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EDIÇÃO PDF Directora Graça Franco

Terça-feira, 11-08-2015 Edição às 08h30

Editor Raul Santos

Mais de 35% dos incêndios deflagram à noite Enfermeiros em greve durante três dias. Um por cada região do Sul REPORTAGEM

Transplantes de medula. Procurar vida na vida do outro Alemanha ganhou 100 mil milhões com a crise grega

Portugal vai receber quase 40 milhões de euros para ajuda aos migrantes Maria de Belém será candidata à Presidência

Justiça espanhola investiga português suspeito de megaburla

Cantinas sociais serviram quase 9 milhões de refeições no primeiro semestre

PETER STILWELL

BENFICA

Igreja Católica chega tarde à causa ecológica, mas numa altura crucial

Raúl Jiménez já está em Lisboa


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Mais de 35% dos incêndios deflagram à noite Em pouco mais de 10 dias, foram destruídos cerca de nove mil hectares de floresta – tanto quanto em todo o mês de Julho.

Portugal vai receber quase 40 milhões de euros para ajuda aos migrantes Bruxelas vai distribuir um total de de 2,4 mil milhões de euros pelos Estados-membros.

Fogo ameaçou casas em Mangualde. Foto: Nuno André Ferreira/Lusa

Uma análise às contas da Autoridade Nacional da Protecção Civil permite concluir que 37,4% dos incêndios florestais que deflagraram neste mês de Agosto começaram à noite, entre as 20h00 e as 8h00. O padrão vem-se repetindo nos últimos verões e aponta para uma origem duvidosa. Desde o início do mês, os incêndios já destruíram cerca de nove mil hectares de floresta, valor idêntico ao apresentado pela Autoridade de Protecção Civil relativo a todo o mês de Julho. Ao início desta terça-feira de manhã, são 12 os incêndios activos. O fogo de Caminha, que teve início no último sábado em Vila Nova de Cerveira, é o que continua a mobilizar mais meios, com quase 400 efectivos no terreno, apoiados por cerca de 130 viaturas. De acordo com a Protecção Civil, os difíceis acessos complicavam o trabalho deste fogo, que mantém duas frente activas. Duas frentes tem também o fogo no Parque Natural da Serra da Estrela, em Gouveia, no distrito da Guarda, onde três frentes lavram sem controlo. Duas centenas de operacionais combatem as chamas. Ainda registo de um incêndio no concelho de Arouca, também com duas frentes, que consome floresta. O comando distrital da protecção civil de Aveiro refere que o combate ao fogo decorre de forma desfavorável. Entretanto, foi reaberta a Linha da Beira Alta, depois do corte provocado pelo incêndio em Mangualde, no distrito de Viseu. As chamas foram dominadas, depois de o fogo ter ameaçado várias habitações durante o dia de segunda-feira. Dominado foi também o incêndio em Penacova, no distrito de Coimbra – que mantinha duas frentes nesta terça-feira de madrugada. O combate às chamas mobilizou mais de duzentos operacionais. De madrugada foi também controlado o fogo em Monção, no distrito de Viana do Castelo.

Migrantes jogam uma partida de futebol em Calais. Foto. EPA

Portugal vai receber 38,6 milhões de euros para ajuda aos migrantes. A verba é disponibilizada pela Comissão Europeia. Bruxelas anunciou, esta segunda-feira, a aprovação de 23 programas nacionais plurianuais ao abrigo do Fundo para Asilo, Migração e Integração (AMIF) e do Fundo de Segurança Interna (ISF), no valor global de 2,4 mil milhões de euros. A Comissão referiu, em comunicado, que o financiamento total para os programas abrangerá o período entre 2014 e 2020. O dinheiro vai agora ser transferido para os Estados-membros da União Europeia, como a Grécia, Itália e outros países, para lidar com a situação do aumento do fluxo migratório para a Europa. A Comissão tem trabalhado intensivamente com os Estados membros para garantir que os fundos comunitários sejam libertados com urgência, segundo a nota, que acrescenta que vinte e dois programas nacionais já haviam sido aprovados em Março e outros 13 adicionais serão ainda aprovados este ano. O comissário para a Migração, Assuntos Internos e Cidadania da UE, Dimitris Avramopoulos, citado no comunicado, disse que "os Estados membros, hoje em dia, enfrentam desafios sem precedentes nos campos da migração e segurança e a Comissão está a tomar medidas num espírito de solidariedade". "Através da agenda europeia de migrações e segurança, a Comissão está a dar passos para melhorar a gestão da migração, fomentar a cooperação e tornar a Europa mais segura aos seus cidadãos em relação ao crime organizado e ao terrorismo", declarou o comissário. De acordo com Dimitris Avramopoulos, "os programas nacionais aprovados pela Comissão prestam assistência financeira para os Estados membros para enfrentar estes desafios. Estamos determinados a continuar para colocar a solidariedade em prática". De acordo com a nota, os financiamentos do AMIF


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apoiam os esforços nacionais para melhorar as capacidades de acolhimento, asseguram que os procedimentos de asilo estejam de acordo com os padrões da UE, promovem a integração dos migrantes a nível local e regional e incrementa a eficácia dos programas de regresso. Os fundos do ISF complementam os esforços nacionais para melhorar a gestão e a vigilância das fronteiras pelos Estados membros (nomeadamente pela utilização de tecnologias modernas). Em 2014, de acordo com a Agência Europeia para a Gestão da Cooperação Operacional nas Fronteiras Externas da UE (Frontex), entraram de forma ilegal na Europa cerca de 280 mil pessoas. Este número, segundo a Frontex, é um recorde absoluto. Do total das 280 mil, 220 mil entraram em território europeu através do Mar Mediterrâneo. De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), já morreram cerca de 2.000 pessoas no Mediterrâneo, este ano, ao tentar chegar à Europa. REPORTAGEM

Transplantes de medula. Procurar vida na vida do outro Em Portugal, a cada ano, fazem-se cerca de 80 transplantes de medula óssea de dadores sem laços familiares com o doente. Cada potencial dador traz novo alento àqueles a quem a doença não deixou outra opção senão a de procurar vida na vida do outro.

Fátima sofria de um subtipo de síndrome mielodisplásica, doença em que a medula é incapaz de produzir células sanguíneas funcionais. Fotos: RR Por Redacção

A sala de espera do serviço de transplantação de medula óssea do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto enche-se de rostos parcialmente escondidos. Sorrisos e angústias contidos pela máscara de protecção. A nu, apenas os olhares ansiosos de quem aguarda o resultado de mais umas análises. As janelas, enormes, existem para estar fechadas. A indicação "Não abrir, por favor" é cumprida à risca. O contacto com o mundo acontece através de vidros, telemóveis, máscaras e desinfectantes. Ao longo de

