Visão rural 17

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Caro leitor, Chega até você a décima sétima edição da revista Visão Rural. Nesta edição, destacamos os produtores e animais premiados pela Associação Catarinense de Criadores de Bovinos (ACCB), conforme ranking do ano passado. Os resultados mostram, mais uma vez, a qualidade genética e competência dos produtores do Vale do Braço do Norte, que trouxeram para a região as melhores colocações. As premiações antecipam a décima edição da Feagro, onde, mais uma vez, os melhores animais Jersey estarão expostos. E como muito bem colocaram os produtores premiados: mostrar o que há de melhor na propriedade é uma excelente ferramenta de propaganda. Nossa nova edição traz também uma série de informações que podem ajudar você na sua atividade. Exemplos de quem diversificou, ou ousou mudar de atividade, e agora colhe bons frutos. Que você faça bom proveito do que temos a oferecer. Boa leitura!

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Solicitado registro do queijo artesanal serrano como patrimônio cultural do Brasil

artesanal serrano de Santa Catarina e Rio Grande do Sul” poderá ser o primeiro produto de Santa Catarina com esse reconhecimento, o que deve contribuir para a valorização do produto e fortalecerá o trabalho de legalização e comercialização realizado nos dois estados. Os bens culturais de natureza imaterial são as criações culturais de caráter dinâmico e processual, fundada na tradição e manifestada por indivíduos ou grupos de indivíduos como expressão de sua identidade cultural e social.

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Fonte: Epagri

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uas associações de produto- queijo artesanal serrano em vídeos, res encaminharam ao Insti- áudios, fotos e, 266 referências docututo do Patrimônio Histórico mentais e bibliográficas, que foram Artístico Nacional (Iphan) o pedido enviadas como anexos. O dossiê de registro do “modo de saber fazer completo é composto por mais de do queijo artesanal serrano de Santa 2.500 páginas. Um importante destaCatarina e do Rio Grande do Sul” que é a participação dos produtores e como patrimônio cultural de natureza da sociedade em geral que através de imaterial do Brasil. A solicitação foi assinaturas e cartas declararam apoio ao pedido. São 164 declarações de feita em maio. As entidades proponentes são a anuências de instituições públicas e Associação dos Produtores de Queijo privadas dos dois estados e 1.374 e Derivados do Leite dos Campos de assinaturas de produtores. Após o recebimento da solicitação Cima da Serra (Aprocampos) de Bom Jesus e São José dos Ausentes, no de registro pelo Iphan o processo Rio Grande do Sul, e a Associação passará pelas seguintes etapas: insde Produtores Rurais de Capão Alto, tauração do processo de Registro e avaliação preliminar; desenvolem Santa Catarina. A elaboração de toda a documen- vimento de pesquisa e produção tação levou aproximadamente um de conhecimento sobre o queijo ano e contou com o apoio técnico artesanal serrano; análise técnica e da Epagri e da Emater. O registro jurídica do processo, elaboração de não incidirá sobre o produto queijo pareceres e deliberação final pelo artesanal serrano, mas sim sobre as Conselho Consultivo do Patrimônio práticas culturais e históricas que en- Cultural e inscrição do Bem no Livro volvem um saber fazer bicentenário, dos Saberes. que está sendo transO registro como patrimitido de geração em Registro como patrimônio mônio cultural do Brasil geração. A solicitação de cultural do Brasil legitimará legitimará a importâna impor tância histórica, cia histórica, cultural e registro é um documento cultural e social social desse importante de aproximadamente 70 produto que garante a páginas, que consta do bem proposto para registro, a identifi- renda mensal e a preservação de cação dos proponentes, a justificativa hábitos e costumes para milhares de do pedido, a descrição sumária do famílias gaúchas e catarinenses. O bem, as informações históricas, toda envio do material é o primeiro pasa documentação disponível sobre o so. “O modo de saber fazer queijo


INVERNO

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om belas paisagens, a serra catarinense atrai turistas vindos de diversas regiões do Brasil durante o ano inteiro. Mas é com a chegada do inverno (e do frio, claro) que se intensificam o número de visitantes e a exposição das cidades na mídia estadual e até mesmo nacional. Os motivos são óbvios: o frio intenso e a precipitação da neve. O Planalto Serrano catarinense é a região mais fria do Brasil e o único lugar onde a precipitação de neve é certa. Na primeira frente frio do Outono/2013, os termômetros já registraram as primeiras temperaturas negativas do ano. Em Urupema, por exemplo, fez -7 graus celsius, conforme registro do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de

Hidroteorologia de Santa Catarina (Ciram). Em Bom Jardim da Serra, a mínima foi de -5,6 graus celsius. Além do frio, e da expectativa da neve, quem visita a serra catarinense pode conhecer as curvas daquelas estradas, os grandes cânions, parques ecológicos com atividades de aventura, fazendas que oportunizam aos visitantes acompanhar o trabalho no campo e os pomares de maçãs das cidades que formam a região. Outro atrativo é a hospitalidade dos moradores, que adotaram muitas das tradições gaúchas, como o uso da bombacha e do lenço, o hábito de tomar chimarrão e o gosto pelo churrasco. A culinária local também atrai os olhos e o paladar dos visitantes. Rio do Rastro A sinuosa subida da serra do Rio do Rastro encanta aos visitantes. São mais de 250 curvas entre Lauro Muller e Bom Jardim da Serra. Do topo, a 1.460 metros acima do nível do mar, é possível observar todo o percurso. À noite, com a serra iluminada, o visual é ainda mais belo. A estrada surgiu em 1870, como uma picada para as mulas que transportavam para a serra os produtos desembarcados no porto de Laguna (SC). Corvo Branco Tão encantadora quanto a serra do Rio do Rastro, o Corvo Branco também atrai visitantes. O acesso, com muitos quilômetros de estrada de chão, é o maior empecilho para quem deseja conhecer a região. O ponto mais alto da serra fica a 1.470 metros de altitude. No topo, a estrada passa entre a maior rocha já cortada no Brasil, com 90 metros.

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atrai os olhares para a serra catarinense Urupema Urupema é uma das cidades mais frias do Brasil. Está localizada a 1.425 metros acima do nível do mar. É a cidade com maior altitude do estado. O “morro das torres”, ponto mais alto da cidade, fica a 1750 metros de altitude. A cidade possui rios claros de águas límpidas. Em um deles, o rio Caronas, que corta o centro da cidade, são criadas trutas Arco-íres, extremamente sensíveis à poluição da água. A temperatura média anual é de apenas 14 graus Celsius.

Bom Jardim da Serra É onde está situada a serra do Rio do Rastro, um dos maiores cartões postais de Santa Catarina. É conhecida como “capital das águas” pela grande quantidade de rios que nascem na cidade.

Urubici Capital das Hortaliças e Belezas Naturais, Urubici possui diversas cachoeiras, cascatas e quedas d’água: são mais de 80. É lá que foi registrada a temperatura mais baixa do país: -17 graus Celsius, em junho de 1996. Vem se destacando também como ponto de encontro para a prática de esportes radicais.

São Joaquim A “cidade da neve” é uma das grandes produtoras de maçã do Brasil. Visitar as plantações, principalmente na florada e colheita, pode ser uma boa opção. Conhecida em todo país pela neve e pelas fortes geadas que deixam os campos, montes, e telhados de casas cobertos pelo branco do gelo.

Lages É a maior cidade catarinense em extensão territorial e conhecida pelo pioneirismo no turismo rural. Possui muitas fazendas demarcadas por muros de pedras (taipas), que despertam a atenção dos visitantes. Lages também é conhecida pela Festa Nacional do Pinhão, um dos maiores eventos culturais e gastronômicos do sul do Brasil.

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Culinária Entrevero Serrano

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lém das belas e gélidas paisagens, a região serrana é conhecida pela rica culinária. O pinhão e a maçã, em especial, são muito apreciados nesta época do ano, e podem ser ingredientes de deliciosos pratos. Nesta edição, a revista Visão Rural traz receitas que incluem essas duas delícias da serra. Aproveite que estamos na época delas e experimente!

Ingredientes . 1/2 kg de alcatra, cortada em cubos . 1/2 kg de carne de porco, cortada em cubos . 1/2 kg de linguiça calabresa . 100 g de bacon em cubos pequenos . 1/2 kg de pinhão cozido e cortado ao meio . 2 cebolas picadas . 8 dentes de alho picados . 3 tomates em cubos . 1 pimentão verde em cubos . Óleo . 1 pimentão vermelho em cubos . Salsinha . 1 cenoura em rodelas . Sal a gosto Modo de preparo Refogue as carnes pouco a pouco. Reserve. Em uma panela, de preferência de ferro, refogue o bacon em um pouco de óleo. Junte os pimentões e a cebola e refogue bem. Junte o alho até dourar. Depois junte a carne, o pinhão e o tomate. Misture e verifique o sal. Coloque por cima um pouco de salsinha e sirva com arroz branco.

