Página1 21/07/2015

Page 1

EDIÇÃO PDF Terça-feira, 21-07-2015 Edição às 08h30

Directora Graça Franco Editor Raul Santos

Presidente da República ouve partidos para marcar data das eleições legislativas BPN custou ao Estado quase 2.700 milhões até 2014

Atentado na Turquia: José esqueceu-se da máquina no carro. Isso salvou-lhe a vida Europa sem acordo para distribuição de migrantes do Mediterrâneo Passos. "Lula da Silva não me veio pedir nenhuma cunha"

Poste que matou criança foi alvo de avaliação técnica pela EDP, diz junta

PS sobre as ideias de Hollande para o euro: "A exclusão de países não é um bom princípio"

Há "risco de colapso" no centro hospitalar de Trásos-Montes e Alto Douro

Número de fogos e área ardida estão acima da média da última década

Verão força médicos e enfermeiros do Algarve a horas extra


2

Terça-feira, 21-07-2015

Atentado na Turquia: José esqueceu-se da máquina no carro. Isso salvou-lhe a vida

me aconteceu nada e ainda estou inteiro.” O atentado ainda não foi reivindicado, mas suspeita-se do Estado Islâmico. O primeiro-ministro turco já disse que a segurança na fronteira com a Síria foi aumentada. José Sampaio, de camisola encarnada, na Turquia. Entre as vítimas contam-se o seu coordenador (atrás, de barba) e um amigo (à frente, com óculos espelhados)

Presidente da República ouve partidos para marcar data das eleições legislativas Explosao fez pelo menos 30 mortos em Suruc, na Turquia. Foto: Depo Photos/EPA Por Filipe d'Avillez

Se não fosse ter-se esquecido da máquina fotográfica no carro, José Sampaio poderia ter sido mais um dos cerca de 30 mortos do atentado desta segunda-feira na cidade de Suruc, na Turquia. O português de 23 anos, natural de Braga, encontra-se em Sanliurfa, na Turquia, com o Serviço de Voluntariado Europeu e estava precisamente em Suruc quando se deu o atentado. “Tive de me dirigir a Suruc por haver voluntários da Turquia que iam à Síria dar apoio a crianças e ajudar a pintar um hospital. Na altura estava com eles, mas tive de me deslocar ao carro para ir buscar a máquina fotográfica. Cerca de um minuto depois de ter deixado o local ouvi uma grande explosão e eram pessoas a correr por todo o lado”, recorda, em declarações à Renascença. “Voltei para lá e vi várias pessoas deitadas no chão, algumas já sem vida, muitos feridos. Ainda tentei ajudar alguns dos que estavam no chão, até que chegou a emergência médica.” Entre os pelo menos 30 mortos encontram-se o seu coordenador, que o acompanhava em Suruc, e outro amigo de 28 anos que também estava com eles. Não há indicação de que qualquer outro português estivesse no local. Para além das vítimas mortais, contam-se mais de 100 feridos. Quando ouviu a explosão, José confessa que não se apercebeu logo que se tratava de um atentado. “Inicialmente parecia uma coisa tirada de um filme. Na altura não deu para me aperceber que tinha sido um atentado. Quando cheguei mais perto e vi aquele panorama, aí comecei a aperceber-me que provavelmente tinha sido uma bomba, que qualquer coisa tinha explodido ali.” O jovem português já foi contactado pela embaixada portuguesa na Turquia e também teve oportunidade de conversar com a sua família, a quem pôde dizer “não

Audiências em Belém, esta-terça-feira, de manhã e de tarde. De acordo com a Constituição da República, as eleições legislativas terão de se realizar entre os dias 14 de Setembro de 14 de Outubro.

Foto: José Coelho/Lusa

O Presidente da República recebe, esta terça-feira, em audiência, os partidos com assento parlamentar com vista à marcação da data das próximas eleições legislativas. De acordo com agenda divulgada pela Presidência da República, o Partido Ecologista "Os Verdes" será o primeiro a ser recebido pelo chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, pelas 10h30. Ainda da parte da manhã, a partir das 11h15, serão recebidos os representantes dos Bloco de Esquerda. Da parte da tarde, serão recebidos o PCP, o CDS-PP, o PS, e, por fim, os representantes do PSD. De acordo com a Constituição da República, as eleições legislativas terão de se realizar entre os dias 14 de Setembro de 14 de Outubro. A 3 de Maio, durante uma viagem de avião para a Noruega, o chefe de Estado recordou que a única ocasião em que as eleições legislativas se realizaram em Setembro foi em 2009, para evitar a coincidência de datas com a realização das autárquicas.


3

Terça-feira, 21-07-2015

Sem revelar a data para que se inclina, o chefe de Estado adiantou então que em Belém já foram "estudadas todas as datas possíveis" e disse que há que pensar em que data é que os partidos terão de entregar as listas de candidatos consoante o fim-de-semana escolhido para as eleições, pois "a certo momento" o prazo limite "fica nas férias". "E há ainda a campanha eleitoral, pois se não têm cuidado ocorre nas praias", gracejou. Interrogado durante esse voo para a Noruega se não poderá ser prejudicial escolher o dia 4 de Outubro, já que é a véspera do dia da Implantação da República, o Presidente da República encolheu os ombros, declarando apenas: "já não é feriado".

Polícia britânica lança alerta após desaparecimento de português em Brighton

das Comunidades Portuguesas garante que nem a embaixada portuguesa no Reino Unido, nem o Consulado têm indicação do desaparecimento de Diogo Moreira. [Notícia actualizada às 16h25]

PS sobre as ideias de Hollande para o euro: "A exclusão de países não é um bom princípio" Presidente francês defende Governo da moeda única composto por seis países. Alguns dirigentes de topo do PS não comentam. Pedro Nuno Santos, cabeça de lista de Costa, está contra uma Europa a duas velocidades.

Diogo Manuel Martins Alves Moreira não é visto desde 14 de Julho.

Hollande vai fazer mais propostas para a União Europeia. Foto: Eric Feferberg/EPA Por João Carlos Malta Foto: DR

A polícia britânica emitiu um alerta para encontrar o português Diogo Moreira, de 29 anos, desaparecido da zona de Brighton, no Sul de Inglaterra, desde terçafeira. Segundo um comunicado da polícia do condado de Sussex, Diogo Manuel Martins Alves Moreira não é visto desde 14 de Julho, embora o desaparecimento só tenha sido transmitido às autoridades dois dias depois. "Estamos cada vez mais preocupados com o Diogo porque isto é totalmente fora de comum. Ele deixou todos os seus pertences, incluindo a carteira com todo o seu conteúdo, e não apareceu para trabalhar esta semana", disse o sargento Alvin Lee. A descrição feita pela polícia é a de um homem de estatura média com cabelo preto curto e olhos castanhos, que vestiria calças de ganga na altura do desaparecimento. Além de trabalhar, Diogo Moreira é, segundo as autoridades, também estudante na Universidade de Brighton. Contactada pela Renascença, a Secretaria de Estado