cerca de um ano são muitas as restrições para quem é alvo de um transplante de medula. Sérgio e Fátima conhecem bem esta realidade. Apesar da vida em clausura, consideram-se "sortudos" por terem encontrado um dador compatível que lhes trouxe a esperança de um futuro. Da doença ao transplante Sérgio é estudante de Engenharia Ambiental. Durante o Verão do ano passado, começou a sentir-se cada vez mais cansado. Atribuía a culpa ao excesso de trabalho (trabalhava num bar). Entretanto, somaram-se outros sintomas. A palidez e o cansaço muscular excessivo levaram-no ao médico. Fez exames e na véspera do aniversário recebeu "uma prenda bonita", como lhe chama: Sérgio descobriu nesse dia, 22 de Setembro, que tinha leucemia. Fazia 22 anos no dia seguinte. Entre as sessões de quimioterapia e os internamentos que se seguiram, o que mais o assustou foi a ideia de fazer um transplante de medula. O transplante em si nem era o problema, já que "é apenas um saco de soro". O que preocupava verdadeiramente Sérgio era "o que vinha depois, os efeitos que tinha e o facto de poder rejeitar". Todos os anos surgem cerca de mil novos casos de leucemia em Portugal. Sérgio foi um deles Fátima também ficou receosa quando a aconselharam a fazer um transplante. Na altura, confessa, não sabia "nada, nada, nada" sobre transplantes. Com anemias sucessivas que não respondiam à medicação, há vários anos, a educadora de infância de 50 anos descobriu, após um exame mais exaustivo, que sofria de uma síndrome rara que poderia evoluir para leucemia. Sofria de um subtipo de síndrome mielodisplásica, doença em que a medula é incapaz de produzir células sanguíneas funcionais Como forma de prevenção, optou pelo transplante. "Ou fazia ou corria o risco de ficar com leucemia e já não tinha hipótese", desabafa. A procura pelo dador compatível Fátima depositou a esperança de encontrar um dador compatível no único irmão, já que a probabilidade de dois irmãos serem compatíveis é de aproximadamente 25%. Após algumas análises sanguíneas, soube que ele poderia ser a sua cura. Os olhos sorriem enquanto conta: "Foi aqui um turbilhão na minha cabeça, eu não sabia se havia de chorar, se havia de rir, porque não estava à espera, não estava à espera que ele fosse compatível." Já Sérgio tem duas irmãs da parte da mãe e um irmão da parte do pai. Porém, explica, "meio-irmão não dá". A alternativa seria o recurso ao Registo de Dadores Voluntários. Nunca duvidou que surgisse alguém compatível, mas acreditava que o processo iria demorar "para aí dois anos, dois anos e meio". No entanto, em apenas dois meses a boa-nova chegou: tinha sido encontrado um dador compatível com Sérgio. "Foi espectacular!", confessa. E considerase ainda mais "sortudo" por ter encontrado um dador de nacionalidade portuguesa, uma vez que "há mais probabilidade de não rejeitar o transplante". O Registo Nacional de Dadores Voluntários de Células de Medula Óssea é considerado o segundo melhor da Europa e o terceiro melhor, por milhão de habitantes, a nível mundial. O director do serviço de transplantação do IPO Porto, António Campos Júnior, realça, no entanto, que é preciso ir arranjando sempre


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"gente novapara repor aqueles que saem". Actualmente, o registo conta com cerca de 300 mil inscritos. Desses, por ano, à volta de 100 são mobilizados para fazer uma dádiva. Assim aconteceu com Cláudia, 25 anos, que se inscreveu como dadora potencial durante uma campanha de recolha na universidade. Três anos depois ligaram-lhe do IPO: havia a possibilidade de ser compatível com alguém. "Eu tinha a esperança de ser chamada, porque a intenção é sempre ajudar alguém, mas na altura disseram-me que a probabilidade era mesmo pequena, então, não estava à espera", admite. Depois de fazer análises mais detalhadas, foi dada como certa a compatibilidade com o doente. Seguiu-se um "check-up básico" para verificarem as condições de saúde de Cláudia e o agendamento da doação. "Qualquer problema é muito insignificante ao lado da vida de uma pessoa" Cláudia compareceu no dia marcado. Tinha curiosidade em conhecer a pessoa que iria receber a sua medula, gostava de lhe poder desejar "tudo de bom". Porém, não houve qualquer contacto, nem houve, sequer, qualquer troca de informação. Campos Júnior esclarece que, "por lei, é obrigatório que a dádiva seja feita em sistema de duplo anonimato". Ou seja, nem o dador sabe para quem dá, nem o receptor sabe quem deu. A partir do momento em que é comprovada a compatibilidade, o dador passa a ser "apenas um número", diz Cláudia. E, para evitar troca de informação, o hospital está "como que dividido": "Os que tratam o doente não sabem de quem eu sou [dadora], não lidam comigo; e os que tratam o dador não sabem quem é o doente." A doação aconteceu numa sala junto com outros dois dadores. Cláudia retrata o processo como "muito simples". A colheita dura cerca de duas horas e meia e é feita através de circulação extracorporal: "O sangue sai por um braço, passa numa máquina que retira a parte da medula óssea e volta a entrar no outro braço". O processo de doação pelo qual Cláudia optou – a aférese – é "o mais seguro e o mais utilizado", tal como sublinha o director do serviço de transplantação do IPO. Existe, contudo, outra forma de doação possível, que passa pela colheita de medula através de punção dos ossos pélvicos. Realiza-se em bloco operatório e é mais complexa e arriscada, uma vez que implica anestesia geral. De acordo com Campos Júnior, o médico responsável pelo programa de transplante dá indicação ao centro de colheita acerca do procedimento que prefere, em função da situação clínica do doente. No entanto, o dador pode respeitar o aconselhamento médico ou não. A escolha final cabe sempre a quem doa. Campos Júnior alerta, porém, para os riscos de ambos os procedimentos. "Todos estes procedimentos não são de risco zero". Mesmo a aférese, o procedimento mais simples, pode gerar alguns problemas. Apesar das possíveis complicações, em momento algum Cláudia sentiu vontade de recuar. Diz que teve sempre "sentido de missão". "Eu odeio agulhas e antes disto até desmaiava, mas tudo parece tão pequeno quando se pode ajudar a salvar a vida de alguém. Qualquer problema é muito insignificante ao lado da vida de uma pessoa".

Nova vida dentro de uma embalagem Fátima recorda-se bem do dia em que recebeu o transplante. O irmão doou de manhã, ela recebeu à tarde. Acordou a chorar, emocionada, mas depois passou-lhe. "Foi o dia em que estive mais bemdisposta, e foi assim uma paz. Tinha a cabeça vazia, parecia que estava no céu. Não tinha dores, não tinha nada, não custou nada." Compara o processo a uma transfusão sanguínea. Eram "372 mililitros de células" que, aos olhos de Fátima, tinham "uma cor muito bonita, uma cor de tijolo, não era a cor de sangue". Esteve deitada, a conversar com o enfermeiro, enquanto recebia o conteúdo daquela embalagem cheia de células e esperança. Sérgio desmistifica o processo de transplantação: "As pessoas não se deviam assustar tanto". O transplante demorou apenas 20 minutos, "a fazer soro e a ver o canal Odisseia". A ansiedade, contudo, foi inevitável. Afinal, o que o assustava era "o que vinha depois". Isolados do mundo Após o transplante, o sistema imunitário do doente fica gravemente comprometido. O risco de contrair infecções obriga o transplantado a ficar em isolamento. Durante um mês e meio, Sérgio permaneceu fechado num quarto do IPO, com visitas condicionadas. "As pessoas têm que se vestir com o material todo, tirar a roupa toda e é tudo muito bem desinfectado. Há pessoas que só podem falar através do vidro." Para Sérgio, a pior parte de todo o tratamento, "pior que os sintomas da quimio e do transplante”, é mesmo o isolamento. Fátima concorda. Confessa que o isolamento foi o que lhe "custou mais". "As pessoas entram com máscara, todas tapadas, nós só vemos os olhinhos e ouvimos a voz, isso fazia-me muita confusão", desabafa. Durante o internamento, recebeu apenas o marido e a filha no quarto. Explica que tinham de entrar à vez. As restantes visitas ficavam "do lado de fora", e falavam através de um intercomunicador. "Psicologicamente, temos de estar muito bem preparados para entrar num isolamento daqueles." Sérgio conta que, após a alta hospitalar, a clausura perseguiu-o até casa. Tinha de ficar fechado no quarto e ter, de preferência, uma casa de banho só para ele. A limpeza de toda a casa também tem de ser constante e minuciosa. Fátima conta ainda que só recebe visitas de familiares, e logo de seguida a mãe "passa o paninho no chão" nas zonas por onde atravessaram. O contacto com os amigos tem sido via telefónica, para a "resguardar". No que respeita à alimentação, a palavra "cautela" é elevada a outro nível. A comida não pode ficar exposta durante muito tempo, explica Sérgio. "Abrindo hoje uma melancia, amanhã já não a posso comer, por exemplo". Fátima também teve de readaptar as suas rotinas de preparação de alimentos. Nenhum pormenor pode ser descurado. Ao longo de um ano, os transplantados não podem frequentar sítios fechados, como cafés ou centros comerciais, que são potenciais focos de infecção para o seu sistema imunitário enfraquecido. No entanto, de entre todas as restrições, para a educadora de infância a mais penosa é estar impedida de trabalhar durante


