Julho de 2021

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Ano 22 | Nº 259| Julho 2021

Qual híbrido escolher, quais as perspectivas de preços e os custos da safra, como ser assertivo nos manejos fitossanitários e na semeadura do milho, quais os cuidados para maior eficiência na produção de silagem e que avanços genéticos estão previstos? Essas são algumas das perguntas respondidas na reportagem principal deste mês, que tem conteúdo adicional de áudio no AgroCast Cotrijal e de vídeo nas nossas redes sociais.


2 Expediente Cotrijal Cooperativa Agropecuária e Industrial Rua Júlio Graeff, nº 01 Não-Me-Toque/RS - CEP: 99470-000 Fones: (54) 3332-2500 / 3191-2500 Diretoria Executiva Presidente: Nei César Manica Vice-presidente: Enio Schroeder Conselheiros de Administração Região Sede: Francisco Jorge Eckstein, Inézia Toso Meira, Jair Paulo Kuhns, Luiz Roberto Gobbi, Marcelo André Van Riel e Roveni Lúcia Doneda (Representante dos Líderes de Núcleos) Região Um: Jonas Francisco Roesler, José Valdir Kappaun (Representante dos Líderes de Núcleos) e Mateus Tonezer Região Dois: Cristiano Ulrich, Délcio Reno Beffart, Fabiana Venzon, Girlando Neiss, Jackson Berticelli Cerini, João Caetano da Rosa Neto e Milton Antônio Marquetti (Representante dos Líderes de Núcleos) Conselheiros Fiscais Titulares Heitor José Palharini, Vilmar José Sartori e Eliar Winter Conselheiros Fiscais Suplentes Eldon Matias Lampert, Gervásio Francisco Bins e Edemir Rosso Jornal da Cotrijal Publicação mensal editada pela Unidade de Marketing da Cotrijal Gerente responsável Benisio Rodrigues Jornalista responsável Mariliane Elisa Cassel Textos e fotos Fernando Teixeira, Mariliane Cassel e Foto Choks Colaboração: Maiquel Rosauro Projeto Gráfico Plano Comunicação Ltda. Fone: (55) 98127.9339 Impressão Tapejarense Indústria Gráfica Fone: (54) 3344.1214 Comercialização Agromídia - Desenv. de Negócios Publicitários Ltda - Fone: (11) 5092.3305, Guerreiro Agro Marketing Fones: (44) 99180.4450/3026.4457 e Prisma Produções Gráficas - Fones: (54) 3045.3489 /99233.3170

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Opinião

Cooperativismo é sinônimo de desenvolvimento econômico e social “Cooperativa que cresce é sociedade que cresce, que tem emprego, que tem renda, que se desenvolve.” Julho é tradicionalmente o mês em que se comemora o Dia Internacional do Cooperativismo. Em todo o mundo, cooperativas e organizações cooperativistas unem esforços para evidenciar a importância do sistema para a sociedade. Já não há dúvidas de que o cooperativismo bem-feito, administrado de forma séria, focado no bem-estar econômico e social do seu quadro de associados, dá certo. Mas sempre é bom reforçar as conquistas alcançadas, especialmente nesse último ano, em que a pandemia exigiu muita cooperação. Ao redor do mundo, são 3 milhões de cooperativas e 12% da população já está ligada ao cooperativismo. Ou seja, uma em cada seis pessoas do planeta é cooperativista. E essas cooperativas são responsáveis por 10% de todos os postos de trabalho formais no globo. No Brasil, são 14,6 milhões de associados nas 6,8 mil cooperativas e mais de 425 mil empregos gerados. No RS, são 455 cooperativas, com 3,06 milhões de associados, empregando mais de 68 mil pessoas, e que faturaram R$ 52,1 bilhões em 2020 - 6,4% a mais do que em 2019 -, e geraram R$ 2,1 bilhões em tributos. Analisando apenas o segmento agropecuário, temos 134 cooperativas atuando no Estado, com 334,2 mil associados e 38,5 mil empregos gerados. Juntas, elas faturaram R$ 35 bilhões em 2020, crescimento de 11,8% em relação a 2019. As sobras distribuídas chegaram

a R$ 941,5 milhões, 46,2% a mais do que o ano anterior. Além disso, é importante destacarmos que, no Brasil, 53% da produção agrícola é oriunda das cooperativas. E no RS, cooperativas agropecuárias mantêm sua participação de 50% da produção total da safra de soja. Os números demonstram o quanto o papel das cooperativas têm sido essencial para responder aos impactos imediatos causados pela pandemia. Reforçam a presença empresarial das cooperativas, buscando resultados econômicos, mas sem perder de vista o aspecto social que as diferencia. Cooperativa que cresce é sociedade que cresce, que tem emprego, que tem renda, que se desenvolve. Neste momento estamos focados na safra de inverno, sempre desafiadora, em função do clima, mas, felizmente, nos últimos anos mais protegida, por termos um seguro rural que diminui os riscos de prejuízo, e na cultura do milho, próxima do período de semeadura. Seguimos nos capacitando e buscando soluções, em tecnologias e conhecimento, para ajudar os produtores a terem o melhor resultado, seja na produção de grãos ou de leite. Seguimos também capacitando nosso produtor para que ele consiga tomar decisões mais assertivas, seja na lavoura, na bovinocultura de leite ou em relação ao mercado. Para que ele produza mais alimento, cresça, e com isso ajude também a sociedade a crescer.

E não deixamos de cumprir nosso papel social de forma mais direta. Neste mês, nos engajamos na campanha desenvolvida em nível nacional pelo cooperativismo, em busca de alimentos para as famílias que se encontram em dificuldades econômicas, seja na nossa região ou fora dela. A todos que entendem o cooperativismo como ele realmente é - um modelo de negócios centrado nas pessoas, na responsabilidade social e no senso de comunidade, que olha o econômico mas também o social – nosso obrigado e vamos, juntos avançando, vencendo os desafios – e sempre há desafios a serem vencidos. Nei César Manica Presidente da Cotrijal

Espaço do Leitor DEVET na escola Os alunos da Educação Infantil da Escola Municipal Rainha, de Lagoa dos Três Cantos, receberam uma visita muito especial. A médica veterinária Bianca Ribeiro de Souza, da Cotrijal, e seu cão, participaram de uma aula diferente na escola. A ação fez parte do projeto A União Faz a Vida e tinha como objetivo mostrar para as crianças as mais diversas formas de cuidar dos animais.

Pergunta do leitor Cotrijal e UPL realizaram no dia 19 de julho a live “Agrotalks”, com a participação do professor e pesquisador Anderson Nunes, do IFRS, e do consultor Paulo Molinari, da Safras & Mercado. Destaque para a pergunta do associado Irineo Roveda: “Até que patamar o preço da soja pode chegar ainda nesse ano”? “O foco estará nos próximos 50 dias de clima nos Estados Unidos. Dentre diversas variáveis, uma quebra de 5 a 6 milhões de toneladas na safra norte-americana poderá devolver ao mercado um patamar de Chicago operando na casa dos US$ 16 a 17 por bushel. Nesse caso, a China teria que alavancar novas compras no Brasil, o que pode subir bastante nossos prêmios. Então, talvez, resultando em preços ainda não vistos”, explicou Paulo Molinari. A live Agrotalks está publicada no canal do You Tube da Cotrijal.

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Novidade

Meu Cartão Cotrijal: mais facilidade nas compras no varejo da cooperativa

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egurança e praticidade são as principais vantagens de uma novidade anunciada em julho pela Cotrijal: Meu Cartão Cotrijal. O cartão será disponibilizado para produtores e seus dependentes para a realização de compras nas redes de supermercados e lojas da cooperativa. O superintendente Administrativo-Financeiro, Marcelo Ivan Schwalbert, explica que o cartão deverá ser utilizado para as compras a prazo, com o crédito disponível na contacorrente ou na conta leite. “Estamos atendendo uma necessidade manifestada pelos produtores, modernizando o atendimento que já existia, mas já agregando funcionalidades importantes e, em próximas etapas, vamos trazer outros benefícios”, pontua.

Onde solicitar Os produtores já podem solicitar o Meu Cartão Cotrijal na sua unidade de negócios. “É importante agilizar a solicitação para ter o acesso às compras na conta-corrente ou na conta leite. A nossa expectativa é de que em 90 dias todos estejam com o seu cartão”, conclui o superintendente.

A possibilidade de os dependentes terem um cartão próprio vinculado à conta principal é um dos diferenciais. Outra novidade é o aplicativo ou que traz como destaque as informações sobre limite de crédito, histórico de compras, pagamentos, dentre outras. Colaboradores – Para os colaboradores e seus dependentes, o Meu Cartão Cotrijal foi disponibilizado no início do mês, também com possibilidade de acompanhar as compras via aplicativo.

Acesse através do aplicativo • Encartes • Limite de crédito • Extrato de compras feitas (valor individual, total mensal e média dos meses) • Redes sociais No aplicativo, os portadores do Meu Cartão Cotrijal também têm acesso aos endereços das lojas e supermercados e a notificações sobre compras, encartes e novidades. Outra funcionalidade importante é a possibilidade de gerar um cartão digital, que dispensa o uso do cartão físico. E em breve outras novidades serão adicionadas.