Gelado de Maçã * Modo de preparar Lavar bem as maçãs. Descascar e cortar em cubos em 0,5 cm.a 1 cm. Pesar as maçãs preparadas. Pesar 70% de açúcar em relação ao peso de maçã. Colocar o açúcar na maçã preparada. Deixar em repouso para liberar suco, por algumas horas. Colocar suco um limão por quilo de massa. Levar para a panela de cozimento. Cozinhar até ponto de geleia. Após o ponto envasar. * receita adaptada pela extensionista Mariza Elena Menegasso Pires e ministradas nos cursos de culinária da Epagri Regional de Lages

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PROGRAMA

LEITE LEGAL

capacitará produtores em Santa Catarina

FONTE: MB Comunicação Empresarial/Organizacional

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programa “Leite Legal – Produção de qualidade”, implantado em maio em Santa Catarina, pretende capacitar seis mil produtores de leite do estado. A iniciativa é da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em convênio com o Ministério da Agricultura, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). De acordo com o coordenador de

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pecuária do Senar/SC, Olices Osmar Santini, o programa está sendo lançado em todo o Brasil pela CNA e por meio das agências regionais do Senar. O objetivo da iniciativa é padronizar a produção de leite de acordo com a Instrução Normativa 62 (IN-62) e, por isso, contará com parceria das agroindústrias. “Em Santa Catarina serão disponibilizadas 400 turmas e, aproximadamente, seis mil vagas, sendo que para este ano a meta é formar 200 turmas”, informa.

Cerca de R$ 27 milhões devem ser investidos no programa. O “Leite Legal” abordará os conteúdos de estrutura e fisiologia da glândula mamária; mastite: definições, diagnóstico, tratamento e controle; obtenção higiênica do leite – manejo de ordenha; qualidade da água; IN62 – (MAPA); higienização e limpeza de equipamentos e instalações; armazenamento e resfriamento do leite e preservação ambiental e segurança no trabalho.


Santini explicou que serão disponibilizadas oito vagas por indústrias com até dois participantes por propriedade. “O programa envolve treinamento teórico, pré-visita, reunião de avaliação e segunda visita. Ao todo serão três meses de programa. Os resultados das análises realizadas durante o programa, posteriormente, ficarão disponíveis”, complementou. A dinâmica da capacitação envolverá mobilização do grupo de propriedades de pequenos e médios produtores, análise dos dados de qualidade do período que antecede a capacitação, treinamento com oito horas de teoria e 60 horas de aulas práticas, além de visita técnica para cada um dos participantes para aplicação do check-list de boas práticas de produção de leite. Após o período de adequação, haverá a segunda visita para os participantes que não se adequarem aos parâmetros estabelecidos pela IN-62. Depois da análise, o produtor poderá complementar a formação com outros cursos e programas do Senar, do Sebrae ou do laticínio. O Brasil é atualmente o quinto maior produtor de leite no mundo,

com 32 bilhões de litros/ano. A campanha nacional de melhoria da qualidade do leite terá como slogan “O leite produzido no Brasil vai ficar ainda melhor”. Estão previstos a distribuição de material impresso, vídeos da vaca virtual e programas de rádio. A intenção é capacitar, em dois anos, 200 instrutores e 81 mil produtores no País.

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Senado aprova, para máquinas e equipamentos agrícolas de fabricação nacional

Fonte: Agência Brasil

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Senado aprovou hoje, no final de abril, o projeto de lei que isenta máquinas e equipamentos agrícolas, veículos utilitários, tratores e caminhões novos, de fabricação nacional, do pagamento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). A proposta, que agora tramitará na Câmara dos Deputados, estende a isenção aos mesmos produtos fabricados por países do Mercosul. A medida valerá exclusivamente ao uso de todo o maquinário por

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agricultores familiares ou empreendedor familiar rural. A autora do projeto de lei, Ana Rita (PT-ES), disse que a isenção poderá ser usada uma vez ao ano ou então nos casos em que ocorra a destruição completa ou furto do equipamento. “Embora não tenha o rendimento e a produtividade da agroindústria, a agricultura familiar é essencial nas políticas agrícola, fundiária e de meio ambiente do País”, justificou a senadora no parecer.

A cobrança do IPI é mantida na aquisição de matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagem usados no processo de industrialização dos equipamentos previstos como isentos. O imposto também incidirá nor ma l mente sobre qua lquer acessório comprado que não seja equipamento de série ou original do produto beneficiado. O projeto prevê que a isenção fiscal passa a valer quando houver a publicação da lei no Diário Oficial da União.


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Produtores de suínos vão pagar

ICMS reduzido

Fonte: Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca ACCS / News Comunicação

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elo período de 30 dias, produtores catarinenses que vendem suínos vivos para fora do estado vão pagar 2% de Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS). O Governo do Estado, por intermédio da Secretaria de Estado da Fazenda, autorizou a redução da alíquota, que é de 12%. O período vale desde o dia 24 de maio, quando o Decreto nº 1.560, de 22 de maio de 2013, foi publicado no Diário Oficial do Estado. A medida atende às reivindicações dos suinocultores, representados pela Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), e da Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca para fazer frente à queda nos preços pagos ao produtor nos meses de abril e maio, consequência das dificuldades de comercialização. O preço base médio atual pago ao produtor é de R$ 2,25 por quilo de peso vivo mais uma bonificação de 10% pela carcaça. De acordo com o secretário-adjunto de Estado da Agricultura, Airton Spies, as dificuldades atuais que resultaram em preços ao produtor abaixo do custo de produção devem ser passageiras e por esta razão a desoneração tributária foi feita por prazo determinado e limitada à saída de suínos vivos para abatedouros de outros estados. O efeito esperado é que haja uma reação nos preços pagos ao produtor em Santa Catarina. Spies lembra ainda que a suinocultura catarinense está na expectativa da abertura dos mercados do Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos, o que deverá ocorrer em breve já que Santa Catarina é o único estado brasileiro

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ACCS defende que após o término da medida de redução do ICMS, o governo catarinense mantenha a alíquota bem abaixo de 12%, a sugestão é 4% para a comercialização de suínos vivos livre de febre aftosa sem vacinação, exigência desses mercados. “O Governo do Estado está continuadamente monitorando a suinocultura e trabalhando em parceria com o Governo Federal e setor privado para abrir novos mercados. Medidas pontuais, como a adotada com a desoneração do imposto, servem para proteger o produtor em dificuldade momentânea para que nos momentos de mercado favorável, o estado continue colhendo os resultados de um dos setores mais

importantes da economia catarinense”, destaca. Santa Catarina é o maior produtor nacional de suínos com produção anual de 800 mil toneladas de carcaça, o que corresponde a 25,1% do que é produzido no país. O setor passou por uma grave crise de rentabilidade em 2012 devido ao aumento dos custos de grãos utilizados na alimentação dos animais e no primeiro trimestre de 2013 houve uma rápida recuperação do setor.

Para a Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o momento atual da suinocultura é de baixa remuneração. A medida é importante principalmente para as minintegradoras, que mantém ativa a produção, mesmo diante da possível crise no mercado. A entidade defende que após o término da medida de redução do ICMS, o governo catarinense mantenha a alíquota bem abaixo de 12%, a sugestão é 4% para a comercialização de suínos vivos.

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Empresa interessada em produtores de pepinos U

ma empresa do ramo alimentício, com sede em Blumenau, está interessada em produtores de pepinos na região de Tubarão. Os produtos seriam levados para a sede, onde passariam pelo processo de envasamento. Para que a matéria-prima seja captada na região, a empresa espera conseguir em torno de 120 produtores dispostos a investir na cultura, ainda desconhecida. De acordo com o técnico agrícola Luiz Américo Baschen, a atividade pode ser realizada junto com as já existentes na propriedade. “É um complemento da renda e do trabalho do produtor”, acrescenta. Para fazer parte do projeto da empresa, o interessado precisa reservar uma área de, no mínimo, 22 por 60 metros, onde seriam plantados três mil pés. “É a exigência mínima da empresa”, esclarece o técnico. Todo material necessário para o plantio e manejo, desde a parte estrutural aos insumos, são fornecidos por uma agropecuária da própria empresa. “Os preços são mais acessíveis que os praticados no mercado e o valor é descontado do produtor quando este realizar a primeira venda”, explica Baschen. De acordo com Luiz,

