot Chilli Peppers de alguns anos atrás. Muito bom o disco, destaque para a faixa ‘Pica Fumo’. por Marcelo “Pudim”

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A Vanilla Ninja é uma banda estoniana de rock formada em 2002 pelas belas Lenna Kuurmaa (vocal e guitarra), Katrin Siska (backing vocal e teclado) e Piret Järvis (backing vocal e guitarra), e que faz muito sucesso na Europa, principalmente na Alemanha, Estônia, Áustria e Suíça. As meninas lançaram em 2003 o seu primeiro álbum de estúdio, ‘Vanilla Ninja’, contendo canções em estoniano e inglês. A banda já tem mais três albuns: ‘Traces of Sadness’ (2004), ‘Blue Tattoo’ (2005) e ‘Love is divas do Rock War’ (2006). No Brasil, os CDs das garotas estão disponíveis pela Hellion Records - www.hellion.com.br.


DJ JUNテグ (Uberaba - MG)

Discotecagem em vinil Rock - Alternativo - Groove Fone: (34) 9158 4072 E-mail : wrock.jr@hotmail.com



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