O PS está a abordar com muitas reservas a proposta feita pelo Presidente francês, o socialista François Hollande, de criação de um "grupo da frente" na Zona Euro, liderado por seis países, e a criação de um Governo da moeda única, com um orçamento comum e um Parlamento específico. As propostas foram feitas por Hollande num artigo publicado este domingo no "Journal du Dimanche" e detalhadas depois pelo primeiro-ministro, Manuel Valls. Pedro Nuno Santos, um dos elementos que está mais perto da liderança de António Costa e que vai encabeçar as listas do partido nas eleições legislativas pelo distrito de Aveiro, mostra grandes reservas em comentar o que apelidou de apenas "um artigo de opinião" e do qual "não se conhecem as propostas concretas". Ainda assim, e questionado pela Renascença se o PS se revê na construção de uma Zona Euro que tenha a liderança de seis países, Pedro Nuno Santos disse: "A exclusão de países não é um bom princípio." Pedro Nuno Santos afirmou ainda que é evidente desde


4

Terça-feira, 21-07-2015

há muito tempo "que é preciso uma revisão profunda sobre a forma como a Zona Euro funciona e está construída". "O euro não está preparado para responder de forma diferenciada às crises. É um debate importante e bemvindo, mas precisamos de conhecer as propostas [do Presidente Hollande]", especificou. A Renascença tentou recolher a opinião de mais dois altos dirigentes socialistas, do núcleo duro de Costa, sobre esta questão, mas ambos declinaram tecer comentários. Hollande vai voltar à carga O Presidente francês escreveu no "Journal du Dimanche" que a França vai estar na "vanguarda" de uma maior integração europeia com as ideias que lançou sobre um governo da Zona Euro. Para Hollande, a Zona Euro deve ter um orçamento específico e um parlamento. Hollande sublinhou que para pôr em marcha essas reformas faz falta "uma organização reforçada, com os países que assim o decidam, uma vanguarda". Estas propostas já foram também abordadas pelo primeiro-ministro francês Manuel Valls, que revelou que essa "vanguarda" seria composta pelos "países fundadores da União Europeia: França, Alemanha, Itália, Bélgica, Luxemburgo e Holanda". Valls garantiu que os objectivos definidos por Hollande não são apenas palavras lançadas para o ar. "Nas próximas semanas, a França, através do Presidente da República, terá a ocasião de lançar iniciativas, fazer propostas concretas que alimentem esta pista, os elementos dados pelo Presidente", acrescentou Manuel Valls.

Portugal diz que muro anti-imigração na Hungria não é "boa solução" Muro de 175 quilómetros destinado a impedir o fluxo de imigrantes provenientes da região dos Balcãs continua a gerar polémica. O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Rui Machete, considerou esta segunda-feira, em Bruxelas, que o muro anti-imigração que a Hungria está a construir "não é uma boa solução", embora reconheça que Budapeste enfrenta um problema "que importa obviamente resolver". À saída de uma reunião dos chefes de diplomacia da União Europeia, na qual o assunto foi abordado, Rui Machete notou que "a Hungria tem chamado insistentemente à atenção, e com razão, para a circunstância de haver um volume muito grande de imigrantes que entram pelas fronteiras orientais da Europa", mas observou que a construção do muro "merece o desagrado" dos restantes parceiros da UE. "O muro não resolve o problema. Vai haver um refluxo dos imigrantes que não podem passar porque o muro não deixa, e isso vai-se reflectir nos países" vizinhos,

disse. "Portanto, não é uma solução" erguer um muro. "As soluções têm que ser encontradas em termos de solidariedade de todos os Estados", e não serão "radicalmente diferentes daquelas que estão a ser encaradas para a Grécia e para a Itália, e portanto, nesse sentido, não é uma boa solução, além de que faz lembrar a separação do muro de Berlim, o que também não é simpático do ponto de vista simbólico", observou. O ministro admitiu, todavia, que é necessário responder ao problema da Hungria, da mesma maneira que estão a ser discutidas formas de solidariedade para com Itália e Grécia, designadamente a repartição de dezenas de milhares de refugiados que chegam àqueles dois países (um dossiê, assinalou, que não foi hoje discutido ao nível de chefes de diplomacia). "Não há razão para excluir [a Hungria] das soluções, pois o problema é similar", disse, apontando que "o problema em termos do afluxo de imigrantes é muito parecido", apenas com a diferença de não se verificarem os desastres que tantas vítimas mortais já ocorreram no Mediterrâneo. 175 km polémicos As autoridades húngaras começaram a 13 de Julho a erguer um muro de quatro metros de altura que deverá prolongar-se pelos 175 quilómetros da fronteira entre a Hungria e a Sérvia, para conter o fluxo de refugiados. O projecto, patrocinado pelo primeiro-ministro populista Viktor Orban e destinado a impedir o fluxo de imigrantes provenientes da região dos Balcãs que tentam alcançar a Europa ocidental, foi aprovado por uma larga maioria parlamentar a 6 de Junho, e os trabalhos deverão prolongar-se por vários meses. Nos dois últimos anos a Hungria tornou-se num dos principais países de trânsito da UE para os imigrantes que tentam alcançar a Áustria ou a Alemanha. A maioria é proveniente do Iraque, Afeganistão, Síria e Kosovo. Em 2015, pelo menos 78.190 imigrantes foram registados na Hungria e segundo os número oficiais a grande maioria (77.600) tinha atravessado o território da Sérvia.


5

Terça-feira, 21-07-2015

Europa sem acordo para distribuição de migrantes do Mediterrâneo Os cerca de 40 mil migrantes que serão realojados em vários estados da União Europeia terão de esperar pelo menos até Dezembro por novidades.

BPN custou ao Estado quase 2.700 milhões até 2014 Valor resulta do défice acumulado dos anos anteriores bem como de um saldo negativo de 485 milhões em 2014.

Caso BPN custou ao estado 2.700 milhões de euros. Foto: DR

Migrantes ilegais salvos pelas autoridades italianas. Foto: Alessandro di Meo/EPA

Os 28 países da União Europeia continuam sem chegar a acordo sobre como distribuir os migrantes ilegais que chegam ao continente através do Mediterrâneo. A reunião desta segunda-feira revelou-se infrutífera. Os Estados continuam a aceitar o número total de 40 mil migrantes, mas não estão de acordo sobre quantos devem ser enviados depois para cada país. Depois de várias tragédias no Mar Mediterrâneo, com milhares de migrantes ilegais a morrer na tentativa de chegar à Europa, nomeadamente a Itália mas também Grécia, os estados-membros da União Europeia chegaram a um acordo sobre as 40 mil pessoas, ficando por definir, até final de Julho, a quota que caberia a cada um. Esse prazo fica agora adiado para outra reunião a realizar-se em Dezembro de 2015. Entretanto a esmagadora maioria dos migrantes visados continuam alojados em centros de acolhimento, em Itália e na Grécia, a aguardar o avançar do processo.

