Guia da Vila Madalena - Edição 275 - Setembro de 2020

destaques | expediente

COMER E BEBER

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Telefone 3874-5531 Diretores Ubirajara de Oliveira Silvana Baia

24 gente 6 COMUNIDADE Os 100 anos de uma moradora da Vila Madalena.

CULTURA E LAZER 14 ESPORTE O tênis é um esporte seguro em tempo de pandemia.

comer e beber 24 NOVIDADE Chega a Vila uma marca de batatas e hamburgueres .

Reportagem Gerson Azevedo e Lucia Helena Oliveira Telefone 3874-5533 redacao@guiadavila.com.br Projeto Gráfico Hiro Okita Editoração Eletrônica e Criação William Gois Thiago Álan Publicidade Anita Linetzky e Silvana Baia Telefones: Anita: 97317-6882 e Silvana: 97133-1808 vendas@guiadavila.com.br Impressão Mar Mar Gráfica e Editora Av. Marechal Rondon, 1020 - Osasco Telefone 3652-5244 Impresso 12.000 exemplares Site - Visitas 35.200 mês Site - Pageviews 155.600 mês Foto da capa Gerson Azevedo Edição Digital www.guiadavila.com.br

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opinião

Tudo a favor Sair de casa hoje é desafiar um perigo enorme. Nem que seja pra passear com seu cachorrinho. Essa é a sensação que me dá ao ir às ruas.

Vejo as pessoas recuadas. Vigilantes.

Muitas sem cachorro, mas mascaradas. E eu já há tanto tempo recluso, tive a feliz ideia de comprar uns pãezinhos frescos e parti pra padoca.

Estacionei o carro e descobri que tinha esquecido a tal máscara. Vou ou não vou? e... fui. Todos me olharam com ar de censura. Portando suas máscaras com os mais diversos motivos. De times de futebol a motivos afro. É como se estivesse completamente nu.

E olhem que essa padaria é aquela que sempre vou, ali na Rodésia, aumentando muito a minha inquietação. Será que valeria a pena pedir desculpas e prometer que jamais esqueceria de novo a máscara? Tentei abrir um dialogo, não consegui.

Diante de tal clima faço isso daqui destas linhas. O que, pelo menos pra mim, alivia a sensação.

O interessante é como a sociedade se organiza rapidamente quando compra uma ideia. E olha que não

“

Estacionei o carro e descobri que tinha esquecido a tal máscara.

é um momento simples pra que isto aconteça. Temos crise política, crise econômica e principalmente de credibilidade. Mas passou-se por cima de tudo isso, criando esse novo comportamento. O negócio ficou tão sério que os dois personagens com quem estive Mineiro e Dr. Celta, portavam suas máscaras orgulhosamente.

Vamos em frente. Os sabiás-laranjeira já cantam nas madrugadas da Vila, como que dizendo, além das necessárias máscaras, tudo continua a favor da vida.

José Luiz de França Penna Presidente de Honra do Centro Cultural Vila Madalena

COMUNIDADE

Um século de

experiência de vida No próximo dia 1º de outubro é comemorado o Dia do Idoso. A cada ano, a população idosa cresce e a estimativa é que 1.359 pessoas na cidade têm 100 anos ou mais. Uma delas é Ana das Neves Costa, moradora da Vila Madalena.

Em 1919, ano em que d. Ana nasceu São Paulo tinha cerca de 580 mil habitantes e a vida era tranquila e calma. Um século depois, a cidade tem 12 milhões de moradores e viver por estas bandas não é tão tranquilo.

Nascida em uma fazenda de café em Bananal cidade da região do Vale do Paraíba, d. Ana é a caçula de uma família de 14 filhos. Viveu na fazenda até vir morar em São Paulo e daqui nunca mais saiu. A neta Sonia Perez, também moradora do bairro, decoradora e dona do bar Santa Madaloka conta que Ana trabalhou na casa do cônsul de Portugal na avenida Paulista e aos 19 anos casou com Salustiano José de Souza e o casal veio morar na Vila Madalena em uma casa construída por Ana e os irmãos. “Ela chegou à igreja a bordo de um reluzente Rolls Royce”, conta a neta.