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o investimento inicial deve ficar em torno de R$ 3 mil. “Nas safras seguintes, a despesa deve reduzir pela metade”, informa. O técnico defende que o investimento é viável e de retorno em curto prazo. O pepino deve ser plantado em períodos quentes e leva, em média, dois meses para estar pronto para a colheita. “Exige bastante mão de obra, mas é uma cultura leve”, informa. O pico maior de trabalho, de acordo com Luiz, é durante a colheita, que deve ser feita todos os dias. “Nesse período não há sábados, domingos e feriados, mas acredito que para quem já lida com o leite, por exemplo, não deve ser um problema”, opina. Quem decidir investir na atividade deve assinar um contrato com a empresa que, entre outros itens, assegura a venda de toda a produção. O preço também constará no documento, e deve ser definido em agosto. No ano passado, os produtores receberam R$ 1,06 pelo quilo do pepino. “Ainda não sabemos o valor para 2013, mas posso garantir que não será menor que o da safra 2012”, avisa Luiz. A empresa ainda oferece assistência técnica e se responsabiliza pela coleta da matéria-prima na propriedade,

Serviço O produtor interessado em aderir à atividade, pode entrar em contato com o técnico agrícola Luiz Américo Baschen pelo telefone: (47) 99723812, ou no e-mail: luiz@hemmer.com.br.


além do transporte até a sede. No momento, a empresa realiza levantamento de produtores interessados, por meio de reuniões em cidades da região. Entre as visitadas estão Rio Fortuna, Grão-Pará, Braço do Norte, Orleans e Treze de Maio. “Para coletar os frutos aqui, precisamos ter o número de agricultores e de pés que torne o negócio viável”, destaca Baschen. “Também é necessário que em cada cidade haja um número ideal de fornecedores”, enfatiza. O interesse da empresa, de acordo com Luiz, partiu da semelhança entre o clima da região sul e do vale do Itajaí, grande produtor de pepinos.

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Nutrição

é tema de Dia de Campo com produtores de Presidente Getúlio

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econhecida pela qualidade do gado Jersey criado na região, o vale do Braço do Norte (SC) recebe, com frequência, produtores que desejam conhecer “os segredos” dos criadores destas cidades. Em abril, um grupo de Presidente Getúlio (SC), formado por cerca de 40 produtores, visitou a Cabanha Guinther, de propriedade de Maria Rosinete Souza Effting, a “Rosi”, na comunidade de Riacho Alegre, interior de Braço do Norte (SC). Rosi é a atual presidente da Associação Catarinense de Criadores de Bovinos (ACCB), promotora do encontro, em parceria com o Núcleo da entidade em Braço do Norte e a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) de Presidente Getúlio. A nutrição de novilhas foi o tema central do Dia de Campo. Na propriedade, os produtores visitaram as instalações dos animais e acompanharam o dia-a-dia na fazenda. “Viemos conhecer o sistema de criação de terneiras daqui. Em Presidente Getúlio, a maioria dos 20

produtores alimenta as bezerras com silo e as mantém em baias coletivas”, conta o técnico agrícola da Epagri, Lauro Vanderlindi. Na Cabanha Guinther, os animais ficam em baias individuais nas primeiras semanas de vida e a base da alimentação, a partir do segundo mês, é o feno e a ração. Na propriedade, os visitantes ainda puderam acompanhar a produção do feno. O interesse pela cultura foi tanta que eles pretendem incluir o feno na alimentação dos animais criados em Presidente Getúlio. “A intenção é adquirir três kits de formação de feno e começar a produzi-lo lá”, comenta Lauro. É a primeira vez que eles visitam uma propriedade do Vale de Braço do Norte, mas já compram animais da região. Em outras oportunidades, os produtores visitaram sistemas de pastagens em Ituporanga e Witmarsum. A viagem do grupo foi patrocinada pelo projeto SC Rural e também foi acompanhada pelo técnico agrícola Giovani Riscarolli.

Onde fica?

Com área total de 322,41 quilômetros quadrados, a cidade possui cerca de 15 mil habitantes. Presidente Getúlio está localizado no Vale do Itajaí, a 220 quilômetros de Florianópolis. Fica próximo às cidades de José Boiteux, Ibirama, Rio do Sul, Laurentino, Rio do Oeste e Dona Emma. A economia da cidade está baseada na agricultura, pecuária leiteira, indústria frigorífica, têxtil, madeireira, moveleira e cerâmica. É a maior bacia leiteira daquela região. Realiza anualmente a Expofeira Estadual do Leite.


A Vale do Gado Jersey

Comissão de Turismo e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina aprovou, no final de maio, o Projeto de Lei 106/2012 que denomina “Vale Catarinense da Produção do Gado Jersey” o conjunto de municípios composto por Braço do Norte, Grão Pará, Rio Fortuna, Santa Rosa de Lima e São Ludgero. O projeto é de autoria do deputado estadual José Nei Alberton Ascari. “A denonimação é um justo reconhecimento ao conjunto de municípios citados, face à grande concentração de criadores nesse município, especialmente em Braço do Norte”, destaca o deputado em sua justificativa. Ascari lembra que o gado Jersey está presente em todo território catarinense, porém, em menor quantidade.

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Menos prejudiciais à saúde, eles são alternativa de renda para famílias que vivem no meio rural

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ães, bolachas, geleias e doces com aquele gostinho caseiro caíram no gosto dos consumidores. Além do sabor agradável, podem ser uma opção mais saudável que os industrializados. Para quem produz, seja na cidade ou no campo, representam um incremento na renda familiar, quando não é a principal

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fonte dela. A família de Marlene Feldhaus Soethe, no Rio Facão, interior de Rio Fortuna (SC), abandou o cultivo de fumo para produzir, em uma pequena cozinha industrial, pães, doces e bolos. Hoje a pequena agroindústria é a principal fonte de renda da família. A mudança radical aconteceu há três anos e dona Marlene garante que não há arrependimentos. “Com certeza compensou mudar a atividade. Hoje não tem aquela margem enorme, mas estamos sobrevivendo melhor”, comemora. Os produtos são fornecidos como merenda escolar por meio de uma cooperativa de agricultores familiares. Todas as quintas-feiras o esposo de Marlene, João Batista,


leva a produção para o centro de Rio Fortuna, distante 12 quilômetros da propriedade da família, onde entrega em um mercado e duas padarias. Também faz entregas em domicílio para quem encomenda os produtos com antecedência. Os alimentos são entregues com o rótulo da cooperativa, mas o dinheiro da venda direta fica todo para a família. A pequena agroindústria, como a maioria das atividades no campo, exige dedicação diária. Todos os dias Marlene está envolvida nos preparativos dos produtos que são entregues no mesmo dia que são assados. “Isso garante um sabor melhor”, conta a produtora. Muitos dos ingredientes necessários vêm da própria propriedade. “O que dá na roça, tiramos de lá”, conta. A família tem plantações de batata, milho, cará e produz leite, também vendido para um laticínio da região. As receitas ela aprendeu com a mãe e já fazia em casa para o consumo da família. “Mas fiz cursos para aprender a produzir alimentos com segurança”, acrescenta. Foi nessas capacitações que Marlene aprendeu, por exemplo, sobre cuidados com higiene no manuseio dos alimentos e no local onde são preparados. Valdete Assing Tenfen até pouco tempo preparava doces de frutas e geleias na sua propriedade, na comunidade de Rio Bravo Baixo, interior de Rio Fortuna. Com a necessidade de fazer adequações, como a construção de uma pequena agroindústria, teve que abandonar o negócio próprio, mas nem por isso deixa de usar seus dotes para produzir esses alimentos. Há cerca de dois meses ela trabalha para uma cooperativa de agricultores familiares, a mesma para a qual vende as frutas coletadas em sua propriedade e que mais tarde ela própria, com a ajuda de outras duas mulheres, transforma em geleias e doces. O fim da produção individual também foi antecipado por problemas de saúde. “Sofria com muitas dores no braço por mexer nas panelas pesadas e trabalhar no frio e no quente”, conta. O trabalho na cooperativa complementa a renda da família, que produz leite e cultiva hortaliças. A produção começou em 1996, com a criação de uma associação de produtos agroecológios. Na época a família abandonou o fumo e passou a cultivar hortaliças sem agrotóxicos.

