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EDIÇÃO PDF Terça-feira, 07-07-2015 Edição às 08h30

Directora Graça Franco Editor Carla Caixinha

MARIA BARROSO

Uma vida dedicada à defesa dos direitos humanos Papa. "A família é o hospital mais próximo e a primeira escola" EUA pedem a Atenas e UE para chegarem a acordo

Mil milhões de pessoas saíram da pobreza extrema

Acidentes com ciclistas aumentaram 9% em Portugal

Poeiras do deserto Calor pinta de a caminho de amarelo cinco Portugal distritos. Cuidado com os raios UV

A história inspiradora da "Malala da Síria"

Quarenta obras de Casillas no FC Joana Vasconcelos Porto é surpresa expostas em para Balboa Londres


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Terça-feira, 07-07-2015

MARIA BARROSO

Uma vida dedicada à defesa dos direitos humanos Queria ser lembrada como “uma cidadã modesta mas amante da liberdade, da solidariedade e do amor”. Por Dina Soares

Foi uma vida dedicada à luta pela liberdade, pela solidariedade e pela tolerância. Maria de Jesus Barroso Soares sempre foi muito mais do que a mulher de Mário Soares. Apesar de ter deixado o Palácio de Belém há quase 20 anos, para muitos portugueses nunca deixou de ser a “primeira-dama”. Nascida no Algarve em 1925, era a quinta de sete irmãos. A mãe era professora primária, o pai militar e lutador antifascista. Foi em casa que teve o primeiro contacto com a política, à qual dedicaria um amor tão forte como o que devotou toda a vida às artes, sobretudo ao teatro e à poesia. Estudou Arte Dramática no Conservatório Nacional e Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Foi aí que conheceu Mário Soares. Numa entrevista à Renascença, em 1999, Maria Barroso recordava o primeiro encontro. “Foi um colega nosso, o João Falcato, que nos apresentou. Eu estava a chorar porque tinha sido impedida de fazer exame a uma cadeira por excesso de falta. A cadeira era leccionada à tarde e eu faltava bastante porque à uma e meia começavam os ensaios no teatro, mas tinha-me preparado para o exame e não me deixaram fazer. O Mário ia a passar, o João contou-lhe o sucedido e ele mostrou-se muito indignado com a situação.” A simpatia mútua foi imediata. Passados três anos, casavam, na cadeia do Aljube, em Lisboa, onde Mário Soares estava preso por motivos políticos. Para trás ficava uma promissora carreira de actriz, sobretudo no Teatro Nacional D. Maria II. Ainda regressaria ao teatro, para mais um ou dois espectáculos, e ao cinema, em dois filmes de Manoel de Oliveira e Paulo Rocha. Pela democracia A luta contra a ditadura passou a dominar a sua vida. Em 1969, foi candidata a deputada pela Oposição Democrática. Proibida pelo regime fascista de exercer a docência, dirigiu o Colégio Moderno, fundado pelo seu sogro, de forma mais ou menos clandestina enquanto o marido estava preso ou no exílio. Em 1973, esteve na Alemanha, na fundação do Partido Socialista. Era a única mulher presente e ficou ao lado dos que consideravam a decisão precipitada, opondose a Mário Soares. Depois do 25 de Abril, foi eleita deputada à Assembleia da República, entre 1976 e 1983. Chegou ao Palácio de Belém, com o marido como Presidente, em 1986. Nos dez anos que se seguiram, empenhou-se na defesa do sentido de família, na prevenção da violência e no apoio aos países de língua portuguesa. Actividades ditadas pelo respeito pelos outros e pelo amor pelo próximo, valores segundo os quais educou

os seus filhos, o político João Soares e a sua irmã, Isabel Soares, directora do Colégio Moderno. “Nunca quis que os meus filhos odiassem ninguém, mesmo quando assistiam a cenas terríveis como era ver o pai através de duas redes, a um metro de distância. Era como ver um animal numa jaula. Nunca os incentivei ao ódio. Disse-lhes sempre que o que é preciso é que ninguém, seja quem for, passe por uma situação semelhante. E isto passou para eles porque não era só o que eu dizia, era também o que eu fazia”, relembrava à Renascença. A pensar nos outros até ao último dia Depois de deixar o Palácio de Belém, foi presidente da Cruz Vermelha Portuguesa. Fundou e presidiu, até ao último dia, à Pro Dignitate – Fundação de Direitos Humanos. Há muito afastada da política activa, nunca se demitiu de pensar Portugal, a Europa e o mundo. Na mesma entrevista à Renascença, defendia, aliás, a transformação que sonhava para a União Europeia. “A Europa é um espaço que precisa de ser fortalecido. É preciso que seja não só um espaço económico, mas também cultural e social, um espaço onde as pessoas possam viver, que tenha peso próprio e no qual se imponha os valores da cultural ocidental.” A sua longa carreira foi premiada com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, três doutoramentos “honoris causa”, duas dezenas de condecorações atribuídas por países de todo o mundo, dezenas de prémios e cargos de destaque em perto de 30 organizações, sobretudo de carácter humanitário. Numa entrevista recente ao jornal “i”, por ocasião dos seus 90 anos, deixava claro como gostaria de ser recordada: “Uma cidadã modesta mas amante da liberdade, da solidariedade e do amor. A minha palavra preferida, sem qualquer dúvida.”


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Terça-feira, 07-07-2015

Papa. "A família é o hospital mais próximo e a primeira escola" Na sua primeira missa no Equador, o Papa Francisco partiu do Evangelho das bodas de Caná para fazer um grande elogio à instituição da família, realçando a sua importância para a sociedade.

Por Aura Miguel, no Equador, e Filipe d'Avillez

Perante cerca de 600 mil pessoas, o Papa Francisco afirmou esta segunda-feira, no Equador, que "a família constitui a grande 'riqueza social', que outras instituições não podem substituir". Na primeira missa pública celebrada pelo Papa Francisco na sua segunda viagem à América do Sul, o Papa dedicou a homilia à questão da família. A meses do começo do Sínodo Ordinário da Família, que se realiza em Outubro, Francisco teceu grandes elogios à instituição familiar e pediu orações pelo evento para que consiga "encontrar soluções e ajudas concretas para as inúmeras dificuldades e importantes desafios que a família deve enfrentar nos nossos dias". Para o Papa, a família é a principal célula da sociedade e o seu enfraquecimento prejudica o bem-estar social. "A família é o hospital mais próximo - quando estamos doentes é lá que nos tratam -, a primeira escola das crianças, o grupo de referência imprescindível para os jovens, o melhor asilo para os idosos", disse durante a sua homilia. "A família constitui a grande 'riqueza social', que outras instituições não podem substituir, devendo ser ajudada e reforçada para não perder jamais o justo sentido dos serviços que a sociedade presta aos cidadãos. Com efeito, estes não são uma espécie de esmola, mas uma verdadeira 'dívida social' para com a instituição familiar, que é a base que tanto contribui para o bem comum de todos", realçou. O Papa aproveitou ainda para fazer um desvio do texto oficial e contar uma história da sua juventude. Ao dizer que nas famílias ninguém é descartado, recordou que uma vez perguntaram à sua mãe de qual dos cinco filhos mais gostava, ao que ela respondeu que era como os dedos da mão, e que se lhe beliscassem um

doía tanto como se beliscassem outro. "A mãe ama os seus filhos como são e os irmãos amam-se como são", sublinhou Francisco. O "vinho" que falta às famílias A passagem do Evangelho que serviu de base para esta reflexão foi das bodas de Caná. Nessa passagem, Maria repara que falta o vinho num casamento, pedindo a Jesus que intervenha para ajudar. Cristo começa por dizer que não chegou a sua hora, mas depois manda os criados recolher as talhas de água que serviam para a purificação e transforma-as em vinho da melhor qualidade. O Papa começou a sua homilia deixando claro o que é o significado de vinho neste contexto. "O vinho é sinal de alegria, de amor, de abundância", disse. Logo de seguida, enumerou as várias situações em que este "vinho" falta às famílias: "Quantos dos nossos adolescentes e jovens percebem que, em suas casas, há muito que não existe nenhum! Quantas mulheres, sozinhas e tristes, se interrogam quando foi embora o amor, quando se diluiu da sua vida! Quantos idosos se sentem deixados fora da festa das suas famílias, abandonados num canto e já sem beber do amor diário. A falta de vinho pode ser efeito também da falta de trabalho, de doenças, de situações problemáticas que as nossas famílias atravessam." Francisco diz ainda que naquela situação a atenção e o cuidado de Nossa Senhora pelo bem-estar dos outros conduz ao "apressar" da hora de Jesus, fazendo a recomendação de que os fiéis não deixem de rezar pelas suas necessidades e dos outros. "Rezar sempre nos arranca do perímetro das nossas preocupações, fazendo-nos transcender aquilo que nos magoa, agita ou falta a nós mesmos para nos colocarmos na pele dos outros, calçarmos os seus sapatos. A família é uma escola onde a oração também nos lembra que há um nós, que há um próximo vizinho, patente: vive sob o mesmo tecto, compartilha a vida e está necessitado." No seu apelo às orações pelo sínodo, o Papa voltou a recorrer à imagem da transformação dá água em vinho. "Na família, os milagres fazem-se com o que há, com o que somos, com aquilo que a pessoa tem à mão. Muitas vezes não é o ideal, não é o que sonhamos, nem o que 'deveria ser'. O vinho novo das bodas de Caná nasce das talhas de purificação, isto é, do lugar onde todos tinham deixado o seu pecado." Francisco pede então a intensificação da oração pelo sínodo. "Para que, mesmo aquilo que nos pareça impuro, como as talhas de água, que nos escandalize ou espante, Deus – fazendo-o passar pela sua 'hora' – possa milagrosamente transformá-lo. A família hoje precisa deste milagre." "O melhor vinho ainda não veio" No final da homilia, o Papa deixou uma mensagem de esperança, recordando que, tal como os convidados nas bodas de Caná provaram o melhor vinho no fim, assim também será com quem tem fé. "Esta é a boa nova: o melhor dos vinhos ainda não foi bebido, o mais gracioso, profundo e belo para a família ainda não chegou", declarou. "O melhor dos vinhos ainda não veio para cada pessoa que aposta no amor - na família há que apostar no amor! E ainda não veio, mesmo que todas as variáveis