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um ano. "O estar em casa custa-me, eu era uma pessoa muito activa, trabalhava com 20 a 25 crianças das 9h00 às 17h00". Acompanhamento vitalício Transplantados recentemente, Fátima e Sérgio vão ao IPO do Porto duas vezes por semana. Fátima fica "muito ansiosa" na noite anterior às consultas. São as únicas vezes em que sai de casa. De máscara, sempre, para se proteger. Primeiro, vai ao gabinete de enfermagem colher sangue para análise. Depois, aguarda pela consulta médica. Aí saberá o resultado das análises, que ditam aquilo que poderá ou não fazer. Na consulta seguinte, o ciclo repete-se. As consultas têm uma frequência de duas vezes por semana nos três primeiros meses após o transplante. Entretanto, até aos seis meses, realizam-se semanalmente. Depois, até perfazer um ano, acontecem quinzenalmente. A partir daí, admite Campos Júnior, "depende da forma como o doente estiver". O director do serviço de transplantação refere ainda que, por norma, ao fim de um ano a maioria dos transplantados já se consideram "com grande probabilidade de estar curados". Contudo, serão seguidos em consultas periódicas até ao resto da vida. Sérgio aguarda com ansiedade por Março de 2016, período em que completará um ano de transplante e em que irá deixar de tomar a maior parte dos medicamentos. Mas sabe que nunca poderá respirar totalmente de alívio. "Vou ter de ter sempre atenção, fazer exames pelo menos duas vezes por ano. Vai ter de ser porque pode voltar a aparecer." Apesar de todos os condicionamentos, Sérgio encara este ano como a oportunidade de um "início novo". E remata: "Eu se calhar andava muito parado no último ano antes da leucemia e isto ajudou-me a acordar. Ou seja, agora é preparar-me para o resto que tenho pela frente."

Enfermeiros em greve durante três dias. Um por cada região do Sul Lisboa e Vale do Tejo é a primeira região a ficar com menos enfermeiros no activo. Em qualquer dos dias, estão assegurados os serviços mínimos. “Essa é também uma responsabilidade que temos como enfermeiros”, diz presidente da secção regional sul da Ordem.

Foto: Lusa

Os enfermeiros iniciaram, às 0h00 desta terça-feira, uma greve de três dias, que vai afectar três regiões diferentes em cada dia. A primeira é a região de Lisboa e Vale do Tejo. Na quarta-feira, a paralisação afecta os serviços de saúde do Alentejo e no dia seguinte os do Algarve. Consultas, tratamentos e outras actividades programadas em hospitais e centros de saúde podem ser afectadas pela greve, mas o presidente da secção regional sul da Ordem dos Enfermeiros, Alexandre Tomás, garante que ninguém ficará sem atendimento. “Essa é também uma responsabilidade que temos como enfermeiros: mantermo-nos nos nossos postos de trabalho, mesmo em greve, para garantir que o cidadão tem acesso a cuidados de saúde”, afirma à Renascença. Mesmo “na região do Algarve”, onde “há mais pessoas nesta época”, garante. “No histórico que temos de greves anteriores, nos serviços que estão em funcionamento a resposta tem sido similar aos dias em que não há greve, porque os enfermeiros continuam nos seus locais de trabalho”, sublinha ainda. Os enfermeiros protestam contra o adiamento da revisão salarial, enquanto médicos e os sectores social e privado continuam a receber incentivos. Alexandre Tomás alerta ainda para a persistente falta de recursos humanos “Estamos a falar em termos de cuidados de saúde primários. Nas unidades de cuidados na comunidade, a sul do país, faltam cerca de 700 enfermeiros. Nas unidades de saúde familiar e nas unidades de cuidados de saúde personalizados faltam cerca de 800


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enfermeiros. Nas unidades da rede nacional de cuidados continuados integrados faltam cerca de 1.700 enfermeiros. E temos a noção de que nas unidades hospitalares – este é um dado de análise do reportado – nos últimos quatro anos saíram entre 10 a 15% de enfermeiros e esta saída do contexto hospitalar são para o sector privado e social e no fluxo de emigração a que estamos a assistir”, refere. A greve foi marcada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), que critica o ministro da Saúde por “retirar” a estes profissionais “para custear Misericórdias, PPPs [Parcerias Público-Privadas] e outros grupos profissionais”. Nesse contexto, os enfermeiros questionam a tutela sobre se esta é a sua lógica de “equilíbrio orçamental”, já que é o argumento usado pelo Ministério da Saúde como “justificação para protelar a revisão salarial dos enfermeiros”. O SEP recorda que o Ministério anunciou, há pouco tempo, mais 125 milhões para apenas oito Misericórdias do Norte, incentivos para fixação de médicos na “periferia”, bem como concursos de promoção na carreira médica. E sublinha o facto de o Tribunal de Contas ter concluído que o funcionamento da PPP de Loures acarreta mais custos do que hospitais públicos idênticos. Por outro lado, sustenta ainda o sindicado, milhares de enfermeiros continuam com um salário abaixo do valor de referência, cerca de 12 mil especialistas não têm qualquer valor salarial que compense as qualificações e a competência diferenciada, e continuam em dívida milhares de horas a mais trabalhadas e incentivos aos enfermeiros que trabalham em USF modelo B. O SEP fala em perdas de cerca de 250 milhões de euros por congelamento das progressões e de 120 milhões de euros em resultado do corte em 50% das horas penosas.

Cantinas sociais serviram quase 9 milhões de refeições no primeiro semestre São quase tantas como as fornecidas em todo o ano passado. Há 843 cantinas sociais espalhadas pelo país.

Foto: Lusa

Quase 48 mil refeições foram servidas diariamente a famílias carenciadas nas cantinas sociais, totalizando 8,6 milhões nos primeiros seis meses, quase tantas como as fornecidas em todo o ano passado, revelam dados do Instituto da Segurança Social. No primeiro semestre do ano, "estavam em vigor 843 protocolos e o total de refeições contratualizadas foi de 47.826 refeições por dia", sendo o valor pago pelo Estado de 2,50 euros por refeição. No total, foram servidas até 30 Junho cerca de 8,6 milhões de refeições nos primeiros seis meses do ano nas 843 cantinas sociais espalhadas pelo país. No ano passado estavam em vigor 845 protocolos para as cantinas sociais em todo o território continental e o total de refeições contratualizadas com as instituições foi de 49.024 refeições por dia, adiantam os dados da Segurança Social enviados à agência Lusa. A maioria das cantinas está localizada no distrito de Lisboa (126), seguindo-se Santarém (113), Portalegre (60), Braga (58), Leiria (47), Faro (46), Porto, Beja e Setúbal (cada uma com 42), Aveiro (41), Viseu e Coimbra (ambas com 40), Guarda (33), Vila Real (26), Viana do Castelo e Évora (ambas com 23), Castelo Branco (22) e Bragança (19). "Processo imediato, barato e eficaz" Contactado pela Lusa, o presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), Manuel de Lemos, disse que se verificou uma tendência para diminuir a procura nas cantinas sociais, sobretudo fora das zonas urbanas, "mas ainda há um número muito significativo de pessoas que vão às instituições" de solidariedade social. "Convencionámos que devíamos, para já, manter o número de protocolos que temos, embora notássemos uma menor procura, sobretudo nas zonas menos urbanas", afirmou Manuel de Lemos, explicando que o Estado só paga as refeições que são servidas.