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Escolhas que impactam na sustentabilidade da produção O preço favorável deve estimular o crescimento da área de milho no Rio Grande do Sul e também na região de abrangência da Cotrijal. A cultura é essencial para o sistema de produção, mas alcançar bom rendimento exige planejamento adequado. Escolher os híbridos de acordo com a realidade e o nível tecnológico da área é fundamental, tanto para produção de grãos quanto de silagem.

O

milho, na safra 2020/21, rendeu bom resultado para Francisco Feiten Schreiner. Nos 180 hectares, em Carazinho e Saldanha Marinho, o produtor fechou média de 204 sacos por hectare e conseguiu vender a produção a R$ 93,00. Foi o melhor desempenho dos últimos três anos e para a safra 2021/22 ele espera pelo menos repetir a produtividade e as boas oportunidades de negócio. A área com a cultura será ampliada para 400 hectares. Se depender do planejamento da propriedade, traçado em parceria com o engenheiro agrônomo Ediomar Chagas, da Cotrijal, a meta será atingida. “O clima tem papel fundamental, mas confio na orientação da cooperativa para crescer em resultado”, destaca, otimista, o produtor. Nesta safra serão utilizados três híbridos, além a área de refúgio, que o produtor entende como essencial para garantir a sustentabilidade das tecnologias. O preparo do solo, a adubação e a semeadura são pontos que exigem bastante atenção. Para adequada fertilidade, ele investe regularmente na melhoria das condições de fertilidade do solo, baseado sempre no monitoramento do Programa Ciclus da Cotrijal. O solo permanece coberto o ano todo e devidamente corrigido com químicos, complementados com o uso de orgânicos (cama de aviário). “Em relação aos híbridos sigo a recomendação do agrônomo e não me preocupo, pois sei que vai orientar o melhor. Foco mais nos detalhes dos processos da lavoura, que impactam bastante no resultado. E tenho toda área segurada, para diminuir riscos”, afirma Schreiner. Francisco Feiten Schreiner: adequado planejamento interfere diretamente no resultado. Na foto, com o assistente operacional da UBS, Cristiano Nunes

Resultados • Safra 2018/19 300 hectares – 196 sacos/hectare

• Safra 2019/20 350 hectares – 186 sacos/hectare

• Safra 2020/21 180 hectares – 204 sacos/hectare

Conteúdo adicional Confira no AgroCast Cotrijal a série Rota do Milho, com entrevistas com os participantes desta reportagem. Escaneie o QR Code e tenha acesso ao conteúdo. Serão seis episódios, um por semana, até o dia 20 de agosto. Para receber a notificação dos novos episódios e não perder nenhum conteúdo, siga o AgroCast Cotrijal.

Por que plantar milho? Para a sustentabilidade do sistema de produção, o milho é considerado essencial. O gerente de Produção Vegetal da Cotrijal, Alexandre Doneda, destaca os principais benefícios do cereal.

Solo – protege e recicla nutrientes Para manter ou aumentar os teores de matéria orgânica no solo, é necessário adicionar pelo menos 12 toneladas de palhada/hectare/ano. O milho, sozinho, já atinge esse volume. A soja acrescenta no máximo 4,5 toneladas e os cereais de inverno, 5 toneladas. Além disso, o sistema radicular do milho melhora as características físicas e biológicas do solo e possibilita maior infiltração de água.

Plantas invasoras – facilita o controle Os herbicidas usados no milho são diferentes, em grande maioria, dos usados na soja, o que promove a rotação de princípios ativos e diminui a possibilidade de resistência de plantas invasoras.

Doenças – quebra o ciclo e facilita o controle A monocultura de soja favorece doenças que permanecem na palhada. Dentre elas, as podridões radiculares. Quando se tem pelo menos um ciclo de milho a cada três ou quatro anos na área, quebrase esse ciclo de doenças. O milho também diminui

o potencial de inóculo do mofo branco, já que não é hospedeiro da doença. No entanto, conforme a intensidade do problema, é necessário o plantio de forma sequencial na mesma área e o uso de outras estratégias de manejo integrado.

Pragas – quebra o ciclo e facilita o controle O tamanduá-da-soja é uma das pragas que pode ser eliminada com o plantio de milho, já que a cultura não é hospedeira. Na safra passada, que foi mais seca, foram registrados poucos casos, mas em anos de chuva normal, é uma praga recorrente.


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Milho

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Com a Cotrijal, expectativa de bons resultados

A

foto de Rafael Paloschi com o engenheiro agrônomo Marcelo Kohlrausch evidencia o otimismo com a próxima safra de milho. É a primeira vez que o produtor utiliza nabo como cobertura antes do milho, embora sempre mantivesse o solo coberto o ano todo. A parceria com a Cotrijal é recente. “Há dois anos, mas o vínculo mais forte começou a partir da instalação das unidades em Cruz Alta, ano passado”, conta Paloschi, que junto com a esposa Mara administra 800 hectares em Cruz Alta e Ibirubá. Para o milho, nesta safra serão 130 hectares, a maioria irrigada. Para compensar os custos com a irrigação, ele investe bastante na cultura.

Além da adubação pesada, para dar condições aos híbridos de expressarem todo o potencial produtivo, neste ano será iniciado trabalho focado na agricultura de precisão. “A lavoura é uma indústria a céu aberto. Mesmo com os pivôs, que já usamos há mais de 20 anos, precisamos trabalhar para tirar o máximo por área”, justifica. Sobre o trabalho da Cotrijal, Rafael está confiante. “A cooperativa mostrou seriedade e responsabilidade. Tenho aproximação grande com o agrônomo e a equipe da unidade. Não conheço a sede, em Não-Me-Toque, mas sei, por exemplo, que tem a Área Experimental que valida tecnologias antes de levar ao produtor. Isso é fundamental”, elogia.

Resultados • Safra 2019/20 80 sacos/hectare no sequeiro e 232 sacos/hectare nas áreas irrigadas

• Safra 2020/21 130 sacos/hectare no sequeiro e 270 sacos/hectare nas áreas irrigadas

Mais produtividade

Em Cruz Alta, novas estratégias para ampliar a produtividade

A média de produtividade na área de ação da Cotrijal, mesmo em anos de clima desfavorável, tem sido superior à média do Rio Grande do Sul.

Na medida certa

RS Cotrijal

Safra 2018/19

Safra 2019/20

Safra 2020/21

127,5 scs/ha 204,2 scs/ha

82,9 scs/ha 131,1 scs/ha

90,5 scs/ha 173,3 scs/ha

Na safra 2018/19, que teve clima favorável, 25% dos produtores da região de atuação da Cotrijal alcançaram média de mais de 220 sacos/hectare. A safra 2019/20 foi fortemente impactada pela falta de chuvas. Mesmo assim, 28% dos produtores superaram os 160 sacos/hectare. Na safra 2020/21, com clima favorável em algumas regiões e menos chuvas em outras, 34% dos produtores alcançaram mais de 180 sacos/hectare.

Todo planejamento e recomendação que chega ao produtor é validado na Área Experimental, em Não-Me-Toque, e também em vitrines tecnológicas em outros municípios. Além disso, a Cotrijal mantém canal aberto com as principais empresas e institutos de pesquisa, tanto no Brasil quanto no exterior, para ser mais assertiva nas orientações ao produtor. Para esta safra, mais de 15 híbridos foram avaliados: • performance de produtividade; • adaptação climática à região; • reação a doenças e pragas; • sensibilidade de herbicidas e fungicidas; • fertilidade e outras questões relacionadas ao solo.

Mercado: fatores que podem impactar o preço Como todas as commodities, o milho teve elevação grande nos preços, influenciada principalmente pela alta do dólar e pelas cotações internacionais. No Rio Grande do Sul, a quebra da safra passada,

Fique de olho! • Safrinha de milho no Paraná e Centro-Oeste: perdas devido à geada e também à falta de chuva pode reduzir estoques e impactar os preços. • Câmbio: se o dólar permanecesse abaixo dos R$ 5,00 registrados em junho, o preço do saco de milho não voltaria a subir. • Cotações internacionais: podem ser impactadas pelo clima nos Estados Unidos e demanda.

devido à seca, especialmente na região Noroeste, onde muitas lavouras produziram menos de 50% do potencial, também impactou nos preços. O gerente Comercial Grãos da Cotrijal, Luis Claudio Gomes, orienta ao produtor estar atento ao mercado. “Especialmente ao câmbio, cotações internacionais, exportações e questões que envolvem oferta e demanda no Brasil, para fixar a venda da produção de forma escalonada, nos momentos em que o preço estiver competitivo em relação aos custos de produção”, ressalta Gomes. A safra de milho que vai ser implantada terá custo mais alto do que a de soja, pela tecnologia empregada, mas pode resultar em maior lucratividade do que a da oleaginosa, se os preços continuarem

nos patamares atuais. Considerando apenas insumos, o custo médio é de R$ 4,5 mil – os fertilizantes representam 60% desse valor. Em reais, os fertilizantes dobraram de preço em relação ao ano passado, especialmente devido às dificuldades logísticas e de produção ocasionadas pela pandemia. Acompanhando de forma atenta o mercado, a Cotrijal conseguiu gerar ótimas oportunidades de compra de insumos para os produtores. Pelo alto preço do milho no momento da compra dos insumos, a relação de troca ficou melhor que a do ano passado. Devido a esse planejamento antecipado, a cooperativa conseguirá atender as necessidades dos produtores em termos de insumos, mesmo em tempos de falta de alguns produtos no mercado.