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e estatísticas digam o contrário; o melhor vinho ainda não chegou para aqueles que hoje vêem desmoronarse tudo. Murmurai até acreditá-lo: o melhor vinho ainda não veio; e sussurrai-o aos desesperados ou que desistiram do amor." "Deus sempre Se aproxima das periferias de quantos ficaram sem vinho, daqueles que só têm desânimos para beber; Jesus sente-Se inclinado a desperdiçar o melhor dos vinhos com aqueles que, por uma razão ou outra, sentem que já se lhes romperam todas as talhas", concluiu Francisco. Esta primeira missa campal foi marcada por um calor intenso que levou a vários desmaios. A viagem do Papa prossegue com um almoço numa residência de jesuítas. Depois segue para o aeroporto para fazer a viagem de volta a Quito, capital do Equador. Ainda esta noite, madrugada em Portugal, Francisco fará um discurso na catedral de Quito. [Notícia actualizada às 19h12] GRAÇA FRANCO

Maria Barroso partiu ao encontro do Pai Maria Barroso teve uma vida de exemplo inspirador para todos.

Maria Barroso partiu hoje ao encontro do Pai. O país perdeu uma grande senhora. Uma vida de exemplo inspirador para todos: na luta consequente e tenaz em defesa da liberdade e na conquista da democracia e numa dedicação sem limites ao exercício de uma cidadania plena de vocação universal que transvazava a dimensão estritamente nacional. Lutou pela democracia como poucos, candidata a deputada pela oposição logo em 69, esteve na abertura do congresso da Oposição Democrática em 73 e na fundação do Partido Socialista, ainda em solo alemão. Viveu com o marido o exílio, mas não desistiu, nem se poupou a sonhar e lutar por um país diferente. Já no novo regime foi várias vezes eleita deputada e desempenhou por dez anos o papel de primeira-dama, desmultiplicando-se, de forma empenhada e activa, no apoio a uma pluralidade de causas de promoção social e defesa dos direitos humanos. Na Renascença foi presença activa em várias campanhas que cruzavam a defesa dos direitos humanos e lusofonia. Os dotes de comunicação eramlhe inatos e facilitavam que desse eficazmente a voz

em defesa das mais variadas causas (da vida a Timor, passando pela luta contra as desigualdades e a pobreza e o direito à educação). Actriz de teatro, onde se estreou ainda nos anos 40 sob a direcção da grande Palmira Bastos, não se furtou a deixar o seu nome também ligado ao cinema desempenhando papéis sob a direcção de Paulo Rocha ou Manoel de Oliveira. Não fora o desvio da sua vida para a política e talvez as artes lhe tivessem ficado a dever ainda mais. Ouvi-la declamar era, no entanto, um dos privilégios dos que lhe foram mais próximos. Mulher de letras, foi educadora no sentido mais puro do termo. O antigo regime proibira-a de exercer a docência, mas acabou por lhe dedicar décadas da sua vida (como directora do Colégio Moderno), sendo figura inspiradora de gerações de alunos que passaram pela instituição familiar de que era presença diária e assídua até ao fim. A cada conversa, contava episódios desse constante contacto com a juventude, a quem sempre fez questão de alertar para a importância de ajudar os outros, indo ao seu encontro. Desse contacto, deixava transparecer uma série de preocupações, por exemplo, com a crescente falta de acompanhamento de muitos jovens por parte da família. A causa da educação, a par da defesa na vantagem da auto-regulação dos média, em matéria de violência, sempre lhe foi particularmente cara. Tive o enorme gosto de me cruzar repetidamente com ela chamada a participar nas iniciativas que promovia no quadro da Fundação Pro Dignitate. Em cada encontro aumentou a minha admiração pela intelectual perspicaz, a política nata, a mulher extraordinária que se revelava a cada contacto. Em Abril deste ano, participei no evento Terra Justa, que decorreu em Fafe, onde foi apresentado o seu livro de crónicas sobre a “violência na TV”; um alerta para os efeitos perversos da exposição excessiva à violência dos média. Um livro que compilava textos de 20 anos de denúncia e alerta para esta causa e que a seu pedido tivera a honra e alegria de prefaciar. Nessa ocasião tive oportunidade de lhe poder prestar a publica homenagem recordando que foi graças à coragem de Mário Soares que a Renascença se manteve como voz livre e independente. Recordo da ocasião um pormenor significativo da sua vitalidade e entusiasmo. A sessão de apresentação do livro começara já depois das dez e a organização não queria que se cansasse, sugerindo que a intervenção se limitasse a breves minutos, para que Maria Barroso passasse rapidamente a autografar a obra. Apesar da hora tardia, a autora agradeceu e brindou a sala cheia com a exposição improvisada de quase uma hora sobre os desafios que se colocam nos tempos actuais à educação dos mais jovens. O Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica decidiu atribuir-lhe em 2012 o galardão “Fé e Liberdade”, a que a Renascença se associou com gosto porque poucos o mereceriam tão intensamente. Depois de uma educação tradicional católica, só na sequência do acidente aéreo que colocou o filho entre a vida e a morte é que Maria Barroso redescobriu Deus. Mas depois dessa conversão inesperada e tardia, nunca mais deixou de testemunhar a sua fé de forma exemplar, mesmo nos meios fortemente laicistas e até


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hostis, revelando ser uma mulher livre, em todas as dimensões. A sua admiração pelo Papa Francisco, com quem se encontrou pessoalmente, era transbordante. Gostava de contar que nesse encontro que a deixara particularmente feliz, o Santo Padre lhe pegara nas mãos e as mantivera entre as dele por longos minutos, num gesto de carinho que descrevia como “próprio de um pai”. Pelo exemplo da sua vida notável, partilhando a mesma fé, não duvido que hoje encontrou o consolo e alegria do abraço do Pai infinitamente mais acolhedor que o simples gesto do seu vigário.

Poeiras do deserto a caminho de Portugal Partículas oriundas do norte de África podem afectar a qualidade do ar, alertam as autoridades. A Direcção-geral da Saúde (DGS) prevê que na terçafeira Portugal Continental seja influenciado por uma massa de ar com origem no norte de África, transportando partículas e poeiras em suspensão que podem afectar a qualidade do ar. "Este fenómeno natural poderá afectar a qualidade do ar ambiente, estimando-se que possa contribuir para um aumento das concentrações de partículas em suspensão nas regiões Centro e sul do país (Alentejo e Algarve)", refere uma nota divulgada no site da Direcção-geral da Saúde (DGS). Durante a ocorrência destes episódios, a DGS recomenda que sejam evitados esforços prolongados, limitando a actividade física ao ar livre. Crianças, idosos e doentes com problemas respiratórios ou cardiovasculares devem ainda permanecer dentro dos edifícios com as janelas fechadas. Já noutras ocasiões a DGS tem explicado que, em Portugal, durante os meses de primavera e de verão, há com maior frequência a presença de partículas na atmosfera provenientes das zonas áridas do Norte de África, nomeadamente dos desertos do Sahara e Sahel, sendo a maioria destas partículas de origem natural.

Duas bombeiras feridas no combate às chamas no Douro Internacional Fogo lavra em duas freguesias do concelho de Mogadouro e está a ser combatido por cerca de 130 bombeiros. Um incêndio, que lavra em duas freguesias do concelho de Mogadouro e está a ser combatido por cerca de 130 bombeiros, provocou queimaduras em

duas operacionais. Uma bombeira de 50 anos, que sofreu queimaduras de segundo e terceiro graus nas pernas e braços durante o combate ao incêndio no Parque Natural do Douro Internacional, vai ser helitransportada para o Hospital de S. João, no Porto. Fonte da equipa do INEM destacada para o local adiantou que a mulher de 50 anos vai seguir para o heliporto do Hospital Pedro Hispano, Matosinhos, seguindo depois para o de S. João. A fonte disse que ainda não está completado o diagnóstico à outra bombeira ferida, de 24 anos, que poderá vir também a necessitar de ser helitransportada para um hospital central. O incêndio, que teve início naquele parque natural, em Bruçó, Mogadouro, alastrou, entretanto, para a freguesia vizinha de Castelo Branco e está a ser combatido por 130 bombeiros, apoiados por 42 viaturas e quatro aviões. O major Cura Marques, das Relações Públicas do Comando Distrital de Bragança da GNR Bragança, adiantou à Lusa que o incêndio terá sido provocado por duas máquinas industriais que procediam ao carregamento de madeira. Fonte da Protecção Civil Municipal de Mogadouro disse que as máquinas ficaram destruídas pelas chamas. Segundo a página da Autoridade Nacional de Protecção Civil, o incêndio deflagrou cerca das 13h00 "e não há populações em perigo”. [Notícia actualizada às 17h55] CRISTINA SÁ CARVALHO

Gerir a complexidade Não é uma situação de win-win mas uma circunstância em que o debate é chamado a subir para o patamar dos valores e da ética ou, se quisermos, da política pura.