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Para o presidente da UMP, as cantinas sociais "foram fundamentais" para ajudar as famílias carenciadas durante a crise, tendo sido "um processo imediato, barato e eficaz". "Imediato porque não andámos a fazer investimentos, limitámo-nos a aproveitar a capacidade instalada que tínhamos nas cozinhas do sector solidário", e "barato porque acordámos um valor com o Estado que é simbólico", explicou. Foi também eficaz porque respondeu "às necessidades das comunidades, sobretudo no número brutal de desempregados", e alcançou muitas pessoas que estavam numa situação de pobreza envergonhada, que "passavam dificuldades na área da alimentação e que por esta via encontraram um modelo que as deixaram mais confortáveis", disse Manuel Lemos. A Segurança Social contratualiza com cada instituição o número de refeições diárias a comparticipar, que pode ir de 65 até 100 refeições diárias, em função dos indicadores de risco de carência alimentar, sendo que, "sempre que se afigura necessário, é reforçada a rede de cantinas sociais, com a celebração de novos protocolos". O Programa de Emergência Alimentar, uma das medidas do Programa de Emergência Social, constituiu em 2011 uma Rede Solidária de Cantinas Sociais em todo o país, assegurando que são providenciadas duas refeições diárias, de forma continuada durante todo o ano, a todas as famílias carenciadas que se dirijam às instituições de solidariedade social.

Parque Escolar. Cinco empresas condenadas por fixarem preços em concursos Vão pagar mais de 830 mil euros em coimas, por concursos públicos lançados entre 2009 e 2010. Por Sandra Afonso

A Autoridade da Concorrência condenou cinco empresas por práticas anticoncorrenciais na participação em concursos públicos de fornecimento à Parque Escolar. No total vão pagar mais de 830 mil euros em coimas, por concursos públicos lançados entre 2009 e 2010. Os concursos destinavam-se ao fornecimento e montagem, em regime de aluguer, de módulos préfabricados de salas de aula, para permitir o funcionamento de actividades lectivas e serviços de apoio nas escolas, durante as obras de modernização do Parque Escolar. A investigação do regulador apurou que as empresas em causa acordaram a repartição do mercado e fixaram o nível dos preços, determinando artificialmente o vencedor. Segundo o comunicado da autoridade, o valor da

coima teve em conta a colaboração prestada pelas empresas durante a investigação, através do regime de clemência.

Um cartão jovem para combater despovoamento Autarquia de Marvão lança ferramenta para travar saída da população jovem. Entre 500 a 600 jovens podem beneficiar de vários descontos. Por Rosário Silva

Com cerca de 3.800 habitantes, Marvão, no distrito de Portalegre, quer fixar os seus jovens. Sem emprego, nem grandes perspectivas de futuro, a câmara local lançou o Cartão Jovem Municipal com direito a descontos para jovens dos 12 aos 30 anos. "Não é uma meia solução, mas é uma ajuda para fixar os jovens no território", refere à Renascença o presidente da autarquia, "consciente de que não é suficiente". Vítor Frutuoso lembra que os municípios "não controlam toda a situação". Os portadores do cartão vão poder usufruir de vários descontos: na educação, na cultura e no desporto para os estudantes, mas também no licenciamento, construção ou reabilitação de casas para aqueles que queiram, em início de vida, fixar a sua residência no concelho. Há ainda "50% de desconto na aquisição de lotes municipais ou no arrendamento de casas do município", assegura Vítor Frutuoso. O município estima que entre 500 a 600 jovens possam vir a beneficiar desta nova ferramenta, que será lançada esta quarta-feira, Dia Internacional da Juventude.


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Maria de Belém será candidata à Presidência A sete meses do final do mandato do actual Presidente são já 11 os candidatos que anunciaram a intenção de entrar na corrida a Belém, estando cinco outros em reflexão.

Foto: Lusa

Maria de Belém já terá informado António Costa que vai ser candidata à Presidência da República. O jornal “i” revela, esta segunda-feira, que a antiga ministra e presidente do PS teve uma reunião onde garantiu que não tornará pública a candidatura antes das legislativas. Em Março, em entrevista à Renascença, a ex-ministra manifestou disponibilidade para avançar. Recentemente, recebeu várias declarações de apoio e, garante o "i", deve mesmo candidatar-se a Belém. Numa entrevista ao "Diário Económico", António Sampaio da Nóvoa admite que não ficará satisfeito se Maria de Belém avançar para a corrida presidencial, mas também diz que está fora de questão desistir. A sete meses do final do mandato do actual Presidente da República são já 11 os candidatos que anunciaram a intenção de entrar na corrida a Belém, estando cinco outros em reflexão. A mais recente candidata anunciada, a historiadora Manuela Gonzaga, fará a sua apresentação na segunda-feira, em Lisboa. Ainda em reflexão encontram-se quatro antigos dirigentes do PSD - Marcelo Rebelo de Sousa, Rui Rio, Alberto João Jardim e Pedro Santana Lopes. Candidaturas apresentadas Henrique Neto. Foi o primeiro a anunciar a candidatura. Ex-deputado do PS e empresário, Henrique Neto, 78 anos, apresentou-se numa cerimónia no Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, a 25 de Março. Orlando Cruz. É ex-militante do CDS, tem 62 anos, e apresenta-se como escritor. Nas autárquicas de 2013 concorreu, pelo Partido Trabalhista Português, à Câmara de Matosinhos. Apresentou a candidatura à Presidência da República no dia 14 de Abril, no Porto, a sua terceira, tendo garantido que desta vez vai levar a candidatura até ao fim. Paulo Morais. Antigo vice-presidente da câmara do

Porto com os pelouros do Urbanismo, Acção Social e Habitação, durante o mandato de Rui Rio (PSD), de 2002 a 2005, Paulo Morais, 51 anos, notabilizou-se pelas posições anticorrupção. Pertence à associação cívica Transparência e Integridade e é professor universitário. Apresenta publicamente a candidatura a 18 de Abril, no icónico café Piolho, no Porto. Cândido Ferreira. Aproveitou o dia 25 de Abril para avançar a intenção de se candidatar à Presidência da República numa localidade do concelho de Cantanhede, distrito de Coimbra, onde nasceu. O antigo presidente da Federação de Leiria do PS disse que vai protagonizar uma "candidatura independente, do povo, com o povo e para o povo, para romper com a política tradicional”. António Sampaio da Nóvoa. O ex-reitor da Universidade de Lisboa, de 60 anos, apresentou a sua candidatura a 29 de Abril, no Teatro da Trindade, na capital. Nascido em Valença, no Minho, conta com o apoio dos três antigos Presidentes da República Ramalho Eanes, Mário Soares e Jorge Sampaio, que estiveram presentes nas cerimónias de apresentação da candidatura em Lisboa ou do Porto. Castanheira Barros. É advogado e candidatou-se em 2010 à presidência do PSD. Apresentou a sua intenção de concorrer a Belém a 21 de Maio, no auditório da reitoria da Universidade de Coimbra, onde se licenciou. Paulo Freitas do Amaral. Eleito em 2009 presidente da junta de freguesia da Cruz Quebrada-Dafundo, em Oeiras, e actualmente consultor autárquico, Paulo Freitas do Amaral é o candidato anunciado mais jovem - tem 36 anos. Apresentou a sua candidatura a 30 de Maio em Guimarães, invocando Vasco da Gama e D. Afonso Henriques para vincar que a capacidade de liderar e de vencer não se mede pela idade. Graça Castanho. A docente universitária Graça Castanho anunciou a 30 de Maio, em Ponta Delgada (ilha de S. Miguel, Açores), a sua pretensão de concorrer a Belém. A potencial candidata açoriana considera ser "urgente promover um exercício de unidade nacional, unindo as parcelas do território". Paulo Borges. O fundador e antigo presidente do PAN (partido Pessoas-Animais-Natureza) anunciou no dia 20 de Julho a intenção de se candidatar à Presidência da República, através de um comunicado, sob o desígnio de um movimento alternativo e apartidário mas que não rejeitará apoios. Remeteu um "lançamento formal" da candidatura para Setembro ou Outubro, ressalvando não estar dependente das eleições legislativas. Jorge Sequeira. O psicólogo Jorge Sequeira apresentou a 23 de Julho, em Vila Nova de Gaia, a sua candidatura à presidência da República, apontando como meta "devolver a confiança aos cidadãos", sublinhando que não está "preso" a nenhum partido. Manuela Gonzaga. A historiadora Manuela Gonzaga foi a mais recente candidata a apresentar a intenção de entrar na corrida a Belém. O lema da sua candidatura é "liberdade incondicional" para todos, e conta com o apoio do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN).