Curiosidades • A venda de sementes de milho cresceu na Cotrijal. • Foi registrado incremento na área dos produtores tradicionais do cereal. • Muitos produtores que não plantavam milho optaram por investir na cultura nesta safra. • A cooperativa teve vendas a produtores novos, que antes não eram atendidos pela Cotrijal.

“Estamos focados em garantir o abastecimento da safra 2021/22, porém, já discutindo, montando e planejando da safra 2022/23”, explica o gerente Comercial Insumos da Cotrijal, Diego Vinicius Wasmuth.


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Para começar com tudo em dia Leonardo Kerber/Validação Agrodigital

O

milho não tolera má distribuição. Plantas sobrando competem umas com as outras. Já as falhas na distribuição representam menos plantas por área e, por consequência, menor produtividade. Para evitar esse tipo de problema, o cuidado na semeadura é essencial. Desde a manutenção e regulagem da semeadora até a escolha do momento mais favorável à semeadura, quando a umidade e temperatura do solo permitirem. O coordenador de Validação Agrodigital da Cotrijal, Leonardo Kerber, reforça alguns cuidados: • Os discos e a peneira devem estar relacionados com as características da semente. • A velocidade da semeadura é um fator determinante para o sucesso da operação. O indicado é 4 a 5 km/h. • A profundidade da semente deve seguir as recomendações técnicas, assim como a temperatura e umidade do solo. • Utilizar grafite para melhorar a fluidez das sementes durante a semeadura. • Atenção para o zoneamento climático. • Semeadoras a vácuo também precisam de atenção, é importante realizar uma boa vistoria no sistema para avaliar se não há componentes com desgaste e que necessitem ser substituídos. Também é essencial verificar a pressão do vácuo. • Para se informar sobre as condições meteorológicas da região, basta acessar o Portal do Produtor.

Novo Projeto – Neste mês, a Cotrijal inicia projetopiloto de certificação de semeadoras. Junto com a consultoria Geração Agro e a Agroceres, o objetivo é fazer a avaliação dos equipamentos de um grupo de produtores de milho, indicando pontos a serem ajustados visando melhoria da plantabilidade. “O produtor receberá as indicações de melhorias e depois que forem feitas terá sua semeadora certificada. Concluído o trabalho nesse primeiro grupo, a expectativa é ampliarmos o projeto”, relata Kerber.

Semeadura bem-feita é decisiva para o sucesso da safra

Onde? COTRIJAL LOJAS – A rede de lojas da Cotrijal está preparadacomdiscos,anéiseoutroscomponentes do sistema de distribuição das semeadoras, além de outros produtos, como grafite, em variedade e quantidades para atender a demanda dos produtores de milho. ESTAÇÕES METEOROLÓGICAS – A Cotrijal mantém 10 estações meteorológicas espalhadas pela sua área de ação, instaladas em lavouras de pro-

dutores, para gerar informações o mais próximo possível da realidade local. Os equipamentos funcionam de forma autônoma, com energia solar, gerando dados atualizados a cada 5 minutos, incluindo temperatura e umidade relativa do ar, velocidade do vento e temperatura do solo, a 10 e a 20 centímetros. Através do Portal do Produtor, essas estações ainda emitem alertas em caso de condições inadequadas para manejos na lavoura.

Pesquisa busca híbridos mais produtivos A evolução genética nos últimos anos, juntamente com o avanço das pesquisas em biotecnologia, tem contribuído para elevar o potencial produtivo do milho e também facilitar todos os processos que envolvem a cultura. O advento da biotecnologia trouxe benefícios como o controle da lagarta-do-cartucho e a pesquisa deve agora trabalhar em cima de outra praga que começa a preocupar: a cigarrinha. Segundo o pesquisador Tiago Hörbe, do setor de manejo de culturas da CCGL Tec, outra tendência é o desenvolvimento de híbridos com porte cada vez menor, com arquitetura de planta di-

ferenciada, que vão permitir ao agricultor colocar mais plantas por área. “Com mais plantas por área, maior será a produtividade. É claro que vou ter que investir mais em fertilizantes, mas o milho é uma cultura altamente responsiva aos investimentos”, pontua. Hörbe destaca que conhecer a área para definir o híbrido ideal é essencial para melhores resultados. “Temos no mercado materiais muito bons, para todo tipo de tecnologia, e acertar na escolha, bem como na condução da cultura dentro do sistema de produção, dando especial atenção à semeadura, eleva muito a possibilidade de sucesso numa safra”, finaliza.

A evolução no Brasil duplos e triplos de ciclo curto com muito • Início do século 20 - ainda se usava bom potencial de resposta a melhorias sementes crioulas. da fertilidade do solo e ao sistema de • Décadas de 40 e 50 - forte desen- plantio direto. volvimento da pesquisa. • Década de 90 - híbridos triplos e simples • Décadas de 50 e 60 - chegada dos hí- de alto rendimento para lavouras acima bridos duplos de ciclo longo. de 10 toneladas/ha. • Década de 70 - entrada de híbridos • Início do século 21 - o começo da utiduplos de ciclo médio. lização da transgenia, com milhos resis• Década de 80 - criação de híbridos tentes a herbicidas e depois inseticidas.

Tiago Hörbe, da CCGL Tec: tendência é de híbridos com porte cada vez menor, para permitir mais plantas por área



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Escolha do híbrido para silagem pode render até 10 mil litros a mais de leite por hectare Estudo realizado na Estação Experimental da Cotrijal revela a importância de o produtor ter conhecimento sobre as opções de híbridos de milho para silagem disponíveis no mercado.

U

m dos grandes desafios para projetar o lucro da atividade leiteira é a escolha correta do híbrido de milho para produção de silagem. Uma semente de boa genética propiciará alta percentagem de grãos na forragem, fibras de melhor digestibilidade e alta produtividade de massa. É com este pensamento em mente que o casal de produtores Cireneu Verginassi e Mariela Encke, ambos com 36 anos, seleciona os híbridos para a propriedade que administram em Saldanha Marinho. A escolha correta, conforme demonstra estudo feito na Cotrijal, pode gerar alta rentabilidade. Cireneu e Mariela possuem 60 vacas em lactação, alojadas em sistema compost barn. Há cerca de três anos e meio, os produtores começaram a receber assessoria técnica da Cotrijal, o que foi fundamental para o aumento da produtividade. O veterinário responsável é Luan Doneda. “Antes comprava a semente e pensava: ‘deve ser boa’. Eu não prestava atenção no percentual de amido e proteína. Após a assistência, comecei a escolher o milho conforme ele produzirá de leite. Na hora de definir o que plantar, sugiro conversar com o técnico. Não adianta ser cabeça dura!”, relata Cireneu. O produtor conta com área total de 43,8 hectares, semeando em torno de 20 hectares de milho no verão e 24 hectares de triticale no inverno. O planejamento para a silagem concentrada é feito o ano inteiro. Ele possui definido inclusive o milho que vai plantar na safrinha. O trabalho meticuloso gerou ótimo resultado. Hoje, a produtividade média por cabeça é de 31,5 litros por dia. E só não é maior por-

que o sol e a cigarrinha castigaram o milho safrinha e prejudicaram a silagem.

Resultados confiáveis De acordo com o engenheiro agrônomo Igor Quirrenbach, sócio e pesquisador da G12Agro, a semente de milho representa 20% do custo de produção, mas pode representar um aumento de 40% na produção de leite. Logo, não vale a pena economizar em semente. A sugestão é sempre solicitar que o técnico ajude a fazer o cálculo para encontrar o melhor custo-benefício. O Guia da Forragem calcula quanto a silagem produzida converterá em leite para o produtor. Por exemplo, na safra 2020/2021, na área da Estação Experimental da Cotrijal, o híbrido com a menor produtividade gerou 27,6 quilos de leite por hectare (kg leite/ha), enquanto o mais produtivo gerou 38,3 kg leite/ha. Diferença de 10,7 kg leite/ha.

O engenheiro agrônomo e pesquisador da G12Agro, Igor Quirrenbach, salienta que um bom híbrido pode representar um aumento de 40% na produção de leite

“Se escolher a semente certa para a propriedade, estará produzindo até 10 mil litros a mais de leite por hectare. E se o produtor tiver uma margem bruta de R$ 0,50 por litro, estamos falando de R$ 5 mil a mais por hectare de rentabilidade só na escolha da semente”, avalia Igor.