A nacionalização e reprivatização do BPN custaram aos cofres do Estado 2.691,2 milhões de euros até ao final de 2014, mais quase 500 milhões do que em 2013, segundo um relatório do Tribunal de Contas divulgado esta segunda-feira. "No final de 2014 o saldo acumulado das receitas e despesas orçamentais decorrentes da nacionalização e reprivatização do BPN, bem como da constituição e funcionamento das respectivas sociedades-veículo Parvalorem e Parups ascendia a um défice de 2.691,2 milhões de euros", escreve o tribunal no relatório de acompanhamento de execução orçamental da administração central referente ao ano passado. A entidade presidida por Guilherme d’Oliveira Martins explica que este valor resulta do défice acumulado dos anos anteriores – 746,9 milhões em 2011, 982,7 milhões em 2012, 476,8 milhões em 2013 – bem como de um saldo negativo de 485 milhões em 2014. O Tribunal de Contas, que salienta que estes números ainda são provisórios e que podem ser corrigidos aquando da publicação do parecer sobre a Conta Geral do Estado do ano passado, adianta que, no ano passado, o Estado arrecadou 222,2 milhões de euros com o BPN, dos quais 127,2 milhões dizem respeito à venda de activos financeiros. Do lado da despesa, o Estado gastou 707,2 milhões de euros, dos quais 650,6 com a Parvalorem e Parups (na grande maioria com os passivos financeiros destas sociedades veículo). Além disso, o Tribunal de Contas destaca que no final de 2013, uma vez que ainda não são conhecidas as contas de 2014, a Parvalorem e a Parups "apresentavam capitais próprios negativos que totalizavam 2.314 milhões de euros (excluindo os empréstimos do Estado) a Parparticipadas SGPS 170 milhões de euros, encargos a suportar eventualmente pelo Estado no futuro". Esta última empresa foi adquirida ao BPN em 2012 por um euro (juntamente com as Parvalorem e Parups, mas


6

Terça-feira, 21-07-2015

reclassificada no sector das administrações públicas com efeitos a partir do Orçamento do Estado de 2015), lembra o tribunal, acrescentando que tem agora como objectivo "gerir e racionalizar um conjunto de participações financeiras, com o propósito de evitar a perda de valor num contexto de alienação ou liquidação".

Agências de viagens aliviadas com clima de “trégua social” na TAP Não há greves marcadas na TAP este Verão, uma “boa notícia” para o turismo. APAVT espera regresso à tradição no fim da era de um sindicato de “má memória”.

Foto: Jose Coelho/Lusa

No dia em que o sindicato dos Pilotos da TAP elege uma nova direcção, a Associação das Agencias de Viagens e Turismo (APAVT) sublinha que este Verão volta a ser de tréguas na empresa. Não há greves marcadas, ao contrário da situação vivida há apenas um ano. “É uma enorme diferença em relação ao ano passado, e isso é uma boa notícia para o sector. No ano passado havia uma enorme dúvida nos consumidores da TAP sobre se podiam ou não fazer os seus voos, hoje temos passos significativos na boa direcção. Existe um clima, se não de paz social, ao menos de trégua social”, considera o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira. O presidente da associação acredita que ainda não é um efeito directo da privatização. Trata-se, apenas, de um regresso a uma tradição quebrada, em 2014, por uma direcção sindical que diz ser de “má memória”. “Tradicionalmente a TAP e o sindicato dos pilotos conseguiram fazer o que tem de ser feito, esta tradição foi rompida no último ano com uma presidência do sindicato de má memória. A grande esperança é que nesta nova era consigam fazer aquilo que era tradição.” Quanto às viagens dos portugueses, a recuperação prossegue este Verão, com um aumento próximo dos 10%.

Verão força médicos e enfermeiros do Algarve a horas extra Colocados 32 postos de saúde nas praias do Algarve para retirar utentes com pequenas patologias às urgências. No Algarve, em pleno Verão, há médicos e enfermeiros a fazerem entre 36 a 40 horas extraordinárias por mês. Apesar de a população local aumentar substancialmente por estes dias, os hospitais e centros de saúde não têm qualquer reforço de meios. Para responder às solicitações, os serviços são reorganizados e os responsáveis contam com a boa vontade dos profissionais de saúde que são chamados a fazerem horas extraordinárias. “Os recursos humanos são os mesmos, tem é de haver uma reorganização e uma certa limitação na feitura das férias. Ou seja, o período de férias tem de ser negociado com os recursos que temos”, descreve o presidente da ARS Algarve, Moura Reis. “Gostava de enaltecer a colaboração que os profissionais têm dado, porque sem essa colaboração, não conseguíamos fazer a gestão dos recursos humanos tão efectiva. Mas é provável que no mínimo dos mínimos se façam 36 a 40 horas extraordinárias por mês”, diz Moura Reis. Uma das facetas da reorganização dos serviços no Verão é a colocação de 32 postos de saúde nas praias do Algarve para retirar utentes com pequenas patologias às urgências. No ano passado, esse número foi de 10 mil pessoas.

Há "risco de colapso" no centro hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro Ordem dos Médicos do Norte e sindicatos do sector da saúde criticam saída de médicos anestesistas e o cancelamento de cirurgias. Por Olímpia Mairos

O presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, afirma que o serviço de anestesia do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro está numa situação "claramente preocupante" após a saída, desde Janeiro de 2014, de nove médicos daquela especialidade. A unidade hospitalar, que abrange os hospitais de Vila Real, Chaves e Lamego, possui "apenas 18" anestesistas, "quando deveria ter 41", acrescenta Miguel Guimarães, concluindo que "por causa disso, desde Abril, quase metade das cirurgias foram adiadas. "A taxa de cancelamentos de tempos operatórios, e um


7

Terça-feira, 21-07-2015

tempo operatório corresponde a várias cirurgias, corresponde a quatro/cinco cirurgias, foi em média de 40%", concretizou, após uma visita ao Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, esta segunda-feira. A falta de médicos anestesistas está também a provocar, e por arrastamento, problemas em outras especialidades como na cirurgia geral, na urologia, na otorrinolaringologia, oftalmologia e ortopedia. Miguel Guimarães alerta ainda que, com a "actividade cirúrgica a reduzir de forma brutal", o CHTMAD está também a perder financiamento. "Situação preocupante" O Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos juntou-se esta segunda-feira ao Sindicato dos Médicos do Norte e ao Sindicato Independente dos Médicos para uma tomada de posição conjunta sobre a "situação preocupante" que se vive no CHTMAD. Exigem ao Ministério da Saúde uma "resolução urgente" para o problema. Manuela Dias, do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), afirmou que a situação neste centro hospitalar ainda "se vai agravar", principalmente no período de férias. A dirigente do SIM referiu que "quase 75% dos doentes estão a entrar na lista de espera, que ultrapassa todos os prazos possíveis", e acrescentou que "terão que ser operados fora do hospital". Já Merlinde Madureira, do Sindicato dos Médicos do Norte (SMN), entende que o que se está a passar no CHTMAD "obedece a um plano". "A curto prazo têm que sair daqui doentes, que não têm que ser transferidos, e isto tem que obedecer a um plano, não pode ser só incompetência. E esse plano é desarticular do Serviço Nacional de Saúde, transferindo doentes para os privados ávidos de ganho fácil e piorando, com isso, o nosso nível de saúde", acrescentou.

Helena Roseta segue António Costa e Ferro Rodrigues na lista do PS de Lisboa Ex-ministro e dirigente socialista Jorge Lacão não consta. Nota para a inclusão de Álvaro Beleza, que fez parte da direcção de António José Seguro.