Esta é a hora da verdade das instituições europeias, o seu teste maior. Acontece em todas as alianças mas é preciso que cada parte saiba o que quer e que se reúna, mesmo com desgosto, vergonha e constrangimento, a força centrípeta que é necessária para prosseguir. Também deve ser o momento para colocar no sítio populismos vários, explicar-lhes com um bom desenho que, se pretendem voar sob o céu europeu, tem de ser muito baixinho.


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Terça-feira, 07-07-2015

Não é uma situação de win-win mas uma circunstância em que o debate é chamado a subir para o patamar dos valores e da ética ou, se quisermos, da política pura. Merkel aprendeu sobre isso com o seu pai Pastor, mas não sabemos se se arriscaria a uma reforma antecipada. Quanto aos demais líderes europeus, para a infelicidade dos gregos, e a nossa, parecem vazios de crenças definitivas, e o risco é optarem por qualquer coisa irrelevante e fraca. Entre nós, a proximidade eleitoral levou o Governo a apresentar modestas propostas de servir o ambicioso objectivo de favorecer o aumento da natalidade. O diminuto tamanho das famílias é uma questão, em partes iguais, económica e ideológica. Para que nasçam mais crianças, os futuros pais têm de ter emprego e de crescer numa cultura que valorize a paternidade e a maternidade, que ofereça redes de apoio para a difícil experiência parental e, provavelmente, que não considere o aborto como a quintessência da liberdade feminina. Mas, num conjunto de medidas que favoreçam o sucesso escolar, a universalização de mais um ano de pré-escolar é uma medida positiva. Na sua aplicação há que considerar o Jardim-de-infância como algo distinto de um depósito de infantes, sendo que, atualmente, as salas têm demasiadas crianças e o acompanhamento pedagógico, porque deixado quase todo o tempo nas mãos de uma única educadora, torna-se insuficiente. Estrategicamente deixado para o final do ano letivo e do mandato, o Ministério da Educação também lançou umas pistas, vagas e pouco explicadas, para discussão sobre a autonomia das escolas e a sua liderança. A investigação mostrou que a autonomia favorece a relação da escola com as famílias e a adequação das políticas de formação dos professores, dois eixos essenciais de desenvolvimento. Mas uma coisa é garantir a autonomia pedagógica das direções, muito relevante para as escolhas quotidianas e para o progresso estratégico das escolas, outra é a autonomia financeira. A prática portuguesa das escolas privadas tem sido a subordinação da pedagogia à finança. É necessário manter as contas equilibradas no tranquilo negócio das escolas, mas estas fazem-se das pessoas, que não devem ser ultrapassadas em detrimento das piscinas ou das estátuas nos jardins. Há que ter alguma ousadia a este nível. Por outro lado, a escola também não pode ser considerada uma instituição como outra qualquer, pois não é: é a mais flat porque também é a mais disfuncional, já que a presença dos alunos em crescimento e a dinâmica das suas histórias pessoais a agita constantemente e exige aos adultos uma resposta pronta, assertiva e flexível, que não beneficia do peso hierárquico. Por isso na escola o poder vem da autoridade e a autoridade decorre do sucesso obtido na administração do quotidiano. Na escola respeitam-se os docentes que lidam bem com a indisciplina, porque demonstram condições de liderança para ensinar e porque facilitam o trabalho dos colegas. Este respeito é substancialmente aumentado pelos subsequentes resultados escolares, a capacidade de ensinar turmas inensináveis, um conjunto de competências de comunicação e gestão poderoso e incansável. Assim se explica porque a base de uma cultura escolar é a Norma da Não Interferência

(não tomar a iniciativa de opinar sobre as decisões de natureza pedagógica dos colegas) e a Norma da Autonomia (a liberdade que cada professor goza quando está sozinho na sala de aula). Perseguir estes princípios é, materialmente, irrelevante. A opção eficiente reside sempre em, a partir da cultura partilhada pelos professores que têm peso organizacional, potenciá-los para favorecer o sucesso da escola, algo que só é acessível aos docentes reconhecidos como competentes e experientes pelos pares. São eles que fazem uma comunidade profissional cooperativa, caracterizada pelo diálogo e o sentido de pertença, aquela que conduz a uma maior aprendizagem. Para bem das escolas e das políticas educativas, poria totalmente de parte a ideia de que alguém consegue ser um bom director de escola sem ter sido, longamente, um bom professor naquelas condições organizacionais específicas.

EUA pedem a Atenas e UE para chegarem a acordo Responsáveis da Zona Euro discutem em Bruxelas o que fazer após o "Não" do refrendo grego.

Foto: Yannis Kolesidis/ EPA

A Casa Branca instou a Grécia e os líderes europeus a encontrarem um compromisso para manterem o país na Zona Euro, após a vitória do "Não" no referendo de domingo. "O referendo acabou, mas a nossa posição aqui na Casa Branca mantém-se", disse na segunda-feira à noite o porta-voz John Earnest. A União Europeia e os dirigentes gregos precisam de "acordar um pacote de financiamento e de reformas que permita à Grécia continuar no caminho em direcção à sustentabilidade da dívida mas também do crescimento económico", afirmou Earnest. Eles devem fazer isto "de forma a permitir à Grécia permanecer na Zona Euro", acrescentou. O Presidente norte-americano, Barack Obama, falou ao telefone com o Presidente francês, François Hollande, sobre a permanência da Grécia na zona euro. Os dois líderes também assinalaram que o esforço "requer compromissos difíceis de ambos os lados". Os gregos rejeitaram no domingo, em referendo, por


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ampla maioria (61,34%) as propostas dos credores internacionais, (instituições europeias e Fundo Monetário Internacional), agravando o clima de incerteza na Zona Euro. Cimeira extraordinária Os responsáveis políticos da Zona Euro vão discutir esta terça-feira, em Bruxelas, o caminho a seguir relativamente à Grécia depois do referendo de domingo, em reuniões de ministros das Finanças e de chefes de Estado e de Governo. Portugal estará representado na cimeira do euro pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e na reunião do Eurogrupo pela ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque. O secretário-geral do PS, António Costa, também estará em Bruxelas, para participar no tradicional encontro de líderes socialistas antes das cimeiras. Na reunião de ministros das Finanças já não participará Yanis Varoufakis, que se demitiu na segunda-feira do cargo de ministro das Finanças grego, sendo substituído por Euclid Tsakalotos, que deverá hoje apresentar aos seus parceiros uma nova proposta de Atenas com vista a um terceiro programa de assistência (sem que o segundo tenha sido concluído), numa altura em que os bancos continuam encerrados na Grécia e mantém-se o limite de levantamento diário de 60 euros por pessoa. REPORTAGEM

Gregos e o pósVaroufakis. "Eles tinham medo dele. Talvez as negociações melhorem" Os gregos estão de novo à espera. Mas agora sentem que têm uma vitória – só não sabem de que tamanho.

Ao seu estilo, Varoufakis despediu-se da pasta das Finanças. Foto: Fotis Plegas G./EPA Por Catarina Fernandes Martins, em Atenas

Depois de uma semana de manifestações e bancos

fechados, os gregos disseram "não" à proposta dos credores internacionais e acordaram esta segundafeira sem saber se os cenários avançados nos últimos dias pelos meios de comunicação – falta de medicamentos nas farmácias, de produtos alimentares nos supermercados e de dinheiro nos bancos – se concretizariam. Nas ruas, poucos duvidam de que o Governo e a troika chegarão a acordo. Atenas está de novo à espera, sem saber o que pode acontecer nos próximos dias. Esta segunda-feira, as consequências visíveis do referendo da noite passada não foram as esperadas. As esplanadas continuam cheias, não falta comida nos supermercados, nem remédios nas farmácias. Logo pela manhã, uma surpresa: Yanis Varoufakis anunciava a sua demissão como ministro das Finanças, escrevendo no seu blogue que o fazia para facilitar as negociações entre o governo de Alexis Tsipras e a troika de credores internacionais. Os gregos ouvidos pela Renascença não parecem muito incomodados com a saída de Varoufakis. Compreendem a demissão à luz da justificação dada pelo antigo ministro, o que parece indicar confiança num novo acordo. "Acho que é uma boa estratégia", diz Natasha, 29 anos, música. "Eles tinham medo dele. Talvez agora as negociações sejam melhores", continua. Nikos, um produtor de mel de 35 anos, tem uma esperança semelhante: "Se a demissão de Varoufakis ajudar a chegar a um novo acordo, então está tudo bem." Koutsouflakis, 77, diz que nos últimos cinco anos perdeu cerca de 70% da reforma. Foi por isso que votou 'Não', diz. "Já não tenho medo de nada. Quando te cortam 70% da pensão já não há muito mais que possam levar", afirma este antigo médico à Renascença. Limitações aos levantamentos bancários continuam a fazer parte do quotidiano na Grécia. Foto: Alexandros Vlachos/EPA Koutsouflakis não tem dúvidas de que nos próximos dias haverá um acordo com a União Europeia. "Não acho que a Grécia vá sair do euro. A Zona Euro vai aceitar que a Grécia comece de novo. Olhe à sua volta: há pessoas que não têm o que comer e que procuram comida no lixo." "É tudo muito confuso" Mirto, uma analista financeira de 34 anos, diz que "votou 'Sim' com a cabeça e não com o coração". Ao contrário dos outros gregos com quem a Renascença falou esta segunda-feira, Mirto não está confiante num novo acordo favorável aos gregos. "Acho que agora temos de aceitar aquilo que nos derem. As novas medidas vão ser mesmo muito duras." Katarina, 34, advogada, votou 'Não' e não faz ideia daquilo que vai acontecer. "Acho que não há nenhum cenário possível de prever", diz. "É como se estivéssemos a um olhar para um daqueles espelhos que distorcem a nossa imagem. É tudo muito confuso", prossegue. Votou 'Não' para que "as escolhas sobre o futuro voltem a estar nas mãos dos gregos." Katarina tem consciência das possíveis consequências do seu "Não", mas parece estar preparada para arriscar: "Se calhar, temos de perceber aquilo que conseguimos fazer sozinhos. Eu sei que o euro é a melhor solução,


