Patrick. “No silêncio, ou ganha o bom senso ou os fantasmas” ionline.sapo.pt/artigo/703859/patrick-no-sil-ncio-ou-ganha-o-bom-senso-ou-os-fantasmas-
Vem de há 12 anos a vontade de Gonçalo Waddington de fazer este filme, do tempo em que acreditava que poderia ainda ele próprio interpretar esta personagem: Patrick, Mário, encontrar a identidade que melhor lhe serve será difícil. Para nós, mais ainda para ele. Fiquemo-nos por aquilo do qual é possível falar: Hugo Fernandes, o brilhante ator que o interpreta. Descoberta de Gonçalo Waddington, poderá quase dizer-se, para protagonizar este mergulho no lado da história do desaparecimento de crianças que nunca vemos, sobre o qual raramente pensamos: o lado delas, as vítimas. Patrick, a estreia na longa-metragem do ator, encenador, dramaturgo e também realizador e argumentista Gonçalo Waddington chegou ontem às salas. Há uma ideia que percorre todo o filme, e que se adensa à medida que avançamos, de uma impossibilidade de compor, de consertar, aquilo que está desfeito. Quem é o Mário e quem é o Patrick? E, como escreves na nota de intenções, será que alguma vez o Mário e o Patrick poderão sobrepor-se, ser a mesma pessoa? Ao telefone, ele pergunta a uma pessoa que só depois descobrimos quem é: “Porque é que me chamavas Patrick se eu te dizia que o meu nome era Mário?”
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