Documentário “Viveiro” olha para os bastidores de um clube de futebol de formação desporto.sapo.pt/futebol/artigos/documentario-viveiro-olha-para-os-bastidores-de-um-clube-de-futebolde-formacao Sportinforma / 21 de novembro de Lusa
2019
O documentário “Viveiro”, exibido sábado no Porto/Post/Doc, no Porto, olha para duas personagens de “bastidores” de um clube de futebol, o Sporting Clube Arcozelo, em Vila Nova de Gaia, para contar uma história quotidiana de formação. O filme de Pedro Filipe Marques, premiado no DocLisboa com o galardão de melhor filme da competição portuguesa, está integrado na secção “Cinema Falado” do festival do Porto e será mostrado pelas 16:30 de sábado, no Teatro Municipal Rivoli. O campo do clube de Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, é território de sobrevivência “às adversidades do vento do Norte” e o sítio onde germinam vários futuros jogadores de futebol, ainda que o centro do filme, “muito recolhido”, refere à Lusa o realizador, se foque antes numa zona mais de bastidores. É aí que atuam “a Dona Conceição e o Senhor Cunha”, dois roupeiros e ‘faz tudo’ do clube, que sabem o nome de todos os pequenos e ainda deixam tudo preparado, todos os dias, para que nada falte à prática desportiva, das condições do campo às roupas de cada atleta. Pedro Filipe Marques, de 43 anos, começou por uma ideia “um pouco conceptual” e partiu, depois, para um trabalho de pesquisa de campo, e de campos, que pudessem retratar o peso do futebol de formação como “atividade extracurricular, como dantes era o ballet ou a música”. Depois de várias pesquisas em Gaia, onde chegou a morar, acabou por chegar ao Arcozelo ao seguir uma série de equipas que jogavam num campeonato para crianças e tentar encontrar um sítio onde também pudesse filmar durante o dia. “Durante esse processo, um dia entrei no campo do Arcozelo. Estava lá o senhor Cunha, uma das personagens do filme, e abriu-me logo as portas. [...] Disse logo que podia fazer filmagens, foi o extremo do deixar fazer, que era uma coisa que estava a ser difícil, porque até então ou ninguém estava interessado, ou eu não me interessava”, conta o realizador. Reunidas as autorizações necessárias, sobretudo relacionadas com a filmagem de menores de idade, o cineasta acabou por gostar “logo de imensas coisas que atraíam”, conhecendo depois a Dona Conceição, a fazer ‘par’ com o Sr. Cunha, uma dinâmica a que se junta a cunhada, que também ajuda a tratar do clube e das crianças.
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