Foto: Lusa

Primeiro António Costa, depois Ferro Rodrigues, a seguir Helena Roseta. São os primeiros três lugares da lista de candidatos a deputados do PS, por Lisboa. A presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Helena Roseta, vai regressar à primeira linha política. Helena Roseta foi deputada do PS durante as lideranças de António Guterres e Ferro Rodrigues, mas afastou-se do partido em 2007, com José Sócrates no cargo de secretário-geral, ano em que protagonizou uma candidatura independente à Câmara de Lisboa, nas eleições autárquicas de 2007. Segundo a agência Lusa, que teve acesso à lista, entre os lugares considerados elegíveis pelo círculo eleitoral de Lisboa, não consta o do ex-ministro e dirigente socialista Jorge Lacão. Nota ainda para a inclusão de Álvaro Beleza, que fez parte da direcção de António José Seguro, e de Mário Centeno, coordenador do cenário macroeconómico do PS. No Porto, a comissão política distrital socialista chumbou a lista de candidatos a deputados para o distrito. Foi a votação apenas a quota daquela federação distrital. Os nomes que cabem ao secretáriogeral do PS ficaram de fora. Em declarações à agência Lusa, o líder da distrital, José Luís Carneiro, explicou que para ultrapassar o impasse há duas alternativas: a realização de uma nova comissão política distrital durante o dia de hoje ou a decisão ser tomada pela comissão nacional do partido que reúne esta noite em Lisboa. No processo de elaboração das listas de deputados no PS, cabe às federações socialistas indicarem cerca de dois terços dos candidatos e ao secretário-geral o restante terço, mas, em última instância, compete sempre à Comissão Política proceder à aprovação final


8

Terça-feira, 21-07-2015

das listas. Na reunião de hoje deverá ser rejeitada e reformulada a lista de candidatos a deputados proveniente da Federação de Coimbra por, segundo fonte da direção socialista, não se enquadrar nos critérios aprovados pela Comissão Política do PS realizada no passado dia 10. Além das listas de candidatos a deputados, a Comissão Política de hoje também aprovará a versão final do código de ética, documento que tem estado a ser preparado pelos dirigentes Pedro Delgado Alves, Vitalino Canas, José Magalhães e Jorge Lacão. Por este código de ética, entre outros pontos, os candidatos a deputados pelo PS têm de assegurar não ter dívidas ao fisco nem à segurança social, nem ainda questões com a justiça resultantes do exercício da a

do emprego estão a ser conseguidos “à custa de emprego subsidiado”: “Nós tínhamos até 2011 cerca de 20 mil cidadãos a frequentar cursos de formação profissional, esse número chegou agora aos 160 mil. Temos uma formação de emprego fortemente subsidiada pelo Estado, não é um emprego que os cidadãos portugueses procurem.” No debate, Pedro Nuno Santos combateu a ideia de que Portugal entrou em recuperação, enquanto Matos Correia defendeu que “o PS perde ao não reconhecer os factos” e acusou os socialistas de defenderem o modelo do “aumento da despesa e do consumo” como estratégia de crescimento. Facto que, diz, “nos trouxe um crescimento raquítico durante os anos de governação socialista”.

“Não esperem novidades no programa da coligação”, diz Matos Correia

Passos. "Lula da Silva não me veio pedir nenhuma cunha"

Dirigentes do PSD e do PS num frente-afrente trocam acusações sobre os últimos anos de governação. Socialistas dizem que números do emprego são conseguidos à custa de “emprego subsidiado”.

Primeiro-ministro garante que exPresidente do Brasil não lhe pediu nenhum favorecimento para a empresa brasileira Odebrecht na privatização da EGF, a "subholding" da Águas de Portugal.

Por Raquel Abecasis

José Matos Correia, responsável no PSD pelo programa eleitoral da coligação, reforça a ideia de que o texto está para ser apresentado nos próximos dias, mas não terá surpresas. “Ninguém está à espera que quem governa com um modelo claro, venha agora, só porque há eleições, desatar a oferecer bacalhau a pataco”, disse à Renascença. “Não compramos a simpatia do eleitorado com programas eleitorais, não prometemos o que não podemos cumprir, não queremos devolver as pessoas o dinheiro que não pode ser devolvido”, afirmou o vicepresidente. As declarações de Matos Correia foram feitas num frente-a-frente que juntou na Edição da Noite da Renascença este destacado militante social-democrata com o dirigente do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos. No debate, que procurou fazer o balanço da legislatura e lançar a campanha eleitoral, o responsável socialista acusou a coligação PSD/CDS de estar a empurrar a apresentação do programa porque “muito provavelmente não há uma estratégia de reconstrução do país”. Pedro Nuno Santos diz que o facto de Portugal ter saído do resgate não elimina o facto de ser “um país em muito piores dificuldades”. Para o socialista, a narrativa do primeiro-ministro sobre o desemprego é uma ilusão. Defende que os números

Foto: Instituto Lula

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, diz que o ex-Presidente do Brasil não lhe pediu nenhum favorecimento para a empresa brasileira Odebrecht na privatização da EGF, a "sub-holding" da Águas de Portugal. A garantia foi dada esta segunda-feira por Passos Coelho aos jornalistas, à margem de um fórum empresarial, em Lisboa. Passos diz que "pode ter acontecido" que, nas três reuniões oficiais que teve com Lula, tenham sido abordadas as pretensões da Odebrecht, mas a título "meramente incidental ou exemplificativo". Pressionado pelos jornalistas, o primeiro-ministro procurou ser mais taxativo: "O ex-Presidente Lula da Silva não me veio meter nenhuma cunha para nenhuma empresa brasileira." "Para ser uma coisa que toda a gente perceba direitinho, é assim. Não me veio dizer: há aqui uma empresa que eu gostava que o senhor, se pudesse,


9

Terça-feira, 21-07-2015

desse ali um jeitinho. Isso não aconteceu. E nem aconteceria, estou eu convencido, nem da parte dele, nem da minha parte", afirmou. O jornal brasileiro "O Globo" avançou que Lula da Silva terá pedido ao primeiro-ministro português para dar atenção aos interesses da construtora Odebrecht na privatização da EGF. Lula e a Odebrecht são protagonistas da investigação "Lava Jato". Esta segunda-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR) portuguesa esclareceu ter recebido um pedido de cooperação judiciária internacional das autoridades brasileiras que investigam o processo "Lava Jato". Nas declarações feitas esta segunda-feira, Passos afirmou ainda que não recebeu nenhum pedido de informações das autoridades judiciais brasileiras sobre este assunto. "Não, nenhum", disse. Lula da Silva é investigado por alegadamente favorecer a Odebrecht a obter contratos durante viagens para África e na América Latina, entre 2011 e 2014, quando já não era chefe de Governo.