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Nova candidata a Belém promete ser provedora dos cidadãos Manuela Gonzaga tem o apoio do Partido PAN - Pessoas-Animais-Natureza.

outros em reflexão. Ainda nenhuma candidatura foi formalizada junto do Tribunal Constitucional, o que pode acontecer até um mês antes das eleições e requer pelo menos 7.500 assinaturas de apoiantes. FRANCISCO SARSFIELD CABRAL

Diferenças de vencimentos Há 50 anos, um CEO nos EUA ganhava, em média, 20 vezes mais do que um trabalhador da sua empresa. Hoje, ganha quase 300 vezes mais. Divulgar os rendimentos tornouse um problema, não de inveja, mas de sanidade social.

Historiadora está na corrida a Belém "por amor". Foto: Lusa

Manuela Gonzaga apresentou esta segunda-feira a sua candidatura à Presidência da República. A historiadora quer ser a provedora dos cidadãos e promete entrega total na corrida a Belém. "Candidato-me a Presidente da República para assumir o cargo de provedora dos cidadãos", disse a candidata, que conta com o apoio do Partido PAN - PessoasAnimais-Natureza, na corrida a Belém. Manuela Gonzaga, historiadora, escritora e exjornalista, apresentou a sua candidatura em Lisboa, tendo sido acompanhada no evento pelo mandatário nacional, João Paulo Costa, director do Centro de História d`Aquém e d`Além Mar, e pelas mandatárias de honra, a gestora financeira Sofia Magalhães e a escritora Isabel Valadão. O lema da candidatura foi também anunciado: "Liberdade incondicional" é o mote de Manuela Gonzaga, que diz ter "a ousadia" de pensar que pode contribuir "para a mudança no nosso pequeno mundo" chamado Portugal. "Há sinais que chegam de todo o lado e contagiam", sublinhou, perante dezenas de apoiantes, que lotaram um auditório da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH). E acrescentou: "Não faria sentido estar aqui se não fosse por amor". "Às causas a que me dedico tenho de me entregar. Senão as coisas perdem graça", reforçou a candidata, que prometeu lutar por minorias e apontou várias considerações sobre áreas como a Saúde ou a Justiça. O mandatário da candidatura, por seu turno, lembrou que à Presidência da República não compete o poder executivo, mas sublinhou a confiança na candidata apoiada pelo PAN. "Não vamos prometer coisas que não têm a ver connosco", acrescentou ainda João Paulo Costa. A sete meses do final do mandato do actual Presidente da República são já 11 os candidatos que anunciaram a intenção de entrar na corrida a Belém, estando cinco

Por Francisco Sarsfield Cabral

O regulador norte-americano da bolsa determinou que as empresas cotadas terão que revelar a diferença entre os vencimentos dos gestores executivos de topo (CEO) e a média dos salários dos respectivos empregados. Vários empresários protestaram contra esta exigência. Mas, como salienta o “Financial Times”, este assunto já não é meramente privado. A crescente subida dos ganhos dos CEO, a par de uma quase estagnação dos salários dos trabalhadores, é um dos factores da preocupante captação dos benefícios do crescimento económico por uma pequena minoria. É um problema, não de inveja, mas de sanidade social. Em 1965, um CEO nos EUA ganhava, em média, 20 vezes mais do que um trabalhador da sua empresa. Cinquenta anos depois, ganha quase 300 vezes mais. Muitas vezes sem que tal subida estratosférica corresponda a maiores lucros da empresa. Em Portugal, segundo cálculos do “Diário Económico”, a diferença é menor: os CEO do PSI 20 ganham, em média, “apenas” 30 vezes mais do que o trabalhador médio da empresa. Mas a tendência internacional não é essa – e chegará até nós mais tarde ou mais cedo.


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Mulher baleada por homem em Santa Maria da Feira "estável" Vítima foi transportada para o hospital local em estado grave. A mulher que foi esta segunda-feira de manhã baleada em Nogueira da Regedoura, Santa Maria da Feira (Aveiro), por um homem, está "estável e ficará em vigilância pela natureza dos ferimentos", confirmou à Lusa fonte hospitalar. Um homem baleou uma mulher nos membros inferiores e a vítima foi transportada para o Hospital da Santa Maria da Feira em estado grave, informou o Comando Distrital de Operações de Socorros (CDOS) de Aveiro. Em declarações à Lusa, fonte do CDOS adiantou que o alerta foi dado às 09:08, altura em que o homem baleou a mulher. Os bombeiros de Lourosa transportaram a vítima para o hospital, referiu a mesma fonte. [Notícia actualizada às 13h49]

Quatro pessoas esfaqueadas em São Mamede de Infesta Duas vítimas com ferimentos graves foram transportadas para o Hospital de Pedro Hispano. Quatro pessoas foram esfaqueadas esta segunda-feira em São Mamede de Infesta, Matosinhos, duas das quais foram transportadas para o Hospital de Pedro Hispano com ferimentos graves, informou o INEM. Segundo a mesma fonte, o alerta foi dado pelas 18h40 e ao local das agressões acorreram as VMER de Gaia e do São João e os bombeiros de São Mamede de Infesta. De acordo com os bombeiros de São Mamede, o incidente ocorreu no Padrão da Légua. Desconhecem-se até ao momento as causas das agressões. Contactada pela agência Lusa, a PSP do Porto disse desconhecer a situação.

Incêndio em fábrica de Matosinhos faz cinco feridos Dois trabalhadores sofreram ferimentos graves.

Foto: Lusa

Um incêndio numa fábrica de cortiça em Matosinhos causou esta segunda-feira dois feridos graves e três ligeiros, disse à Renascença fonte dos Bombeiros de Leixões. Um ferido grave foi transportado para o Hospital de S. João, no Porto, e o outro para o hospital Pedro Hispano, em Matosinhos. Pelas 18h00 o incêndio na fábrica de rolhas da Rua Brito e Cunha, em Matosinhos, já tinha sido dado como extinto. Os feridos são trabalhadores da fábrica. As causas do incêndio ainda não são conhecidas. Esta segunda-feira está a ser mais um dia de muito trabalho para os bombeiros. Entre a meia-noite e as 18h45, foram registados 250 incêndios, de acordo com o site da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC). Trinta e cinco fogos activos, 2260 operacionais no terreno, apoiados por 679 viaturas e 25 meios aéreos era o balanço pelas 18h45.

Justiça espanhola investiga português suspeito de megaburla Centenas de milhares de pessoas terão sido vítimas de um esquema piramidal, que ascende a mais de mil milhões de euros. A justiça espanhola está a investigar o português Rui Pires Salvador por alegadamente ter burlado centenas de milhares de pessoas num esquema piramidal que ascende a mais de mil milhões de euros, disse à agência Lusa um representante dos lesados.