Resultados da Estação Experimental da Cotrijal Safra

Híbrido com a menor produtividade

Híbrido com a maior produtividade

Diferença

2020/2021

27,6 kg leite/ha

38,3 kg leite/ha

10,7 kg leite/ha

2019/2020

14,3 kg leite/ha

22,3 kg leite/ha

8 kg leite/ha

2018/2019

33,1 kg leite/ha

44,5 kg leite/ha

11,4 kg leite/ha

Com a assistência técnica da Cotrijal, os produtores Cireneu Verginassi e Mariela Encke começaram a adquirir híbridos de milho para silagem que aumentam a produção de leite

Qual híbrido escolher?

seca) e, em cada parcela, coletamos Para buscar a resposta, há três anos uma amostra do híbrido e enviamos a Cotrijal iniciou um trabalho em par- para laboratório. Então, vamos ter ceria com a Escola Superior de Agricul- cinco amostras de produção de volume tura Luiz de Queiroz (Esalq), da Univer- e cinco de análise bromatológica. Desidade de São Paulo (USP); o Instituto pois fazemos a média e geramos um Agronômico de Campinas (IAC); e a resultado”, explica o coordenador técG12Agro Consultoria. Os estudos de- nico do Departamento Veterinário senvolvidos em lavouras de milho da (Devet) da Cotrijal, Alan Issa Rahman. Os cinco ou seis híbridos que alEstação Experimental da cooperativa cançaram o melhor resulfazem parte da platafortado são indicados para ma Guia da Forragem. A plantio. A pesquisa gera iniciativa auxilia técnicos uma informação cone produtores na tomada fiável e tornou-se referênde decisão na escolha do cia na região por mostrar híbrido mais adequado paos resultados acumura utilizar como silagem. Nesta última safra fo- Produtor precisa ter em lados nos últimos três anos, o que possibilita a ram avaliados 26 híbri- mente que a vaca dos de milho de várias produz conforme come melhor escolha pelo proempresas. Na safrinha, foram 18 híbri- dutor. “Silagem de milho é indisdos. As sementes são plantadas na mes- pensável, pois se trata de alimento conma área, em cinco parcelas, de forma servado em silo que quando bem araleatória, com blocos diferentes para mazenado pode durar anos e irá comque a fertilidade do solo não interfira no plementar a dieta nos momentos que resultado. Todas recebem a mesma não temos uma oferta de pasto que adubação e a mesma forma de manejo. atenda ao consumo das vacas, como “Vamos avaliando do plantio à co- nas fases iniciais e fins de ciclo das paslheita. Ao final, mensuramos o quanto tagens e ainda em momentos de esproduziu de volume (matéria verde e tiagem”, afirma Alan.


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Cigarrinha: inimigo potencial

A

cigarrinha é uma das principais preocupações para a próxima safra, porque causou prejuízos tanto nas lavouras de produção de grãos quanto de silagem no último ciclo. Para combatê-la e evitar que se repitam as perdas, a Cotrijal aliou-se a projeto inédito da Rede Técnica Cooperativa para monitorar a presença da praga em todo o Rio Grande do Sul. Armadilhas foram instaladas em pontos estratégicos da área de ação da cooperativa (Não-Me-Toque, Saldanha Marinho, Muitos Capões e Passo Fundo). Uma vez por semana, profissionais do Departamento Técnico da Cotrijal fazem a leitura visual nessas armadilhas. As informações serão armazenadas em um banco de dados, em parceria com a RTC, para acompanhamento da evolução da presença da praga. “Além disso, as cigarrinhas coletadas serão avaliadas em laboratório para verificar se estão infectadas por vírus e bactérias causadores do enfezamento”, pontua o coordenador técnico de Difusão da Cotrijal, Alexandre Nowicki. Conforme o pesquisador Glauber Renato Stürmer, responsável pelo setor de entomologia da CCGL, esse trabalho visa monitorar a população de Dalbulus maidis (cigarrinha) e antecipar as recomendações de manejo mais assertivas aos agricultores e assistentes técnicos, evitando perdas potenciais nas lavouras gaúchas. Glauber Stürmer: monitora-

Armadilhas instaladas na região de atuação da Cotrijal vão monitorar a presença da cigarrinha

Igor Quirrenbach/G12 Agro

mento constante é essencial

A praga A cigarrinha do milho é um inseto sugador de 5 mm de tamanho que em sua alimentação na planta, além do dano direto, é vetor do complexo de vírus e bactérias que causam o enfezamento, que pode levar a perdas de mais de 90% nas lavouras de milho. Já era problema no norte do Paraná e na região Centro-Oeste, mas no Rio Grande do Sul ocorreu em maior intensidade no último ano, afetando muito o milho safrinha.

CCGL

Acesse o vídeo sobre o assunto, com o coordenador técnico de Difusão da Cotrijal, Alexandre Nowicki Cigarrinha pode levar a perdas de 90% Enfezamento levou a perdas na safra passada

De olho nas plantas guaxas O Departamento Técnico da Cotrijal alerta que é importante monitorar as plantas voluntárias de milho (guaxas), que podem abrigar a praga até a próxima safra. “Como os sintomas só serão percebidos tardiamente nas plantas, esse monitoramento é essencial. Havendo a presença do inseto neste período, o produtor pode realizar algumas estratégias de manejo para mitigar o dano”, explica Nowicki. O coordenador técnico alerta que a cigarrinha se dispersa e reproduz rapidamente. “No momento da avaliação da lavoura, para cada inseto na fase de ninfa encontrado, podemos ter dez no total. E para cada inseto adulto encontrado, podemos ter três no total”, conclui.

Sensibilidade de híbridos De maneira pró-ativa, a Cotrijal também começou a estudar a sensibilidade dos híbridos à cigarrinha, em parceria com a CCGL, tanto pensando na produção de grãos quanto de silagem. “A praga é nossa principal preocupação em relação ao milho neste momento, é necessário monitorar as áreas, mas estamos alertas e preparados para indicar os melhores manejos”, salienta o gerente de Produção Vegetal, Alexandre Doneda, lembrando que é importante o produtor ficar atento às demais pragas também.

Desafios da tecnologia de aplicação • Na dessecação, usar gotas grossas, para evitar a deriva. E observar temperatura mínima de 15º C, porque o metabolismo da planta pode cessar ou diminuir muito e reduzir eficácia do herbicida. Alguns herbicidas também precisam de luz para maior eficiência. É importante semear o milho com a lavoura livre de invasoras. • Limpeza do tanque: tomar cuidado especialmente com a atrazina, que é superabrasiva e facilmente mancha as mangueiras. A limpeza dos pulverizadores autopropelidos também demanda mais atenção. • Pragas: acertar o momento da aplicação é decisivo para o sucesso no controle. · Cigarrinha - em havendo presença da praga na lavoura, assim que o milho emergir, entrar com inseticida, com aplicações sequenciais, conforme orientação técnica específica para cada área. Melhores horários para o controle: pela manhã ou à tardinha. · Lagarta do cartucho – controle deve ser

feito quando o inseto ainda está pequeno. As aplicações noturnas têm se mostrado mais eficientes, porque a lagarta sai do cartucho. Aumentar o volume de calda pode ser outra estratégia importante. · Percevejo – o período de mais danos é na fase inicial e por isso é importante estar atento. • Doenças: o manejo preventivo é importante para evitar a entrada das doenças e comprometer o potencial genético dos híbridos. A utilização de fungicidas no desenvolvimento vegetativo é fundamental, pois é nesse estádio que a cultura está definindo seu potencial de produção. O número de aplicações, bem como estádio, pode variar em relação a sensibilidade de cada híbrido.

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Vida no campo

Jornal COTRIJAL | Julho de 2021

“A cooperativa é parte da família” Dedicação, planejamento e uma tradição que vem desde a época dos tataravôs. Esta é a família Brasil, que traz consigo toda a experiência de seus antepassados na produção de alimentos.

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família Brasil carrega o pioneirismo na criação de gado de corte na região de Esmeralda agregada às mais modernas técnicas na produção de grãos. A atual geração mantém viva a tradição iniciada em eras passadas, aliada à força do cooperativismo. O engenheiro agrônomo Luiz Hernandes de Almeida Brasil, 64 anos, é o patriarca. Ele transmitiu todo o seu amor pelo campo aos filhos, Luiz Hernandes, mais conhecido como Luizinho, 36, e José Henriques, 27. Ambos atuam junto com o pai. “A nossa propriedade vem desde a geração do meu tataravô e desde o tempo do meu avô só se criava gado de corte em Esmeralda, com poucas lavouras. Meu pai se formou em Agronomia e foi um dos primeiros a iniciar a agricultura na região, pois tínhamos a necessidade de diversificar a renda”, afirma Luizinho. Com a introdução das lavouras, no inverno, a área que não recebia trigo era reservada para o pasto para engorda dos bois. Com o novo manejo foi preciso adquirir gado precoce. Os terneiros chegam à propriedade com cerca de 210 kg a 230 kg e saem quando atingem a média de 420 kg ou mais. Quando são introduzidos, os terneiros ficam 30 dias no cocho em adaptação. Em março, vão para o pasto e retornam para o cocho em outubro já sabendo comer. Como outubro é a época de feiras de primavera pelo Estado, quando há enorme oferta de gado de corte, a família Brasil introduziu o confinamento. Desta forma, quando os animais saem do campo, inicia-se a semeadura da soja e do milho. “Com o confinamento damos preferência por vender de novembro a maio, quando há pouca oferta e o preço é sempre melhor. Vamos sempre analisando mercado”, explica Luizinho.