Marlene Feldhaus Soethe abandou o cultivo de fumo para produzir, em uma pequena cozinha industrial, pães, doces e bolos

Valdete Assing Tenfen da comunidade de Rio Bravo Baixo, interior de Rio Fortuna (SC)

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Antes de trabalhar para a cooperativa, ela preparava doces de frutas, geleias e compotas em pequena escala. “Vendíamos para vizinhos, familiares e para quem nos visitava”, conta. As receitas ela aprendeu nos cursos oferecidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). “Lá o jeito de produzir é o mesmo de casa, mas tenho uma estrutura melhor”, destaca. A produção de caseiros da família Loch deu tão certo que em breve eles inauguram um café colonial, onde ser-

virão o que é produzido na propriedade, na Estrada Geral da Taipa, interior de São Ludgero (SC). “A ideia do café surgiu da venda dos produtos caseiros”, conta Nilva Tenfen Loch. Os pais de Nilva sempre trabalharam na venda do que produziam na propriedade. “Eles faziam geleias, chimias, queijos, qualhadas, salames, mas tiveram que parar pela obrigatoriedade da inspeção”, relembra Nilva. A venda voltou a se intensificar com a consolidação da feira de produtos coloniais, criada há cerca de oito

Produção de caseiros da família Loch deu tão certo que em breve eles inauguram um café colonial, onde servirão o que é produzido na propriedade

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anos. Lá a família vende vários tipos de bolachas, geleias, doces de frutas e de leite e alguns bolos. Tudo é produzido na propriedade, de onde vem parte da matéria-prima, numa pequena agroindústria instalada nos fundos da casa. Os pais de Nilva são aposentados e a venda dos caseiros complementava a renda familiar. A atividade, porém, tem progredido tanto que Nilva abandou o antigo emprego, na Prefeitura local, para ajudar os pais na produção. “Hoje minha dedicação é exclusiva aos negó-

cios da família”, destaca. Na pequena agroindústria trabalham Nilva, os pais e mais uma vizinha, que ajuda a família um dia por semana. “Quando o café estiver funcionando, ela vai colaborar conosco em mais dias”, destaca. A intenção de Nilva é oferecer na propriedade, além da produção própria, caseiros feitos por outros produtores. A família também está envolvida na liberação de licenças e alvarás para a fabricação de queijos caseiros e outros derivados de leite.

Caseiros podem ser opção mais saudável Consumir alimentos caseiros é benéfico para a saúde. Isto porque eles são produzidos com menos aditivos alimentares, explica a nutricionista Daiane Willemann. “A indústria alimentícia, de maneira geral, utiliza inúmeros componentes químicos para garantir uma melhor palatabilidade e durabilidade de seus produtos”, explica. Dentre eles, de acordo com Daiane, estão os conservantes, aromatizantes, realçadores de sabor, corantes e acidulantes. Quando se trata de produtos caseiros, a nutricionista destaca que o consumidor deve buscar saber se a produção atende às exigências de infraestrutura, segurança alimentar e eliminação de bactérias durante o processo de fabricação. “Oriento o consumo deste tipo de alimento, desde que o mesmo esteja regularizado junto à vigilância sanitária”, completa. A profissional ainda destaca que o consumo destes alimentos garante uma opção de renda para as famílias que o produzem. “Destaca-se ainda, que em muitos casos, com esse estímulo as famílias se dedicam a melhorar ainda mais o que produzem”, defende. “Para quem procura estes produtos como uma forma de manter uma alimentação mais saudável é importante ainda respeitar as informações nutricionais e o prazo de validade indicado na embalagem”, acrescenta.

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Veterinária da Unisul: formando profissionais completos Hospital Veterinário, Clínica e Equinos e Hospital de Grandes Animais fazem com que curso da Unisul forme profissionais preparados para atuar em todas as áreas da Medicina Veterinária

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om 2.300 metros quadrados, o Hospital Veterinário da Unisul (HVU) é um importante instrumento para a formação dos acadêmicos. O espaço abriga laboratórios de análises clínicas, de doenças infectocontagiosas, de microbiologia, centro de diagnóstico, centro cirúrgico – com duas salas de cirurgia, salas de internação e de pós-operatório, além de canis e gatis com capacidade para 20 animais cada. O HVU é um dos maiores hospitais especializados no tratamento veterinário do Sul de Santa Catarina e será o único do Estado a oferecer o serviço de banco de sangue. Embora preste atendimento à comunidade, a diretora do HVU, professora Ester Blazius, esclarece que ele serve, essencialmente, ao curso de Medicina Veterinária. “O nosso primeiro foco é o ensino, porque se trata de um hospital-escola”, reforça. Os atendimentos são realizados por médicos veterinários – professores da Unisul -, com o acompanhamento de acadêmicos. Ainda segundo Ester, a experiência de atuar num hospital

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proporciona vivência prática aos estudantes, resultando numa qualificação melhor. “Os atendimentos possibilitam o acompanhamento de processos e casos diversificados. Também há a possibilidade de realização de inúmeras pesquisas”, observa. O coordenador do curso de Medicina Veterinária da Unisul, professor Peter Johann Bürger, afirma que o curso é o primeiro do país a oferecer aos alunos, ainda no segundo ano de atividade, uma estrutura hospitalar como a inaugurada em março deste ano. “Sem dúvida, vamos chamar a atenção de muitos estudantes que querem cursar Veterinária. Além, claro, de preparar efetivamente para o trabalho aqueles que já estão conosco”, destaca Bürger. O HVU atende de segunda a sexta-feira, das 8 horas ao meio-dia e das 14 às 18 horas. Internamente, há escalas de plantão, uma vez que o hospital também presta serviços de internação. Os atendimentos são realizados de duas formas: uma com consultas e procedimentos cobrados

a um custo médio, tendo em vista os valores praticados por clínicas veterinárias da região; outra a partir de agendamento prévio para atendimento durante as aulas práticas do curso de Medicina Veterinária, com preços subsidiados. Além do HVU, encontra-se em fase final o projeto da Clínica de Equinos, que funcionará também em Tubarão, junto ao hospital. A ideia é disponibilizar atendimento clínico e cirúrgico e exames de claudicação com radiologia e ultrassonografia. Essa clínica será referência para os profissionais da área, além de formar médicos veterinários qualificados para o mercado equino. Na Fazenda Experimental da Unidade de Braço do Norte da Unisul, será construído o Hospital Veterinário de Grandes Animais, com um bloco cirúrgico e um setor de diagnóstico por imagem, para aulas práticas e prestação de serviços de cirurgias em animais de grande porte; com área de contenção e manejo com troncos, mangueiras, balança e um setor de apoio.


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APROVADO

Sistema de Inspeção de Produtos de Origem Animal Catarinense

Fonte: Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca

Santa Catarina é o maior produtor brasileiro de carne suína, o segundo maior produtor nacional de carne de frango e o quinto maior produtor de leite

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Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), atendendo a uma reivindicação de 2010 da Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca, publicou portaria no Diário Oficial da União, reconhecendo a equivalência do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Governo do Estado, executado pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc). Com esse reconhecimento, Santa Catarina adere oficialmente ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-Suasa), que padroniza e harmoniza os procedimentos de inspeção de produtos de origem animal para garantir a inocuidade e segurança alimentar permitindo a venda dos produtos catarinenses a todo o Brasil. Segundo o secretário da Agricultura e da Pesca, João Rodrigues, com o reconhecimento do Ministério, o Estado estará credenciado no Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa) para realizar inspeção nas empresas catarinenses, agilizando todo o processo por meio da Cidasc que fará a inspeção higiênico-sanitária e tecnológica em

conformidade com as normas do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. “Na prática, os estabelecimentos que produzem produtos de origem animal (carne, leite e seus derivados) e que forem inspecionados e aprovados pela Cidasc, com vistas ao Sisbi-Suasa, poderão comercializar seus produtos em todo Brasil”, acrescenta. O governador Raimundo Colombo disse que o reconhecimento representa a justiça com o agricultor e com as pequenas empresas, pois muitas vezes o produto só pode ser vendido no município ou no Estado e, com o Sisbi-Suasa, será comercializado em qualquer lugar do Brasil. “É o aumento da competitividade da produção, aumentando o valor agregado e desenvolvendo o setor. Isso para nós é fundamental para valorizar todos os produtores rurais de Santa Catarina”, destaca. O secretário João Rodrigues observa ainda que a inspeção de produtos de origem animal pelo novo sistema Sisbi-Suasa impõe altos padrões de segurança sanitária e de qualidade de produtos, dando garantias aos consumidores. Ele lembra que Santa Catarina é o maior produtor brasilei-


ro de carne suína, o segundo maior produtor nacional de carne de frango e o quinto maior produtor de leite. O Suasa foi criado em 2006 com a finalidade de ampliar a capilaridade da inspeção dos alimentos de origem animal e vegetal. O sistema de defesa agropecuária inclui atividades de sanidade, inspeção, fiscalização, educação sanitária, vigilância de animais, vegetais, insumos, produtos e subprodutos de origem animal e vegetal. Para a exportação de produtos de origem animal, a inspeção continuará sendo de competência exclusiva do Ser-

viço de Inspeção Federal (SIF) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Hoje, a Cidasc tem 800 agroindústrias catarinenses cadastradas na Inspeção Estadual. A meta é que em dois anos, destes 800 estabelecimentos, 200 recebam o selo do Sisbi-Suasa. Inicialmente, três estabelecimentos do Estado já estão autorizados a comercializar seus produtos no país com o selo, são eles: Laticínios Gran Paladare, de Chapecó; Avícola Fragnani, de Cocal do Sul, e o Matadouro Frigorífico de Ovinos e Caprinos Guatapará, de Guatambu.