O casal teve três filhos. O marido morreu em 1988 e apesar dos inúmeros pretendentes, Ana nunca quis casar novamente. A matriarca tem sete netos e dez bisnetos além de um tataraneto. Quando completou 100 anos em 2019, a família promoveu uma reunião para comemorar a importante data. No próximo, no dia 16 de outubro, quando irá completar 101 anos, a comemoração será restrita.

Por conta do coronavírus, a entrevista com d. Ana foi feita com a ajuda da neta Sonia que está com “muitas saudades de dar um abraço na minha avó e estamos nos falando através de uma janela pelo corredor da casa onde ela está com a minha mãe (Lourdes) e a cuidadora”.

Entre os atributos da moradora da Vila Madalena, Sonia cita “que a avó Ana sempre foi

Foto: Gerson Azevedo

gente

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COMUNIDADE

alegre e divertida” e ressalta que “continua lúcida como sempre foi”. E sempre que pode “toma uma cerveja ou um vinho”, explica a neta. “Um feijão saboroso, famoso entre a família e a couve cortada fininha”, são as especialidades do lado cozinheira.

Conhecida por muitas pessoas na Vila, Ana conquistou muitos amigos. “A Nina, mãe do Flávio Pires, empresário da Vila Madalena, é uma delas”. Desde março “ela está em casa sem sair e embora entenda o isolamento diz sentir saudades de todos, de abraçar, ...”

Ana e uma das irmãs gostavam de ir aos

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bailes de carnaval da terceira idade. “antes de entrar, elas dividiam um copo de conhaque para criar coragem”, diz Sonia. Integrante da Congregação Cristã no Brasil, vão até a casa dela para realizar um culto religioso. Para a neta, “a avó é daquelas pessoas de coração imenso.

Nunca ouvi ela falar mal de alguém”.

Zeca Pagodinho é uma das paixões de d.

Ana. “Ouve as músicas do Zeca e canta junto. Fomos a um show dele e ela se divertiu e cantou muito. Penso em entrar em contato com o Zeca e pedir para ele gravar um vídeo ou uma mensagem para n ela”, revela a neta. (GA)

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esporte

Fotos: Arquivo GVM

cultura e lazer

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Tênis oferece segurança e prazer Praticar com segurança uma atividade esportiva ou de lazer nestes tempos de pandemia está difícil?

Segundo estudos recentes, o tênis foi eleito um dos esportes mais seguros pela distância entre os jogadores e outras vantagens.

A Associação Médica do Texas (EUA), realizou uma pesquisa entre vários esportes, e avaliou o nível de segurança para os praticantes. O tênis ficou bem na ‘foto’. Ou seja, é o esporte mais seguro nestes tempos de pandemia, informa matéria do Estadão em final de julho. Esportes como basquete, futebol e academias de ginástica ficaram com nota 8 e o tênis recebeu nota 2, que garante um bom nível de segurança.

Essa é a constatação na prática que o empresário Gino Sarti, da Paulistana Academia de Tênis, tem em sua academia. “O tênis é seguro como esporte neste período de pandemia. por várias razões: os jogadores não ficam aglomerados e mantêm boa distância entre eles. No máximo, são quatro jogadores, caso das duplas”, lembra Gino.

A Paulistana tem quatro quadras

esporte

de saibro cobertas e isso garante que o jogo aconteça independente do tempo lá fora. Gino, engenheiro civil de formação, construiu muitas quadras esportivas em sua vida profissional e em 1990 teve a oportunidade de se tornar sócio da academia que ocupava imóvel na rua Francisco Isolda, na Vila Madalena. Por conta da venda do terreno para a construção de torres residenciais, Gino transferiu a Paulistana para a rua Mota Paes, na Vila Ipojuca e lá ficou de 1997 a 2010. Mais uma vez, pelo mesmo motivo, a Paulistana saiu do imóvel e Gino atuou de forma ‘itinerante’ até se fixar no atual endereço, na Vila Leopoldina.

