Pampulha, sábado - 17/06/2017

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reportagem

pampulha jornalpampulha.com.br BELO HORIZONTE 17 a 23 de junho de 2017

SAÚDE E BEM-ESTAR VIDA SAUDÁVEL

Abuscapelo MOISES MOISÉS SILVA

Dr. Telmo Diniz

(CRM-MG 25.398)

telmo.diniz@jornalpampulha.com.br

Agrotóxicos empre temos em mente que frutas e vegetais estão ligados à saúde. Seria perfeito se não fosse a presença de agrotóxicos em abundância utilizados para seu cultivo. O ideal seria que todos pudessem comer alimentos orgânicos e sem pesticidas, porém, isso certamente é uma utopia. Na coluna desta semana, vamos ver o que pode ser feito para reduzir a quantidade destes agrotóxicos nos alimentos. Os conhecidos agrotóxicos são substâncias químicas usadas aos montes na agricultura brasileira, a tal ponto que, desde 2008, o Brasil ocupa o posto de campeão mundial no uso destes produtos para manter as pragas longe das lavouras, segundo dados do IBGE. Se de um lado o agronegócio progride com a garantia de colheitas sem prejuízos, por outro nos tornamos consumidores de substâncias desconhecidas, muitas delas consideradas, inclusive, cancerígenas. Em um levantamento da Fundação Oswaldo Cruz, o brasileiro consome, em média, impressionantes 7 l de agrotóxicos ao ano. É muita coisa! Além de danos ambientais, a equipe do Instituto Nacional do Câncer alerta sobre os riscos de doenças como as neoplasias. Dentre os efeitos à exposição crônica aos agrotóxicos, podemos citar a infertilidade, a impotência, abortos espontâneos, malformações fetais, neurotoxicidade, desregulação hormonal e câncer. Para temos uma ideia da seriedade do tema, 50% dos agrotóxicos usados no Brasil estão proibidos na Europa, EUA, Canadá e Austrália. Na contramão dos países desenvolvidos, o Brasil segue o caminho para Enquanto as ter leis mais flexíveis sobre o uso de agrotópolíticas xicos, inclusive os que já são proibidos, grapúblicas neste ças às pressões da bansetor não se cada ruralista, defensora do agronegócio. entendem, nós Enquanto as polítimortais cas públicas neste setor não se entendem, devemos tomar nós mortais devemos algumas tomar algumas precauções quanto ao teprecauções ma em pauta. Então, quanto ao tema como podemos reduzir a quantidade ingeem pauta. rida destes pesticidas? Soluções baratas e fáceis de aplicar estão em nossas mãos. Segundo o Center For Science And Environment, de pesquisas nesta área, localizado em Nova Deli, na Índia, o primeiro passo para remover resíduos de agrotóxicos em frutas e verduras é lavá-las com água corrente. A simples lavagem com água remove 80% dos resíduos de agrotóxicos presentes nas cascas. Este mesmo centro sugere lavar duas ou três vezes as uvas, maçãs, ameixas, pêssegos, peras e tomates. As verduras devem ser lavados folha a folha. Alimentos que podem ser fervidos têm a vantagem de eliminar completamente os resíduos de agrotóxicos. O bicarbonato de sódio e o vinagre também são úteis para eliminar resíduos de sujeiras das frutas e verduras. A medida é de uma colher de sopa de bicarbonato para um litro de água. No caso do vinagre, para cada parte de vinagre, use duas de água (por exemplo, 1 xícara de vinagre e 2 xícaras de água). Em ambos os casos, deixe os vegetais e frutas mergulhados na solução por 20 a 30 minutos. Faça uma boa semana.