Empresários da Camargo Corrêa condenados no Brasil As detenções envolvem empresários da Camargo Corrêa, que têm ligações a Portugal e, mais especificamente, a Armando Vara. A Operação Lava Jato, que investiga crimes cometidos na brasileira Petrobras, resultou hoje na condenação pela Justiça de empresários da construtora Camargo Corrêa e no indiciamento pela Polícia Federal de Marcelo Odebrecht, presidente da empresa com o mesmo nome. As duas construtoras têm ligações com países lusófonos. A Odebrecht é a maior empreiteira brasileira e lidera projectos de infra-estruturas também em Portugal, Angola, Moçambique e Guiné Equatorial. Já a Camargo Corrêa é controlada pelo grupo Camargo Corrêa que, através da sua participada InterceCement, controla mais de 90% da Cimpor (Cimentos de Portugal), e teve como Presidente do Conselho de Administração para África o executivo Armando Vara, detido em Portugal no âmbito da Operação Marquês. O ex-presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini, o ex-vice-presidente Eduardo Hermelino Leite e o expresidente do Conselho de Administração João Auler são os primeiros empresários de construtoras a serem condenados no âmbito da operação Lava Jato, por corrupção, branqueamento de capitais, associação criminosa e pagamento de suborno durante as obras de duas refinarias, segundo a imprensa brasileira. Avancini e Hermelino Leite, condenados a mais de dez anos de prisão, fizeram um acordo de "delação premiada", para ceder informações em troca de uma possível redução na pena. Auler recebeu uma pena de

nove anos de prisão. Entre os condenados também estão o ex-director de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e o "doleiro" (que faz operações ilegais com a moeda) Alberto Yousseff, que também alcançaram um acordo de "delação premiada" e um agente da polícia federal, acusado de realizar a entrega do dinheiro de suborno. Todos podem ainda recorrer. Já o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, foi indiciado na segunda-feira pela Polícia Federal juntamente com outras sete pessoas, quatro delas exexecutivos da construtora, sob suspeita de corrupção, branqueamento de activos, fraude em adjudicações e crime contra a ordem económica, relativos a contratos da Petrobras. Devido às suas ligações com a Odebrecht, o exPresidente Luiz Inácio Lula da Silva começou a ser investigado pela Procuradoria federal em Brasília por tráfico internacional de influência, por alegadamente ter favorecido a construtora na obtenção de contratos durante viagens para África e América Latina, entre 2011 e 2014. Lula da Silva nega ter cometido qualquer acto ilegal e pediu a suspensão do inquérito, enquanto o Ministério Público solicitou informações da Operação Lava Jato para juntar ao inquérito.

Sindicato e responsáveis da ASAE ouvidos esta terça no parlamento Audiência surge depois da denúncia de situações em que inspectores foram proibidos de fiscalizar determinados agentes económicos e que brigadas receberam ordens para abandonar locais que estavam a inspeccionar. O inspector-geral da ASAE - Autoridade de Segurança Alimentar e Económica e a Associação Sindical dos Funcionários da entidade são ouvidos esta terça-feira na comissão de Economia e Obras Públicas, na sequência dos requerimentos apresentados pelo PS e PCP. O requerimento do PS e do PCP surge na sequência da denúncia da Associação Sindical dos Funcionários da ASAE (ASF - ASAE), em Junho, de que havia situações em que os inspectores foram proibidos de fiscalizar determinados agentes económicos e que as brigadas receberam ordens para abandonar os locais que estavam a inspeccionar. No seguimento desta denúncia, o ministro da Economia instaurou um inquérito e as conclusões do mesmo, tornadas públicas a 15 de Julho, apontam que "não existe qualquer lista VIP" na ASAE e nem "é utilizado qualquer instrumento que implique um tratamento diferenciado na actuação" da inspecção económica.


10

Terça-feira, 21-07-2015

"Não existe qualquer lista VIP ou qualquer outra orientação ou procedimento que se lhe assemelhe", não se tendo provado "a existência de qualquer mecanismo que implique um tratamento diferenciado na actuação da ASAE relativamente a qualquer pessoa ou organização", concluiu o inquérito da secretariageral do ministério da Economia. Na sequência do requerimento, hoje são ouvidos os representantes da ASF - ASAE e o inspector-geral da instituição, Pedro Portugal Gaspar. Na semana passada, na sua última audição regimental, o ministro da Economia, António Pires de Lima rejeitou a existência de qualquer lista VIP e deu o exemplo de uma "multa de 500 mil euros aplicada a uma grande empresa da cadeia de distribuição", referindo-se ao Pingo Doce, do grupo Jerónimo Martins. Os resultados "são bastantes conclusivos, não existe qualquer lista VIP, nem qualquer instrumento diferenciado na actuação", ao contrário "da insinuação que foi feita por um sindicato", apontou na altura Pires de Lima, que sublinhou que os responsáveis da ASAE iriam ser ouvidos na mesma comissão parlamentar de Economia e Obras públicas ainda durante esta legislatura. Na sua intervenção, o governante elogiou a actuação da ASAE, que agora "faz menos gala em ser forte com os fracos" e passou a ser "mais forte com os fortes", salientando que "nos dias que correm" a entidade fiscalizadora tem uma "acção menos orientada para o espectáculo".

Operações STOP não resolvem sinistralidade e só enchem cofres, diz associação Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda diz que as operações, que eram excepcionais, tornaram-se "rotina diária".

A Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda (ASPIG) defendeu, esta segunda-feira, que milhares de militares da GNR estão cansados de tantas operações STOP, que dizem não ter impacto na

diminuição da sinistralidade rodoviária. Em comunicado, a ASPIG diz-se preocupada com a "situação generalizada" de mal-estar de milhares de militares da GNR, "que estão a ser mobilizados para integrarem inúmeras operações de STOP". Diz a associação que as operações STOP, que eram uma excepção à missão geral da GNR, "passaram a ser uma rotina diária cada vez mais exigente acarretando, para os militares, um esforço suplementar sem quaisquer impactos na diminuição da sinistralidade rodoviária". Ainda que em cada operação os cofres do Estado arrecadem "centenas de milhares de euros em coimas", a verdade é que as estradas continuam a "ceifar" vidas, sem que mesmo assim o Governo corrija "o erro crasso" que foi a extinção da Brigada de Trânsito da GNR, acusa a associação. A ASPIG considera que a Brigada de Trânsito potencia a diminuição da sinistralidade rodoviária e diz que o Governo parece, no entanto, estar mais preocupado com o dinheiro das multas. E cita o exemplo da "Operação Hermes", da GNR, que no fim-de-semana registou nove mortos, mais seis do que no mesmo período do ano passado. Nessa operação, de sexta-feira a domingo e que mobilizou 1.200 militares, foram passadas 4.461 contraordenações.

Poste que matou criança foi alvo de avaliação técnica pela EDP, diz junta A EDP já tinha remetido todas as responsabilidades pelo poste para a Junta de Freguesia e o Ministério Público já abriu um inquérito urgente ao caso. O poste de iluminação que electrocutou uma criança de três anos, em Odivelas, no domingo, tinha sido alvo de avaliação técnica por parte da EDP, diz a Junta de Freguesia. Contactado pela Renascença o presidente da Junta de Freguesia, Nuno Gaudêncio, admite que a responsabilidade pelo poste metálico é da entidade que dirige, mas salvaguarda que tinham sido tomadas as precauções necessárias. “A questão do poste, que pode estar ligado ao incidente, é da responsabilidade da Junta de Freguesia, mas o poste foi alvo de avaliação técnica por parte da EDP e não foi vislumbrado qualquer tipo de passagem de corrente eléctrica”, afirma. “Neste momento estão a decorrer investigações e a junta de freguesia está a aguardar o apuramento dos factos”, acrescenta o presidente da Junta de Freguesia de Odivelas. Nuno Gaudêncio escusa-se a fazer mais comentários sobre o caso, manifestando apenas as suas sentidas condolências à família e dizendo que a dor da morte é partilhada também pelos membros da junta.