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mas ninguém tem dinheiro… Por isso, não importa a moeda que usamos", conclui. De novo à espera Junto à praça Plastera, os gregos que tentavam levantar os 60 euros diários numa caixa multibanco já sem dinheiro sorriam, orgulhosos, ao revelarem que votaram 'Não' no referendo. Quando lhes perguntávamos se estavam assustados com a possibilidade de os bancos continuarem fechados, respondiam sem perder o sorriso e de forma algo desafiante: "Os gregos já não têm dinheiro nos bancos de qualquer forma"; "Assustados? Não! Há coisas mais importantes do que os bancos". Depois, muitos seguiam para a caixa multibanco mais próxima, onde esperavam oito a dez pessoas em fila. No final do dia, do multibanco da praça Plastera saíam, novamente, notas de 20 euros. Já se sabe que os bancos vão continuar fechados até quarta-feira. Mas não se sabe mais nada. Parece que pouco mudou entre a semana que passou e o início desta. Os gregos estão de novo à espera. Mas agora sentem que têm uma vitória – só não sabem de que tamanho. EUCLID TSAKALOTOS

O cavalheiro esquerdista que sucede a Varoufakis O novo ministro das Finanças da Grécia já foi descrito como o oposto, em termos de estilo, de Varoufakis. Mas o pensamento é comum e a missão também.

Foto: EPA Por Filipe d’Avillez

A Presidência grega já anunciou que o novo ministro das Finanças será Euclid Tsakalotos, que até ao momento era um dos principais negociadores da equipa de Varoufakis. Embora os dois homens tenham ideias comuns sobre economia e finanças, Tsakalotos já foi descrito como o oposto de Varoufakis em termos de estilo e forma. Nascido numa família abastada, do negócio da navegação, Tsakalotos cresceu entre a Holanda e o Reino Unido. Estudou num colégio privado inglês e daí

seguiu para Oxford, o que lhe concedeu um inglês imaculado e com sotaque sofisticado. "Fala a língua melhor que eles. Chega a ser engraçado observar", comentou um membro do Syriza, em declarações ao jornal inglês "The Guardian", sobre os diálogos entre o novo ministro e os representantes dos credores. Foi em Oxford que Tsakalotos abraçou a esquerda política. De regresso à Grécia, filiou-se no Synaspismos, o partido que serviu de base para a criação do Syriza. Diz-se motivado pelo facto de representar grande parte da sociedade grega que não se sente representada pelas elites económicas e centros de decisão, mas também por um sentimento de injustiça que data da II Guerra Mundial. "Fomos a única nação onde as pessoas que participaram naquele que foi um importante movimento de resistência acabaram por ser tratados como parasitas, enquanto os que tinham colaborado com os alemães levavam uma vida boa. Não estava certo", afirma, em declarações reproduzidas pelo mesmo jornal. Tsakalotis é autor de vários livros, incluindo um recente, publicado em 2012, que se chama "Cadinho de Resistência: A Grécia, a Zona Euro e a Crise Económica Mundial", onde argumenta que a Grécia, ao contrário da imagem prevalecente, não era um país atrasado economicamente e que foi vítima da crise financeira mundial. E acrescenta: a verdadeira crise que se vive é de democracia na Europa. Em discursos mais recentes tem dito que o que os gregos querem é ser tratados como iguais numa europa de iguais. A filiação partidária não tem impedido o novo ministro de criticar o seu próprio Governo. O Syriza tem cometido erros, admite, que podem ser atribuídos a inexperiência, mas também tem aprendido com esses erros. Ao contrário de alguns elementos mais radicais do partido, Tsakalotis nunca defendeu a saída do euro como caminho de futuro para o seu país. O homem que pensa como um esquerdista, mas que se veste e fala como um distinto membro das elites financeiras e culturais da Europa, tem agora a missão de chegar a um acordo que possa salvar a Grécia e manter o país no euro.


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GRÉCIA

Dirigente do BE defende que acordo com credores deve levar a novo referendo O programa de debate político "Falar Claro" transformou-se num grande debate sobre a Grécia, com o socialista Vera Jardim, Diogo Feio, do CDS e José Gusmão, dirigente do Bloco de Esquerda. Por José Pedro Frazão

O que fazer com o “Não” grego às propostas dos credores? É a pergunta que domina a semana e o economista José Alexandre Gusmão, dirigente e exdeputado do Bloco de Esquerda, até vai mais além de um possível acordo entre o governo de Atenas e as instituições credoras. "A vontade dos gregos a esse nível é: rejeitam uma proposta concreta que, obviamente, exige uma interpretação política da parte do Governo. Do meu ponto de vista, até aconselharia um novo referendo, caso o Governo grego consiga chegar a acordo com as instituições”, defendeu na última noite, numa edição especial do programa “Falar Claro” na Renascença. José Gusmão entende a opção do Governo Syriza por um referendo, mas reconhece que Tsipras deveria ter antecipado, e muito, o anúncio de uma consulta aos gregos sobre as propostas dos credores. “O Governo grego fez uma coisa que faz todo o sentido no quadro do mandato que recebeu dos cidadãos gregos, que era romper com a austeridade, ficando no euro. Estes meses de discussão entre o Eurogrupo, o Governo grego e as outras instituições europeias tiveram, inclusivamente, episódios pouco edificantes e foram inúteis do ponto de vista do processo negocial realmente existente. Sempre foi objectivo das instituições europeias que o novo Governo grego assumisse os compromissos do anterior. Penso que houve alguma ingenuidade do Governo grego em pensar que era possível encontrarem-se a meio caminho. Teria sido melhor ideia convocar o referendo assim que essas divergências políticas fossem claramente estabelecidas. E eu penso que isso aconteceu desde a primeira hora”, argumenta o dirigente bloquista, num sinal de concordância com uma crítica do socialista Vera Jardim. “O Syriza andou quatro ou cinco meses a ‘enrolar'. Este referendo podia e devia [ter sido realizado há alguns meses]. Logo que o Syriza se confrontou com uma atitude europeia que era visível de: ‘vocês têm que fazer um conjunto de medidas de austeridade’. O Syriza devia ter consultado o povo grego, mas não agora - há dois ou três meses”, critica o antigo ministro do PS que acentua ainda um caminho “mais apertado" para Tsipras em Bruxelas. "É muito difícil ao Governo grego, aos representantes gregos nas negociações, aceitarem

medidas que foram liminarmente, e com uma maioria esmagadora, rejeitadas pelo povo grego". Cataventos e marés Os comentadores mostram-se unidos na esperança da manutenção da Grécia na moeda única. "Continuo com alguma esperança que se possa chegar a um acordo”, confessa Diogo Feio," já não será de 25ª mas de 26ª hora, que será, perante as circunstâncias que vivemos, um acordo menos mau. Já não é possível chegarmos a uma solução que seja positiva”. O centrista fala de um momento "muito ao pé do desconhecido, perigoso e [que] merece, da parte dos vários responsáveis políticos, uma postura cautelosa”. Vera Jardim também rema a favor de uma maré de esperança na própria manutenção da Grécia no Euro. “ O problema da Europa é que vai sempre atrás do prejuízo. Não tenhamos ilusões - a saída da Grécia da Zona Euro - se se confirmar, espero que não - é uma derrota trágica para o projecto europeu”, alerta no debate habitual das segundas-feiras na Edição da Noite da Renascença. José Gusmão utiliza o mesmo adjectivo em jeito de aviso. “ Qualquer ideia de que se expulsa a Grécia e o negócio continua como sempre, é uma ilusão trágica”, diz o dirigente bloquista que reconhece que “ o Banco Central Europeu tem todas as condições para pôr a Grécia fora do euro, se for essa a decisão das instituições”. Já Diogo Feio adverte que o momento desaconselha "retóricas ideológicas”. Como exemplo, o dirigente do CDS lembra que o Syriza "qualificava os credores de uma forma muito negativa, quando se referia à União Europeia de uma forma que não me parecia propriamente a mais simpática ”. José Gusmão argumenta que a referência de Christine Lagarde à necessidade de “adultos na sala” também tem que ser censurada. Diogo Feio anui, antes do remate de Vera Jardim. "Há frases para todos os gostos e de todos os quadrantes.” Ainda assim, Diogo Feio insiste ainda numa bicada ao PS. “ Se eu olho para o Syriza e vejo um catavento de posições – isto tem surgido durante todo este processo -, olho para o Dr. António Costa e vejo um catavento de reacções, que não se consegue perceber muito bem qual a linha. Dizer-se que há uma lógica democrática na Grécia – com certeza que há -, mas eu tenho de me lembrar de todas as outras lógicas democráticas que existem na zona euro e na União Europeia”, conclui o dirigente do partido liderado por Paulo Portas.