Família Brasil reunida na propriedade em Esmeralda: à esquerda, a pequena Selena sobre os ombros do papai José Henriques com a esposa Geraldine. Ao centro, o casal Luiz Hernandes e Maria Clara. E à direita, Luizinho, a filha Janini e a esposa Lavínia

Planejamento bem conduzido A preferência da família é sempre por terneiros de alta genética, de preferência, de raças britânicas, como Angus, Hereford e Devon e ainda o Braford (raça sintética originada do cruzamento controlado do Hereford com raças zebuínas). Ou seja, animais que atendem os principais desejos do mercado: gordura e, sobretudo, precocidade. Hoje, a propriedade conta com 300 cabeças de gado, com 40 hectares destinados ao confinamento. A área total de lavoura abrange 418 hectares. A semeadura do trigo foi concluída em meados de julho. “A janela foi perfeita. Fez 15 dias de tempo firme e a terra tinha bastante umidade. Terminamos e já choveu em cima. A nossa expectativa para esta safra de inverno é a melhor dos últimos anos. Com a grande valorização do trigo, aumentamos nossa área para 190 hectares. Devido ao frio, nossa região é excelente para o cultivo do trigo”, relata Luizinho. No próximo verão, a previsão é cultivar 300 hectares de soja e 118 hectares de milho na propriedade.

A família Pai: Luiz Hernandes de Almeida Brasil, 64 anos Mãe: Maria Clara Paim Brasil, 58 anos Filho: Luiz Hernandes Paim Brasil, 36 anos Esposa: Janini Vicenzi da Silveira Brasil, 34 anos Filha: Lavínia da Silveira Brasil, 4 anos Filho: José Henriques Paim Brasil, 27 anos Esposa: Geraldine Biazus Borges, 27 anos Filha: Selena Biazus Borges Paim Brasil, 1 ano

Dedicação e alegria de trabalhar junto

Pecuária de corte faz parte da história da família Brasil. Técnicas de criação são aprimoradas a cada nova geração

Dividir as atenções com a agricultura e a pecuária não é uma tarefa fácil para a família Brasil. “Trabalhamos no que gostamos. A dificuldade sempre existe, principalmente, na época de safra e gado no confinamento, quando precisamos de dedicação maior, trabalhando de domingo a domingo, mas com muita satisfação pelo que fazemos”, afirma Luizinho. Nem a distância separa o amor da família pelo campo. Luizinho mora em Vacaria, com sua esposa Janini Vicenzi da Silveira Brasil, 34, que atua como biomédica, enquanto seus pais moram na propriedade em Esmeralda. O mesmo ocorre com José Henriques, também morador de Vacaria. Todos os dias os irmãos fazem juntos o trajeto de cerca de 30 minutos entre os municípios vizinhos. Tanta dedicação se traduz em planejamento. Para a soja, por exemplo, a maioria dos insumos já foi adquirida junto à Cotrijal. A família também contratou

Os avós Luiz Hernandes e Maria Clara com as netinhas no colo, representam todo o amor da família Brasil pelo campo

o seguro da cooperativa para 100% de sua área. “Agradecemos muito à cooperativa ter chegado a nossa região. Antes dela, muitas empresas nos visitavam com técnicos apenas para vender produtos e não para formar uma parceria. O principal diferencial para mim é a confiança que temos entre produtor e cooperativa, uma via mão dupla, os dois crescendo juntos com um trabalho muito sério, com confiança e bons negócios. A cooperativa é parte da família para nós”, finaliza Luizinho.



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Safra

Jornal COTRIJAL | Julho de 2021

Cultivo de trigo avança na região Cereal ganha espaço tanto na área de atuação da Cotrijal quanto no restante do Estado. Cultura deve gerar boa renda neste ano. Antes e logo após a semeadura, é importante monitorar o aparecimento de plantas invasoras e doenças.

O

produtor José Gilberto Haubert, de Almirante Tamandaré do Sul, não teve dúvida. Neste inverno, destinou todos os 124 hectares da propriedade para o trigo. Seguindo as orientações do Departamento Técnico da Cotrijal, para obter bom resultado, está de olho nas plantas invasoras e monitorando a presença de doenças. Segundo o Detec, em caso de poucas chuvas e temperaturas amenas, como aconteceu na primeira quinzena de julho, a atenção maior deve ser para o oídio. Com excesso de umidade, é preciso estar atento a manchas foliares e ferrugem. Haubert relata que sempre plantou trigo e aveia em sua propriedade, mas pelo bom momento do mercado de trigo decidiu priorizar a cultura. Ano passado, ele já

Rotação de culturas e investimento em seguro (tanto no inverno quanto no verão) são algumas das ferramentas utilizadas por José Gilberto Haubert para garantir o bom rendimento da lavoura

José Gilberto Haubert: lavoura de trigo livre de buva evita perdas também na soja

havia semeado 80% da área com o cereal. “O momento é favorável”, explica. De acordo com a Emater/RS-Ascar, a expectativa é de que sejam plantados 1.080.559 hectares de trigo nesta safra, no Rio Grande do Sul. A estimativa é 13,29% superior aos 953.832 hectares semeados em 2020 (confira no quadro). Na região de abrangência da Cotrijal, é esperado crescimento de área de 10%. Ano passado, alguns locais da propriedade de Haubert sofreram com a geada, o que fez a produtividade média ficar em 48 sacos por hectare. “A

expectativa é que este ano fique em torno de 60 sc/ha, o que já estaria excelente”, avalia.

Sem riscos Para não ter prejuízo com alguma surpresa indesejada, Haubert contratou seguro para toda a área. “Seguro a gente faz no inverno e no verão também. Trabalhamos a céu aberto, em uma noite você pode perder tudo. Vale a pena fazer o seguro. Na hora de adquirir se torna um pouco caro, mas é bom fazer e não usar”, afirma o agricultor.

Atenção aos manejos fitossanitários O gerente de Produção Vegetal da Cotrijal, Alexandre Doneda, explica que é preciso manter o monitoramento das plantas invasoras (como buva, azevém e nabo) e ficar atento às condições climáticas (as previsões podem ser conferidas no Portal do Produtor da Cotrijal). “Temperaturas abaixo de 13 graus influenciam o funcionamento dos herbicidas. Não podemos trabalhar com temperaturas abaixo disso para não comprometer a eficácia. Também temos que ter sol durante a aplicação e até três horas após o término do procedimento”, explica. Doneda sugere que os produtores fiquem atentos também ao oídio. A doença é facilmente identificada, pois

forma uma camada branca na superfície da folha que os agricultores costumam chamar de “cinza das folhas”. “Tempo mais seco, com temperaturas amenas, é bastante favorável para ocorrência de oídio. Para aqueles materiais de trigo que são um pouco mais sensíveis e, principalmente, para a cultura da cevada, fica o nosso alerta para que haja esse monitoramento”, afirma Doneda. A troca de informações entre o produtor e o assistente técnico é essencial para que seja montada uma estratégia de manejo contra a doença. Em caso de dias seguidos de chuva e com muita umidade, é preciso estar atento também às manchas foliares e à ferrugem.

Trigo Região

Bagé Caxias do Sul Erechim Frederico Westphalen Ijuí Lajeado Passo Fundo Pelotas Porto Alegre Santa Maria Santa Rosa Soledade RS

Área plantada 2020* (ha) Área estimada 2021 (ha) Variação (%)

83.105 34.529 36.210 119.230 273.395 7.792 64.420 4.855 1.544 60.168 221.959 46.625 953.832

60.500 42.405 46.825 135.375 303.495 3.625 90.632 9.920 1.850 62.380 259.630 63.892 1.080.559

-27,20 22,81 29,32 13,54 11,01 -53,48 40,69 104,94 19,82 3,68 16,97 37,03 13,29

Fonte: EMATER/RS -Ascar - GPL - NIA. *Fonte: IBGE/LSPA.



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Sementes

Jornal COTRIJAL | Julho de 2021

Cotrijal bonifica multiplicadores de semente de trigo

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multiplicação de sementes exige planejamento e capricho no cumprimento de processos e manejos. Em junho, os produtores que multiplicaram as sementes de trigo na safra 2020 receberam uma bonificação pelo seu trabalho. “É uma grande responsabilidade ser multiplicador”, reconhece Valdecir Mognhon, associado desde 2002, quando ainda morava em Nicolau Vergueiro, e que agora trabalha em 320 hectares em Lagoa Vermelha. Por dois anos ele já multiplicou sementes. Em 2019 e 2020, foram 30 hectares. Em 2021, serão 70 hectares. “É muito bom ter a Cotrijal aqui. Me sinto em casa novamente”, afirma. O associado Gilberto Bevilaqua, de Passo Fundo, vai repetir em 2021 os 50 hectares de área destinados à multiplicação de sementes no ano passado e está otimista. “O acompanhamento dos responsáveis técnicos da produção de sementes nessa área ajuda muito a alcançarmos o melhor resultado. E a bonificação é importante para reinvestir na lavoura”, salienta. Em Mato Castelhano, o associado Alexandre Palma Palagio estreou como multiplicador de semente de trigo na safra passada, com 35 hectares. Em 2021 ampliou a área para 75 hectares. “A bonificação é bem-vinda, pois agrega valor à produção”, elogia. Não-Me-Toque concentra uma das maiores áreas de multiplicação de sementes. A família Van Riel destinou 50 hectares para o trigo no ano passado e neste ano são 100 hectares. “A bonificação é importante pois já paga parte do investimento na semente utilizada na área toda”, explicam os irmãos Marcelo e Maurícia Van Riel. O total da área para a cultura nesta safra é de 300 hectares.