11

Terça-feira, 21-07-2015

Nuno Gaudêncio escusa-se a fazer mais comentários sobre o caso, manifestando apenas as suas sentidas condolências à família e dizendo que a dor da morte é partilhada também pelos membros da junta. O incidente deu-se no domingo, no recinto das festas de Odivelas. A criança terá morrido vítima de um choque eléctrico depois de tocar no poste. O Ministério Público já abriu um inquérito urgente ao acidente e a EDP, questionada pela Renascença, remete as responsabilidades para a Junta de Freguesia.

Número de fogos e área ardida estão acima da média da última década Distritos mais afectados no primeiro semestre deste ano foram Viana do Castelo, Braga e Viseu.

O ICNF indica também que os distritos do Porto (2.066) e de Braga (1.801) são os que registaram, até 15 de Julho, mais ocorrências, sendo a maioria fogachos, ou seja, de reduzida dimensão, que não ultrapassam um hectare de área ardida. Segundo o documento, os distritos mais afectados no que diz respeito à área ardida foram Viana do Castelo, Braga e Viseu, com 3.785 hectares, 2.779 e 2.729, respectivamente. O instituto salienta que, desde Março deste ano, que o número de ocorrências mensais tem superado os valores médios da década anterior (2005-2014). Nos primeiros quinze dias de Julho, adianta o ICNF, registaram-se mais 10% de ocorrências relativamente à respectiva média do período 2005-2014. "Apesar disso, o valor da área ardida até 15 de Julho (4.853 hectares) é inferior, em quase 20%, ao valor médio decenal nesse mesmo período do mês de Julho", refere o ICNF. De acordo com o relatório provisório, até 15 de Julho registaram-se 31 grandes incêndios, que queimaram 11.615 hectares de espaços florestais, ou seja 49% do total da área ardida. O maior incêndio ocorreu a 7 de Julho passado em São Pedro de Tomar, concelho de Tomar, distrito de Santarém, e consumiu cerca de 1.580 hectares de espaços florestais. FRANCISCO SARSFIELD CABRAL

O excesso de presos nos EUA Foto: DR

O número de incêndios florestais e de área ardida, quase 24 mil hectares, registados entre 1 de Janeiro e 15 de Julho estão acima da média dos últimos dez anos, segundo um relatório do Instituto da Conservação da Natureza. O relatório provisório de incêndios florestais disponível esta segunda-feira no site do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) adianta que a base de dados nacional de incêndios florestais registou, entre Janeiro e Julho, um total de 8.753 ocorrências (1.903 incêndios florestais e 6.850 fogachos) que resultaram em 23.702 hectares de área ardida, entre povoamentos (10.873 hectares) e matos (12.829 hectares). O documento indica que, nos últimos dez anos, apenas em 2005 (56.835 hectares) e 2012 (37.715 hectares) houve mais área ardida. "Comparando os valores do ano de 2015 com o histórico dos últimos dez anos (2005-2014), destaca-se que se registaram mais 12% de ocorrência relativamente à média verificada no decénio 2005-2014 e que ardeu mais 29% do que o valor médio de área ardida nesse período", refere o ICNF. De acordo com o relatório provisório, até 15 de Julho registaram-se 444 reacendimentos, mais 24 do que a média do período 2005-2014.

O mais chocante neste aumento brutal da população presa nos EUA é que ele não corresponde a qualquer aumento da criminalidade violenta no país.

A um ano e meio do fim do seu segundo e último mandato como Presidente dos EUA, Obama resolveu chamar a atenção para a chaga social que são as prisões do seu país, superlotadas e violentas. O número de pessoas presas nos EUA passou de cerca de 200 mil na década de 60 do século passado para 2,4 milhões hoje. Com 5% da população mundial, os EUA têm agora na cadeia um quarto dos presos de todo o mundo. E 40% dos presos em cadeias americanas são de raça negra – em proporção, há mais negros presos nos EUA do que


12

Terça-feira, 21-07-2015

na África do Sul no tempo do “apartheid”. O mais chocante neste aumento brutal da população presa nos EUA é que ele não corresponde a qualquer aumento da criminalidade violenta no país. Pelo contrário, esta criminalidade baixou significativamente nas últimas décadas. O que houve foi um agravamento enorme e irracional das penas, sobretudo as aplicadas a delinquentes menores e de raça negra. A prisão, nestas condições, não reforma os detidos, antes os promove na “escola” do crime. Um sistema menos cruel e menos caro serviria melhor a sociedade americana.

Um dia histórico. Bandeira cubana içada em Washington Depois de um corte de relações de 54 anos entre os dois países, a bandeira cubana foi desfraldada em Washington. Embaixador de Portugal em Cuba saúda "atitude corajosa" de Obama e Raúl Castro. Por José Carlos Silva

Um dia, vários momentos históricos nas relações entre os Estados Unidos e Cuba. Depois de um corte de relações de 54 anos entre os dois países, a bandeira cubana foi desfraldada em Washington. Ambos os países reabriram as suas embaixadas em Havana e Washington. O secretário de Estado norte-americano deu as boasvindas ao seu homólogo cubano, na sede do Departamento de Estado, em Washington, naquela que foi a primeira visita deste tipo de um diplomata de Havana, desde 1958. São os mais recentes episódios do restabelecimento das relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba. Em Cuba, cujos destinos são presididos por Raúl Castro, irmão de Fidel, ainda não se realizou a cerimónia do hastear da bandeira norte americana. O embaixador de Portugal em Cuba, Fernando Tavares de Carvalho, diz à Renascença que a população cubana encara o actual momento com esperança e a esmagadora maioria já indicou ser maioritariamente favorável ao reatar dos laços há mais de 50 anos quebrados. "Foi publicada uma sondagem segunda a qual 97% da população em Cuba apoiaria esse reatar de relações e a aproximação entre os dois países. É preciso não esquecer que há uma comunidade cubana muito importante nos Estados Unidos. As relações são muito intensas entre os dois lados do estreito da Flórida", afirma o diplomata. "Foi uma atitude corajosa, tanto por parte de Obama, como do Presidente Raul Castro, a abertura deste novo capítulo nas relações entre estes dois países", diz.À espera do fim do embargo O embaixador reconhece que para a população o

regresso das relações diplomáticas entre os dois países representa a esperança do fim do embargo a Cuba, decisão que está nas mãos dos Estados Unidos. "As autoridades cubanas esperam o levantamento do embargo e essa é uma decisão que só o congresso dos Estados Unidos pode tomar. As medidas que a administração Obama tomou em Janeiro do ano passado vão nesse sentido", defende Tavares de Carvalho. Antes disso, terá ainda de ser hasteada a bandeira dos Estados Unidos em Cuba, um momento ao qual devem assistir líderes norte-americanos e que ainda não foi marcado.