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FRANCISCO SARSFIELD CABRAL

A “Grécia” dos EUA O risco de falência de Porto Rico é real. Os seus dirigentes dizem ter que pagar aos funcionários públicos antes de pagarem aos credores. E a Casa Branca já recusou qualquer resgate.

O arquipélago de Porto Rico, perto das Caraíbas, é um território associado aos Estados Unidos, com perto de quatro milhões de habitantes. Em 2012, 54% dos votantes num referendo foram favoráveis à transformação de Porto Rico no 51º Estado dos EUA, mas o Congresso de Washington ainda não concretizou essa pretensão. Porto Rico é agora notícia pelas más razões: o território deve 72 mil milhões de dólares e parece incapaz de os pagar. Conseguiu apenas pagar 1,4 mil milhões e adiar o prazo de pagamento do restante para 15 de Setembro próximo. Por isso se diz que Porto Rico, em recessão económica há dez anos, é a Grécia dos EUA. O risco de falência de Porto Rico é real. Os seus dirigentes dizem ter que pagar aos funcionários públicos antes de pagarem aos credores. E a Casa Branca já recusou qualquer resgate. Em 2013 Detroit, a cidade da indústria automóvel, declarou falência. A sua população baixou de dois milhões para 700 mil habitantes. Dezenas de milhares de casas ficaram vazias nesta cidade fantasma. Mesmo nos EUA, falir nunca é sem dor.

Mil milhões de pessoas saíram da pobreza extrema Objectivos do Milénio lançaram "o movimento antipobreza mais bem sucedido da história", diz relatório da ONU. Mas nem tudo foram progressos nos últimos 15 anos.

Foto: EPA Por Liliana Monteiro

Mais de mil milhões de pessoas saíram da pobreza extrema desde o início do século XXI, avança o relatório das Nações Unidas sobre os objectivos de desenvolvimento para o Milénio. O documento conclui que o mundo está perante “o movimento antipobreza mais bem sucedido da história”, mas ainda há muito caminho pela frente e os desafios são enormes. Os oito objectivos traçados no ano 2000 foram desenvolvidos ao longo dos últimos 15 anos. 189 nações firmaram as metas, entre elas, o combate à extrema pobreza e às desigualdades de género. 1. Erradicar a pobreza extrema e a fome Se em 1990 havia 1,9 mil milhões de pessoas em pobreza extrema, hoje em dia estamos a falar de um universo na casa dos 836 milhões, uma realidade que entrou em declínio acentuado nas ultimas duas décadas. Diminuiu o número de pessoas subnutridas nas regiões mais subdesenvolvidas do planeta e triplicou o número de pessoas a viver com mais de quatro euros por dia. 2. Ensino básico universal à educação No início do século XXI, havia 100 milhões de crianças que não iam à escola. Em 2015 esse número foi reduzido para 57 milhões. Foi na África Subsariana que se alcançaram os melhores e maiores resultados nesta matéria. Nos últimos 15 anos aumentou em 20% o número de crianças em ambiente escolar. O nível de literacia entre os jovens dos 15 aos 24 anos aumentou em cerca de 91%, diminuindo também o fosso entre homens e mulheres. 3. A igualdade entre os sexos e a valorização das mulheres Actualmente, há mais mulheres na escola, tanto no ensino primário, secundário ou superior. Se em 1990


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existiam apenas 74 raparigas na escola primária por cada 100 rapazes, hoje existem 103 membros do sexo feminino por cada 100 do sexo masculino. A mulher alargou também o universo profissional. Hoje em dia desenvolve actividades pagas e noutros sectores que não apenas a agricultura. As mulheres ganharam também terreno nos parlamentos em 90% dos 174 países. Nos últimos 20 anos duplicou o número de mulheres na política. Mesmo assim, em cada cinco políticos apenas uma é mulher. 4. Diminuição da mortalidade infantil O relatório da ONU regista uma quebra da mortalidade infantil. Se em 1990 ocorreram 12,7 milhões de mortes em crianças com menos de cinco anos, em 2015 os números rondam os seis milhões de vitimas. O aumento da vacinação contra o sarampo permitiu prevenir cerca de 16 milhões de mortes infantis, entre 2000 e 2013. Nesta altura, cerca de 84% das crianças um pouco por todo o mundo receberam pelo menos uma dose desta vacina. 5. Melhorar a saúde materna Com os objectivos do Milénio cada vez mais mulheres têm acesso a assistência e tratamentos durante e depois da gravidez. A taxa de mortalidade das mães caiu para metade em todo o mundo. Actualmente, destaca o relatório, três em cada quatro partos são assistidos por profissionais de saúde especialistas na área. 6. Combate a doenças como a sida e malária Os infectados com o vírus HIV no mundo caíram de 3,5 milhões de pessoas para 2,1 milhões. Há cerca de um ano, muitos milhões de infectados estavam a receber terapia anti-retroviral. Também o alargamento dos tratamentos e prevenção da malária e da tuberculose ajudaram à queda da mortalidade por causa destas doenças. 7. Acesso sustentável à água potável e ao saneamento básico Um total de 91% da população global consegue ter acesso à água em 2015 e 2,1 mil milhões de habitantes têm acesso a melhores condições sanitárias. O número de pessoas a viver em bairros de lata caiu de 39 para 29% no último ano. 8. Garantir o desenvolvimento No último ano a Dinamarca, Luxemburgo, Noruega, Suécia e Reino Unido continuavam no top das ajudas aos países subdesenvolvidos. Entre 2000 e 2014, as ajudas aumentaram de 73 mil milhões de euros para 121 mil milhões de euros. Em 2015, 95% da população mundial tem acesso a rede de telecomunicações. Os subscritores de números de telemóvel cresceram nos últimos 15 anos de 738 milhões para sete mil milhões de utilizadores. Conflitos causam milhões de refugiados em todo o mundo. Foto: ONU Um mundo de problemas Apesar dos progressos, as mulheres enfrentam ainda discriminação, desigualdade laboral e ganham, em média, menos 24% que os homens. Também ainda existe um grande fosso entre ricos e pobres. Os conflitos são responsáveis por grande parte dos problemas sociais. Até ao fim do último ano, os conflitos forçaram 60 milhões de pessoas a abandonar as suas casas. Todos os dias cerca de 42 mil pessoas procuram protecção e abrigo.

No último ano, metade dos refugiados sob responsabilidade das Nações Unidas eram crianças. 800 milhões de pessoas continuam a viver em extrema pobreza, vitimas do ódio e de conflitos. Há 160 milhões de crianças, com idades abaixo dos cinco anos, com peso inadequado para a idade. Estão subnutridas. Actualmente, 57 milhões de crianças, em idade escolar, não frequentam o ensino primário. As mudanças climáticas também têm tido sérias consequências, que fazem sofrer ainda mais as populações em pobreza extrema. As emissões de carbono aumentaram 50% desde 1990 e mudaram muitos ecossistemas. Um total de 5,2 milhões de hectares de floresta foram perdidos em 2010, uma área correspondente à Costa Rica. O excesso de exploração marinha, apanha de peixe, tem aberto caminho à aproximação da extinção de muitas espécies. A nova agenda de desenvolvimento sustentável para depois de 2015, com novos objectivos, deve ser adoptada em Setembro, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.

A história inspiradora da "Malala da Síria" Mazoun Almellehan percorre campos de refugiados para convencer os pais a manterem as suas filhas na escola em vez de as pressionarem para casar.

A CNN contou a história de Mazoun

Mazoun Almellehan tem 16 anos. Vive num campo de refugiados no meio do deserto da Jordânia, a uma centena de quilómetros da fronteira com a Síria. Há dois anos, a jovem síria teve de deixar tudo - com os pais e os três irmãos mais novos - para fugir da guerra civil. Mas Mazoun não pensa no que ficou para trás. Mazoun concentra-se no futuro e está a fazer campanha entre os refugiados para manter as crianças na escola. Chamam-lhe a "Malala da Síria", numa referência à jovem paquistanesa, Nobel da Paz em 2014, que foi baleada pelos talibãs por promover a educação das raparigas. Uma reportagem da CNN, que cita dados da UNICEF,


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diz que o casamento precoce subiu entre os refugiados sírios na Jordânia nos últimos três anos: de 18% em 2012 para cerca de um terço de todos os casamentos envolvendo um refugiado sírio em 2014. Enquanto a longa guerra civil na Síria continua a ser travada sem fim à vista, os pais das jovens refugiadas preferem muitas vezes casá-las cedo para assegurar a sua estabilidade financeira. Mazoun acredita que isto é um erro e luta para convencer as jovens a voltar para a escola. A reportagem da CNN mostra como, há dois anos, Mazoun tem andado de porta em porta nos campos de refugiados para convencer os pais a manterem as suas filhas na escola em vez de as pressionarem para casar. "A educação é muito importante porque é o escudo que podemos usar para nos protegermos na vida. Se não tivermos educação, não nos podemos defender", afirmou a jovem ao canal de notícias norte-americano. "Grande sonhos" Em Fevereiro de 2014, Malala Yousafzai visitou Mazoun Almellehan no campo de refugiados de Zaatari. Mazoun esteve em Oslo para ver a Malala a recebe o Prémio Nobel da Paz em Dezembro passado. "Tenho imenso orgulho em ser chamada a 'Malala da Síria'", afirmou à CNN. "Malala é uma pessoa muito dedicada e forte, que enfrentou enormes dificuldades na sua vida a tentar promover a educação. Isso dá-me uma enorme motivação para fazer mais." Mas Malala ficou igualmente impressionada com Mazoun. "Foi óptimo conhecê-la", disse, numa entrevista às Nações Unidas. "Ela também tem grandes sonhos para o seu país. Ela quer que o seu país esteja em paz, quer ver a paz em cada canto da Síria." No futuro, Mazoun quer ser jornalista. "É um trabalho muito bonito."

