O método Isabelle Huppert c7nema.net/producao/item/50932-o-metodo-isabelle-huppert.html
Entre as 21 longas-metragens na disputa pela Palma de Ouro de 2019, na exemplar seleção do 72º Festival de Cannes, está uma produção independente americana rodada em Portugal, na cidade de Sintra, o drama de tons cómicos Frankie, que traz como seu chamariz a estrela nº 1 dos ecrãs franceses: Isabelle Huppert. É um dos filmes mais controversos do evento, cercado de uma áurea de "ame-o ou deixe-o" pela sua estrutura narrativa de muito falatório, que faz lembrar uma mistura de All about Eve com a estética de Robert Altman. Sob a direção de Ira Sachs (num registo de uma firmeza impecável), Isabelle vive a atriz Frankie, um modelo de talento que é matriarca de uma família multinacional. Seu clã se encontra em solo português A fotografia é do genial artesão da luz Rui Poças. "O que faz uma atriz é a curiosidade. Há muita coisa que aprendemos nesse ofício de atuar quando se tem disciplina. Mas nada é útil se não existe curiosidade por boas histórias, pois elas são pedacinhos de um quebra-cabeça sobre a condição humana", disse Isabelle ao C7nema na Berlinale de 2018, quando concorreu com Eva, de Benoît Jacquot. Qualquer festival de cinema internacional que se preze, como o de Berlim e o de Cannes, deve ter La Huppert nos seus ecrãs, como é o caso agora de Tribeca, em Nova York, que se divertiu, no fim de semana, com a projeção da comédia de tons cítricos Blanche comme neige, de Anne Fontaine, na sua competição de longas-metragens estrangeiras. Onde a diva francesa passa, ela chega causando e abrindo debates. Traduzido nos EUA como White as snow, numa referência direta à fábula da Branca de Neve, o novo filme de Anne, atriz e realizadora de sucessos como Coco avant Chanel (2009), põe Isabelle como a madrasta má da jovem Claire (Lou de Laâge). 1/3