Um Animal Amarelo. “Todos nós temos um osso carregado à cintura” [PT]

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Bruno Gonçalves Cláudia Sobral 16/10/2020 21:58

Felipe Bragança abriu o armário das heranças do Brasil, de Portugal e das ex-colónias africanas. O i juntou-o à conversa com as atrizes Isabél Zuaa e Catarina Wallenstein sobre este seu mais recente filme, que acaba de chegar às salas. E que entre o épico e a fábula deixa os esqueletos todos à vista. Um cineasta brasileiro em Lisboa e duas atrizes, Catarina Wallenstein e Isabél Zuaa, para uma conversa a três vozes. Três lugares de fala a convergirem num: o peso do que não se fala para que do armário não saiam esqueletos nem fantasmas. Os fantasmas do que pesa, do que sobra ainda hoje, em Portugal como no Brasil e nos países das excolónias africanas, da história do passado colonial português. Para esse lugar empurrou Felipe Bragança em Um Animal Amarelo a personagem de Fernando, cineasta brasileiro “patético” e “ridículo” na sua vontade de fazer um filme do lugar do homem branco, o lugar dos “herdeiros escravocratas”. Criou-o como uma espécie de amigo imaginário que embarcará nesta viagem pelos territórios que constroem “o processo histórico de invasão das tropas portuguesas chamado de colonização”. Nessa viagem, cruzar-se-á com elas: na Beira, Moçambique, Catarina (Isabél Zuaa) e em Lisboa Susana — 1/7


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