Turismo social ajuda Fundação "O Século" a equilibrar as contas Este foi um dos negócios a que a instituição recorreu depois de ter ficado sem as verbas provenientes da Feira Popular.

Foto: DR Por Ana Lisboa

A Fundação “O Século” faz um balanço positivo da

aposta no turismo social. Em dois anos, “acolhemos 6.500 pessoas”, sublinha o presidente da instituição. Emanuel Martins adianta que em período de época alta foi registada "uma ocupação média de 80%" e "à volta de 40 a 50% nos períodos de época baixa". Quem mais procura este tipo de alojamento são, sobretudo, “portugueses, seguidos de espanhóis, franceses, alemães, holandeses, brasileiros e britânicos”. Ainda em processo de crescimento, este negócio social foi criado para que a Fundação pudesse ter receitas para se auto-sustentar, uma vez que ficou sem o financiamento vindo da Feira Popular, na sequência de um protocolo com a Câmara de Lisboa. Emanuel Martins reconhece que a instituição ficou numa situação delicada. “Ficámos sem 2,6 milhões de euros por ano que era o motor da nossa obra social”, sublinha. Por isso, decidiram recorrer ao turismo social. No primeiro ano “foi uma escalada difícil” para implementar o serviço e divulgá-lo para o exterior, confessa o presidente da Fundação “O Século”. Mas agora, diz, “podemos falar num caso sobejado de sucesso”. Neste tipo de serviço é dada prioridade às instituições de solidariedade social, mas também há empresas e universidades que recorrem a este alojamento. A localização, em frente à praia de S. Pedro do Estoril, na linha de Cascais, é uma mais-valia para os utentes. Há mesmo uma “entrada particular de acesso à praia”. Além deste negócio ligado à hotelaria, a Fundação encontrou ainda outras duas soluções para conseguir angariar mais verbas: o serviço de “takeaway” que tem capacidade para servir 1.500 refeições por dia e ainda uma lavandaria que lava 15 toneladas de roupa por mês. Estes projectos “não são ainda suficientes” para fazer face às despesas com a obra social, refere Emanuel Martins. A Fundação continua, por isso, “a trabalhar noutros projectos e noutras soluções” que espera venham a ter sucesso. “Dentro de dias vamos abrir uma loja de ‘takeaway’ virada para a rua, para aproveitar a oportunidade”, conta Emanuel Martins. O défice da Fundação foi reduzido substancialmente. Passou de 2,3 milhões de euros para 500 mil euros. Para isto contribuíram não só estes três negócios, mas ainda a redução de todos os custos possíveis. Esta obra social dá apoio a 600 pessoas, desde crianças a idosos, em 16 valências diferentes, desde creches ao pré-escolar, apoio a crianças de risco, apoio domiciliário, intervenção em bairros sociais e muitas outras.


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Costa acusa Portas de "brincar às provocações" Líder socialista afirma que "não vale a pena o Governo querer refugiar-se na Grécia para explicar o insucesso da sua política".

Acidentes com ciclistas aumentaram 9% em Portugal Registaram-se quase dois mil acidentes com bicicletas durante o ano passado, com 19 vítimas mortais.

Presidente da Cáritas, Eugénio da Fonseca, reuniu-se com o líder do PS. Foto: Manuel de Almeida/Lusa

O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, utiliza a crise na Grécia para "brincar às provocações", acusa o líder do PS, António Costa. Após uma reunião com a Cáritas Diocesana, António Costa afirmou que o actual momento "é sério" em Portugal e "não é para brincadeiras". "Não se podem levar a sério as provocações e temos de nos concentrar nos problemas sérios. Se o senhor viceprimeiro-ministro, em vez de brincar às provocações, se preocupasse com as realidades e com os problemas sérios do país, - como o PS está a fazer neste diálogo com a Cáritas, ou como fez na semana passada no Vale da Amoreira -, talvez percebesse que o momento não é para brincadeiras", declarou António Costa. Segundo o secretário-geral socialista, "muitas vezes Paulo Portas gosta de brincar e fez hoje uma provocação", mas o PS "não tem tempo para provocações", devendo antes "concentrar-se na resposta aos dramas efectivos das pessoas, que nos merecem todo o respeito". "A crise portuguesa está para além da crise grega. Não vale a pena o Governo querer refugiar-se na Grécia para explicar o insucesso da sua política. Esta crise em Portugal que nos foi relatada pela Cáritas, com exemplos concretos da vida das pessoas, revela a dimensão do fracasso das políticas de austeridade conduzidas pelo Governo ao longo dos últimos quatro anos", disse António Costa. O vice-primeiro-ministro e líder do CDS, Paulo Portas, defendeu esta segunda-feira, em Alcochete, que o Governo moveu-se pelo "interesse nacional" ao distanciar-se da Grécia, ao contrário do líder socialista, que teria deitado "fora os esforços dos portugueses" por "solidariedade ideológica". A visita do secretário-geral do PS à Cáritas Diocesana destinou-se a preparar o debate do Estado da Nação, na quarta-feira, na Assembleia da República.

Foto: EPA

Quatro por cento dos acidentes rodoviários envolveram bicicletas em 2014, ano em que os desastres com este tipo de veículos aumentaram quase 9%, indica um relatório da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR). Durante o ano passado, registaram-se 1.914 acidentes com bicicletas, mais 152 do que em 2013, de acordo com o relatório sobre a sinistralidade rodoviária. O documento salienta que 4% do total de acidentes registados em 2014 envolveram bicicletas, enquanto o número de vítimas mortais situou-se nos 6%. Segundo a ANSR, os acidentes envolvendo bicicletas provocaram 19 vítimas mortais em 2014, menos uma do que em 2013, e 120 feridos graves, mais 33 do que no ano anterior. Os feridos ligeiros também aumentaram ligeiramente, tendo sofrido ferimentos ligeiros 1.689 ciclistas no ano passado, mais 118. O relatório indica ainda que nove das 19 vítimas mortais tinha idade igual ou superior a 65 anos. Em 2014, entraram em vigor as alterações ao Código de Estrada, nomeadamente novas regras de circulação para os ciclistas, que passaram a ter direitos reforçados ao serem equiparados aos veículos motorizados. Entre as novas regras, os ciclistas passaram a ter direito de passagem nos casos em que têm prioridade, podem circular a pares, não podem andar nos passeios e nem em contramão, além de serem obrigados a cumprir as regras de atravessamento. No ano passado, segundo o mesmo documento da ANSR, registaram-se 30.604 acidentes com vítimas, mais 0,9% do que em 2013, que provocaram 482 mortos (menos 6,9%) e 2.152 feridos graves (mais 4,8%).


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Detectados 22 casos de trabalho não declarado no sector da limpeza Autoridade para as Condições do Trabalho visitou 86 empresas numa acção a nível nacional. Por Ana Carrilho

A Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) detectou 22 mulheres em situação de trabalho totalmente não declarado no sector das limpezas. A ACT avança, em comunicado, que numa acção inspectiva a nível nacional foram feitas 468 visitas a 332 locais de trabalho de 86 empresas do sector. Os inspectores levantaram 110 autos de notícia por incumprimento grave de várias disposições legais que envolvem coimas superiores a 162 mil euros. As empresas do sector das limpezas receberam ainda 191 advertências e 90 notificações para tomada de medidas. A maior parte relacionadas com a realização de exames médicos. A acção inspectiva da Autoridade para as Condições do Trabalho abrangeu mais de 1.400 trabalhadores. Cerca de 90% são mulheres.

Mais de 1.700 viaturas apreendidas e 30 arguidos na "Operação Medusa" GNR fala de um caso com "um impacto social grande em muitas famílias". Em causa um "esquema fraudulento de insolvência de empresas". A GNR elevou para 1.730 o número de viaturas apreendidas na "Operação Medusa", na semana passada, durante a qual apreendeu também armas, dinheiro e material informático usado num "esquema fraudulento de insolvência de empresas". A operação resultou em 30 arguidos, homens e mulheres, que se encontram com Termo de Identidade e Residência (TIR), mas houve igualmente empresas que foram constituídas arguidas, revelaram os oficiais que apresentaram, esta segunda-feira, os resultados de um processo ainda em investigação. Segundo a GNR, havia uma acção concertada por parte de grupos organizados para provocar a delapidação do património das empresas e a sua insolvência, usando "um testa de ferro" que por vezes actuava com a conivência dos responsáveis das entidades investigadas. No domingo passado, a GNR anunciou a apreensão de

milhares de documentos e mais de 1.400 viaturas, um número que agora actualizou para 1.730, entre ligeiros e pesados, devido à chegada de novos dados. Como o processo de investigação continua a decorrer não foram fornecidos mais detalhes de um caso que incide na investigação da aquisição e comercialização de automóveis. Foi apenas adiantado que há bancos lesados, além de outros credores. De acordo com a GNR, o caso tem "um impacto social grande em muitas famílias". Investigadas 91 empresas Foram investigadas 91 empresas e apreendido um valor estimado em 44 milhões de euros, em que se incluem quantias em diferentes moedas: dólares, euros e francos. Os arguidos são suspeitos de "associação criminosa, abuso de confiança qualificada, frustração de créditos, burla tributária, fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e falsificação de documentos". A "Operação Medusa" envolveu diligências nos distritos de Lisboa, Santarém, Setúbal e Faro, para investigar matérias relacionadas com a aquisição e comercialização de veículos automóveis, envolvendo um grupo de cerca de 30 pessoas singulares e de 70 pessoas colectivas que, desde 2013, desenvolviam a actividade de compra e venda de viaturas penhoradas, de veículos com pedidos de apreensão activos ou fazendo parte de massa insolvente de sociedades terceiras.

