Miguel Lobo Antunes: "existe a presunção de que uma pessoa serve para alguma coisa" c7nema.net/entrevista/item/52048-miguel-lobo-antunes-technoboss.html Hugo Gomes
Descrito como o mais "discreto" do clã Lobo Antunes, Miguel estreou-se aos 70 anos nos grandes ecrãs com a terceira longa-metragem de João Nicolau
Em Technoboss ele é Luís Rovisco, um veterano técnico de sistemas de segurança que tenta fugir à reforma que o ameaça numa espécie de demanda para ressuscitar um amor prescrito. Seguindo estrada fora até ao Algarve, uma viagem que contagia pelo seu onirismo e absurdismo, e obviamente pelas músicas que ficam no ouvido. O filme valeulhe elogios pela candura da sua personagem, tendo integrado a competição internacional do Festival de Locarno. Licenciado em Direito, Miguel trabalhou como jurista para depois percorrer alguns dos mais importantes pólos de cultura do nosso país: Culturgest, Centro Cultural de Belém e Festival Internacional de Música de Mafra. Foi ainda vice-presidente do Instituto Português do Cinema nos anos 80 e reformou-se, por fim, no ano passado. Quando tudo parecia indicar que iria atirar "a toalha ao chão" surge a oportunidade de trabalhar diretamente no Cinema, e muito mais, ser protagonista de um filme à sua medida. O agora ator recebeu o C7nema no seu apartamento com vista para a Estrada da Luz, Lisboa. Na sua sala era impossível não reparar nas prateleiras preenchidas por CDs de músicas de outros tempos. Miguel falou-nos sobre o seu "orgulho cinematográfico", mas 1/6