O sistema de defesa agropecuária inclui atividades de sanidade, inspeção, fiscalização, educação sanitária, vigilância de animais, vegetais, insumos, produtos e subprodutos de origem animal e vegetal.

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Medicina Veterinária

Aline Heidemann Loch

Acadêmica do 9º Semestre do curso de Medicina Veterinária da universidade UNIBAVE/UnC.

line2heidemann@hotmail.com

Período de transição

em vacas O

período de transição da vaca leiteira corresponde às três últimas semanas antes do parto e às três primeiras semanas de lactação. Este período é marcado por mudanças fisiológicas, nutricionais, anatômicas e comportamentais do animal. As mudanças no estado fisiológico nesse período ocorrem com a finalidade de preparar a vaca para o parto e a lactogênese. O manejo nutricional tem grande importância no período de vaca seca, a fim de prevenir casos de doenças metabólicas como cetose, deslocamento de abomaso, síndrome da vaca gorda e a hipocalcemia (frequente nas propriedades leiteiras). Hipocalcemia caracteriza-se pela baixa de níveis de cálcio no sangue, devido a grande demanda desse mineral para a produção do leite (colostro) no início da lactação, também ocorrendo a perda do cálcio no parto. Em consequência da hipocalcemia ocorre outras desordens metabólicas como a mastite, metrite, retenção de placenta, prolapso uterino e cetose. As

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vacas secas geralmente são esquecidas pelos produtores por não estarem lactando, e sendo assim, não contribuem para o aumento do lucro direto da propriedade, e é onde começam os problemas nutricionais, pois um bom manejo pré-parto ajuda a evitar as doenças do pós-parto. A utilização de sais aniônicos tem demonstrado eficiência na prevenção da hipocalcemia (entre outras doenças metabólicas) no pós-parto, mas deve-se ter atenção por essa dieta não ser muito palatável, e ocorrer a diminuição no consumo do alimento. A dieta aniônica provoca uma moderada acidose metabólica, aumentando a capacidade de resposta dos tecidos ao paratohormonio (hormônio da paratireoide), permitindo que a vaca mantenha os níveis de cálcio durante a parição. Dietas com maiores proporções de ânions em relação a cátions promovem um aumento na quantidade de consumo de matéria seca pós-parto, favorecendo as variáveis reprodutivas, como taxa de concepção e dias em aberto.

Acadêmicos de Medicina Veterinária – UNIBAVE/UnC: Aline HeidemannLoch e Guilherme TezzaDorigon Professor: César Augustus Winck


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Braço do Norte teve os animais e produtores da raça Jersey mais bem colocados no ranking da Associação Catarinense de Criadores de Bovinos (ACCB) em 2012

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raço do Norte, em Santa Catarina, é conhecido nacional, e até internacionalmente, pela qualidade do gado Jersey criado na região. A divulgação dos grandes campeões de 2012 pela Associação Catarinense de Criadores de Bovinos (ACCB) só vem confirmar esse dado. Os produtores de Braço do Norte tiveram os animais com melhor desempenho no ano passado e trouxeram para a região os títulos de Melhor Criador, Melhor Expositor, Melhor Vaca de Pista,

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"participação nas feiras surgiu da necessidade de divulgar os animais da propriedade" Valdirio Heidemann

Melhor Vaca Jovem e Melhor Fêmea Jovem. Isto significa que foram primeiro lugar em todas as categorias disputadas. Entre os dez melhores criadores de Jersey, quatro são de Braço do Norte: Valdirio Heidemann (1º), Antenor Loch (2º), Ilto Loch (3º) e Maria Rosinete Souza Effintg (7º). Entre os melhores expositores, os produtores da região ficaram com as quatro primeiras colocações: Valdirio Heidemann (1º), Antenor Loch (2º), Ilto Loch (3º) e Maria Rosinete Souza Effintg (4º). No ranking das melhores vacas de pista, oito das dez primeiras colocadas pertencem a produtores de Braço do Norte. Entre as melhores vacas jovens de 2012, quatro são originárias da região. Na categoria Melhor Fêmea Jovem, sete das 14 melhores posicionadas no ranking vieram de produtores de Braço do Norte. Os melhores colocados foram premiados em evento realizado pela ACCB, no mês de abril, quando

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a pontuação referente ao ano passado foi divulgada. O produtor Valdirio Heidemann, da comunidade de Pinheiral, Braço do Norte, foi destaque em três categorias: Melhor Vaca, Melhor Criador e Melhor Expositor. Heidemann participa de feiras há pelo menos 15 anos e diz que as primeiras edições não foram fáceis. “Apanhei muito antes de ter os primeiros animais premiados”, ressalta. É a primeira vez que ele tem a melhor vaca do estado, e ainda leva as honrarias de Melhor Criador e Melhor Expositor catarinense. Acompanhado por um profissional de São Paulo, o produtor escolhe o gado e os prepara para as competições no estado, geralmente com 60 a 90 dias de antecedência. “Ele escolhe o gado e eu faço a preparação”, conta. No período pré-feira, os animais selecionados ficam confinados e recebem alimentação diferenciada dos demais. “Eles passam a se alimentar


com feno, ração, e ganham água três vezes por dia”, explica. Antes de irem, as vacas recebem banhos com xampu para amaciar os pêlos. Nas feiras, recebem tratamento de beleza. Fora do período de competições, o gado fica com os demais no pasto. A participação nas feiras surgiu da necessidade de divulgar os animais da propriedade. “Tem um custo, mas o cara faz uma propaganda pra valorizar a genética que tem”, destaca. De acordo com o produtor, uma vaca deixada no pasto é vendida por R$ 2 ou R$ 3 mil. “Se você leva na feira, e faz a grande campeã, pode vender ela por R$ 20 ou R$ 30 mil”, destaca. “Toda propriedade é valoriza”, reforça. O produtor Ilto Loch, o “Neca”, da comunidade de Rio Amélia, em Braço do Norte, cria gado de leite há mais de 20 anos. Em 2012, teve a Melhor Vaca Jovem de Santa Catarina. Há quase duas décadas está na Associação Catarinense de Criadores de Bovinos (ACCB) e há cerca de 17 participa de feiras. “Comecei na região e depois fui pra Lages e Itajaí”, conta. Para ele, fazer uma campeã depende de vários fatores: genética, manejo, uma boa alimentação e o próprio desenvolvimento do animal. Para o produtor, o gosto do julgador também pode interferir no resultado. “Esse não foi um ano bom para mim. O juiz gostava de gado mais ‘miúdo’, o meu gado era maior, mais ‘carregado’”, desabafa.

"tenho um touro aqui na propriedade que já me deu um animal campeão" Valdirio Heidemann Fazer uma campeã, segundo Loch, exige dedicação o ano inteiro, desde a seleção do sêmen. Na propriedade dele, a maioria dos animais são inseminados com embriões dos Estados Unidos e Canadá. “Mas tenho um touro aqui na propriedade que já me deu um animal campeão também”, destaca. A alimentação das bezerras recém-nascidas é à base de leite, feno e ração. Só depois de adultas

recebem silo e pastagem. Cerca de 40 dias antes do evento, elas são separadas para receber os cuidados especiais. “Algumas precisam ganhar peso, e recebem mais alimento, outras precisam perder e diminuímos a comida”, informa. Nesse período aumenta a preocupação com a estética dos animais, que recebem banhos para amaciar o pêlo nos dias que antecedem os desfiles.

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Para Loch, participar de feiras é um investimento que dá resultados. “Quem participa de feira e tem gado PO (puro por origem), vende as novilhas por R$ 4, R$ 6 mil, sem contar as que consegue negociar por R$ 10 ou R$ 20 mil”, diz. Animais que não participam de feiras são vendidos por no máximo R$ 2 mil, de acordo com o produtor. “Nas feiras a gente divulga as propriedades e vão aparecendo os negócios”, acrescenta. Depois de tantos anos participando de feiras em Santa Catarina e visitando eventos em outros estados, é Neca quem escolhe os animais que vão para as competições. “Sempre tem os amigos e os preparadores que passam aqui e dão a opinião deles também”, acrescenta. Este não foi o primeiro ano que Neca se destacou entre os melhores do Estado. Em 2010, o produtor foi o melhor criador de Jersey e fez a melhor vaca jovem. Neca acredita que muitos produtores do Vale têm potencial para participar das competições. “É só dar um tratinho a mais, ajeitar os animais e fazer boas escolhas. Poderiam começar com animais PC (puro por cruzamento)”, sugere. “Tem gente que diz que não vale à pena. Participo há muitos anos e os resultados já vieram”, finaliza.