Levantamento feito pela Federação Internacional de Tênis (IFT), em 2019, revela que o Brasil tem 2,2 milhões de praticantes, o 10º país em número de tenista no mundo. Para praticar o esporte que consagrou o brasileiro Gustavo ‘Guga’ Kurten em Rolland Garrois e outras competições do circuito profissional, é preciso de uma raquete, de bolas, fardamento e... uma quadra. Os pisos podem variar, saibro, cimento, grama. Dependendo de cada piso, a velocidade da bola é maior ou menor.

Não há limite de idade para quem joga tênis. “Desde a criança até os mais velhos, não há limitação de idade”, lembra Gino que quando pode pratica o esporte duas ou três vezes por semana. O tênis está presente nas olimpíadas e paralimpíadas.

Por conta do coronavírus, a academia de Gino ficou fechada de abril a junho. “Os contratos de locação ficaram suspensos e aos poucos os clientes estão retoman-

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Gino Sarti, da Paulistana

do as atividades com o tênis. Ainda estão inseguros, é claro, e todo mundo está com menos dinheiro”, justifica.

O empresário espera que nos próximos meses, tanto jogadores quanto empresas retomem as atividades. “Aqui, organizamos torneios e temos professores para qualquer tipo de jogador, iniciante ou experiente. A equipe do professor Carlos Omaki tem método próprio na formação de jovens jogadores e muitos deles começaram a treinar aqui na Paulistana e foram estudar e jogar tênis em universidades norte-americanas”.

A academia além das quadras em saibro em tamanho oficial, conta com bar, restaurante, área gourmet, vestiários, estacionamento e loja que vende raquetes, bolas e material do esporte além de encordoamento de raquetes. (GA) Paulistana Academia de Tênis Rua Major Paladino, 611, Vila Leopoldina Telefone 3021-1355 instagram @paulistanatenis facebook.com/paulistanatenis

NOVIDADE

Fotos: Divulgação

comer e beber

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Muito além das batatas A franquia começou em 2011. Hoje são mais de 30 lojas pelo país e a primeira loja da marca foi aberta na cidade e está na Vila Madalena.

O cardápio vai além das batatas: hambúrgueres, pratos e outras delícias.

Allan Tassim é quem trouxe a marca para São Paulo. “Gostei da proposta da marca e adoro hambúrguer.

E o filme Rei Leão, que assisti diversas vezes, inspirou o nome da marca com o famoso Hakuna Matata (que no idioma sualí significa ‘não se preocupe!’)”, explica ele como se interessou pela franquia.

Para o empresário, a escolha pela Vila Madalena não foi por acaso.

Pelo contrário. “Moro na zona Sul mas aqui na Vila tem gente de todo

tipo e eu que vivi em quatro países além do Brasil, me realizo conhecendo sempre novas pessoas e atendendo ao público”.

A Hakuna Batata seria inaugurada em abril mas por causa da Covid-19, “ficamos fechados até a flexibilização do comércio ser autorizada. Para atender com segurança aos nossos clientes, nossas mesas estão a mais de dois metros de distanciamento, temos todos os equipamentos de segurança, álcool em gel 70%, 40% da capaci-

NOVIDADE

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nhoque de batata com molho ao sugo, queijo parmesão e manjericão é a opção.

De sexta a domingo, na compra de um hambúrguer e cerveja long neck, a segunda garrafa fica por conta da Hakuna.

Outra conveniência são os combos que podem ser pedidos com várias combinações de sanduíches e bebidas a qualquer hora e dia.

As famosas batatas

dade de público em nossa loja e seguimos os procedimentos de segurança”, informa.