Calor pinta de amarelo cinco distritos. Cuidado com os raios UV Recomenda-se o uso de óculos de sol, chapéu, t-shirt, guarda-sol, protector solar e evitar a exposição das crianças ao sol. Há 20 concelhos em risco máximo de incêndio.

Foto: DR

Cinco distritos do continente estão sob aviso amarelo esta terça-feira, o terceiro mais grave de uma escala de quatro, devido à previsão de tempo quente, informou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).


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Terça-feira, 07-07-2015

De acordo com o IPMA, os distritos da Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Évora e Beja estão sob aviso amarelo desde as 22h00 de segunda-feira e as 21h00 de quarta-feira devido à persistência de valores elevados das temperaturas máximas. O aviso amarelo é emitido pelo IPMA sempre que existe uma situação de risco para determinadas actividades que dependem do estado do tempo. O IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, apresentando períodos de maior nebulosidade no litoral das regiões norte e centro até ao final da manhã, vento em geral fraco predominando de noroeste, soprando moderado no litoral oeste e nas terras altas, em especial a partir da tarde. Está também prevista e neblina ou nevoeiro matinal nalguns locais do litoral das regiões norte e centro. Em Lisboa as temperaturas vão oscilar entre 17 e 30 graus, no Porto entre 15 e 24, em Vila Real e Viseu entre 14 e 31, em Bragança entre 14 e 32, na Guarda entre 15 e 30, em Coimbra entre 13 e 29, em Castelo Branco entre 17 e 37, em Portalegre entre 21 e 37, em Évora entre 15 e 38, em Beja entre 15 e 39, em Santarém entre 14 e 32 e em Faro entre 23 e 33. Quase todas as regiões do país apresentam hoje risco muito alto e alto de exposição à radiação ultravioleta (UV), segundo o IPMA. Aveiro, Beja, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Leiria, Lisboa, Penhas Douradas, Porto, Portalegre, Sagres, Santarém, Setúbal, Sines, Viseu, Vila Real e Horta estão hoje com risco muito elevado de exposição à radiação ultravioleta. As regiões do Funchal, Porto Santo, Angra do Heroísmo e Viana do Castelo apresentam risco alto de exposição à radiação UV e Ponta Delgada está com níveis moderados. Para as regiões com níveis muito altos, o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, t-shirt, guarda-sol, protector solar e evitar a exposição das crianças ao sol. Vinte concelhos em risco máximo de incêndio Vinte concelhos dos distritos de Faro, Santarém, Castelo Branco, Leiria, Coimbra, Guarda e Viseu apresentam hoje risco máximo de incêndio. De acordo com o IPMA, em risco máximo de incêndio estão os concelhos de Mação e Sardoal (Santarém), Vila de Rei, Sertã e Oleiros (Castelo Branco), Pampilhosa da Serra, Arganil, Góis, (Coimbra), Pedrógão Grande (Leiria), Monchique (Faro), Sabugal, Guarda, Gouveia, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Trancoso, Aguiar da Beira (Guarda), Vila Nova de Paiva, Sernancelhe e Moimenta da Beira (Viseu). O risco de incêndio determinado pelo IPMA engloba cinco níveis, que podem variar entre reduzido e máximo. O cálculo é feito com base nos valores observados às 13h00 em cada dia relativamente à temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas. A Autoridade Nacional de Protecção Civil registou na segunda-feira 124 incêndios que foram combatidos por 2.383 operacionais, com o auxílio de 624 meios terrestres e 42 aéreos.

Ciclo com Peter Stein em Almada Iniciativa "O sentido dos mestres" tem lugar no âmbito do 32º Festival de Teatro de Almada. O encenador Peter Stein dirige, a partir desta terçafeira, na Casa da Cerca, em Almada, a iniciativa "O sentido dos mestres", no âmbito do 32º Festival de Teatro de Almada, que teve início no passado dia 4 de Julho. Em comunicado, a organização do Festival afirma que o alemão Peter Stein, de 77 anos, é "um dos mestres do teatro europeu ainda em actividade", e adianta que "durante três dias vai dar a conhecer a sua forma de conceber o teatro enquanto actividade artística e profissional". As três sessões são "o nascimento do teatro", hoje, "o texto teatral", que se realiza na quarta-feira à tarde, e "o espaço cénico", que se realiza na quinta-feira. Peter Stein encena, no âmbito do festival, a peça "O regresso a casa", de Harold Pinter, que é levada à cena no sábado e no domingo no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa. A iniciativa "O sentido dos mestres" realizou-se pela primeira vez o ano passado. Trata-se de um programa com o apoio da Share Foundation, que tem como objectivo promover a formação contínua através do contacto com reputados criadores portugueses e estrangeiros. O actor e encenador Luis Miguel Cintra, que durante cinco tardes conversou com os participantes sobre aquelas que considerava as áreas base da criação teatral, inaugurou no ano passado este ciclo. Cinquenta e quatro espectáculos, 27 dos quais de sala, integram a 32ª edição do Festival de Almada, a decorrer naquele município e em Lisboa até ao dia 18. Exposições, colóquios, debates e workshops integram ainda esta edição do festival, que assinala também as comemorações dos dez anos da inauguração do Teatro Municipal Joaquim Benite.


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Quarenta obras de Joana Vasconcelos expostas em Londres Mais de 40 obras de Joana Vasconcelos, de vários períodos da carreira da artista, vão estar em exposição na galeria Phillips, em Londres, a partir de 15 de Julho e até 30 de Agosto.

Foto: Lusa

Em destaque estará "Material Girl", um novo trabalho de grande dimensão, em tonalidade rosa e ornamentada com luzes LED, para a série "Valquíria", cujas peças são caracterizadas pelas formas tentaculares produzidas a partir de têxteis coloridos, bordados e de outras aplicações. Esta série, iniciada em 2004, é inspirada nas figuras na mitologia nórdica que sobrevoavam os campos de batalha, montadas em cavalos alados, que identificavam os futuros guerreiros do deus Odin. Para o espaço da galeria, que tem uma área de 864 metros quadrados, a artista portuguesa fez novos trabalhos para a série de "Pinturas em crochê", com espelhos e luzes LED, e criou o primeiro caracol gigante para o núcleo "Bordalos", composta por animais em cerâmica, cobertos de rendas portuguesas. Vão estar em exposição na galeria Phillips, em Londres, a partir de 15 de Julho e até 30 de Agosto. Joana Vasconcelos já expôs várias vezes em Londres e realizou uma grande mostra no ano passado, em Manchester, mas a última a solo na capital britânica data de 2012. Recentemente viu também duas torres gigantes, em forma de castiçais, compostas por garrafas de vinho, serem instaladas nos jardins de Waddesdon Manor, em Buckinghamshire, no Reino Unido. Joana Vasconcelos, 42 anos, nascida em Paris, mas a residir em Lisboa e com ateliê na capital portuguesa, tornou-se na primeira mulher e criadora mais jovem a expor algumas das suas obras no Palácio de Versailles, em Paris, em 2012. Representou oficialmente Portugal na Bienal de Arte de Veneza, em 2013, num projecto comissariado por Miguel Amado, que levou um cacilheiro - Trafaria transformado em obra de arte ao recinto principal da mostra internacional contemporânea.

RIBEIRO CRISTÓVÃO

Dia Inesquecível Voltou agora a falar-se intensamente do Chile porque uma brava equipa de futebol logrou inscrever pela primeira vez o seu nome na lista de vencedores da mais importante competição futebolística sulamericana a nível de selecções, a Copa América.

Aquele episódio ocorrido vai para cinco anos, no Chile, com 33 mineiros a serem dramaticamente resgatados, após 22 horas de trabalho ininterrupto, de um subterrâneo em San José, no qual permaneceram durante setenta dias a mais de setecentos metros de profundidade, comoveu então o mundo e tirou o sono a milhões de espectadores em todos os continentes. Foram, sem dúvida, momentos dramáticos que chamaram a atenção para a existência de um país situado na faixa ocidental da América do Sul do qual pouco se falara até então. Depois, mesmo sabendo-se que esses mineiros passaram por dificuldades de toda a ordem, tanto a nível psicológico como económico, a história passou para o esquecimento. Voltou agora a falar-se intensamente do Chile porque uma brava equipa de futebol logrou inscrever pela primeira vez o seu nome na lista de vencedores da mais importante competição futebolística sulamericana a nível de selecções, a Copa América. Foi uma vitória fantástica arrancada a golpes de audácia, entrega e grande qualidade, alcançada após uma série de jogos bem conseguidos e culminada frente a um adversário que se apresentou na final como favorito mas saiu vergado ao peso de uma derrota tangencial. A selecção do Chile, embora servida por alguns jogadores de excelência, valeu sobretudo pela força do seu conjunto e pela determinação posta em campo visando ganhar, em casa, um troféu que dificilmente voltará à sua posse nos próximos anos. Vale a pena saudar esta vitória também pela alegria e entusiasmo que transmitiu a um povo sempre tão distante de conquistas relevantes. O Chile não vai esquecer tão cedo o dia 4 de Julho de 2015.