"alimentação das bezerras recém-nascidas é à base de leite, feno e ração" 38

A melhor vaca jovem de 2012 é da Cabanha Ghinther, da criadora Maria Rosinete Souza Effting. Na propriedade de Rose, as bezerras, desde pequenas, são tratadas com feno e ração. A alimentação, para a produtora, é essencial para os animais se desenvolverem bem e terem condições de competir. Rose


conta que a seleção das competidoras é feita com base na procedência e no desenvolvimento do animal. “Às vezes ela não ganha enquanto pequena, mas é premiada quando adulta. A vaca pode mudar de uma categoria para outra”, destaca. Os animais que participam de competições recebem tratamento diferenciado no período que antecede as feiras. “Elas não vão pro pasto um mês, um mês e meio, antes das competições”, explica a produtora. É ela quem seleciona atualmente os animais que vão para a feira. “Com o tempo o produtor adquire experiência e já sabe selecionar quais têm condições de competir”, informa. Enquanto os animais ficam confinados, precisam ser domados e aprender a

“desfilar”. Há profissionais que podem ajudar os produtores. No caso dos “veteranos” de feiras, são os próprios produtores, ou empregados da fazenda, que executam a tarefa. Participar de feiras, segundo Rose, exige dedicação de tempo e investimento de recursos, mas os produtores são recompensados. “E os benefícios se estendem, inclusive, para quem não participa das competições”, acredita. Ela defende que a participação em feiras movimenta os negócios (de compra e venda de animais) em toda região e para todos os criadores. “As feiras ainda nos oportunizam uma troca de conhecimento. Aprendemos o que podemos fazer para melhorar nossas propriedades e animais”, acrescenta.

“Com o tempo o produtor adquire experiência e já sabe selecionar quais têm condições de competir” Rosinete Souza Effting 39


Ranking ACCB Melhor Criador 2012 1 – Valdirio Heidemann 2 – Antenor Loch 3 – Ilto Loch 7 – Maria Rosinete Souza Effting

Melhor Expositor 2012 1 – Valdirio Heidemann 2 – Antenor Loch 3 – Ilto Loch 4 – Maria Rosinete Souza Effting

Melhor Vaca de Pista 2012 1 – Joana Jade Ciganinha (Valdirio Heidemann) 2 – Gilmara Valentin Berretta Ciganinha (Valdirio Heidemann) 3 – Joana Maverick Do Loch (Antenor Loch) 5 – Janaina Zukor Do Loch (Antenor Loch) 6 – Caciane Eros Nogueira Do Loch (Antenor Loch) 8 – Petise Jurisdiction Do Loch (Antenor Loch) 9 – Cheila Remake Ciganinha (Valdirio Heidemann) 10 – Glauce Jade Guinther (T.E.) (Maria Rosinete Souza Effting)

Melhor Vaca Jovem de 2012 1 – Tayna Kyle do Ilto (Ilto Loch) 6 – Caciane Eros Nogueira do Loch (Antenor Loch) 8 – Gilmara Valentin Berretta Ciganinha (Valdirio Heidemann) 9 – Feliz Comerica Guinther (Maria Rosinete Souza Effting)

Melhor Fêmea Jovem de 2012 1 – Giorgia Sultan Guinther (T.E.) – Maria Rosinete Souza Effting 2 – Marcela Iatola do Loch – Antenor Loch 4 – Graziela Minister Ciganinha – Valdirio Heidemann 6 – Jasmin Request do Ilto – Ilto Loch 7 – Poderosa Valentin Schmoeller – Valdir Schmoeller 9 – Carla Synergy Ciganinha – Valdirio Heidemann 10 – Doris Maverick do Loch – Antenor Loch

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Cada julgador desenvolve protocolo próprio, diz canadense

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canadense Patrice Simard é o julgador da décima edição da Feagro, entre os dias 6 e 9 de junho, em Braço do Norte (SC). Simard já participou de julgamentos de animais em competições nos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Na Feagro, esteve uma única vez antes, em 2001. Em competições mundiais, participou de julgamentos em todo Canadá e Estados Unidos, bem como na Colômbia e, recentemente, na Irlanda, no Royal Show. Simard explica que cada juiz desenvolve seu próprio protocolo para avaliar o gado. Durante o desfile dos competidores na pista, o julgador analisa o estilo da caminhada, o cumprimento do animal, o porte a cabeça em relação ao corpo, entre outros itens. Cada animal também é inspecionado individualmente por cerca de 15 a 20 segundos, quando é feita uma avaliação da largura total do corpo, costelas e alcatra. Após a avaliação, o julgador seleciona para o meio da pista os melhores animais. Segundo Simard, isso permite que o julgador possa comparar cada um dos animais selecionados e reavaliar as escolhas feitas. É neste momento que o julgador expõe as razões para as escolhas. Para Simard, o ato é importante para o público que acompanha o julgamento. O resultado, explica o canadense, é dado a partir de um placar mental, feito pelo próprio julgador. Cada aspecto importante é avaliado conforme a ordem de relevância para o julgamento. Patrice Simard tem trabalhado com animais campeões de exposições como a Dairy Expo Mundial, de Madison (Estados Unidos), e Royal Winter Fair, de Toronto (Canadá). Exportou animais de sua fazenda para a América do Sul e o Brasil. O canadense trabalha com gado de leite desde a infância, preparando animais em julgamentos ou avaliando-os. Atualmente é proprietário de uma empresa que seleciona e comercializa genética de gado das raças Holandesa e Jersey. 41


Animais

Diego Hobold Schulter Acad. Medicina Veterinária diego_riof@hotmail.com

Castração e seus mitos

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uitos mitos são relacionados à castração, principalmente em cães, por serem a espécie doméstica mais comum no dia a dia da população. Quando realizada de forma correta, a castração proporciona conseqüências positivas para a saúde física e mental do animal. Algumas idéias falsas como a de que o cão castrado é mais propenso a problemas de saúde, alterações no equilíbrio emocional ou até que a castração afeta na agressividade dos

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cães de guarda, podem influenciar negativamente os proprietários na hora de castrar seu animal. Machos não castrados têm uma maior probabilidade de desenvolver problemas de próstata, como o câncer e a hiperplasia do órgão que, apesar de não ser tão nociva diretam ente, ocasiona diversos problemas secundários. Em casos mais graves, o aumento exagerado da próstata, pode levar o animal a um prolapso do reto levando o animal a uma mesa de cirurgia que acaba o expon-

do à um pós operatório complicado. No caso das fêmeas não é muito diferente, apenas os órgãos afetados são outros (ovários, útero e mamas). Cânceres ovarianos e mamários são muito comuns em cadelas idosas, diminuindo com a OSH (ovariosalpingohisterectomia) o risco de desenvolvimento dessas patologias. Entretanto, vale à pena lembrar que todo procedimento cirúrgico, inclusive a castração, deve ser realizado por um Médico Veterinário.


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NOTA FISCAL

DO PRODUTOR GARANTE BENEFÍCIOS A TODOS

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las não agradam muito o produtor rural, mas são cada vez mais necessárias – quando não obrigatórias – para quem lida com a atividade no campo. As notas fiscais do produtor rural são documentos, e como tal, devem ser preservadas. Além de assegurar direitos ao titular e dependentes, a utilização delas garante a vinda de recursos para a cidade em que o produtor está inscrito e para o estado. Para o produtor, a utilização de 46

notas, na maioria das vezes, não acarreta em custos. “A maior parte das operações efetuadas pelos produtores está amparada por isenção, deferimento ou suspensão. Ou seja, o imposto não é pago, ou, é pago pela pessoa que recebeu o produto”, explica a analista da Receita Estadual, Alice Teresinha Bieger. É por meio das operações detalhadas na Nota Fiscal do Produtor, entre outros dados, que se faz o cálculo do montante do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de

Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal (ICMS) que retorna para o município. “Do arrecadado à título de ICMS, 25% retorna para o município do produtor”, acrescenta. “Se para os municípios o ICMS é importante, mais ainda é para o estado. É através desses recursos que são pagos professores e policiais, construídas e mantidas escolas, estradas, ginásios, e os programas das secretarias da agricultura”, acrescenta a analista.