Gilberto Bevilaqua, o filho Ricardo e o gerente da Unidade de Negócios de Passo Fundo, Cleberson Haubert dos Santos: recursos retornam para a lavoura

Valdecir Mognhon, com o engenheiro agrônomo Alisson Menegatt: “Semente tem que ter qualidade”

Alexandre Palma Palagio, com o engenheiro agrônomo Ângelo Rigon Machado: estreia na multiplicação de sementes

Maurícia Van Riel com o gerente da Unidade de Negócios de Não-Me-Toque, Airton Mário Görgen

Ação para valorizar o trabalho O agricultor tem percebido cada vez mais a importância do uso de sementes certificadas para o sucesso da sua produtividade. Com isso, cresce a demanda por produção de sementes na Cotrijal. Em 2021 foram mais de 15 mil hectares de áreas de multiplicação, considerando todas as culturas em produção. “O nosso multiplicador tem em primeira mão o acesso às tecnologias relacionadas à produção de sementes. Pelo trabalho diferenciado que faz, da condução até a colheita, recebe um valor

sobre aquilo que produziu e se transformou em semente de qualidade. A bonificação é uma recompensa pelo investimento, capricho, dedicação e volume que deu certo”, pontua a gerente de Produção de Sementes, Cláudia Moi Soares Rother. O portfólio da Cotrijal atualmente conta com 34 cultivares de sementes em produção, nas culturas de soja, trigo, cevada, aveia, triticale e centeio. As sementes de trigo são comercializadas em três estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

Os melhores campos A seleção do multiplicador leva em conta vários requisitos. Prioritariamente, considera-se a demanda de cultivares e volumes, para projetar a quantidade de área necessária para multiplicação. A partir daí, são escolhidas áreas conforme posicionamento da cultivar, manejo do campo que será semeado e a tecnologia de produção adotada pelo agricultor. “Estas áreas de cultivo necessitam adoção das mais altas tecnologias de manejos de doenças e pragas e nutrição e as melhores condições de solo para uma produção de qualidade”, pontua Cláudia. Outro aspecto muito importante é o histórico da área, pois as culturas anteriores influenciam muito a produção e o controle de pureza que é determinante em áreas de produção de sementes.


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Novidade

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Operação 365: ação para um olhar permanente ao solo

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qualidade do solo é fundamental para que as sementes de alto potencial produtivo hoje disponíveis no mercado possam expressar os melhores resultados a campo. Um dos marcos na busca por terras mais férteis foi a Operação Tatu, deflagrada na década de 1960, que visava basicamente corrigir a acidez dos solos. Desde então, a pesquisa avançou muito e cooperativas como a Cotrijal têm dedicado especial atenção ao assunto, buscando respostas e soluções, como o investimento na agricultura de precisão, que têm contribuído para alavancar a produtividade das culturas. Esse trabalho foi fundamental para fazer a soja render dez sacas a mais por hectare na região de atuação da cooperativa em relação à média do Rio Grande do Sul nos últimos anos. Com o pensamento de estender em nível de Estado os avanços até então obtidos de forma mais regionalizada e fazer um acompanhamento anual das condições do solo, apontar manejos e dar o suporte ao produtor, a Cotrijal, a Embrapa Trigo, a Universidade de Passo Fundo e a Rede Técnica Cooperativa (RTC) - através de seus pesquisadores e cooperativas ligadas à CCGL - lançam a Operação 365. A primeira ação aconteceu na propriedade do produtor Giordano Schiochet, em Não-Me-Toque, no dia 14 de julho.

Escaneie o QR Code e assista ao vídeo com mais informações sobre o programa. Ou, no YouTube, acesse @cotrijalcooperativa.

Cotrijal, Rede Técnica Cooperativa, Embrapa Trigo e Universidade de Passo Fundo lançam programa que pretende ser a nova “Operação Tatu” na busca de melhoria da qualidade do solo e maior produtividade nas culturas no Rio Grande do Sul.

Durante todo o dia, profissionais técnicos de cooperativas gaúchas e pesquisadores da Embrapa Trigo e da RTC abriram várias trincheiras no talhão selecionado para o projeto-piloto e avaliaram as condições do solo. Além da análise visual, serão feitas também avaliações em laboratório. O objetivo é identificar níveis de fertilidade, capacidade de infiltração de água, grau de compactação, dentre outros atributos. “O programa nasceu para auxiliar o produtor a conhecer melhor, investir de maneira assertiva e conservar o seu solo visando a sustentabilidade do sistema de produção”, explica o gerente de Produção Vegetal da Cotrijal, Alexandre Doneda.

Giordano Schiochet é um dos associados da Cotrijal que têm entendido a necessidade de um olhar mais cuidadoso para o solo o ano todo. “É um olhar necessário, para que possamos manter a nossa propriedade em condições de seguir produzindo por muito tempo”, comenta.

Foco na sustentabilidade Um dos focos do programa é o estímulo à agricultura sustentável, para manter o sistema de plantio direto e viabilizar o ingresso no mercado de créditos de carbono. “A iniciativa valorizará os produtores que conduzem seus trabalhos de forma sustentável, beneficiará o meio ambiente e ainda possibilitará o acesso a recursos financeiros”,

avalia o gerente de pesquisa da CCGLRTC, Geomar Corassa. Nesse primeiro módulo, ainda foram realizadas mais duas visitas a propriedades nos municípios de Júlio de Castilhos e Sarandi. Cada produtor participante do programa receberá uma classificação, referente à qualidade do solo de sua propriedade. “O cartão ‘black’ será para aquele que apresentar a melhor condição do solo, seja em fertilidade, infiltração, compactação e manejo. Assim, vamos dar condições ao produtor para que ele possa trabalhar em um solo saudável e ainda obter preferência em linhas de crédito”, explica Giovani Stefani Faé, chefe de transferência de tecnologia da Embrapa Trigo.


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Digitalização

Jornal COTRIJAL | Julho de 2021

Qual é o seu nível de tecnologia? Divulgação

Projeto Aquarius lançou o IDT, primeira ferramenta capaz de medir o uso de soluções digitais pelos agricultores brasileiros. Iniciativa tem apoio da Cotrijal.

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ocê, produtor de soja, está pronto para a era da informação? Já parou para pensar qual seu nível de tecnologia e conhecimento para enfrentar o processo de digitalização do agro? Estas são as primeiras perguntas que os produtores encontram ao acessar o Índice de Digitalização e Tecnologia (IDT), que busca diagnosticar e quantificar o nível de tecnologia dos produtores de soja. A ferramenta foi desenvolvida pelo Projeto Aquarius, que há mais de 20 anos realiza pesquisas sobre o desenvolvimento tecnológico da área. Para participar, basta acessar o site https://idt.projetoaquarius.agr.br/, realizar um teste rápido e ao final receber sua pontuação comparada com a média nacional, estadual e da região. Conforme o professor Telmo Amado, coordenador técnico do Projeto Aquarius, a agricultura digital promete ser inclusiva, aproximando os produtores das novas ferramentas. Ele lembra o sucesso da Arena Agrodigital, inaugurada na 21ª Expodireto Cotrijal, em 2020, que chamou atenção para as novas tecnologias. “A inclusão digital vai permitir com que as soluções cheguem em uma velocidade muito grande ao produtor. Vejo como um processo de valorização do agricultor. A Arena Agrodigital despertou o interesse de todas as pessoas e acredito que estamos só começando esta caminhada, será uma revolução impactante”, explica.

Bússola para facilitar tomada de decisão O IDT é medido por meio de um algoritmo, testado com 50 produtores e com precisão de 90%. Ao acessar pela primeira vez, o agricultor faz um cadastro simples na plataforma e responde a três fases de perguntas sobre a adoção de tecnologias digitais na sua atividade. As questões abordam temas como acesso à internet na propriedade, registro digital da produtividade nos últimos três anos, uso de sensores e mapas de colheita, contratação de consultorias e adoção da internet das coisas na produção. “Este índice é inovador no Brasil, tem um retorno automático. Depois de cinco minutos, o produtor pode acessar o perfil dele no processo de digitalização. Não existe certo e errado, é um processo de aprendizagem”, analisa o pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária, Édson Bolfe. Na prática, o IDT serve como uma bússola de orientações para direcionar e facilitar a tomada de decisões referente a adoção de tecnologias e ingresso no processo de transformação digital das fazendas.

Página inicial do IDT, disponível pelo endereço eletrônico https://idt.projetoaquarius.agr.br

Ao final, o produtor é informado sobre seu IDT, que varia de 26 a 193 pontos. A engenheira agrônoma e colaboradora Drakkar, Délis Dalbem, relata que o usuário recebe um relatório personalizado de orientações de acordo com o que pode melhorar para avançar no processo de transformação digital. A meta do projeto é também ajudar o governo e a iniciativa privada a criar programas de acordo com a realidade tecnológica e a necessidade de cada lugar.

