Lucrecia Martel: ‘‘Não se tem ideias rapidamente. As ideias imediatas são sempre cliché.’’ apaladewalsh.com/2018/05/lucrecia-martel-nao-se-tem-ideias-rapidamente-as-ideias-rapidas-sao-sempre-cliche May 10, 2018
Presente em Lisboa como uma das homenageadas da edição 2018 do IndieLisboa, foi no primeiro de Maio que a realizadora argentina Lucrecia Martel preencheu um auditório na Culturgest, conquistando as dezenas de presentes com carisma e sentido de humor. Foram duas inspiradas horas da ”heroína independente” Lucrecia (i)moderada por Cláudia Varejão que, tão rendida como os outros realizadores e artistas presentes, escutava com atenção de aprendiz. Apesar dos relativamente escassos títulos (apenas quatro longas, ao lado de várias curtas), o cinema de Martel tornou-se, distintivamente, um emblema da América Latina do século XXI. A despeito do assumido cansaço, aceitou conversar sobre Zama (2017), o seu mais recente filme, estreado no âmbito do Festival e, em Portugal, distribuído nas salas pela O Som e a Fúria.
Antes de mais, obrigada pelo seu lindíssimo filme. O seu cinema tem vindo a acompanhar-me: pude ver alguns dos seus filmes repetidamente, aquando da sua estreia em sala em Lisboa, enquanto estava na Escola de Cinema e foram formadores. Senti que Zama participa do mesmo espírito que conduz La mujer sin cabeza (2008). Em ambos, chegamos até um/uma protagonista que não está inteiramente na sua vida, seja por culpa (no caso de Verónica), seja pela vontade de
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