ONU e UE aprovam acordo nuclear que ala dura de Teerão critica A Casa Branca diz que o acordo com o Irão deixa o mundo "mais seguro", mas a Guarda Republicana do regime de Teerão jura "jamais aceitar" o que considera uma ingerência nos assuntos internos do país. O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou esta segunda-feira o acordo dos Estados Unidos com o Irão sobre o programa nuclear da república islâmica. A União Europeia também aprovou esta segunda-feira o acordo de Viena, que foi alcançado na semana passada. O acordo prevê o fim das sanções ao Irão em troca de maior acesso a centrais nucleares por parte de observadores internacionais e a garantia de que o programa servirá apenas para fins pacíficos. A resolução do Conselho de Segurança, que foi aprovada por unanimidade, é sinal de um alargado apoio internacional ao acordo, segundo a Casa Branca. Mas nem todos são da mesma opinião. Israel tem sido contra este processo desde o início, dizendo que ele representa uma grande vitória para o programa nuclear do Irão, que diz ter fins militares. A Arábia Saudita, a potência sunita do Médio Oriente também tem sido crítica, temendo o aumento da influência militar do Irão, a potência xiita, na região. Apesar do apoio por parte da Casa Branca, que diz que o acordo deixa o mundo "mais seguro", há também oposição nos Estados Unidos, sobretudo por parte da maioria republicana no Congresso. Mesmo no Irão há vozes críticas, nomeadamente da ala dura do regime. Um representante da Guarda Republicana foi citado pela agência iraniana Tasmin a dizer que a sua organização "jamais aceitará" este acordo por considerar que interfere na estratégia militar do país.


13

Terça-feira, 21-07-2015

Maria Barroso vai ser nome de prémio em Oeiras Prémio será atribuído pela câmara e visa reconhecer a promoção dos valores da democracia, tolerância, solidariedade e cidadania activa.

Maria Barroso, num evento em Fafe. Foto: CM Fafe

A Assembleia Municipal de Oeiras aprovou esta segunda-feira, por unanimidade, instituir o Prémio Municipal Maria de Jesus Barroso, para "valorizar o papel dos professores na preparação das novas gerações". A proposta de recomendação, apresentada pelo PS, sugere que o município possa instituir um "prémio anual a atribuir a professores das escolas do concelho, que se distingam, especialmente, na sua actividade docente, pela promoção dos valores da democracia, da tolerância, da solidariedade e da cidadania activa, em termos a articular com as direcções das escolas/agrupamentos". A intenção, aprovada por unanimidade, pretende fazer uma "homenagem a uma grande mulher do nosso país" e "perpetuar a sua memória através do exemplo e da intervenção concreta no futuro das novas gerações". "Em conformidade, os membros do Partido Socialista propõem que Assembleia Municipal de Oeiras recomende à Câmara Municipal de Oeiras a instituição do Prémio Municipal Maria de Jesus Barroso, perpetuando a memória do seu exemplo e valorizando o papel crucial e socialmente relevante dos professores das nossas escolas na preparação das novas gerações de cidadãos", lê-se na proposta. Maria de Jesus Barroso, mulher do antigo Presidente da República Mário Soares, era presidente da Fundação Pro Dignitate, foi fundadora do PS, partido pelo qual foi deputada, e dirigiu a Cruz Vermelha Portuguesa. Foi também actriz, tendo trabalhado nos teatros Nacional D. Maria II, Villaret e São Luiz, e com os cineastas Manoel de Oliveira e Paulo Rocha, e dirigiu o Colégio Moderno, fundado pelo sogro, João Soares.

RIBEIRO CRISTÓVÃO

Honra ao mérito Ostentar um título de campeão do mundo é sempre particularmente relevante. E, por isso, não o é menos por a prova ter disputada nosso país.

A FIFA decidiu, há alguns anos, adoptar como suas duas modalidades consideradas até então amadoras e que, na maioria dos casos, eram praticadas como simples motivo de diversão, sobretudo por atletas em final de carreira ou em idade mais avançada, e que através delas aproveitavam para preencher os seus tempos livres. Futebol de salão, oficializado como futsal, e futebol de praia passaram a ser duas modalidades com larga divulgação e uma adesão que ultrapassou todas as previsões. No caso do futsal, foi até determinante a sua entrada em alguns dos mais importantes clubes da Europa e, no caso português, relevantes as participações do Sporting e do Benfica. Rodeado de muito entusiasmo, foi também adoptado o futebol de praia, modalidade na qual a selecção portuguesa foi dando passos importantes. E depois de ter cimentado esperanças justificadas, ei-la chegada ao título de campeã do mundo, numa prova entusiasmente que teve Espinho por cenário nos últimos dias. O facto de Portugal ter vencido na final a selecção do Taiti não menoriza o mérito dos nossos jogadores. Bastará para isso recordar que na meia-final a equipa nacional afastou a Rússia, anterior campeã do mundo, a qual acabou por sucumbir à maior capacidade e qualidade da nossa equipa. Ostentar um título de campeão do mundo é sempre particularmente relevante. E, por isso, não o é menos por a prova ter disputada nosso país. Festejemos, por isso, esta conquista, que volta a inscrever a Federação Portuguesa de Futebol nas melhores páginas da FIFA, e fica a representar mais um sucesso dos seus dirigentes que à modalidade têm dado tanto e tão permanente apoio.


14

Terça-feira, 21-07-2015

REVISTA DA IMPRENSA DESPORTIVA

Samaris, o tranquilizador

específico no ginásio, não sendo opção para Julen Lopetegui. O departamento médico do FC Porto, não revelou qual o tempo em que Imbula estará afastado dos relvados. BENFICA

Salvio em Roma para ser operado ao joelho O extremo argentino dos encarnados vai ser submetido a uma intervenção cirúrgica a fim de concluir a reconstrução dos ligamentos do joelho direito.

Foto: RR

O grego Samaris é a figura em destaque nos diários desportivos de Lisboa, depois das declarações feitas nos Estados Unidos. O Record escreve que "Samaris fala à capitão", enquanto A Bola cita o grego: "Vamos fazer uma boa época". Sublinha o diário do Bairro Alto: "Samaris tranquiliza os benfiquistas". O jornal O Jogo destaca uma declaração da entrevista de Pinto da Costa ao El País: "Vou com Lopetegui até ao fim". Na edição Sul, o destaque vai para o Sporting: "Gutiérrez é um convite ao bom futebol". Em A Bola, avança-se mais um nome de um colombiano que pode rumar ao Sporting: William Jordan. FC PORTO

Tendinite na rótula direita afasta Imbula dos treinos O médio francês falhou o treino dos portistas desta segunda-feira devido a lesão.

Gianelli Imbula não participou no primeiro treino no Olival depois do estágio de pré-temporada realizado na Holanda, devido a uma tendinite na rótula do joelho direito. O médio francês limitou-se a realizar trabalho

Salvio viajou esta segunda-feira para a capital italiana para preparar a operação ao joelho direito, que decorrerá quarta-feira. O internacional argentino está a recuperar de ruptura de ligamentos que contraiu na partida frente ao Marítimo. Salvio que já foi alvo de uma intervenção cirúrgica no dia 29 de Maio, vai concluir a reconstrução dos ligamentos do joelho direita, numa operação realizada pelo especialista Pier Paolo Mariani.


15

Terça-feira, 21-07-2015

GASPAR RAMOS

FIFA

"Sportinguistas Blatter alvo de preferiam que tivesse "ataque". São notas, saído Bruno de senhor... Joseph Blatter foi vítima de uma partida de Carvalho do que um humorista inglês que acabou retirado Marco Silva" por seguranças depois de lançar centenas de Antigo dirigente do Benfica critica política de aquisições do líder leonino. "Está a pagar loucamente a Jorge Jesus e a alguns jogadores", afirma.