Entre os diferenciais da Hakuna Batata, Allan destaca que “as batatas fechadas, o frango crocante e os hambúrgueres 100% artesanais e com um tempero secreto utilizado na preparação das carnes.

Além disso, temos opções vegetarianas ou com frango”.

Diariamente, de segunda a sexta, o cliente pode optar entre os pratos executivos como o picadinho de filé mignon, farofa, bacon, vinagrete, banana e ovo fritos e também o espaguete de legumes com parmegiana de berinjela. No sábado, o

Pratos executivos

Entre os hambúrgueres, Allan destaca, além das batatas, é claro: O Smash Supremo, carne bovina, queijo cheddar cremoso, bacon, batata frita dentro do sanduiche e maionese da casa; o Hakuna Vegetariano, cogumelos, shoyo, salada, hambúrguer feito de plantas e queijo prato e a novidade é o Hakuna Indiano, sobrecoxa de frango empanada, iogurte, repolho grego, queijo prato, alface americana.

Tem delivery próprio que atende aos pedidos até dois quilômetros de distância da loja e pelos aplicativos iFood, Rappy e Uber Eats. (GA)

Hakuna Batata Vila Madalena Rua Fradique Coutinho, 914, V. Madalena Telefones 3031-6842 e 96357-2318 (Whats) instagram@ hakunavilamada www.facebook.com/hakunavilamadalena

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CRÔNICA

Jogadores urbanos Por Pedro Costa Sábado na Wisard, numa mesinha na calçada do Pira Grill, quando ainda não havia a pandemia do coronavírus, dois pares de havaianas já gastas pelo uso relaxam quatro pernas, ora cruzadas, ora não. Pernas andarilhas que sustentam dois grandes amigos, que juntas muito já caminharam por esse mundão afora.

Sobre a mesa dois copos, um maço de cigarros e uma caixinha de fósforos meio sambada. Pedro pergunta ao Juarez, quantos palitos têm na caixa. Treze, responde Juarez, - Valendo cinco paus!

Dezesseis, digo eu. - Valendo! Nem um, nem outro, confere o garçom feito um cúmplice imparcial diante de dois a toas.

orgulho... Papo vem, papo vai. Caminha lento uma fina senhora em nossa direção, puxada por dois cachorrinhos branquinhos igualmente perfumados e com lacinhos vermelhos no pescoço, também iguais a de sua dona de olhar desprezível. Os cãezinhos pentelhos cheiram nossos dedões, depois com as patinhas coçam cada um suas orelhas. Sem olhar para a dona, Juarez me diz: - É pulga! Eu digo:- É sarna! Indignada a dona dos lindos cãezinhos começa em vão a esbravejar pelos tais insultos. Sem darmos o mínimo de atenção a ela, fechamos a aposta. Enquanto dizia algo sobre semanalmente levar os bichinhos tanto em cabeleireiros como em veterinários conceituadíssimos e tal.

Inventamos ali de apostar na dezena final Dobramos a aposta. Cada um repetindo das placas de carro que passariam por seu palpite de pulga ou sarna. Novamente nós. Sem bagunça. A coisa tem regras. chamamos nosso amigo garçom, o Enéas Criadas na hora, mas tinha. Carro de poque outrora foi motorista da carrocinha da lícia não vale nem moto e taxi também prefeitura, porém não chega a tempo. A innão. Grana na mão do gardignada dona, agora puxava çom. Um gritava: - Valendo. seus cachorros, que junto com ela grulhavam os denNos intervalos de apostas, tes pra gente se afastando, o Jura batucava na caixienquanto aquele trio parenha de fósforo. Desta vez cia nos sussurrar palavras era o samba de Billy Blanco de desprezos e de tão baixo que cantávamos desafinacalão. Logo pensei, quantos dos... Não fala com pobre/ dentes teria cada cão daNão dá mão a preto/não carquele? Jura olhou pra mim e rega embrulho/pra que tanta disse: - Não vale consultar o pose, doutor/pra que esse pedrocosta.pira@uol.com.br Google antes.