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Terça-feira, 07-07-2015

Casillas no FC Porto é surpresa para Balboa O antigo jogador do Benfica foi colega do guarda-redes no Real Madrid, e apesar de surpreendido, o extremo garante que Casillas vai ser uma mais-valia para o FC Porto. Mesmo com 34 anos.

ABRANTES MENDES

"Acordo com Marco Silva dá outro conforto ao Sporting" Abrantes Mendes considera que agora todos os esforços podem estar concentrados na nova época.

O guarda-redes do Real Madrid vai reforçar o FC Porto. Foto: DR

Em entrevista a Bola Branca, Javier Balboa fala do ingresso de Iker Casillas no plantel portista, começando por se mostrar "surpreendido, porque ninguém estava à espera desta situação". O extremo considera que Casillas deve "ter pensado muito nas várias opções que recebeu", mas se escolheu o FC Porto "é porque entende que é o melhor para ele". O antigo jogador do Real Madrid e do Benfica acredita que "Casillas vai chegar ao Porto com vontade de vencer", depois das últimas épocas no clube da capital espanhola "onde foi muito criticado, e onde teve problemas com Mourinho". Balboa recorda que a imprensa também não poupou o jogador "falando muito de assuntos extradesportivos". Balboa lembra que o FC Porto "será o segundo clube da carreira de Casillas" e também por essa razão acredita que "o guardião espanhol chegará com a motivação no máximo ao Dragão", estando convicto que será "uma mais-valia" para a equipa de Lopetegui.

Abrantes Mendes defende que "o acordo com Marco Silva dá outro conforto aos leões". Para o ex-dirigente do Sporting, "a resolução deste problema, permite ao treinador e à direcção concentrar forças na nova época", porque é um situação que fica regularizada. Abrantes Mendes está "feliz" por as duas partes chegarem a este acordo. Nesta entrevista a Bola Branca, Abrantes Mendes admite que "Jorge Jesus pode terminar a carreira no Sporting". O ex-dirigente leonino recorda que, "apesar de não existir em Portugal a tradição dos treinadores ficarem muito tempo nos clubes, Jesus tem condições para o fazer em Alvalade". Abrantes Mendes faz um pedido aos adeptos: "Tenham a noção de que Roma e Pavia não se fizeram num dia". Jorge Jesus reafirmou no domingo, na SIC Notícias, o objectivo de ser campeão já na sua primeira época em Alvalade, mas Abrantes Mendes não vai tão longe. Não exige "o campeonato na primeira época, mas sim trabalho para o futuro".


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Terça-feira, 07-07-2015

Primeiro treino “francamente positivo”, diz Rui Vitória Novo técnico encarnado elogiou a postura dos jogadores que já estiveram no Seixal.

O treinador do Benfica, Rui Vitória, fez um balanço "francamente positivo" dos primeiros dias de trabalho da equipa de futebol, depois do treino número 1 dos bicampeões nacionais na nova época. "O balanço é fracamente positivo, não só de hoje, mas de todo o trabalho que temos vindo a realizar. Estou bastante agradado com o trabalho de toda a gente, sinto que todos estão muito envolvidos", disse Rui Vitória, à Btv. Em relação ao primeiro treino, o ex-técnico do Vitória de Guimarães falou de uma "postura foi muito positiva" e um "entrega de forma determinada" dos jogadores, o que, na sua opinião, é um "excelente indicador para o resto da época". "Vamos caminhar todos juntos. É evidente que neste primeiro treino gostaria de ter tido a 'nação benfiquista' aqui presente. Hoje, não foi possível, mas durante o ano vai acontecer", prometeu Rui Vitória. O Benfica parte dentro de 15 dias para uma digressão ao continente americano, mas, entretanto, efectuará uma sessão de trabalho ao qual os adeptos terão acesso. O treino deste sábado decorreu no campo nº 3 do Caixa Futebol Campus e as novidades foram Gonçalo Guedes, Nuno Santos e o alemão Mukhtar, três jogadores que estiveram no Mundial de sub-20, realizado na Nova Zelândia. Por seu lado, o avançado Nelson Oliveira, a recuperar de lesão, cumpriu o primeiro treino de pré-temporada sob vigilância médica. Salvio e Rui Fonte não pisaram o relvado.

Presidente do Conselho de Arbitragem garante que não cede a pressões Em entrevista a Bola Branca, o presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol manifesta-se contra o regresso do sorteio. Seria "uma aberração e lesivo para a verdade desportiva". O presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) nega ter pressionado o árbitro Marco Ferreira e mostra-se contra um eventual regresso do modelo de sorteio dos árbitros. Seria "uma aberração e lesivo para a verdade desportiva", diz Vítor Pereira em entrevista a Bola Branca. Pereira confirma que ligou a Marco Ferreira, mas não para pressionar o árbitro, como o madeirense denunciou em entrevista à RTP. "O que existem são contactos entre o presidente e restantes membros do Conselho de Arbitragem com os seus árbitros sempre com intuito de motivar, transmitir confiança para os jogos. Eu percebo o estado de espírito de desalento e tristeza, mas o processo de nomeações é autónomo das avaliações", afirma Vítor Pereira, em entrevista à Renascença. O dirigente confessa que se tivesse sabido por antecipação da má classificação de Marco Ferreira nunca o teria nomeado para a final da Taça de Portugal. "Se tivesse tido conhecimento das classificações não teríamos nomeado Marco Ferreira para a final da Taça de Portugal, nem tão pouco o árbitro assistente Tiago Trigo. Não teríamos, também, nomeado um dos dois árbitros da final da Taça de Portugal de futsal, que também foi despromovido", afirmou Vítor Pereira. Sobre o futuro, o presidente do Conselho de Arbitragem da FPF assegura que "a arbitragem portuguesa tem um rumo, o Conselho de Arbitragem é independente e não cede a pressões". "As nomeações saem da cabeça dos dirigentes da arbitragem e sem qualquer tipo de pressão externa. Entre mais de oito mil nomeações desde o futebol ao futsal podem existir algumas que aparentemente não foram as mais correctas, mas achamos isso natural", concluiu.


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Terça-feira, 07-07-2015

Cancellara está fora da Volta à França Alguns ossos partidos não impediram o ciclista de chegar à meta, mas exames hospitalares colocam Fabian Cancelara fora do Tour, depois do envolvimento numa dura queda que marcou a terceira etapa do Tour.

FOTOGALERIA

Kitesurf. Português bate recorde de maior viagem sem paragens Francisco Lufinha partiu no domingo de Lisboa e só quer parar na Madeira.

Fabian Cancellara abandona o Tour depois de ter sofrido uma queda na terceira etapa. Foto: DR

Fabian Cancelara entrou na terceira etapa da Volta à França com a camisola amarela e saiu com alguns ossos partidos, motivo que o levou a anunciar o abandono da prova esta segunda-feira. O suíço foi apanhado por uma queda violenta esta segunda-feira na etapa que fez a ligação de Anvers ao Muro de Huy, na Bélgica. Cerca de duas dezenas de ciclistas foram apanhados e cinco já confirmaram a desistência na sequência dos ferimentos sofridos. Acabo de sair do hospital com uma grande decepção. O Tour 2015 acabou. Parti algumas costelas outra vez como na Primevera", partilhou Cancelara na sua conta pessoal do Twitter. Quem também aproveitou a rede para dar conta do seu estado de saúde aos seguidores foi Rui Costa. O ciclista português da Lampre-Merida confessou as dores mas garantiu não ter sofrido nenhuma lesão grave. Fabian Cancellara (Trek) junta-se, assim, aos nomes de William Bonnet, da Française des Jeux, Tom Dumoulin (Giant-Alpecin), Simon Gerrans (Orica-Greenedge) e Dmitry Kozontchuk (Katusha) na lista de abandonos da prova relacionados com a queda desta segunda-feira.

O português Francisco Lufinha bateu esta segundafeira o recorde mundial de maior viagem de kitesurf sem paragens, superando a anterior marca de 564 quilómetros, que já detinha. O velejador luso embarcou nesta aventura às 16h30 de domingo, no Cais das Colunas, em Lisboa, e conta já com mais de 28 horas de viagem “non-stop”. Lufinha vai continuar agora esta a viagem com o objectivo de colocar o novo recorde o mais longe possível, esperando ainda chegar à Madeira. O recorde mundial tinha sido fixado por Lufinha em Setembro de 2013, numa viagem entre o Porto e Lagos. A NEW WORLD RECORD WAS SET!! :) CONGRATS FRANCISCO LUFINHA! #yesyoucan #minikitesurfodyssey #proud — Francisco Lufinha (@francislufinha) 6 julho 2015

Página1 é um jornal registado na ERC, sob o nº 125177. É propriedade/editor Rádio Renascença Lda, com o nº de pessoa colectiva nº 500725373. O Conselho de Gerência é constituído por João Aguiar Campos, José Luís Ramos Pinheiro e Ana Lia Martins Braga. O capital da empresa é detido pelo Patriarcado de Lisboa e Conferência Episcopal Portuguesa. Rádio Renascença. Rua Ivens, 14 - 1249-108 Lisboa.


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