Em três dias, o Sporting anunciou outras tantas contratações: os defesas Naldo e Michael Ciani e o ponta de lança Teo Gutiérrez. Antes, já tinham sido assegurados Bryan Ruiz e João Pereira , num defeso marcado pela chegada, a Alvalade, de Jorge Jesus, que não renovou contrato com o Benfica. Numa entrevista a Bola Branca, Gaspar Ramos encontra uma justificação simples para a ofensiva de Bruno de Carvalho no mercado. "Houve qualquer coisa que subiu à cabeça do presidente (Bruno de Carvalho) e que o desorientou. Foram, certamente, os conflitos com o antigo treinador Marco Silva que o levaram a fazer algumas apostas. Ele percebeu que a maioria dos sportinguistas preferia que saísse o presidente do que o treinador e ele tinha que fazer alguma coisa para compensar isso. Foi buscar Jorge Jesus, pagando loucamente, como fará, também, com alguns jogadores por imposição do próprio Jesus. Este treinador quer muitos jogadores, para depois escolher e deitar fora, como já fazia no Benfica", referiu o antigo dirigente dos encarnados.

notas sobre o actual presidente da FIFA, quando este se prepararava para uma conferência de imprensa.

O humorista inglês que encarna a personagem Lee Nelson protagonizou, ao início da tarde desta segundafeira, uma cena que levou à interrupção da conferência de imprensa que Joseph Blatter se preparava para dar. Munido de um gordo maço de notas, Nelson - cujo nome verdadeiro é Simon Brodkin - fintou a segurança e chegou à mesa onde Blatter se preparava para falar. É visível a bandeira da Coreia do Norte na lapela do humorista. Assim que foi agarrado pela segurança, Nelson ainda teve tempo de lançar as notas que trazia sobre a cabeça de Blatter. Visivelmente irritado, o dirigente suíço pediu para que se procedesse à limpeza da sala antes de voltar para falar com os jornalistas. "Ainda estou vivo", afirmou depois Blatter assumindose como sobrevivente do "tsunami", palavra do prórpio, que abalou a FIFA a 29 de Maio. "Ainda sou o presidente da FIFA", sublinhou o dirigente depois da reunião do Comité Executivo da FIFA cujo propósito era a marcação da data das eleições antecipadas que vão permitir encontrar o sucessor de Sepp Blatter. As eleições estão marcadas para 26 de Fevereiro. Esta não é a primeira aparição de Lee Nelson nestas circunstâncias. Em 2014, o comediante tentou embarcar com a selecção inglesa à partida para o campeonato do Mundo do Brasil, misturando-se com os jogadores. O episódio é um entre muitos que Simon Brodkin colecciona sobretudo no mundo do futebol.


16

Terça-feira, 21-07-2015

Guardiola integra lista às eleições espanholas O treinador do Bayern de Munique apoia a independência da Catalunha e, por isso, aceitou ser integrado na lista de uma coligação de forças pró-independentistas, mas numa posição não elegível. É o último da lista.

Guardiola sempre manifestou apoio à independência da Catalunha. Foto: DR

É um apoio simbólico, de peso mas que não surpreende. Pep Guardiola, antogo jogador e treinador do Barcelona, decidiu voltar a manifestar o seu apoio à causa independentista catalã ao aceitar fechar a lista da Convergência e Esquerda, uma coligação de forças pró-independência da Catalunha. A informação foi avançada pelo eurodeputado Ramon Tremosa. Segundo o El País, Guardiola considerou que aceitar fechar a lista seria a melhor forma de manifestar o seu apoio à causa, não tendo qualquer intenção de assumir um lugar como deputado. As eleições espanholas estão maracadas para o dia 27 de Setembro.

Em Lisboa, assiste-se ao restauro de uma tela com direito a perguntas Restauro de uma das 35 telas do século XVII, de Bento Coelho da Silveira, feito na Igreja de São Cristóvão, em Lisboa, pode ser acompanhado até ao final de Agosto.

Crianças assistem a restauro de tela na Igreja de São Cristóvão, em Lisboa. Foto: Mário Cruz/Lusa

O restauro de uma das 35 telas do século XVII, de Bento Coelho da Silveira, feito na Igreja de São Cristóvão, em Lisboa, pode ser acompanhado até ao final de Agosto. A assistir ao restauro, na Mouraria, estiveram, esta segunda-feira, quase 20 crianças do Centro Paroquial de Alfama. De olhos abertos e com toda a atenção, os meninos e meninas ouviram como a profissional do restauro construiu um cotonete gigante que, depois de ensopado em álcool, serve para retirar o verniz da tela. Com esta limpeza, algumas partes da pintura já mostram as cores brilhantes originais. "E sabem porque está tão escura a pintura?", pergunta a técnica, que tem de dar a resposta perante o silêncio dos espectadores: "É por causa da iluminação natural e artificial". "Isto vai demorar um século" O silêncio dos mais novos repete-se à pergunta sobre quem é figura retratada a dar pão na tela – Santo António. Logo depois, ao aperceber-se do longo comprimento da pintura, um dos meninos conclui: "Isto vai demorar um século". "Vai demorar muito tempo", responde a técnica de restauro, para depois explicar, desta vez a um adulto, que pode ser relativamente fácil resolver um pequeno buraco numa tela, desde que permaneçam as fibras do tecido. Além do restauro ao vivo, que se prolonga entre as 10h00 e as 18h00, os visitantes podem conhecer técnicas de restauro, com a realização de “workshops” para crianças e adultos. Prevista está também a recuperação da tela da Última Ceia, colocada por cima do altar-mor da igreja, uma intervenção que será custeada por donativos, estando já recolhido 60% do valor, informou o pároco Edgar Clara.


Terça-feira, 21-07-2015

Estas são actividades incluídas no projecto Arte por São Cristóvão, com o objectivo de restaurar a Igreja. Vencedor do orçamento participativo de Lisboa 2014, com a atribuição de 75 mil euros, este projeto também envolve venda de biscoitos, feitos na Cozinha Popular da Mouraria, e de telhas personalizadas com mensagens dos compradores. Numa pequena loja ao lado da igreja, a dona Esmeralda mostrou os trabalhos que tem feito em tecido, além dos muito afamados licores. "São capas para livros, almofadas, sardinhas e portachaves com o tecido estampado pelo graffiti, que se pode ver ali em baixo nas escadinhas", disse à agência Lusa esta voluntária da paróquia, que viu aventais e pegas de cozinha esgotarem. Qualquer "bocadinho livre" tem servido para confeccionar mais destes objetos com um tecido que "às vezes também esgota", contou Esmeralda, que, entre sorrisos bem-dispostos, referia que "só falta ali ter a cama", porque já tem a sala de costura.

Página1 é um jornal registado na ERC, sob o nº 125177. É propriedade/editor Rádio Renascença Lda, com o nº de pessoa colectiva nº 500725373. O Conselho de Gerência é constituído por João Aguiar Campos, José Luís Ramos Pinheiro e Ana Lia Martins Braga. O capital da empresa é detido pelo Patriarcado de Lisboa e Conferência Episcopal Portuguesa. Rádio Renascença. Rua Ivens, 14 - 1249-108 Lisboa.

17


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.