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"Temos dados provisionais que nos indicam que existem entre 1,8 e 3 milhões de pessoas afectadas em todo o mundo. Só em Espanha serão cerca de 250 mil pessoas", disse Antonio José García Cabrera, responsável jurídico do escritório Lemat Advogados, que representa até ao momento 500 pessoas. Estas pessoas alegam que puseram dinheiro na empresa de Rui Pires Salvador, a LibertaGia, para poderem aceder a um serviço remunerado a 350% por ano. Segundo a empresa, apenas tinham de aceder a determinadas páginas e ver anúncios na Internet. "A empresa atribuía determinadas tarefas às pessoas: aceder a determinadas páginas para que as marcas melhorassem o seu posicionamento nos motores de busca [Google, Bing, Yahoo] e a sua imagem na Internet, através do grande aumento do número de visitas. Em troca desse acesso recebiam uma contrapartida", explicou o advogado García Cabrera. Teoricamente, a remuneração seria contabilizada online. "As pessoas tinham um balanço online, como se fosse uma conta bancária, e, por cada acesso que faziam, em teoria receberiam uma remuneração", acrescentou. O português Rui Pires Salvador dizia aos "investidores" que o dinheiro que iriam receber por esse serviço provinha dos anunciantes. Mas a LibertaGia, alegam os queixosos, nunca pagou qualquer verba à maioria destes "investidores". "Quando começaram a não receber, a empresa LibertaGia começou a compensá-los com a possibilidade de trazerem novos associados. Ou seja, a empresa dizia que as pessoas receberiam o que tinham em dívida cobrando aos novos associados que trouxessem. Era uma estrutura piramidal", salientou o advogado. Os dados na posse da Lemat Advogados, escritório baseado em Granada, indicam dois tipos de verbas em falta: entre 27,3 e 45,5 milhões de euros em dinheiro pago pelas pessoas à LibertaGia para poderem entrar no serviço. "E depois há cerca de 1.079 milhões de euros em dívida da empresa às pessoas. Este valor não é o do investimento que as pessoas fizeram, mas sim o trabalho, a remuneração que deveriam ter recebido e não foi paga", explicou García Cabrera. Este caso foi avançado no fim-de-semana pelo jornal "El País", que dá conta que a empresa de Rui Pires Salvador está sediada no paraíso fiscal das Bahamas. O advogado contou à Lusa que a plataforma de 500 lesados é composta, na sua maioria, por espanhóis, mas que também agrega pessoas de países como Rússia, Colômbia, Estados Unidos, Peru, Chipre, Alemanha, Itália, Argentina, Bolívia, Angola, Nicarágua, China, Lituânia, Canadá, México, Ucrânia e Panamá. "Pelo menos até aos últimos dias não havia portugueses", completou. O processo em investigação na 5.ª Vara do Tribunal de Granada (Andaluzia, Sul de Espanha), foi aberto em Março, na sequência de uma queixa da Lemat em Fevereiro. "Provavelmente - dado o número de afectados de várias províncias de Espanha - a competência terá de passar para a Audiência Nacional. Não tenho dúvidas que terá de terminar ali", disse García Cabrera, referindo-se à instância espanhola para crimes

complexos, terrorismo e grandes crimes económicos. A Audiência Nacional tem jurisdição sobre todo o território espanhol. Quanto à LibertaGia e a Rui Pires Salvador estão em silêncio. "A empresa está desaparecida. Não responde às chamadas telefónicas e não está ninguém nos escritórios em Lisboa. É impossível contactar com eles", lamentou García Cabrera. Quanto aos queixosos, pede justiça: "Se há responsabilidade, que sejam castigados por alegada burla. E se for possível que recuperem o dinheiro investido e o dinheiro em dívida", sintetizou. A agência Lusa está a tentar contactar com a empresa e com o português referido pelo advogado García Cabrera e pelo jornal “El País”, bem como com a Polícia Judiciária e o Ministério Público em Portugal para saber se houve algum pedido de colaboração da justiça espanhola ou alguma queixa de lesados portugueses.

Alcançado acordo entre Grécia e credores para novo resgate Atenas quer que o texto seja votado pelos deputados na quinta-feira, para que seja apresentado no dia seguinte aos ministros das Finanças da Zona Euro (Eurogrupo).

Foto: Patrick Seeger/EPA

Atenas e os credores internacionais chegaram esta terça-feira de madrugada a acordo sobre as metas orçamentais para os próximos três anos. “Foi alcançado um acordo”, afirmou fonte do Ministério grego das Finanças aos jornalistas. “Estão agora a ser discutidos alguns pormenores”, acrescentou. De acordo com fonte governamental citada pela agência estatal ANA, foi acordado que a Grécia vai enfrentar um défice primário (saldo orçamental excluindo os pagamentos de dívida) de 0,25 do PIB em 2015, antes de um excedente primário de 0,5% do PIB em 2016, de 1,75% em 2017, e de 3,5% em 2018. A Grécia precisa de 86 mil milhões de euros para evitar a bancarrota e manter-se na Zona Euro. Até dia 20, são precisos pelo menos três mil milhões de euros para pagar a dívida ao Banco Central Europeu.


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Terça-feira, 11-08-2015

O acordo foi alcançado depois de uma maratona que começou na manhã de segunda-feira e após conversações durante todo o fim-de-semana. De acordo com o referido na segunda-feira, o Governo grego pretende que o texto do acordo seja votado pelos deputados na quinta-feira, de modo a ser apresentado no dia seguinte aos ministros das Finanças da Zona Euro (Eurogrupo).

Alemanha ganhou 100 mil milhões com a crise grega Mesmo se a Grécia declarasse bancarrota e não pagasse todas as suas dívidas, Berlim continuaria a lucrar, indica instituto alemão.

próximos dois anos, e mostram optimismo ao prever que a economia grega possa crescer mais de 2% em 2017. Uma fonte do Governo grego citada pela agência Reuters diz que as conversações sobre o memorando de entendimento estão avançadas e que podem estar concluídas até quinta-feira. Atenas terá de implementar novas medidas de austeridade, reduzir a despesa pública e proceder a diversas privatizações, em troca de 86 mil milhões de euros de empréstimo.

Cidade americana em estado de emergência após noite violenta Primeiro aniversário da morte de Mike Brown, um jovem negro que foi abatido pela polícia, marcado por protestos e incidentes.

Foto: EPA

A Alemanha “beneficiou claramente” com a crise da dívida grega. As contas de um instituto alemão apontam para uma poupança de 100 mil milhões de euros, desde 2010. Mesmo se a Grécia declarasse bancarrota e não pagasse todas as suas dívidas, a Alemanha continuaria a ganhar, indica o Instituto de Investigação Económica Leibniz (IWH). O Governo de Berlim contribuiu com cerca de 90 mil milhões de euros para os planos de resgate à Grécia. De acordo com a análise do IWH, "mesmo que a Grécia não devolva nem um cêntimo, a bolsa pública alemã beneficiou financeiramente da crise". O equilíbrio orçamental alemão só foi possível devido à poupança com os juros da dívida conseguido nos últimos anos, refere o instituto. Os tempos de incerteza que se viveram nos mercados nos últimos anos levaram os investidores a procurar o “porto seguro” dos títulos de dívida alemães. Ou seja, Berlim conseguiu financiar-se a juros mais baixos em tempo de crise na zona euro. Em Abril deste ano, os juros da dívida alemã a dez anos atingiriam o mínimo histórico de 0,05%. Têm vindo a aumentar desde então. A Grécia está a negociar um terceiro plano de resgate com os credores internacionais, no valor de 86 mil milhões de euros. Esta segunda-feira à noite, foi anunciado um desenvolvimento nas negociações. Atenas e as instituições acordaram as metas orçamentais para nos

Polícia de Ferguson em alerta. Foto: EPA

As autoridades de Ferguson, no estado norteamericano do Missouri, declararam esta segunda-feira o estado de emergência. A medida foi anunciada depois de uma noite de tumultos por ocasião do primeiro aniversário da morte de Mike Brown, um jovem negro que foi abatido pela polícia. A data foi assinalada com protestos nas ruas das cidade, que descambaram em desacatos, roubo de lojas e confrontos com as forças de segurança. Um homem, identificado como Tyrone Harris, ficou ferido com gravidade numa troca de tiros com a polícia, na noite de domingo. Tyrone Harris está hospitalizado e foi, entretanto, acusado de vários crimes, entre os quais de atacar as forças de segurança e de alvejar uma viatura. Para esta segunda-feira foi marcado um dia de desobediência. Várias pessoas foram detidas depois de terem derrubado barricadas colocadas em frente a um tribunal de St. Louis. Grupos de defesa dos direitos civis e religiosos organizaram uma marcha, que juntou mais de uma centena de pessoas. Durante o protesto gritaram palavras de ordem como “A vida dos negros importa”.