Autoconhecimento O coordenador de Validação Agrodigital da Cotrijal, Leonardo Kerber, ressalta que a tecnologia não é um bicho de sete cabeças e chama atenção para a praticidade do IDT. “O produtor vai entender as potencialidades ou em quais tecnologias está mais avançado e quais têm a oportunidade de avançar. Primeiro ele vai se autoanalisar, se autoconhecer e, então, buscar um parceiro”, revela. O IDT não tem finalidade comercial e não está associado a nenhum serviço. O Projeto Aquarius é oriundo de uma parceria público-privada, composto pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Stara, Cotrijal, Drakkar e OWS. Para o presidente da Associação Brasileira de Agricultura de Precisão, Marcos Ferraz, o IDT vai fomentar a agricultura digital. No seu entendimento, o autoconhecimento gerado pela plataforma possibilitará que se tire maior proveito das tecnologias, já que muitas vezes o produtor possui os recursos e não os utiliza por desconhecer os benefícios que elas podem proporcionar. “A partir do momento que entende por ele mesmo, o produtor se torna mais confiante em arriscar alguma inovação ou serviço tecnológico. Ele entende os benefícios reais”, afirma Ferraz.

Brasil na dianteira

O IDT foi lançado, em junho, em uma live que contou com a participação da jornalista Joana Colussi. Além da falar sobre a importância da nova plataforma, ela trouxe dados sobre uma pesquisa de doutorado que está desenvolvendo nos Estados Unidos. Segundo Joana, o objetivo é descobrir quais canais de comunicação são mais eficientes para disseminar tecnologias digitais no campo. A pesquisa, hoje, tem foco na cultura da soja. “Basicamente, a pesquisa quer mostrar ao produtor quais os canais mais eficientes para ele buscar informações relativas a novas tecnologias digitais. O produtor, hoje, recebe uma enxurrada de informações”, afirma Joana. O projeto iniciado no Brasil coletou dados de 461 produtores de soja de cinco estados: Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Paraná, Goiás e Mato Grosso do Sul. A mesma pesquisa será feita nos cinco maiores produtores de soja Estados Unidos: Illinois, Iowa, Indiana, Minnesota e Nebraska. Embora ainda esteja em fase de análise de dados, o estudo indica que o Brasil está na dianteira da digitalização do agronegócio mundial. Além de ser mais jovem que o produtor dos Estados Unidos, o agricultor brasileiro já tomou para si tecnologias que facilitam a comunicação, como o aplicativo de mensagens WhatsApp. Escaneie o código e acesse o episódio do AgroCast Cotrijal que abordou o assunto

Agricultores e a tecnologia

O que busca a digitalização na agricultura?

Pesquisa desenvolvida pela jornalista Joana Colussi indica que 90% dos produtores de soja no Brasil utilizam o WhatsApp, o que facilita a compra de insumos e comunicação com os técnicos. Nos Estados Unidos, a preferência é pelo SMS (mensagem de texto).

1º - Aumentar produtividade agrícola; 2º - Elevar a sustentabilidade no meio rural; 3º - Criar oportunidades de trabalho dentro da própria propriedade ou na região; 4º - Apoio na tomada de decisão de forma mais efetiva; 5º - Apoio à sucessão rural. Ou seja, ajudar na manutenção e na atração de jovens no campo.

A idade média do produtor nos Estados Unidos e no Brasil é de dez anos de diferença. No Corn Belt (região dos Estados Unidos especializada no cultivo de milho), a idade média é de quase 70 anos, com média de 120 hectares. O que torna mais difícil a sucessão rural. Fonte: Jornalista Joana Colussi.

Fonte: Édson Bolfe, pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária.


DIA C

Jornal COTRIJAL | Julho de 2021

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Cooperação em prol da solidariedade

Pedal Solidário, desafio entre colaboradores, participação de fornecedores e parceiros. Estas ações fizeram parte da campanha do Dia C – Dia de Cooperar da Cotrijal, que em 2021 transformou o mês de julho em uma verdadeira corrente do bem, com foco na arrecadação de alimentos.

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ação, que repetiu o formato do último ano, seguindo a orientação da Organização Brasileira das Cooperativas (OCB), que mobiliza o segmento e busca auxiliar a sociedade a minimizar os impactos da pandemia a partir da arrecadação de alimentos não perecíveis, ganhou novos parceiros, como os ciclistas de NãoMe-Toque e região, que escolheram o Dia Internacional do Cooperativismo (3 de julho) para a realização de um ‘pedal solidário’. “Nos sentimos felizes em poder colaborar com a campanha e envolver o ciclismo nessa ação inédita. Deixo como sugestão que o Pedal Solidário permaneça no calendário de eventos da cooperativa nos próximos anos”, comentou o associado e ciclista Airton Lange, que fez todo o percurso de Não-Me-Toque até Carazinho.

A ação contou com ciclistas da região, que encararam o percurso de ida e volta entre Não-Me-Toque e Carazinho

A organização estima que cerca de 40 ciclistas participaram da ação, que também colaboraram com a doação de alimentos para a campanha. Até meados de agosto, todos os alimentos arrecadados serão entregues para as entidades sociais dos municípios da área de ação da Cotrijal, atendendo diversas famílias carentes. Para o presidente da cooperativa, Nei César Manica, a campanha veio para reforçar o conceito de cooperação e principalmente a solidariedade. “Foi um movimento importante que contou com a participação de toda a grande família Cotrijal. Nossas unidades, supermercados e loja receberam as doações, que agora partem para os mais necessitados”, explica o dirigente. Satisfeito com o resultado da campanha, o vicepresidente, Enio Schroeder, falou com satisfação do mês

destinado ao cooperativismo e a arrecadação de alimentos. “Todos aqueles que doaram e participaram conseguiram colaborar e fazer a diferença na vida de muitas famílias. Agora o nosso desafio é contabilizar as arredações e fazer com que esse alimento chegue até os mais carentes”, agradeceu Schroeder, que participou com os ciclistas do Pedal Solidário. Dia do Cooperativismo - Marcado por cooperativas de todo o mundo desde 1923 e proclamado oficialmente pela Assembleia Geral das Nações Unidas no centenário da Aliança Cooperativa Internacional (ACI) em 1995, o Dia Internacional das Cooperativas é comemorado anualmente no primeiro sábado de julho. Em 2021, a comemoração aconteceu no dia 3 de julho e o tema definido pela ACI para a celebração foi “Reconstruir melhor juntos”.

Cooperativismo gaúcho em destaque Números divulgados pelo Sistema OcergsSescoop/RS no dia 30/6, revelaram que em 2020 as 455 cooperativas gaúchas, juntas, faturaram R$ 52,1 bilhões - 6,4% a mais do que em 2019. Em 2020, o crescimento registrado nas sobras apuradas pelas cooperativas gaúchas foi de 22,5%, atingindo o valor de R$ 2,9 bilhões. Empregos gerados: 68.303 – crescimento de 5,7%; Número de associados: 3,06 milhões; População gaúcha envolvida no cooperativismo: 53,4%; Tributos gerados: R$ 2,1 bilhões;

A primeira doação da campanha do dia C foi realizada pela direção e superintendentes da cooperativa

Faturamento das cooperativas agropecuárias gaúchas: R$ 35 bilhões – crescimento de 11,8%.


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Jornal da COTRIJAL | Janeiro de 2021 Jornal COTRIJAL | Julho de 2021

Macarr o de forno

Massa e vinho a o pa a o

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frio chegou e com ele nosso apetite aumenta. Esse é o período do ano em que comidas um pouco mais calóricas são permitidas, dependendo das condições de saúde de cada um. E frio combina muito bem com uma comida típica da culinária italiana: a massa. E a massa combina com o que: vinho, é claro! Caseira ou comprada no supermercado, que oferece uma infinidade de marcas e tipos, a massa vai bem com molhos variados. Encontrar o sabor ideal depende do gosto, mas a internet está cheia de receitas que podem ser feitas em casa. Como regra geral, quanto mais encorpado o molho, ou quanto mais componentes o prato tiver, mais larga deverá ser a massa.

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Quanto à combinação do vinho com a massa, dizem os especialistas que o que define a harmonização é o tipo de molho. Os mais condimentados e gordurosos pedem vinhos tintos, com taninos macios e boa acidez. Molhos mais leves combinam com rosés, brancos e espumantes.

Onde encontrar Na rede de supermercados da Cotrijal, você encontra vasta linha de massas, inclusive as específicas para quem tem intolerância ao glúten. E também muitas opções em vinhos. Desde os chilenos aos tradicionais brasileiros da serra gaúcha. E vinho é sempre uma ótima dica de presente.

Você sabia? Pipoca vai bem em qualquer hora. Doce ou salgada, é uma delícia nos dias frios, para curtir um bom filme, na hora do jogo na televisão ou para o lanche das crianças. Você sabia que ela não precisa de muito óleo ou manteiga para estourar? Caso não queira usar nenhum tipo de gordura, basta esquentar muito bem a panela, colocar o milho e mexer bem para que ela estoure sem grudar. Outra dica legal sobre a pipoca é, para maneirar na quantidade de consumo de sal refinado, fazer

uso do sal de ervas e/ou das ervas propriamente ditas, bem como de especiarias, como curry, cúrcuma, páprica picante, pimenta do reino, dentre outras.