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Cirurgiãoplástico TeófiloTaranto faladoseuofício derestaurara saúdepelolado psicológico O aumento da expectativa de vida evidencia a eterna busca do ser humano pela juventude, impulsionada pela cobrança de uma sociedade que venera o corpo. Diante disso, o profissional da cirurgia plástica exerce um papel fundamental para “restaurar a saúde pelo lado psicológico”, diz o médico Teófilo Taranto. Mineiro de Contagem e com uma experiência de mais de 40 anos dentro de blocos cirúrgicos, ele realiza, em média, 60 cirurgias por mês, cerca de três por dia. Atuando em clínica particular e no hospital Mater Dei, Tarnto se tornou referência no país em aumento de mama, lipoaspiração e intervenções na face. Litza Mattos

Quando não lidera, o Brasil só perde para os EUA em quantidade de cirurgias plásticas realizadas. O que levou o país a se tornar essa superpotência na área? Sem dúvi-

da foi o culto ao corpo e à autoimagem. Somos um país tropical, em que os corpos ficam muito à mostra, as pessoas se sentem absolutamente deslocadas se não estiverem dentro da média. Isso é o que enche os consultórios. Mas a qualidade dos profissionais também ajuda? Realmente a cirurgia plástica brasileira é muito boa, um celeiro de excelentes profissionais, e nós devemos isso muito ao professor (Ivo) Pitanguy, que estimulou toda uma geração de cirurgiões plásticos com sua genialidade. Depois dele, o brasileiro ficou mais aberto, e a cirurgia plástica foi popularizada. Antigamente era coisa só para pessoas classe AAA e artistas. Com isso o país se tornou também destino de estrangeiros em busca dessas operações... Sem dúvida. A cirurgia plástica brasileira é muito boa,

Referência

Teófilo Taranto realiza, em média, 60 cirurgias plásticas por mês; cerca de três por dia

dico e que entenda a cirurgia plástica como aquela que restaura a saúde pelo lado psicológico. O que isso significa? Você

e, se você comparar o custo dela com o de uma cirurgia nos Estados Unidos ou na Europa, aqui ela é bem mais barata, praticamente metade do preço. Então, a pessoa faz o turismo, opera e tem resultados iguais ou melhores do que aqueles que teria em outros países. Por outro lado, o senhor concorda que o aumento da demanda exige do bom cirurgião que ele não faça tudo o que o paciente pede? Sem dúvida nenhuma.

Nesse aspecto, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) desempenha um papel extraordinário na formação do cirurgião plástico, de forma que ele passa primeiro por um período de dois anos de residência em cirurgia geral e depois fica três anos nos serviços credenciados, controlados e auditados pela sociedade. Antes de mais nada, o profissional tem que ser um mé-

não pode entender a saúde só como o bem-estar físico, tem que ter o bem-estar psicológico, que, por sua vez, exige uma autoimagem positiva. Outra coisa muito importante é quando a falta do bem-estar psicológico decorre realmente de um problema estético, com indicação de cirurgia. Já o contrário não é verdadeiro. O Transtorno Dismórfico Corporal (TDC) é quando a pessoa tem primariamente um problema psicológico e somatiza aquilo em um problema estético, que, na verdade, não existe. É importantíssimo o cirurgião conseguir identificar isso na primeira consulta. Nesses casos, o paciente precisa ser encaminhado para um psicólogo, psiquiatra etc. O senhor acredita que essa superexposição de corpos e selfies têm criado uma geração de viciados em plásticas? Apesar do

cerco que a SBCP exerce, observamos que existe muito abuso, sim, e isso leva muitas pessoas que veem resultados maravilhosos na rede social a querer um corpo igual, sem medir as consequências. Mas o médico não pode aplicar a mesma técnica em todas as pessoas. O aumento da expectativa de vida mudou o papel do cirurgião frente a essa eterna busca pela juventude e bem-estar?

Existe até um poema da Cecília Meireles que eu gosto muito e que se chama “Retrato”, que indaga em qual espelho ela perdeu a sua imagem. No consultório isso acontece todos os dias. A paciente diz que se olha no espelho e se surpreende. Muitas vezes a depressão e a falta do bem-estar psicológico advêm dessa estranheza. Isso é que leva a cirurgia plástica a ser medicina. No caso dos homens isso também acontece? Es-

sa questão da autoimagem é algo muito forte no ser humano e independe


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