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Terça-feira, 11-08-2015

"Montanha", de João Salaviza, seleccionado para Festival de San Sebastián

Anda comigo ver os meteoros Cerca de 100 meteoros ou "estrelas-cadentes" por hora. Assim vai ser a chuva de meteoros das Perseidas na quarta-feira.

Primeira longa-metragem do realizador português também será exibido no Festival de Veneza.

Fenómeno acontece todos os anos. Foto: Christian Arballo/Flickr

João Salaviza com o protagonista, David Mourato. Foto: Tjaša Kalkan

O filme "Montanha", de João Salaviza, foi seleccionado para o Festival de San Sebastián, em Espanha, que se realiza de 18 a 26 de Setembro, onde será exibido na secção "Zabaltegi", dedicada "às mais variadas, surpreendentes e atractivas" produções cinematográficas do ano. Esta é a primeira longa-metragem de João Salaviza, cuja estreia está prevista também para Setembro, na Semana da Crítica do Festival de Veneza, no Nordeste de Itália, que se realiza de 2 a 12 daquele mês. O filme, segundo a produtora Filmes do Tejo II, aborda o modo como um adolescente enfrenta a morte anunciada do avô e, com ela, "o fim da infância". "Um Verão quente em Lisboa. David, 14 anos, aguarda a morte iminente do seu avô, mas recusa-se a visitá-lo, temendo esta perda terrível. A mãe, Mónica, passa as noites no hospital. O vazio pela falta do avô obriga David a tornar-se o homem da casa. David não se sente pronto para assumir este novo papel, mas o fim da infância aproxima-se, sem que ele se aperceba", segundo comunicado da produtora. "Montanha" conta com os desempenhos de David Mourato, Maria João Pinho, Ema Tavares, Rodrigo Perdigão, Cheyenne Domingues, Carloto Cotta e Ana Cris. O cineasta João Salaviza conta no currículo com a Palma de Ouro em Cannes com a curta "Arena", em 2009, e o Urso de Ouro de Berlim com "Rafa", em 2012, duas obras em que também aborda, de diferentes perspectivas, o final da infância.

A chuva de meteoros das Perseidas poderá ser vista em Portugal, na noite de quarta-feira, e os portugueses são aconselhados a procurar um espaço sem luzes para observar o fenómeno, que se repete todos os anos. "Visível anualmente a partir de meados de Julho, entre os dias 17 de Julho e 24 de Agosto", a chuva de meteoros, este ano, tem o seu pico a 13 de Agosto, entre as 7h30 e as 10h00, com cerca de 100 meteoros ou "estrelas-cadentes" por hora, refere uma informação disponível no site do Observatório Astronómico de Lisboa. Embora "infelizmente não seja possível observar o seu máximo em Portugal", já que o fenómeno vai ocorrer durante o dia, a observação "será ainda bastante favorável durante a noite de 12 para 13 de Agosto, a partir das 23h00, quando a constelação de Perseu aparecer acima do horizonte, a nordeste, e durante a madrugada de quinta-feira", explica a entidade. O Observatório Astronómico de Santana, nos Açores, anunciou que vai permitir, na noite de quarta-feira, acompanhar a chuva de meteoros das Perseidas e abrirá as portas a todos aqueles que queiram observar o fenómeno num espaço que reúne as condições apropriadas para esta actividade. A Lua também ajuda à observação da chuva de meteoros, acrescenta o observatório de Lisboa, já que "estará na fase de Lua Nova", na sexta-feira. Os admiradores destes fenómenos no céu não vão necessitar da ajuda de qualquer material específico para a observação e são aconselhados pelos especialistas a ir para o campo, para uma área sem a influência das luzes das cidades. "Se o céu se apresentar límpido, teremos uma maravilhosa visão do céu, ver-se-á Saturno (mesmo na constelação de Balança) e as maravilhosas constelações de verão já aparecerão em todo seu esplendor: Lira, Cisne, Águia, Escorpião", esclarece o observatório de Lisboa, lembrando que a chuva de meteoros não tem a mesma intensidade todos os anos, nem é vista da mesma maneira em todos os locais da Terra.


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As Perseidas são uma "chuva de estrelas" resultante da passagem da Terra, na sua órbita à volta do Sol, perto dos detritos deixados pelo cometa Swift-Tuttle. Todos os anos, por esta altura, a Terra cruza a órbita do cometa, atravessando zonas onde permanecem esses detritos. A última passagem do cometa junto à órbita da Terra ocorreu em 1992. PETER STILWELL

Igreja Católica chega tarde à causa ecológica, mas numa altura crucial Igreja Católica passa a celebrar também o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação. A ecologia pode gerar diálogo ecuménico, mas também aproximar a Igreja da sociedade civil, dizem o padre Peter Stilwell e o presidente da Comissão Justiça e Paz.

O Papa Francisco associa a Igreja Católica a uma iniciativa criada pelo Patriarca Bartolomeu. Foto: Tolga Bozoglu/EPA Por Filipe d'Avillez

Bastará invocar São Francisco para se compreender que dentro da Igreja Católica sempre houve quem se empenhasse na protecção da natureza, mas do ponto de vista da causa ecológica, e no que diz respeito à participação das comunidades religiosas, Roma chegou tarde. É o que diz o padre Peter Stilwell, com larga experiência em diálogo ecuménico e interreligioso. "A Igreja Católica acaba por ser a mais recente dos grandes agrupamentos cristãos a adoptar esta postura da defesa da natureza. Certamente houve conferências episcopais que se pronunciaram sobre o assunto e o Papa cita isso na sua encíclica [Laudato Si, publicada em Maio, exclusivamente dedicada ao tema], mas antes disso quem assumiu o protagonismo nesta defesa da questão ecológica foi o patriarca ecuménico Bartolomeu", explica o padre Peter Stilwell. Foi Bartolomeu, conhecido também como o "patriarca verde" pelo seu empenho nesta matéria, que teve a iniciativa de instituir um Dia de Oração Pelo Cuidado da Criação no mundo ortodoxo, a que o Papa Francisco

decidiu associar a Igreja Católica com uma carta divulgada esta segunda-feira pelo Vaticano. O dia assinala-se a 1 de Setembro. "O Papa vai colocar a Igreja Católica, que é a maior das confissões cristãs, a apoiar claramente aquilo que as outras já tinham iniciado. É muito importante para o mundo em geral, nomeadamente este ano, quando se começa as preparações para o encontro internacional em Paris sobre os cuidados com a natureza, que a Igreja Católica tenha assumido esta posição", diz ainda o sacerdote português, actualmente reitor da Universidade de São José, em Macau. Na sua carta, o Papa Francisco refere especificamente o seu "amado irmão" Bartolomeu e manifesta a sua vontade de que a ecologia passe a ser uma plataforma de entendimento ecuménico. "É um dos pontos em que as várias confissões cristãs estão de acordo. Todos aceitamos que a criação é obra de Deus, que nos é dada como dom. Olhar para essa natureza como dom de Deus, para cuidarmos dela, e não simplesmente desfrutarmos dela, aí é que há uma novidade", diz o padre Peter Stilwell. Jesus e a natureza Este é um conceito com claras referências bíblicas, acrescenta Stilwell. "O Antigo Testamento não mostra o encanto com a natureza, mas é no Novo Testamento que vemos Jesus Cristo admiração pelos dons da natureza, pela semente que cresce, a árvore que acolhe as aves do Céu, referências às aves do céu e aos lírios do campo, esse gosto pela natureza que leva depois os cristãos, logo na primeira geração, a considerar que a Ressurreição de Jesus Cristo não só reuniu a humanidade, mas congrega toda a criação numa nova etapa da sua evolução." O presidente da Comissão Portuguesa de Justiça e Paz, Pedro Vaz Patto, vê nesta aposta do Papa uma boa forma de abrir portas de diálogo com a sociedade civil, mas realça que é importante o Papa não se limitar a fazer coro, uma vez que os cristãos têm razões muito particulares para defender a natureza. "Há aqui uma congregação de esforços que vai para além do âmbito da Igreja Católica e também das outras igrejas e comunidades eclesiais. Pode de facto haver uma consonância com as organizações da sociedade civil, nomeadamente as que são mais dedicadas a esta causa ambientalista. Há aqui o salientar do que é a motivação profunda e o contributo específico dos cristãos para esta causa, e isso vem da consciência de que o mundo criado é uma obra de Deus, um dom para a humanidade e na medida em que também temos esta consciência de que de uma forma mais motivada e mais eficaz podemos proteger o ambiente." Não se sabe ainda que iniciativas haverá, até porque o tempo de preparação é curto, mas no próximo dia 1 de Setembro realiza-se o primeiro Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação com a participação da Igreja Católica.