Ingredientes 1 pacote de macarrão talharim 1 copo de requeijão 1 cubo de caldo de galinha 1 lata de molho pronto 300 g de presunto 300 g de mussarela 1 litro de água fervida

Modo de preparo Em um refratário de vidro, coloque o molho de tomate no fundo. Depois coloque o macarrão cru e por cima o requeijão. Cubra com presunto e mussarela. Em 1 litro de água fervendo junte o caldo de galinha, despeje em cima. Cubra com papel-alumínio e deixe por 30 minutos no forno.

Muitos benefícios Os vinhos, especialmente os tintos, são ricos em resveratrol, poderoso antioxidante que ajuda na renovação e rejuvenescimento das células humanas e que pode atuar na prevenção de doenças. Este ativo antiinflamatório e antimicrobiano é encontrado nas cascas e sementes de uvas. É importante salientar que Nutricionista da Cotrijal, antes de controlar calorias de- Raquel Jaeger Fenner ve-se optar por alimentos mais saudáveis. No caso do vinho, para ingestão menor de carboidratos, indica-se os tipos secos (até 4 g de açúcar/litro). Em relação a recomendação do consumo diário, o que se sabe é que, de forma consciente e inserido em uma dieta saudável e com hábitos saudáveis, é possível sim ingerir vinho na rotina. Segundo as orientações internacionais, o consumo máximo deve ser de uma taça (em média 150 ml) por dia para mulheres e até duas taças para homens. Também é importante sempre intercalar o consumo de vinho com água.


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Jornal COTRIJAL Jornal COTRIJAL | Julho de| Julho 2021 de 2021

10 hábitos saudáveis para este inverno!

Sopas: delícias para aquecer!

1. Beber mais água. 2. Não usar o celular enquanto faz suas refeições. 3. Cozinhar em família. 4. Experimente um alimento diferente por semana. 5. Use um sal de ervas, diminuindo a quantidade de sódio no dia a dia. 6. Mastigue bem os alimentos, com calma. 7. Evite, sempre que possível, fritura e industrializados. 8. Planeje as refeições da semana. 9. Pratique atividade física. 10. Substitua o açúcar refinado pelo demerara e, depois, pelo mascavo.

Inverno combina também com sopas. E aí vale aproveitar todo tipo de ingrediente. Uma das delícias é a sopa no pão italiano. Confira essas dicas!

Creme de moranga com cenoura e espinafre Ingredientes 440 g de moranga cortada em cubos 1 cebola média picada 1 dente de alho picado 1 colher de chá de azeite de oliva 2 cenouras médias cortadas em cubos ½ maço de espinafre 500 ml de água fervente Sal, pimenta do reino, curry e açafrão

Modo de preparo Refogue a cebola e o alho com o azeite de oliva. Após, adicione a moranga e a cenoura picada, os temperos e a água. Deixe ferver até que a cenoura e a moranga fiquem bem cozidas. Após, adicione o espinafre e deixe cozinhar um pouquinho. Desligue o fogão e leve para o liquidificador. Bata bem, até que fique bem homogêneo. Volte o creme para a panela e aqueça, acerte os temperos e está pronto. Você pode incluir carne de panela desfiada, ou frango desfiado, ou ovos cozidos, para ter uma proteína com o creme.

Sem glúten Para quem tem restrições ao glúten, hoje as opções em termos de alimentos são variadas. As massas de arroz são uma ótima ideia e podem ser combinadas com diferentes molhos.

Fusilli al Limone Ingredientes 100 g de massa de arroz 2 colher (sopa) de manteiga 100 g de creme de leite fresco 2 gemas de ovo Casca ralada de 2 limões sicilianos Queijo parmesão Sal e pimenta preta moída na hora

Creme de ervilha Ingredientes 500 g de ervilha 1 cebola picada 1 dente de alho picado Água Sal, orégano, pimenta do reino a gosto e louro

Modo de preparo Refogue a cebola e o alho em uma panela com fio de azeite de oliva. Acrescente a ervilha e água em quantidade que fique uns três dedos acima da ervilha. Deixe ferver por 40 a 50 minutos, até que a ervilha fique bem cozida (se precisar, coloque mais água). Após o cozimento, leve ao liquidificador e bata até que fique homogêneo. Volte para panela e acerte os temperos. Sirva com salsinha e cebolinha.

Modo de preparo Cozinhe a massa al dente. Refogue a casca de limão e misture as gemas com o creme de leite e coloque no refogado de limão. Tempere com sal e pimenta preta moída na hora. Misture este molho na massa. Rale mais um pouco de casca de limão siciliano para decorar no final e coloque queijo parmesão ralado a gosto. Receita: site Blue Ville

Bolo de aipim Ingredientes Eita trem bão! A mandioca é um dos alimentos tradicionais da cozinha gaúcha e pode ser muito bem aproveitada em várias receitas, não apenas no almoço. Quer mais dicas e ofertas? Acesse @supercotrijal no Facebook ou no Instagram. Você pode sugerir conteúdos para este caderno ou ter publicada aqui a sua receita preferida. Basta entrar em contato pelo WhatsApp (54)99932.1598.

500 g de mandioca ralada (crua) 1 garrafa leite de coco (200 ml) 1 e 1/2 xícara (chá) de açúcar (270 g) 2 ovos 2 colheres (sopa) de manteiga (40 g)

Modo de preparo Numa tigela grande, junte o açúcar, os ovos e a manteiga. Misture tudo muito bem com a ajuda de um batedor de arame (fouet). Em seguida, junte o leite de coco e a mandioca rala-

da. Misture tudo muito bem, batendo com o batedor de arame até que a mistura fique bem homogênea. Despeje numa forma untada com manteiga. Leve para assar em forno preaquecido, a 180º C, por cerca de 40 a 50 minutos.


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Jornal COTRIJAL | Julho de 2021

COTRIJAL

Nova marca chega a Carazinho

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ançada em fevereiro de 2021, a nova marca da Cotrijal já está presente no dia a dia da grande família Cotrijal. Está nas redes sociais, calendários, chapéus, agendas, na frota de veículos e também em algumas fachadas. É o caso da unidade de negócios da cooperativa em Carazinho. O mesmo acontece com a nova loja da cooperativa no município carazinhense. Além da reforma e da ampliação, o espaço ganhou as novas cores da Cotrijal Lojas. Em um formato que se adéqua às novas plataformas e ao novo jeito das pessoas se comunicarem, a renovação da marca Cotrijal, construída com base em estudos de tendências, privilegiou as fontes minúsculas, por serem amistosas e facilitarem a leitura, com um design minimalista e moderno, e mantendo as cores principais já utilizadas. O conceito gráfico norteador foi a Cotrijal abraçando os produtores para promover todos que veem no campo mais que um trabalho, mas uma missão em que só é possível avançar juntos. Como força, união e orgulho tornam os desafios mais simples e as barreiras menores. O destaque está nas letras “i” e “j”, que representam duas pessoas de mãos dadas, simbolizando união e o apoio do maior para com o menor.

A unidade de Carazinho já está com a nova marca da cooperativa na fachada

Inverno: desafios e belezas! Os desafios do inverno são inúmeros para o produtor. Além de ter que encarar o frio para as atividades a campo, ele também fica atento às variações de temperatura e a presença de chuvas e geadas. Que podem ser benéficas ou não. Porém, algo indiscutível no inverno é a beleza das paisagens. Principalmente ao amanhecer, com a formação de geadas, o que motiva os fotógrafos a encararem o frio matinal e registrar essas belezas. Destaque para a foto do colaborador da Cotrijal, Juliano César Schlindwein, que registrou nas primeiras horas do dia 20/07 a fachada de uma das unidades da cooperativa em Esmeralda. Segundo ele, a temperatura estava em -4 ºC.

Produtora rural desde pequena O gosto pela atividade leiteira vem de berço e cativa adultos, jovens e as crianças. Essa é a realidade de muitas propriedades rurais, como a da família Hasler, de Não-Me-Toque. Lá, o amor pelo trabalho com o leite é diário e chega também nos pequenos. Como vemos na foto, Isabella Hasler Dillenburg, de 7 anos, está familiarizada com a lida e principalmente com os animais. Ela é filha de Caroline Hasler e Denison Dillenburg, que escolheram as redes sociais para marcar o dia do produtor de leite (12 de julho), publicando um mosaico de imagens com momentos da família na atividade. “A ideia foi celebrar e marcar os nossos parceiros”, declara Caroline, que destacou o @cotrijalcooperativa na publicação.

Isabela, sempre que pode, está junto dos animais da propriedade

CONFIRA NESTA EDIÇÃO SOLO

TRIGO

Lançado programa que pretende ser a nova “Operação Tatu”

Cooperativa bonifica multiplicadores

Página 14

NOVIDADE

Produtor ganha Meu Cartão Cotrijal Página 15

Página 3


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