"A analista da Receita Estadual lembra que a utilização das notas do produtor rural é de responsabilidade do titular e dependentes. Ela recomenda que o próprio produtor preencha as notas"

A emissão das notas ainda é uma das principais formas do produtor comprovar sua renda. Por meio dela, o titular tem acesso facilitado aos benefícios do INSS, como auxílio-doença, licença maternidade e aposentadoria. A nota fiscal também é exigida por alguns órgãos para a emissão da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP). Por ela é possível ter acesso a programas desenvolvidos e/ou coordenados pelas secretarias de agricultura dos municípios e estados. A nota fiscal deve ser emitida sempre que o produtor vender e/ou depositar seus produtos, como milho, feijão, soja, pinus, lenha, frango, peixe, suínos e bovinos; na compra de outro produtor (emitir a contra-nota); e quando o produtor transferir produtos seus de uma propriedade para outra propriedade sua. Ao emitir a nota fiscal, o produtor evita problemas com a fiscalização estadual, como multas, por exemplo. A analista da Receita Estadual lembra que a utilização das notas do produtor rural é de responsabilidade do titular e dependentes. Ela recomenda que o próprio produtor preencha as notas. “Ele deve evitar deixar o bloco de notas nas mãos de qualquer pessoa. Este procedimento está previsto, inclusive, como infração sujeita à multa”, alerta. Alice aconselha que o produtor acompanhe o preenchimento das notas quando feito por outra pessoa. Também recomenda que o bloco não seja emprestado para terceiros. “O produtor que fizer este tipo de ‘favor’ estará sujeito a diversas penalidades, como pagar o ICMS daquela operação”, adverte. Segundo Alice, a utilização incorreta do documento pode acarretar, inclusive, no cancelamento do cadastro do produtor.

Quem é produtor rural? É a pessoa física que se dedica à produção agrícola, animal ou extrativa vegetal ou à captura de animais marinhos, com manipulação ou simples conservação dos respectivos produtos em estado natural; ou elaboração, em pequena escala, de produtos artesanais comestíveis de origem animal ou vegetal, desde que adequados às demais normas em vigor.

O que é a nota fiscal de produtor rural? É o documento necessário para que o produtor rural pessoa física possa comercializar seus produtos. Aqueles oriundos de seu laboro em sua propriedade. Exemplo: leite, milho, soja, fumo, feijão, pinus, eucalipto, frangos, bovinos, etc.

Quem pode ter bloco de notas? Produtores rurais com mais de 18 anos para titulares e acima de 16 anos para co-titulares (ou dependentes).

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Quais os documentos necessários? Para ser concedida a inscrição no Cadastro de Produtor Primário deve apresentar os seguintes documentos, conforme sua situação:

Como preencher uma nota Preencher uma nota fiscal do produtor é simples. Abaixo explicamos para você o passo a passo:

Natureza da operação: compra, venda, etc..

Situação 1 – Quando a pessoa é proprietária do imóvel rural: - RG e CPF do titular e dependentes a serem incluídos no bloco; - Certidão de casamento (em caso da esposa/esposo) ser incluído como dependente; - Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR) atualizado; - Escritura atualizada do imóvel em nome do interessado. Situação 2 – Quando a pessoa não é proprietária do imóvel rural: - RG e CPF do titular e dependentes a serem incluídos no bloco; - Certidão de casamento (em caso da esposa/esposo) ser incluído como dependente; - Cópia (autenticada em cartório) ou original do contrato civil (comodato, arrendamento ou parceria) registrado ou com firma reconhecida do proprietário de imóvel rural; - Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR) atualizado do terreno; - Escritura atualizada do imóvel. OBS.: O proprietário legal do imóvel rural já deve ter inscrição ativa no Cadastro de Produtor Primário. 48

Dados da empresa ou produtor (a quem se destina a nota)

CPF ou CNPJ do destinatário

Inscrição Estadual (para empresas), no caso do produtor rural preencher o número de inscrição como produtor

Descrição do produto, especificando unidade, quantia, valor unitário e valor total

Confira se a nota está no prazo de validade

IMPORTANTE: preencher a data de emissão da nota

Dados sobre a pessoa ou empresa que faz o transporte das mercadorias

Fique atendo aos prazos! - As notas são emitidas com validade até 31 de janeiro do ano seguinte. Passado o prazo, o titular deve se dirigir à Unidade Conveniada para revalidar a nota; - A prestação de contas deve ser feita em até 60 dias após a data de emissão da nota fiscal.


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RS prepara a Expointer 2013 E

ntre os dias 24 de agosto e 1º de setembro, o Rio Grande do Sul vive a maior e mais tradicional feira de agropecuária da America Latina. A Expointer 2013 é uma das maiores do mundo. O evento ocorre anualmente no Parque Estadual de Exposição Assis Brasil, em Esteio. A cada edição, cresce o número de negócios fechados na Expointer. Anualmente, são apresentadas as novas tecnologias em equipamentos agrícolas e tudo de melhor no que se refere ao agronegócio. A programação da Expointer 2013 conta com centenas de eventos,

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entre os quais palestras, concursos, seminários e a Feira de Agricultura Familiar, com culinária gaúcha. Para os apaixonados por cavalos da raça crioula tem as finais do Freio de Ouro, cujo público sempre lota as arquibancadas do Parque de Exposições. No evento, o visitante pode ter acesso ao que há de melhor em genética, novas tecnologias e conhecimentos, com crédito barato e farto, projetando sempre excelentes resultados para a pecuária e a agricultura, empresarial e familiar, e para o agronegócio como um todo, incentivando o desenvolvimento do Rio Grande.


O Parque Assis Brasil, onde é realizada a Expointer, possui atrativos para todos os públicos, distribuídos pelos mais de 141 hectares. Lá os visitantes podem ver expostos os animais, de pequeno e grande porte, como coelhos, chinchilas e pássaros. Há também artesanatos, concursos, implementos e suprimentos para o campo e a lavoura, além de competições importantes como o Freio de Ouro. No pavilhão de exposições de artesanato os artesãos oriundos de várias partes do estado expõem produtos como ponchos, cuias de chimarrão, artigos em couro como arreios, laço, rédea, buçal, mateiras, bombas de chimarrão de prata, artigos em vime e pelegos.

Recorde em negócios Os números referentes à arrecadação que acontecem todos os anos nos pavilhões da Expointer movimentam a economia do estado e engrandecem o porte desta que já é uma feira internacional de grande sucesso. A 35ª edição da Expointer foi marcada pelo recorde de negócios em máquinas e implementos agrícolas. O volume de vendas ultrapassou a marca de R$ 1 bilhão, contabilizando o maior resultado da história da Expointer. O balanço foi divulgado pelo Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas (Simers), com base nos dados fornecidos pelo Banrisul, Badesul, BRDE, Banco do Brasil e Sicredi. O resultado positivo da edição da Expointer no ano de 2012 chegou a ser surpreendente por alguns fatores, como a seca que havia atingido a região na época. Outro resultado positivo foi com a venda de animais que também superou a marca da edição da Expointer de 2011.

Fonte: www.expointer2013.com.br

O local

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Qualidade do Leite

Fernanda Oenning Engenheira Agrônoma do Laticínios Fortuna

Novas Variedades

de Azevem

Fonte: Estes dados foram passados pela Cooperativa Regional Auriverde.

Sabemos que entre abril e maio o produtor de leite tem que se prevenir com a alimentação para seus animais para o inverno, entre estas o silo de milho, e principalmente semear aveia e o azevem, que são estas variedades propicias para esta época do ano. Hoje já existe algumas variedades de azevem melhorado, onde estes produzem mais percentual de matéria seca e massa verde por hectare/ ano. Azevem KLM 138 Ele produz, em media, 16% de matéria seca e 50kg de massa verde/ha/ ton/ano.Seu teor de proteína chega a 22%. Usa-se 30kg de semente por hectare. Período de plantio abril a maio. Sua produção vai de junho a novembro. Este azevem precisa de bastante frio para sua produtividade, inverno bem rigoroso. Produção kg de MS/ha – 9000 a 14000. Azevem Estauzuela 284 Ele produz em media 17% de matéria seca, e 35kg de massa verde/ha/

ton/ano. Seu teor de proteína chega a 20%. Usa-se 30kg de semente por hectare. Período de plantio abril a maio. Sua produção vai de junho a outubro. Produção kg de MS/há – 5000 a 8000

Azevem Barjumbo Ele produz, em media, 16% de matéria seca e 40kg de massa verde/ha/ton/ano. Seu teor de proteína chega a 22%. Usa-se 30kg de semente por hectare. Período de plantio abril a maio. Sua produção vai de junho a outubro. Dependendo do manejo e adubação ate mais tempo. Temos relatos de produtor de leite da comunidade de Rio das Furnas, Sr. Jacinto Boeguer, relata que esta contente com as novas variedades. Ele que usou esta variedade em 2012 que teve azevem até dezembro. Este ano já semeou novamente esta variedade e também esta testando a estauzuela 284. Produção kg de MS/ha – 8000 a 12000.

Reunião com produtores das linhas: Nivaldo, Pezão e Marino. Tendo como assuntos: bloco de notas e gráficos de melhoria da qualidade com a técnica da empresa, Fernanda Oenning Della Giustina. Novidades de ordenha mecanizada, com medidor e extrator, pelo palestrante Jeferson Luiz Picolli, técnico em ordenha. Adubação e pastagem com Ítalo Bertoncini, da Timac Agro

Venha para Feagro de 6 a 9 de junho Quinta-feira, dia 6, a partir das 9 horas – Palestra para produtores de leite Assunto nutrição animal; Linhas de crédito rural para produtores de leite; Durante a palestra vai ter amostras de azevem melhorado. Mande de volta pelo coletador a ficha de inscrição.