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Igreja Católica passa a celebrar Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação

nacionais e as conferências episcopais, ajude a implementar "oportunas iniciativas de promoção e de animação, para que esta celebração anual seja um momento forte de oração, reflexão, conversão e uma oportunidade para assumir estilos de vida coerentes". REVISTA DA IMPRENSA DESPORTIVA

Cromos repetidos

Data já é observada pelos ortodoxos a 1 de Setembro.

Foto: RR

Foto: EPA Por Filipe d’Avillez

O primeiro dia de Setembro vai passar a ser para os católicos o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação. O Papa Francisco instituiu este novo dia numa carta com data de dia 6, divulgada esta segunda-feira pelo Vaticano. A decisão surge na sequência da recente encíclica do Papa, "Laudato Si", a primeira de um Papa inteiramente dedicada à ecologia. "Anualmente, o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação oferecerá a cada fiel e às comunidades a preciosa oportunidade para renovar a adesão pessoal à própria vocação de guardião da criação, elevando a Deus o agradecimento pela obra maravilhosa que Ele confiou ao nosso cuidado, invocando a sua ajuda para a protecção da criação e a sua misericórdia pelos pecados cometidos contra o mundo em que vivemos", escreve Francisco. A Igreja Ortodoxa já assinala este dia e a decisão do Papa Francisco de também a Igreja Católica o celebrar, precisamente na mesma data que os ortodoxos, pretende "testemunhar a crescente comunhão" ecuménica, que extravase apenas as relações com os ortodoxos, lê-se na carta divulgada esta segunda-feira pelo Vaticano. O Papa diz mesmo, na sua carta, que a iniciativa partiu de uma proposta feita pelo Metropolita Ioannis de Pérgamo, representante do Patriarca Bartolomeu, de Constantinopla. A carta do Papa é por isso dirigida principalmente a dois organismos da Santa Sé, o Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos e o Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, presidido pelo cardeal Peter Turkson. Ao cardeal Turkson, Francisco pede que o Conselho da Justiça e Paz, em conjunto com os conselhos

"Aí está Jiménez". Comprar A Bola, o Record ou a edição Sul de O Jogo pela manchete é indiferente, esta terça-feira. No caso dos dois jornais é também o mesmo o segundo destaque: Jorge Jesus, no topo da coluna mais à esquerda. "Jesus incansável", escreve o Record. "Jesus quer continuar a acordar o leão", escreve A Bola. A Norte, em O Jogo, garante-se: "Aboubakar à frente de Osvaldo". Outra informação do universo portista: "Brahimi é hipótese remota com o Vitória". Na edição Sul do jornal nortenho, destaque também para o Sporting: "Já é Teo e mais dez". Sobre Brahini, o Record é conclusivo: "Brahimi falha início da Liga". Da actualidade do FC Porto, A Bola avança: "À procura dum nº 10".


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Terça-feira, 11-08-2015

BENFICA

Raúl Jiménez já está em Lisboa O avançado mexicano Raúl Jiménez já chegou a Lisboa e prepara-se para fazer esta terça-feira. O Benfica e o Atlético de Madrid já chegaram a acordo. Falta fechar o negócio com o avançado.

Rúben Amorim confirmado no Qatar O Al Wakrah, do Qatar, vai ser o próximo clube do médio português que fez seis épocas pelo Benfica, confirmou hoje o clube árabe.

Rúben Amorim assinou contrato com o Al Wakrah do Qatar. Foto: DR Jogador do Atlético de Madrid vai fechar negócio com o Benfica. Foto: DR

Raúl Jiménez chegou na noite desta segunda-feira a Lisboa para ser o próximo reforço do Benfica. A chegada do atleta a solo português confirma a informação avançada pela cadeia mexicana Televisa, segundo a qual o Benfica e o Atlético de Madrid já fecharam acordo para a transferência do avançado. Falta apenas acertar pormenores com o jogador. Jiménez deve efectuar exames médicos esta terça-feira e, se tudo correr como previsto, será de imediato apresentado. Jiménez é há muito apontado como um possível reforço do ataque encarnado, mas uma proposta do West Ham parecia estar a levar a melhor na mesa das negociações. Contudo, ainda no domingo, Jiménez brincava com o facto, escrevendo na sua conta de Twitter que tinha falhado o voo para realizar exames médicos porque adormeceu. Raúl Jiménez, avançado mexicano de 24 anos, chegou na época passada ao Atlético de Madrid, onde acabou por não ser muito utilizado, tendo marcado um golo nos 28 jogos em que participou. [Notícia actualizada às 23h10]

Rúben Amorim passou os exames médicos e vai jogar pelo Al Wakrah do Qatar na próxima temporada, informou esta segunda-feira o clube árabe na sua conta oficial de Twitter. O emblema não revela a duração do acordo fechado com o internacional português. O médio, que fez seis épocas pelos encarnados como sénior, e que representou em Portugal também o Belenenses e o Sp. Braga, vai agora iniciar a sua primeira experiência futebolísitca fora do país.


Terça-feira, 11-08-2015

CICLISMO

Froome vai correr a Vuelta O corredor britânico da Sky anunciou na sua conta de Twitter que está ansioso por entrar na corrida, confirmando o que até aqui era apenas uma possibilidade. Só dois ciclistas ganharam até hoje o Tour e a Vuelta no mesmo ano.

Chris Froome foi o grande vencedor da Volta a França 2015. Foot: DR

O vencedor do Tour 2015 vai participar na Volta a Espanha deste ano. Foi o prórpio Chris Froome a anunciar a novidade na sua conta de Twitter: "Ansioso por participar na Vuelta. Difícil mas sempre emocionante para os espectadores", escreveu Froome. Depois de terminar a Volta a França, o britânico da Sky não tinha colocado de parte a hipótese, mas realçava a dureza de fazer duas grandes voltas num ano. Agora, Froome vai tentar o que só dois ciclistas conseguiram na história do ciclismo - vencer a Vuelta e o Tour no mesmo ano -, Jacques Anquetil, em 1963, e Bernard Hinault em 1978. Na Vuelta, o ciclista de 30 anos, já foi segundo em duas edições. A seu lado vai ter grandes corredores do pelotão internacional, como Nairo Quintana, Vincenzo Nibali, Aru, Landa, Valverde, Joaquim Rodriguez, Van Garderen e outros. A Volta a Espanha arranca a 22 de Agosto e prolonga-se até 13 de Setembro.

Página1 é um jornal registado na ERC, sob o nº 125177. É propriedade/editor Rádio Renascença Lda, com o nº de pessoa colectiva nº 500725373. O Conselho de Gerência é constituído por João Aguiar Campos, José Luís Ramos Pinheiro e Ana Lia Martins Braga. O capital da empresa é detido pelo Patriarcado de Lisboa e Conferência Episcopal Portuguesa. Rádio Renascença. Rua Ivens, 14 - 1249-108 Lisboa.

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