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Giro Agropecuário

Diogo Schotten Becker Gestor em Agronegócio e Acadêmico de Agronomia diogoschottenbecker@hotmail.com

Procura-se líderes O

que é um líder? A definição que encontrei no Aurélio foi; Guia, chefe. Mais analisando tudo o que acontece em nossa volta, o líder não pode mais ser considerado apenas um guia. Isso porque sua função é muito mais dinâmica, este tem a função de unir pessoas em torno de um propósito. E analisando mais a fundo esta parte, “ unir pessoas em torno de um propósito”, vejo que em muitos locais que freqüentamos falta um líder, e aqui podemos citar inúmeros exemplos, sala de aula, hospitais, empresas públicas e privadas, comércio, prestação de serviços, enfim percebemos que esta cada mais escasso e os pouco que tem, estão sobrecarregados. Lideres formam equipes com objetivo de fazer determinada tarefa da melhor maneira possível. Existem equipes competentes e equipes de alto desempenho, e qual a diferença entre a primeira e a segunda? Eu diria que a segunda tem paixão. “Com talento, ganhamos partidas, com trabalho de equipe, paixão e inteligência ganhamos campeonatos” A frase é de Michael Jordan, jogador de Basquete americano. Toda empresa grande ou pequena necessita de um líder, para que possa ter resultados, o líder é o exemplo, todos nós podemos ser lideres, não vamos deixar este posto vago, vamos

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ocupá-lo. Você produtor rural, que tem seus filhos trabalhando junto, já se perguntaram se são bons líderes? Os filhos são reflexo da liderança que você exerce sobre eles, você é o exemplo. Todos os liderados devem ser motivados, bons lideres tem a capacidade de motivar e fazer com que as equipes enfrente muitos desafios sem que se deixem vencer pelo cansaço. O líder olha para o futuro sem medo e sem arrogância, e este sabe que é preciso trabalhar muito, mesmo que haja tropeços e quedas. E lembre-se nem sempre podemos fazer só o que gostamos, mais aquele que gosta do que faz e sente orgulho do que faz, vai mais longe. Este livro fala a história de um executivo, que foi para um retiro espiritual, no começo contrariado, mais logo percebeu que muita coisas poderia mudar na sua vida estando ali. É uma excelente história de liderança, mudança de modelos, vai ai essa dica de leitura.


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Saber Planejar

FEAGRO

Carlos Geraldo Rodrigues Junior Técnico Agropecuário E-Mail: saberplanejar@hotmail.com

Vale 2013 E

stamos chegando próximo a FEAGRO Vale 2013, a feira mais importante do setor agropecuário da região sul do estado de Santa Catarina. Realizada no município de Braço de Norte a feira foi criada para promover a troca de informações entre os vários seguimentos da agropecuária regional, possibilitando com que sejam apresentadas aos produtores as melhores tecnologias disponíveis produzidas pela indústria, à assistência técnica disponibiliza tecnologias para que o produtor obtenha maior sustentabilidade na propriedade e também para que os próprios produtores apresentem o que possuem de melhor dentro de suas propriedades. São expostas na feira as melhores genéticas da suinocultura, caprinocultura, ovinocultura, gado de corte e também o gado leiteiro, atividade esta que vem adquirindo sua importância ao longo do tempo. Sendo também a maior exposição do gado Jersey do país a região vem se destacando por produzir o melhor padrão da raça, exportando animais para diversas regiões do país. A raça Jersey que é originária de uma 58

região da Normandia denominada Ilha de Jersey, uma ilha com um pouco mais de 11 mil hectares, e é a raça leiteira mais eficiente existente nos dias de hoje. Ela entra em cio cedo, chega a produzir por mais de 10 anos, tem o leite com maior teor de gordura, fator importantíssimo para agroindústria e uma das principais características do sucesso desta raça na região que é a adaptabilidade. A Jersey é capaz de se adaptar a diferentes tipos de clima, relevo, adaptando-se bem as nossas características geográficas e clima. Para quem quiser começar uma produção leiteira e não sabe ainda que raça utilizar está é uma excelente escolha, consegue se adaptar fácil, é rustica e irá proporcionar uma ótima lucratividade para o produtor. Quem já quer começar com o que há de melhor no padrão genético da raça vai encontrar aqui na feira, além de encontrar o que há melhor no que se refere aos equipamentos necessários para se começar a produzir. Lembrando sempre que antes de começar qualquer atividade nova o produtor primeiramente precisa se capacitar e conhecer todo o processo.


Quem está a fim de investir no setor e não possui recurso disponível para isso, pode estar acessando qualquer linha de crédito rural, conseguindo financiar as matrizes leiteiras, a construção das instalações, os equipamentos e também o principal para quem está pensando em começar a atividade leiteira que é a melhoria das pastagens, pois antes de ser produtor de leite tem que primeiramente saber produzir ali-

mento para estes animais. Outro fator muito importante é a qualidade final do produto “leite”, que muito em breve vai estar se pagando por qualidade, e para que o produtor consiga obter um leite com esta qualidade existem varias questões envolvidas como sanidade, alimentação, manejo, etc. A FEAGRO irá proporcionar esta troca de informação entre os produtores, esta é uma boa oportunidade de se

fazer negócios, buscar informações, trocar conhecimento entre os produtores e muito mais que a feira vem disponibilizando ao longo dos anos. A Planejar Projetos Agropecuários estará presente nos quadro dias do evento, se disponibilizando a prestar qualquer informação aos produtores no que diz respeito a crédito rural e das questões ambientais que o produtor precisa ter conhecimento.

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Embrapa amplia sua capacidade na pesquisa sobre

BIOGÁS

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Embrapa Suínos e Aves, empresa de pesquisa agropecuária vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, será a responsável pela operação do primeiro Laboratório de Estudos em Biogás de Santa Catarina. A estrutura fará parte do Laboratório de Análises Físico-Químicas da Embrapa Suínos e Aves, localizada em Concórdia, no Oeste catarinense, foi inaugurada no final de maio. O Laboratório de Estudos em Biogás é resultado de um convênio com a Companhia de Gás de Santa Catarina (SCGÁS), que auxiliou com recursos financeiros, o Centro Alemão de Pesquisa em Biomassa (DBFZ) e a Sociedade Alemã de Cooperação Internacional (GIZ), que forneceram tecnologia e treinamento para os técnicos da Embrapa Suínos e Aves na cidade alemã de Leipzig. O projeto também teve o apoio da BGT Energie, empresa que desenvolve projetos de usinas de gás e energia. A Embrapa Suínos e Aves pesquisa a geração de biogás desde os anos 80. A partir do ano


AGENDA EPAGRI

Fonte: Embrapa Suínos e Aves Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Concórdia/SC

2000, essa alternativa de tratamento dos resíduos da produção agrícola voltou a ser procurada especialmente por suinocultores e, desde então, a Embrapa desenvolveu várias pesquisas sobre o tema. Agora, ganhará mais condições para realizar análises físico-químicas de resíduos orgânicos (incluindo os de suínos), avaliando assim a qualidade e o potencial de geração de biogás resultante da decomposição anaeróbia destes substratos. A expectativa é de que a Embrapa Suínos e Aves tenha, a partir de agora, ainda mais capacidade para fazer parte de iniciativas que pretendem explorar a geração de biogás a partir do aproveitamento de resíduos. “Vamos colocar o laboratório à disposição de órgãos públicos e empresas privadas que pretendem desenvolver ações neste sentido. Nossa intenção é assinar acordos de cooperação técnica que nos permitam avançar em nossas pesquisas e, ao mesmo tempo, oferecer serviços importantes às cadeias produtivas com as quais atuamos”, disse o chefe geral da Embrapa Suínos e Aves, Dirceu Talamini.

Informamos que no dia 15 de agosto se realizará o XVº ENCONTRO REGIONAL DE MULHERES AGRICULTORAS E PESCADORAS DA REGIÃO DE TUBARÃO. Esse evento contará com a participação de 850 mulheres dos 20 municípios que compõe a região de Tubarão e tem por objetivo oferecer as mulheres agricultoras e Pescadoras um dia de troca de experiências, integração, motivação e discussão sobre a situação da mulher na sociedade de hoje. Esse encontro acontece todos os anos, em diferentes municípios da região. Esse ano será em Rio Fortuna, no Salão Paroquial da Sede do Município. A promoção e Organização do evento é da EPAGRI e Prefeitura Municipal de Rio Fortuna, com apoio de todas as Prefeituras da região, Sindicatos Rurais e dos Trabalhadores Rurais. Maiores informações: Susi - Gerência Regional da Epagri de Tubarão 36260577/99663833 Maria Luiza - Escritório Municipal da Epagri de Rio Fortuna - 36531153

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